César Bolaño lança livro sobre crítica da Epistemologia da Comunicação

lançamento

Na próxima sexta-feira (22), a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e a Editora do Diário oficial de Sergipe – Edise, orgão suplementar da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe – Segrase, lançam cinco livros no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda, às 17h30, em Aracaju. Dentre eles está “Campo Aberto: para a crítica da Epistemologia da Comunicação”, de César Bolaño.

A obra ‘Campo Aberto – Para a crítica da epistemologia da comunicação’, de César Ricardo Siqueira Bolãno, retoma e desenvolve a Teoria da Comunicação de corte marxista proposta pelo autor em seus trabalhos anteriores, com foco no debate epistemológico sobre o campo da Comunicação, recuperando ainda, de forma consciente e explícita, a influência de Celso Furtado. Com isso, reafirma a sua inserção no pensamento brasileiro e latino-americano, tendo como ponto de partida o subcampo da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura.

A programação do lançamento começa com apresentação do saxofonista Meko do Sax, segue com a abertura do evento e às 18h30 tem o discurso dos cinco autores, encerrando com coquetel e sessão de autógrafos.

Livros

Os cinco livros que serão lançados são: Homicídios no Brasil e em Sergipe: uma análise sob a Ótica da Economia do Crime, de Mário Antônio Jorge; Campo Aberto: para a crítica da Epistemologia da Comunicação, de César Ricardo Siqueira Bolaño; Telenovela Brasileiras e Portuguesas: Padrões de audiência, de Raquel Marques Carriço Ferreira; Entre Papéis e Lembranças: o Centro de  Educação e Memória do Atheneu Sergipense e as contribuições para a história da educação, de Eva Maria Siqueira Alves; Estudo Teórico e Computacional do Mecanismo da Ferroeletricidade ManganitaExagonalMultiferroica LuMn03, de Adilmo Francisco de Lima e Afrânio Manoel de Sousa.

As obras estão sendo publicadas por meio do edital de Apoio à Publicação de Livros, que tem por objetivo estimular a divulgação científica com apoio à publicação e circulação de livros científicos.

A SEGRASE conta com uma livraria virtual, onde provavelmente os livros lançados estarão à disposição: https://segrase.se.gov.br/livraria_grade.htm

FNDC lança sistema de filiação e recadastramento on line

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Desde o dia 11/1, entidades da sociedade civil que apoiam a luta pela democratização da comunicação, mas ainda não são filiadas ao FNDC, podem se filiar diretamente ao Fórum pela internet, sem burocracia, por meio do novo sistema de filiação on-line. Criado para facilitar a aproximação com novas entidades nacionais e regionais, o novo sistema também será usado para o recadastramento de todas as organizações que já integram o FNDC e assim facilitará a gestão financeira do Fórum, entidade civil sem fins lucrativos mantida por doações e contribuições das organizações filiadas.

Por meio do novo sistema é possível alterar dados cadastrais e emitir boleto bancário para pagamento a contribuição mensal em poucos segundos. Para filiar ou recadastrar sua entidade, o responsável deve preencher o formulário disponibilizado no site fndc.org.br. Rosane Bertotti, coordenadora-geral do FNDC, afirma que o novo sistema é uma conquista e foi fruto de debates nas duas últimas reuniões ampliadas do Conselho Deliberativo da entidade, realizadas nos dias 17 e 18 de julho e 28 de novembro, em São Paulo. Para ela, mais do que uma simples ferramenta de gerenciamento, o sistema pode ser considerado um marco para o fortalecimento do Fórum, que completa 25 anos agora em 2016.

“A luta pelo direito à comunicação enfrenta monopólios e oligopólios midiáticos que se concentram em defender interesses privados, distorcendo qualquer tentativa de debate público sobre a regulação democrática e socialmente referenciada do setor de comunicação social no país. Mesmo assim, nossa luta tem crescido e se fortalecido graças à persistência de ativistas, militantes e dirigentes de movimentos e organizações sociais, que compreendem o direito à comunicação como intrínseco ao próprio conceito de democracia. Fortalecer o FNDC é fortalecer essa luta, e o novo sistema nos ajudará muito nisso”, afirma Rosane.

Atualmente, cerca de 320 entidades nacionais e regionais compõem o FNDC, mas menos de 50 contribuem com regularidade para a sustentabilidade do FNDC. “O apoio político dá legitimidade a qualquer organização, mas o apoio financeiro garante não somente sua continuidade, como também o seu fortalecimento e sua independência”, observa Rosane.

Filiação para participação na Plenária Nacional

Entidades interessadas em participar da XIX Plenária Nacional do FNDC, que acontece de 21 a 23 de abril deste ano, devem se recadastrar ou se filiar ao Fórum até o dia 21 de fevereiro para poder participar com delegados/as do evento, tendo direito a voz e voto na plenária. O encontro elegerá a próxima gestão da Executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal do FNDC.

>> Clique aqui para recadastrar sua entidade ou se filiar ao FNDC: http://sistema.fndc.org.br/cadastro/

Fonte: FNDC.

Chamada de trabalhos para a revista Rádio-Leituras

rádio leituras

A Revista Rádio-Leituras está com chamadas abertas para as duas edições de 2016 da revista, ambas com temas livres, com os seguintes prazos de submissão: 05 de abril e 01 de setembro.

As diretrizes para autores, assim como as edições anteriores estão disponíveis no endereço http://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/radio-leituras. Podem ser submetidos originais em português, inglês ou espanhol. As submissões podem ser realizadas pelo sistema e informações podem ser obtidas pelo e-mail radioleituras@gmail.com.

Rádio-Leituras é publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto e pelo Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo e conta com apoio do GP de Rádio e Mídia Sonora da Intercom.

Globalização concentrou a exibição cinematográfica na América Latina

simis

Por José Tadeu Arantes (Agência FAPESP)

Argentina, Brasil e México, os três países com maior tradição cinematográfica da América Latina, chegaram ao fundo do poço em número de filmes produzidos em meados da década de 1990. Foi a primeira vez que as curvas que registram as produções argentinas, brasileiras e mexicanas se cruzaram. E se cruzaram em um patamar extremamente baixo. Esse ponto de mínimo coincidiu com o forte enquadramento das três economias no processo de globalização.

“Foi um tsunami que submergiu a produção cinematográfica dos três países latino-americanos. E a retomada que se seguiu ocorreu em bases bastante diferentes das anteriores”, disse Anita Simis, professora livre-docente do Departamento de Sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus de Araraquara. Com atuação na área de sociologia da comunicação, ela concluiu recentemente o projeto de pesquisa Políticas para o audiovisual: Argentina, Brasil e México, que recebeu apoio da FAPESP.

Ela resumiu os principais resultados no artigo “Economia política do cinema: Argentina, Brasil e México”, publicado na revista Versión – Estudios de Comunicación y Política, da Universidad Autónoma Metropolitana, do México .

“É comum encontrarmos análises que enfatizam a produção, mas a minha pesquisa levou-me a olhar o fenômeno a partir do ângulo da exibição”, afirmou. “A reorganização pós-tsunami caracterizou-se pela forte concentração e internacionalização do capital das empresas exibidoras e a introdução do modelo multiplex, em que um mesmo espaço, na maioria das vezes localizado em shopping center, abriga várias salas de cinema.”

“O cinema deixou de ser entretenimento de massa e se tornou entretenimento de um segmento social com poder aquisitivo para pagar o bilhete de entrada acrescido do custo do consumo ao redor, desde os alimentos oferecidos pela própria sala até os produtos expostos nas vitrines das lojas dos shopping centers. Descartou-se a exploração comercial em profundidade, que caracterizava o modelo anterior, com a exibição primeiro nas salas de cinema das metrópoles do Primeiro Mundo; depois, no centro das grandes cidades dos países periféricos; e, por último, nos bairros e cidades do interior. E passamos a ter a exploração em extensão, com a exibição em um grande número de salas simultaneamente e uma acirrada publicidade, que dificulta a inserção do filme local, cujo marketing se resume, muitas vezes, ao boca a boca”, discorreu a pesquisadora.

Segundo Simis, três grupos exibidores – Cinemark, Cinépolis e GSR – controlam atualmente 35,9% das salas de cinema do Brasil. “Eles possuem 1.017 salas de um total de 2.833 e atraíram 45,9% do público em 2014”, informou.

Fundada em 1984 nos Estados Unidos, a Cinemark é a segunda maior rede mundial em número de salas e a primeira em venda de ingressos. Além dos Estados Unidos, está presente em outros 12 países. E, no Brasil, onde foi a introdutora do modelo multiplex, possui 585 salas, em 18 estados.

A Cinépolis, que é propriedade da Organización Ramírez, com sede no México, mas possui conexões com a Coca-Cola, o Medcom Group e a Imax Corporation, é a quarta maior operadora de cinemas do mundo e a maior da América Latina. Possui, atualmente, mais de 3.300 salas em 11 países. E expandiu-se com uma média de 200 novos cinemas por ano, nos últimos cinco anos.

O GSR (Grupo Severiano Ribeiro), que também atua sob a marca Kinoplex, é uma empresa brasileira que detém 250 salas em 11 unidades da federação: 188 com controle exclusivo e 62 em joint venture com a United Cinemas International.

Controle dos processos de distribuição e exibição

“No setor cinematográfico, a globalização se traduziu em um forte controle dos processos de distribuição e exibição. Na produção, pode até haver descentralização, como no México, onde existe uma forte associação das empresas locais com o capital estrangeiro, ou mesmo no Brasil e na Argentina, cuja produção local, depois de testada, pode ser distribuída por empresas norte-americanas. Mas são a distribuição e a exibição que constituem os elos privilegiados na cadeia de acumulação do capital”, analisou Simis.

Segundo a pesquisadora, a concentração e a internacionalização do processo de exibição foram impulsionadas pelo grande aumento do custo de produção dos filmes de Hollywood, que alcançou, nos anos 1990, o patamar dos US$ 60 milhões. Conforme estudo citado por ela [Cinema, Desenvolvimento e Mercado, de Paulo Sérgio Almeida e Pedro Butcher, Rio de Janeiro, Editora Aeroplano, 2003], em 1986 Hollywood dependia, em média, de 75% de receita doméstica e 25% da receita estrangeira para pagar seus custos de produção. Mas, já em 1998, a receita estrangeira havia superado a receita doméstica, na proporção de 55% para 45%.

“Como afirmou o próprio Jack Valenti, líder da MPAA (The Motion Picture Association of America – associação que representa os seis maiores estúdios de Hollywood) –, somente dois de cada dez filmes norte-americanos recuperavam o investimento por meio da exibição doméstica nas salas de cinema. Os demais dependiam da televisão, da TV a cabo, do vídeo e, mais do que tudo, do mercado internacional”, acrescentou Simis.

Isso explica por que o controle dos circuitos mundiais da distribuição e da exibição tornou-se uma peça-chave para o êxito dos negócios dos grandes estúdios. E por que as estratégias e táticas de exibição passaram a ser definidas globalmente. “O valor dos ingressos não é fixado pelo poder aquisitivo local onde se encontram as salas, mas, ao contrário, se abrem salas de exibição onde possa existir um público capaz de pagar o valor médio fixado em escala global”, explicou a pesquisadora.

“Aos nacionais restam os claros que não foram preenchidos pelos blockbusters estrangeiros”, continuou Simis. “Os filmes não chegam diretamente às telas para que o público determine se os consome, mas passam antes pelo crivo de distribuidores e exibidores que se valem de estratégias agressivas de publicidade, impedindo uma concorrência equilibrada com os produtos nacionais. O novo aqui é que o investimento nestas estratégias é cada vez maior.”

Como as empresas distribuidoras e as empresas exibidoras fazem parte, muitas vezes, dos mesmos grupos midiáticos, a concentração torna-se quase absoluta, restringindo o espaço para a diversidade cultural a algumas poucas salas das grandes metrópoles. Uma das estratégias que decorrem dessa alta concentração é o lançamento simultâneo em diversas salas do mundo, com um grande número de cópias disponíveis.

“Enquanto um produtor latino-americano coloca uma cópia de seu filme no mercado, um estúdio norte-americano lança simultaneamente 50 cópias. Como afirmou o veterano diretor de cinema argentino Octavio Getino, não houve uma crise na produção, mas uma reorganização da comercialização das obras a partir da crise nos modos tradicionais de circulação e recepção de filmes”, concluiu a pesquisadora.

Jornalista acredita que futuro da TV em 2016 é um campo aberto

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O Ver TV, da TV Brasil, exibiu no dia 10/01 (com reedição às 2h30 do dia 14) um debate sobre as perspectivas da televisão para 2016. Dentre os entrevistados, Paulo Victor Melo. Jornalista, membro do grupo OBSCOM/CEPOS e doutorando em comunicação na Universidade Federal da Bahia, Paulo Victor não comenta apenas as perspectivas para 2016, mas lembra o que de melhor e de pior ocorreu na TV no ano que passou.

A televisão em 2016 é um campo aberto, segundo o jornalista e mestre em Comunicação Paulo Victor Melo. “Se do ponto de vista tecnológico a televisão todo dia tem uma novidade, do ponto de vista regulatório, legal, pouca coisa mudou desde os anos 60”, comenta Paulo.

Para o jornalista, caberá ao Estado em 2016 decidir se encampará uma reforma regulatória dos meios de comunicação ou se a TV continuará sendo “um espaço de lucro para poucos”. Sobre as mudanças no conteúdo, Paulo destaca as alterações que já estão ocorrendo nos programas de TV graças aos avanços tecnológicos como a participação de espectadores com mensagens publicadas em redes sociais. Porém, faz a ressalva de que a participação popular deveria ser muito maior e mais relevante.

O jornalista encerra criticando a falta de investimento nas TVs públicas, tanto por parte dos governos estaduais quanto do governo federal, e não vê um futuro promissor para elas em 2016. “Esse pouco investimento é reflexo de algo maior que é uma compreensão da comunicação pública como algo secundário”, analisa Paulo.

Veja a entrevista completa em: http://tvbrasil.ebc.com.br/vertv/post/jornalista-acredita-que-futuro-da-tv-em-2016-e-um-campo-aberto

Inscrições abertas para curso sobre “Rádio de contemporaneidade” da Escola de Verão da Intercom

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A Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) realiza no dia 27 de janeiro, das 8h15 às 19h, em São Paulo, curso sobre “Rádio e Contemporaneidade”, promovido pela Escola de Verão da Intercom e organizado pelo Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da entidade. São 25 vagas e as inscrições podem ser feitas até o dia 15 de janeiro, pelo e-mail escoladeverao.cursoderadio@gmail.com.

A promoção se destina especialmente aos professores de cursos superiores de Comunicação e pós-graduandos nos programas da área (mestrandos e doutorandos). A inscrição é gratuita.

Na mensagem de inscrição, professores de cursos superiores de Comunicação e pós-graduandos nos programas da área (mestrandos e doutorandos) devem escrever no título “Inscrição para o curso Rádio e Contemporaneidade” e, no corpo da mensagem, nome completo, IES, titulação, data de nascimento, endereço residencial e link do Currículo Lattes. Além disso, é necessário que o candidato informe se é associado da Intercom; justifique, em até 500 caracteres, o interesse em participar do curso; e escreva, ao final, a seguinte frase: “Em caso de aceitação da minha inscrição, comprometo-me a participar de todo o curso, das 8h15 às 19h”.

Haverá transmissão on-line do curso, com participação aberta ao público em geral, por meio das redes sociais. Posteriormente, todo o conteúdo será postado no Portal da Intercom.

Veja os temas que serão tratados na Escola de Verão:

Horário Tema Palestrante
8h15 Abertura Coordenadora GP Rádio e Mídia Sonora da Intercom – Valci Zuculoto (UFSC)

Vice-coordenadores – Débora Lopez (UFOP) e Marcelo Kischinhevsky (UERJ)

8h30 O rádio e a cultura do ouvir José Eugênio de Oliveira Menezes (Cásper Líbero)
9h30 O rádio e as novas práticas de negócios Álvaro Bufarah (Faap)
10h30 Intervalo para café
10h45 Consolidação do rádio na internet: como criar e manter uma webradio Ricardo Fadul (UNI-FACEF e SHASTA Custom Branded Music)
12h Intervalo para Almoço
14h00 Rádio expandido e reconfiguração dos mercados de mídia sonora Marcelo Kischinhevsky (UERJ)
15h00 Futebol midiático: reflexões sobre o jornalismo esportivo no rádio Patrícia Rangel (ESPM/SP e Faculdades Rio Branco)
16h00 Intervalo para café
16h15 Conteúdo no rádio contemporâneo Débora Lopez (UFOP)
17h00 Radiodramatização e linguagem radiofônica Eduardo Vicente (USP)
18h00 O rádio público no Brasil Valci Zuculoto (UFSC)
18h45 Encerramento Coordenadora do GP Rádio e Mídia Sonora da Intercom – Valci Zuculoto (UFSC)

Vice-coordenadores – Débora Lopez (UFOP) e Marcelo Kischinhevsky (UERJ)

Fonte: com Intercom

Brazilian Journalism Research está com chamada aberta sobre Jornalismo e Democracia

BJR

A Brazilian Journalism Research convida os pesquisadores a participar do Dossiê “Jornalismo e Democracia”, que receberá artigos que contemplem diversidade de abordagens teóricas, epistemológicas, metodológicas e empíricas da investigação sobre as relações entre o Jornalismo e a Democracia. Os artigos devem ser submetidos até 05 de março de 2016, para serem selecionados para a edição 2016.2, Volume 13, a ser publicada em agosto de 2016. Estão à frente deste dossiê os editores convidados Liziane Soares Guazina (UnB) e Danilo Rothberg (Unesp).

Os artigos devem ser enviados exclusivamente por meio do sistema eletrônico SEER/OJS, disponível no site do periódico:http://bjr.sbpjor.org.br. Em caso de dúvidas, enviar e-mail para bjr@gmail.com.

Como a Brazilian Journalism Research (Qualis B1 CSA1) publica duas versões de cada número (português/espanhol e inglês), os autores dos artigos aceitos enviados em português ou espanhol deverão providenciar a tradução para o inglês. Do mesmo modo, os artigos submetidos e aceitos em inglês deverão providenciar a tradução para português ou espanhol.

Diretrizes para os autores encontram-se no link:http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/about/submissions#authorGuidelines

EMENTA

Aceleradas transformações no ambiente político têm ocorrido em países da América Latina, com a emergência na cena pública de novas forças políticas conservadoras na Argentina, Uruguai, Venezuela e Peru, que têm tensionado as disputas eleitorais. Além disso, na Europa, a democracia tem sido testada em seus limites após a crise dos refugiados sírios, os ataques em Paris e a crise econômica grega.

No Brasil, as manifestações de junho de 2013, as eleições presidenciais de 2014, os protestos feministas nas mídias sociais e nas ruas em 2015, a ofensiva conservadora no Congresso Nacional e o atual cenário discursivo de crise político-econômica são alguns dos fatores que têm contribuído para a reconfiguração das dinâmicas políticas, as relações entre oposição e governo e a própria agenda social brasileira. Sucessivas denúncias de corrupção e o aumento da polarização das opiniões públicas também têm contribuído para acirrar ainda mais os ânimos no debate público nacional.

Em meio a essas múltiplas interfaces, o sistema democrático, independentemente das características singulares de cada país, vive um momento crítico, ao ser posto em xeque enquanto modelo garantidor de direitos a todos os cidadãos. Diante deste quadro, como o Jornalismo responde (ou deveria responder) aos desafios impostos por novas agendas e atores sociais, crises de representatividade, midiatização da política, rearticulação de elites cada vez mais globalizadas e fragmentação de forças políticas ligadas aos movimentos sociais?

Em que medida o Jornalismo tem contribuído para a manutenção e/ou renovação da democracia nos diferentes países? Os princípios da pluralidade de pontos de vista e da diversidade de vozes têm sido observados nas coberturas políticas? Os novos atores sociais têm espaço nas notícias políticas ou repetem-se a agenda tradicional de temas e as abordagens negativas sobre a política? Novos enfoques – problematizadores, contextualizadores, menos fundamentados em preconceitos, opiniões ou alinhamentos ideológicos mais ou menos explícitos – têm sido buscados nas coberturas? Ou ainda se enfatizam as supostas manobras de bastidores das elites, as negociações entre grupos partidários, o folclore político e as denúncias de todo tipo? A democracia tem sido valorizada no discurso e na práxis jornalística?

Com este Dossiê, espera-se publicar textos que enfoquem as múltiplas dimensões das relações entre Jornalismo e Democracia, especialmente as interações entre fontes e jornalistas em ambientes democráticos e autoritários, os limites da liberdade de expressão, jornalismo, mídias sociais e mobilização política, coberturas jornalísticas sobre escândalos políticos e denúncias, coberturas eleitorais, jornalismo político e os novos atores sociais, pluralidade e diversidade no jornalismo, novas temáticas no jornalismo político.

Chamadas de trabalhos para a Revista Mídia e Cotidiano

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A Revista Mídia e Cotidiano, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (UFF), está recebendo artigos para suas três edições de 2016 que terão as seguintes Seções Temáticas e prazos:

– Seção Temática: Memórias e Esquecimentos na tessitura do cotidiano – de 20/12/2015 a 31/01/2016

O dossiê objetiva reunir artigos que contemplem pesquisas sobre a produção de memórias e de esquecimentos nas narrativas do cotidiano. Interessa reflexões teóricas e estudos aplicados que busquem compreender os processos de construção/reconstrução e significação/ressignificação midiática na produção da experiência cotidiana; a lembrança, o esquecimento e a construção da memória social pela mídia; memória, relações de poder e produção de verdades; as memórias em disputa; o papel da mídia como produtora da memória transformadora das relações sociais; a produção de memória política; entre outros. A chamada para este dossiê está aberta até o dia 31 de janeiro de 2016 e a revista está com publicação prevista para 31 de março.

– Seção Temática: Comunicação, Poder e Ciberespaço  – de 01/03/2016 a 20/04/2016
Com a consolidação da Internet em larga escala, passamos a compreender, cada vez mais, e nos mais diversos campos do conhecimento, que estamos lidando não só com um lugar para nossas realizações diversas, mas também com um espaço para múltiplos encontros. Essa chamada tem como objetivo convocar artigos que investiguem questões como a governança da Internet; relações da regulamentação com o cotidiano das pessoas; os processos de empoderamento das minorias ou grupos marginalizados por meio das mídias sociais; as contradições da dualidade democrática no ciberespaço; os movimentos sociais nos quais o uso das mídias digitais teve um papel proeminente e o ativismo digital em suas diferentes matizes.

Seção Temática: Jogos Digitais, Comunicação e as práticas do cotidiano – de 01/06/2016 a 15/08/2016

A décima edição da Revista Mídia e Cotidiano privilegia as discussões em torno dos jogos digitais (jogos eletrônicos, videogames), relacionando-as com os campos da Comunicação e das mídias, assim como das práticas do cotidiano. Após quase quatro décadas de seu início comercial, ao final da década de 1970, os games amadureceram em diversos sentidos, desde seus aspectos tecnológicos – qualidades gráfica e sonora, possibilidades de construção de complexas narrativas interativas, etc. – até seu aspecto expressivo e comunicacional, o que pode ser apreendido sobretudo no contexto dos jogos independentes, os indie games, em seus diversos vieses: newsgamesadvergamesart games, jogos políticos, jogos educacionais, serius games, dentre outros. Para além dos jogos mainstream (ou AAA, Triple-A), cujo foco, no mais das vezes, é o entretenimento per se, atualmente, uma miríade de títulos extrapola este foco, operando, através de suas mecânicas e dinâmicas próprias de funcionamento, processos expressivos e comunicativos entre objeto midiático (jogo) e interagente (jogador). Assim, convidamos pesquisadores a submeterem artigos dentro do escopo desta edição, o que inclui os seguintes tópicos (não se limitando a eles): Jogos digitais e práticas do cotidiano; Jogos digitais e Comunicação; Jogos digitais e expressão; Narrativas Interativas nos jogos digitais; Newsgames e jornalismo digital; Advergames e publicidade digital; Jogos digitais e Educação; Ideologia e política nos jogos independentes; Jogos digitais e processos cognitivos; Arte e expressão nos jogos digitais.

A Revista Mídia e Cotidiano (Qualis B4 CSA 1) é uma publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense. São bem vindos artigos teóricos e frutos de resultados de pesquisa, assim como resenhas de livros publicados no Brasil e no exterior. Além dos temas das seções temáticas, o periódico aceita em caráter permanente artigos de temas gerais que tratem ou dialoguem com a temática da Revista.

Mais informações em http://www.ppgmidiaecotidiano.uff.br/

Manter a autonomia cultural ante um novo modo de desenvolvimento

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Por Granma 07/12 (tradução de Anderson Santos)*

Em qualidade de convidado do VIII Encuentro Internacional de Investigadores y Estudiosos de la Información y la Comunicación (ICOM) e ao IX Congreso Internacional de la Unión Latina de la Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC), encontrava-se em Cuba o jornalista brasileiro e doutor em Economia César Ricardo Siqueira Bolaño; inclusive alguns dias antes do início dos eventos, pois o trouxe também aqui o intuito de dar aulas aos alunos do Mestrado em Ciencias de la Comunicación da Universidad de La Habana.

César Bolaño — como é citado no âmbito acadêmico — é uma das referências fundamentais da sistematização da Economia Política da Comunicação e da Cultura na América Latina. Entre alguns de seus livros mais importantes destaca Indústria cultural, informação e capitalismo. Nos últimos anos, tem direcionado seu interesse até temas como Economia Política da Internet e a crítica da Economia Política do conhecimento, dentre outros. 

Minutos depois de concluir uma de suas conferências estava pronto para dialogar com Granma — em seu quase perfeito espanhol — o também fundador e sócio da ULEPICC, e quem foi seu primeiro presidente, sobre as expectativas a apenas algumas horas de iniciar a edição “mais relevante” do evento, segundo anunciaram seus organizadores.

— Por que escolher Cuba para um evento de Economia Política da Comunicação e da Cultura? Que motivações o impulsaram a participar?

— Há que partir primeiro de entender de que estamos falando. Trata-se basicamente de aplicar as ferramentas de análise da crítica da Economia Política, da Comunicação e da Cultura. Assim surgiu historicamente em distintos lugares do mundo. É uma perspectiva marxista do campo da comunicação, centrada na leitura da obra econômica de Marx, e que busca entender nos elementos micro e macro econômicos, como funciona o trabalho nas indústrias culturais. Evidentemente, isto desde uma perspectiva crítica do capitalismo.

Cuba evidentemente é uma incógnita, um desafio, porque é um sistema distinto. Trata-se de analisar como pode ser útil para a realidade cubana, desde a interdisciplinaridade na qual se mesclam a Comunicação, a Economia Política, as Ciências Sociais, sobretudo num momento de mudanças que é muito interessante.

Meu contato e aproximação com Cuba foi na condição de presidente da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC). Tínhamos uma proposta de preparar um evento que finalmente se concretizou, e neste momento estamos em processo da organização da parte cubana do Congreso de la ULEPICC, que vem a ser a consolidação desse projeto mais antigo e a possibilidade de fortalecer o diálogo.

— Em que contexto surge a ULEPICC?

— A ULEPICC tem seus antecedentes no grupo de trabalho d Economia Política da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) e da ALAIC.

Fui fundador de ambos grupos nos anos 1990, e num momento que era coordenador dos dois se criou a Revista EPTIC Online, um site que tem 17 anos e foi o primeiro a nível internacional. Por aí passaram muitos autores, e nestes três âmbitos se foi desenvolvendo o campo da Economia Política da Comunicação e da Cultura na América Latina.

Primeiro se organizou, promovida pela Revista EPTIC Online, uma reunião em Buenos Aires em 2001, e logo uma segunda em Brasília no mesmo ano, donde se decidiu fundar a ULEPICC e se programou um congresso para 2002 em Sevilha, no qual se constituiu a primeira direção. Logo foi necessário criar capítulos nacionais, que hoje existem em Brasil, Espanha, Moçambique e México, ainda que também haja sócios individuais que participam de muitos outros países da América Latina.

— Como caracterizaria o momento em que se encontram hoje os estudos no campo da Economia Política da Comunicação? Quais são os desafios urgentes de seus investigadores?

— Em todos os campos do saber, pelo menos nas Ciências Sociais, existe uma luta epistemológica de distintos paradigmas que estão postos na relação.

O campo da comunicação sofreu nas últimas décadas uma expansão enorme de cursos e pós-graduações; porém, ao mesmo tempo, este processo provocou que o pensamento crítico fosse muito prejudicado. Minha ideia é que a Economia Política da Comunicação participa da construção de um paradigma crítico geral no campo da Comunicação.

Sua ascensão desde os anos 1990 até hoje responde a uma nova mudança mais positiva. O que eu entendo é uma articulação entre a Economia Política e as perspectivas mais críticas dos Estudos Culturais, os estudos da comunicação popular e alternativa, e muitos outros, que poderiam se articular e se preservar.

O risco do crescimento da ULEPICC é transformar-se numa associação que produz eventos, e que está visível, porém sem perder também sua característica de crítica e alternativa. O desafio para seus investigadores é este, e aproveitar o processo de crescimento junto a outros setores para produzir uma teoria social crítica.

— Qual é a sua percepção sobre como tem transfigurado a Internet a realidade dos processos de informação e comunicação nos últimos anos?

— O problema da Internet é que foi uma revolução, porque toda a estrutura dos sistemas tradicionais das indústrias culturais se veem afetados em suas formas de funcionamento mais comuns; e é que a Internet é enganosa, porque aparentemente se trata de um processo de democratização de comunicação interativa, porém isto esconde algo mais complicado porque se trata de um processo de um sistema de manipulação de controle social como os outros.

Então o desafio é entender as possibilidades efetivas de democratização e de emancipação, porém, ao mesmo tempo, as formas de sofisticação dos elementos de controle e manipulação. É uma espécie de vitória da lógica mercantil nos processos comunicativos. Creio que esse é o ponto-chave.

— Expectativas com o Congresso…

— Tenho as melhores expectativas com este evento, e o fato de fazê-lo em Cuba, resultado de uma luta de cinco anos, gera toda uma felicidade. Tenho visto nas aulas um público muito interessado, com uma formação que ajuda o diálogo. Por outro lado, neste momento estou lendo os trabalhos dos estudantes e vejo neles uma perspectiva ante as mudanças muito realistas e críticas. Um aspecto positivo que penso dever prevalecer no âmbito cubano é manter a autonomia cultural frente ao que vem de fora, que nos talvez tenhamos perdido. Essa autonomia pode ajudar a produzir uma mudança positiva sem apartar-se de princípios que são fundamentais caso se queira pensar um novo modo de desenvolvimento.

* César Bolaño é líder do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS (Comunicação, Economia Política e Sociedade) e professor dos Mestrados em Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Brasil. Bolaño concedeu entrevista também ao CubaDebate, que reproduzimos aqui.

CIESPAL será sede del X Congreso Internacional ULEPICC 2017

ciespal

A assembleia dos sócios da Unión Latina de la Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC) se reuniu durante o nono congresso da entidade, realizado de 7 a 11 de dezembro, em Cuba, e escolheu por aclamação a CIESPAL, em Quito, no Equador, como a sede do décimo congresso da entidade, em 2017.

A proposta do Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina (CIESPAL) é realizar o congresso em julho de 2017, aproveitando o período de realização da conferência anual da AIERI/IAMCR (Associação Internacional de Estudos e Investigações sobre a Informação) em Cartagena de Índias (Colômbia).

Segundo o site da CIESPAL, a entidade “durante mais de 50 anos como organismo internacional tem trabalhado em forma articulada com distintas instituições governamentais, acadêmicas, científicas da América Latina e do Caribe. Seu objetivo é posicionar a comunicação como um fato social imprescindível no desenvolvimento integral da região. A instituição realiza constantemente investigações sobre temáticas de alta relevância no âmbito na comunicologia”.

DIRETORIA ELEITA

A realização do evento na sede da CIESPAL está entre as atividades propostas pela nova diretoria da entidade, eleita também na assembleia, e que conta como presidente Francisco Sierra Caballera, diretor-geral do centro de estudos com sede no Equador.

A nova diretoria é formada por: Francisco SIERRA CABALLERO, presidente (Universidad de Sevilla, España); Florence TOUSSAINT, vice-presidenta (Universidad Nacional de México-UNAM, México); Hilda SALADRIGAS, secretária-geral (Universidad de La Habana, Cuba); Marta FUERTES, tesoureira (Universidad de Salamanca, España); Isabel RAMOS, vocal de relações internacionais (Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales-FLACSO, sede Ecuador); Carlos DEL VALLE ROJAS, vocal de política científica (Universidad de la Frontera, Chile); e Daniela FAVARO GARROSSINI, vocal de comunicação (Universidad de Brasilia/CIESPAL, Brasil).