[Seminário OBSCOM/CEPOS] Políticas culturais e desenvolvimento

obscom4A segunda mesa do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, realizada na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em 11 de dezembro, apresentou dois posicionamentos um pouco distintos para tratar das políticas culturais e desenvolvimento na América Latina.

Pesquisadora da Universidad de Buenos Aires (UBA), Silvia Lago tratou dos bens culturais digitais. Dentre outros aspectos, Silvia destacou que software também é cultura, passando por uma série de experiências que demonstram a necessidade do acesso aberto na via digital, já que ainda não há a eliminação da natureza finita e concentradora dos meios físicos da distribuição.

Silvia afirmou ainda que o problema dos dias atuais não seria a pirataria, mas o anonimato, o que faz com que cresça a existência de microeditoras, no caso das publicações. Na Argentina, desde o final de 2013, há uma legislação que obriga a publicação em repositórios abertos para os pesquisadores que recebem recursos governamentais. Na Bolívia, segundo a pesquisadora, desde 2012 que o governo eletrônico e o software livre estão no nível central do Estado, em meio à aprovação da lei de telecomunicações e TICs.

A pesquisadora argentina lembra que a Internet começou como um bem comum, sendo necessário continuar a defesa do modelo colaborativo em meio a um debate que tende a assumiu um caráter ideológico, com as controvérsias sendo superadas pelas forças sociais. Neste ínterim, caberia ao governo ações que permitam criar um marco civil para o setor com as seguintes características: proteção da privacidade; liberdade de expressão; neutralidade da rede; e o debate público sobre a regulamentação.

Criador do Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM/UFS), César Bolaño destacou que há termos em disputa neste debate. Lembrou a gestão Gilberto Gil e Juca Ferreira no governo Lula, no Ministério da Cultura do Brasil (2003-2012), como representante de uma posição influenciada pela diversidade da Unesco e do conceito de indústria criativa. César critica a debate europeu, que apresenta um ponto de vista limitado com a separação do pensamento crítico entre indústria criativa e indústria cultural. Semanas depois, por sinal, Juca Ferreira seria anunciado como Ministro da Cultura no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff.

Sobre o desenvolvimento do software, apontado por Silvia antes, César afirmou que isto permite um reenquadramento do trabalho intelectual, que passa a estar no centro desta categoria, num sistema que exige um engajamento anímico muito forte, em que a inovação e a criatividade – outro termo em disputa – vêm à frente.

César afirma ainda a necessidade de compreender de forma global para entender e propor políticas culturais, de maneira a se defender a diversidade articulada a uma discussão sobre a hegemonia, caso contrário, o mercado é quem seguirá decidindo, ainda que considerando que há uma disputa entre diversos níveis de diversidade mesmo na perspectiva mercantil.

obscomgtGRUPOS DE TRABALHO

Após as mesas, a última atividade do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS resgatou uma atividade importante tanto dos Seminários CEPOS anteriormente realizados quantos dos eventos sob a organização do OBSCOM, reunidos no seminário deste ano: a apresentação de trabalhos de pesquisadores e pesquisadoras de diferentes níveis que constroem os grupos de pesquisa que atualmente conformam o OBSCOM. Além disso, a proposta de 2014 ano levou em conta uma tentativa de abrir espaço para apresentações de outros Estados, de maneira a gerar um diálogo entre pesquisadores de diferentes universidades que partem ou dialogam com a Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura.

Foram apresentados trabalhos em dois espaços diferentes da UFS, possibilitando a troca de perspectivas de aplicação teórico-metodológica frente a diversos objetos de estudo e um debate salutar para a evolução das pesquisas.

[Seminário OBSCOM/CEPOS] Políticas do audiovisual em países da América do Sul

obscom2A partir do final da década de 1990, vemos candidatos e candidatas a presidenta de partidos da esquerda ganhando eleições na América do Sul. Como contraofensiva, os grupos midiáticos líderes de cada país que se agregava a essa situação entrando em confronto com cada alternativa posta. Nem todos se arriscaram a enfrentar esta batalha através da necessária renovação da regulamentação da radiodifusão e mesmo quem conseguiu isso, deixou abertas possibilidades para ampliar a democratização da comunicação.

Aproveitando-se da presença de pesquisadores de diferentes países da região, as políticas do audiovisual, as comunicações e os desafios para Chile, Uruguai e Brasil representou o tema da primeira mesa do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em  11 de dezembro de 2014.

Pesquisador da Universidad de la Frontera, do Chile, Carlos del Valle apresentou o caso do país, destacando a necessidade de intervenção forte do Estado numa realidade de mercado totalmente concentrado. De acordo com del Valle, há um monopólio ideológico cujo efeito principal é que dificulta qualquer transformação. No Chile, 57% do bolo publicitário é dedicado às emissoras de TV.

O pesquisador chileno destacou que a digitalização da TV até pode ampliar a possibilidade de emissoras, entretanto, o problema seria o de regular, não ampliar a quantidade. Segundo ele, os proprietários de mídia e profissionais estão otimistas; entretanto, a atuação dos investigadores e críticos ao modelo vigente é de indolência na ação. Desta forma, haveria a necessidade de discutir as problemáticas para produzir conhecimento que sustente políticas para o setor.

Gabriel Kaplún, da Universidad de la República, do Uruguai, optou por fazer um resgate dos momentos em que a implementação de políticas públicas de comunicação veio à tona na América do Sul. O primeiro foi a discussão quase fracassada das décadas de 1970 e 1980, em meio aos debates no âmbito da Unesco de uma Nova Ordem Mundial de Informação e Comunicação.

O segundo momento, atual, teria começado a aproximadamente 10 anos, com as eleições de presidentes de partidos à esquerda em diferentes países. Alguns deles implementaram reformas, mas ainda sem considerar a convergência midiática. Conforme o pesquisador, uma parte da expectativa se perdeu, com a continuação da má regulação dos meios comunitários, definida pelo caciquismo político local, e certo temor sobre o dinheiro a ser conseguido para mantê-los.

Para Kaplún, é necessário impulsionar uma desconcentração, uma regulação da mídia, incentivar a comunicação pública, legalizar o setor comunitário e impulsionar a participação da sociedade civil. Como ferramenta de participação, ele sugere a criação de conselhos assessores de cidadãos, por entender que não há reformas possíveis antes de se ampliar a discussão.

Representante brasileiro na mesa, Fernando Paulino (UnB), lembrou a necessidade de entender a liberdade de expressão na esfera de direitos individuais. Além disso, destacou que houve no Brasil um processo de fragmentação política e dispersão normativa, com diferentes legislações para o mercado comunicacional, casos do Código Brasileiro de Telecomunicações, que desde 1962 legisla sobre a radiodifusão gratuita; e da Lei Geral de Telecomunicações, que passou a normatizar na década de 1990 a TV sob acesso condicionado a pagamento.

Paulino destacou também a complementariedade insuficiente entre meios públicos, privados e estatais, algo garantido pela Constituição, com um sistema público de comunicação marginal que não faz com que o povo se sinta parte.

Os exemplos apresentados na mesa, que também discutiu o modelo argentino e a Ley de Medios (2010), mostram a necessidade de se seguir nos debates sobre as políticas de comunicação. Nesta perspectiva, pensar a mudança na Indústria Cultural, agora em uma fase convergente, e garantir uma real participação social nos debates por uma maior democratização da comunicação são elementos essenciais para nosso subcontinente.

Chamada de capítulos para o livro ALAIC-ECREA

alaic_ecreaOrganizado em parceria pela Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC) e pela Associação Europeia de Pesquisa e Educação em Comunicação (ECREA), esta Chamada de Capítulos pretende reunir textos que reflitam sobre os principais paradigmas na pesquisa em Comunicação e Estudos de Mídia na Europa e na América Latina. Além disso, o projeto do livro pretende estimular um diálogo entre autores europeus e latino-americanos a partir da produção conjunta dos capítulos do livro. 

Para isso, os editores do livro vão selecionar artigos vindos da Europa e da América Latina, de acordo com os eixos propostos abaixo. Cada texto deve ser relacionar com o paradigma selecionado focado em sua própria região, elaborando o papel que esse paradigma tem desempenhado dentro de um dos dois continentes nas pesquisas em Comunicação e Estudos de Mídia.

É necessário que os textos incluam uma perspectiva histórica, uma análise detalhada dos debates atuais e propostas sobre perspectivas futuras. Sempre pertinentes, propostas teóricas e abordagens metodológicas também podem ser incluídas.

No processo de avaliação dos textos, os editores do livro vão convidar os autores que têm capítulos escritos sobre o mesmo paradigma para estabelecer um diálogo on-line que vai levar a uma introdutória (textual) reflexão adicional. Este processo inovador visa construir uma sólida e enriquecedora troca de ideias entre os autores a serem envolvidos no livro, e vai acrescentar uma dimensão comparativa no projeto do livro.

A) Eixos do livro

1. Correntes funcionalistas. Com um desenvolvimento inicial baseado nos Estados Unidos, a influência deste paradigma está presente em atividades acadêmicas, práticas profissionais e sistemas de comunicação em vários lugares do mundo. Os editores esperam receber textos que debatam e promovam reflexão sobre a presença de estudos funcionalistas em pesquisas realizadas na Europa e na América Latina, também lidando com suas relações conflitivas ou consensuais com outras abordagens. 

2. Correntes críticas. Da Escola de Frankfurt aos estudos de economia política da comunicação, primeiro na Europa e depois na América Latina, uma grande variedade de perspectivas de análise foi desenvolvida com foco crítico sobre as estruturas de poder (discursiva, econômico etc.). Textos que se encaixam neste eixo da Chamada devem se concentrar em analisar a história dessas perspectivas em uma das duas regiões, estudando cuidadosamente as suas ligações, a sua presença atual na Pesquisa Comunicação e suas relações com outras perspectivas.

3. Correntes culturalistas. Parcialmente desenvolvido como uma crítica sobre as correntes críticas, Estudos Culturais na Europa e América Latina desenvolveram um foco em: representações, mediações sociais que reconstroem o significado de mensagens (de mídia), e em configurações culturais que são inseridas e produzidas. A Chamada pretende receber textos que analisem e atualizem o debate provocado por estudos culturais, analisando suas continuidades contemporâneas na América Latina ou na Europa.

4. Correntes alternativistas. Com origens fora da academia e com uma presença mais forte na América Latina, os autores alternativistas tentaram construir alternativas concretas à mídia hegemônica e aos processos de comunicação. Consequentemente, os editores esperam receber artigos com uma avaliação crítica da história desta abordagem, de suas conexões no campo da comunicação e seus diálogos com as outras perspectivas.

5. Correntes pós-colonialistas e descolonialistas. Perspectivas pós-colonialistas, inicialmente decorrentes da Ásia, propõe uma leitura alternativa da história, enfatizando e recuperando a voz daqueles atores mantidos em silêncio sob o poder colonial ou influência, questionando os modelos de desenvolvimento da modernidade global como um todo. Na América Latina, mas também na Europa, algumas propostas têm adotado essa abordagem, dando início a um diálogo no contexto dos estudos de comunicação, combinando-a com outras vozes que vêm do Sul global.

Estamos especialmente interessados em receber textos sobre estes desenvolvimentos muito recentes e as percepções provenientes desses diálogos dentro e em torno da pesquisa em comunicação e nos estudos de mídia.

6. Correntes feministas. Pretendemos receber artigos que estudam as raízes teóricas e as implicações práticas da pesquisa feminista, na Europa e na América Latina. Estas análises fornecem avaliações críticas do papel do gênero, dentro de um horizonte de justiça social e de empoderamento.

B) Processo de Seleção, debate e edição

Para realizar uma seleção preliminar dos autores, solicitamos o envio até 15 de fevereiro de 2015 de um resumo alargado de até 1000 palavras (.doc, .odt ou .rtf) em Inglês ou em espanhol ou em Português para: Miguel Vicente (mvicentem@yahoo.es / miguelvm@soc.uva.es), Leonardo Custodio (Leonardo.custodio@uta.fi) e Fernando Oliveira Paulino (fopaulino@gmail.com).

No início da proposta, deve haver uma identificação clara dos seguintes aspectos:

Nome do(a) autor(a)
– País de origem e / ou residência

– Região: Europa ou na América Latina
– Eixo temático selecionado, de acordo (1 a 6) de acordo com a proposta acima

O(s) autor(es) também deve(m) mencionar se está(ão) planejando participar da Conferência da IAMCR em Montréal (12 a16 julho de 2015, www.iamcr.org), pois os editores de livros estão considerando a possibilidade de convocar uma reunião ou um painel interativo, se houver um número suficiente de autores que possam participar da Conferência. Estar presente na Conferência da IAMCR não é uma obrigação para participar do projeto do livro.

Os editores do livro vão notificar os autores dos resumos dos capítulos selecionados até 6 de Março de 2015. Os editores podem propor indicações para o capítulo a partir do que for lido no resumo encaminhado.

Os autores devem enviar uma primeira versão dos seus capítulos – em Inglês ou em espanhol ou em Português – até 22 de maio de 2015. Cada capítulo terá entre 5000 e 8000 palavras. As propostas de capítulos vão ser revisados pelos editores. Pareceristas externos podem ser adicionados nesta fase, a fim de incluir contribuições adicionais para os capítulos. O resultado da avaliação será comunicado até 22 de junho de 2015, algo que vai permitir que os participantes da Conferência da IAMCR (se o painel sobre o livro for viabilizado) apresentem as versões já revisadas de seu capítulo, como textos da Conferência. A Conferência da IAMCR será organizada em Montreal entre 12 e16 julho de 2015.

Todos os autores deverão enviar em uma nova e semi-final versão até 15 de Setembro de 2015. Estes capítulos semi-finais serão compartilhados entre todos os autores e editores.

Entre 15 setembro e 15 novembro de 2015, os editores do livro vão envolver os autores que escrevem sobre os mesmos paradigmas em uma discussão online, a fim de comparar as articulações destes paradigmas nos dois continentes, com a intenção de produzir textos adicionais, escrito em conjunto pelos autores de cada paradigma e um dos editores, que também serão incluídos no livro. Além disso, neste período, os autores ainda vão poder fazer ajustes em seus capítulos, se desejarem fazê-lo. Os artigos ligados aos debates comparativos deverão estar prontos até 15 de dezembro, em conjunto com todas as versões finais dos capítulos individuais.

Os autores vão enviar os seus capítulos definitivos: 1) em Inglês ou 2) em espanhol ou 3) em Português, até 30 de novembro de 2015. Uma vez que um capítulo estiver finalizado, ele será traduzido do Inglês para o Espanhol ou do Espanhol / Português para Inglês (dependendo de sua língua original). Os editores vão buscar apoio financeiro para esta tradução, mas não tem condições de garantir isso nesta fase. O objetivo é publicar o livro em Inglês e em Espanhol / Português.

A data de lançamento prevista do livro é início de 2017, com a sua apresentação durante a Conferência da IAMCR em 2016.

Editores:

Fernando Oliveira Paulino (ALAIC), Miguel Vicente (ECREA) e Leonardo Custodio (ECREA) 

Corpo Editorial: 

César Bolaño (ALAIC), Nico Carpentier (ECREA e IAMCR) e Gabriel Kaplún (ALAIC).

[Seminário OBSCOM/CEPOS] O futuro da EPC

obscom1A luta epistemológica é um dos temas presentes nos debates com a participação de pesquisadores brasileiros da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC). A palestra de abertura do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, evento realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS) no dia 11 de dezembro de 2014, teve como convidado o professor Ruy Sardinha Lopes (USP). Com base nesta preocupação, o atual editor geral da Revista EPTIC Online apresentou “O futuro da EPC”, percorrendo do estado da arte aos desafios para este eixo teórico-metodológico nos próximos anos.

Ruy contou o estado da arte que compõe a constituição dos estudos em EPC tendo como pressuposto que não se trata de uma área de interface ou de uma discussão culturalista em indústrias culturais, mas de estudos em função do modelo econômico que deu origem aos produtos culturais.

Apresentando as tradições estadunidense e europeia, que tiveram como eixos inaugurais conceitos como mercadoria-audiência, função publicidade e cultura flot, Ruy chega ao desenvolvimento particular da área na América Latina. Segundo ele, há o resgate do pensamento marxista com questões culturais importantes, na constituição de um pensamento crítico que se desenvolveu de maneira quase autônoma. O “passo atrás” de voltar a Marx para entender o projeto de desenvolvimento aplicado após a 2ª Guerra Mundial permaneceria para observar a mudança na própria lógica de acumulação, que gerou a necessidade de oferta de instrumentos analíticos específicos.

Assim, segundo o pesquisador da USP, houve a necessidade de constituição de uma nova agenda que superasse as análises de conteúdo, com velhos esquemas perdendo vigência. Dentre os elementos que compõem esta agenda estariam: o processo de convergência tecnológica; e a centralidade das indústrias culturais nos processos de acumulação do capital, com a centralização da cultura sendo sobretudo econômica. Neste sentido, a crítica da EPC ganha relevância, com toda uma discussão sobre o valor inerente ao campo das artes, por exemplo, tornando-se importante para os estudos da Economia.

O desenvolvimento da EPC perpassou estudos que contaram com estas análises. Para o futuro, Ruy aponta, dentre outras coisas, a necessidade de rever os princípios da área e possibilitar que novos paradigmas sejam estabelecidos, com diálogo com outras ciências da Comunicação. Haveria ainda novos enfoques a serem buscados, casos da ruptura do emissor-receptor (gerando o que alguns autores apontam como “prossumidor”), a neutralidade da rede, a comunicação da rede e a pluralidade e diversidade de conteúdos. Mesmo com divergências internas, outro ponto de análise é a transformação do trabalho cultural e da comunicação, representada por modelos como o do Google. Assim como, a discussão sobre as Economias Criativas, utilizadas pelo neodesenvolvimentismo. Segundo Ruy, esta discussão vem sendo capitalizada por correntes neoclássicas, mas pode ser melhor estudada pelos pesquisadores da EPC.

Ruy entende que a EPC já representa uma teoria da comunicação e um campo epistêmico, ainda que não tenha privilégio exclusivo na área. Para ele, o desafio à vista é cristalizar os métodos de investigação desse objeto, por se tratar de um campo heterogêneo e interdisciplinar, mas sem ser eclético. Faz-se necessário, portanto, um programa de pesquisa científica que tenha como núcleo conceitual o “passo atrás” da visada marxista.

 

[Seminário OBSCOM/CEPOS] Mercantilização da universidade latino-americana

néstorAs modificações na categoria trabalho são um dos temas que cabem à análise da Crítica à Economia Política. A subsunção do trabalho intelectual cada vez mais crescente, dada a importância da inovação e da criatividade para o modo de produção capitalista, é um tema de importante debate para os pesquisadores, que discutem e vivem estas mudanças que interferem nas possibilidades de avanços científicos visando os interesses sociais.

Neste sentido, um dos pré-eventos do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, realizado na noite do dia 10 de dezembro de 2014 no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs/UFS), foi a mesa “Mercantilização da universidade latino-americana”, que contou com apresentação e comentários de César Bolaño (UFS) ao debate promovido por Néstor Correa, ex-presidente e atual secretário de imprensa da Asociación Gremial Docente de la Universidad de Buenos Aires (UBA).

Professor da cátedra de História e Economia da UBA, Néstor apresentou a situação dos professores das universidades argentinas, cujas características de precarização do trabalho docente se assemelham com o que ocorre no Brasil, corroborando com sua proposta de montar uma rede na América Latina de crítica à mercantilização da educação e da ciência.

Dois marcos para entender a guinada são o período da ditadura militar e o governo Menem. No primeiro caso, foi quando teriam aparecido os primeiros pequenos pagamentos aos estudantes, que queimavam os carnês. No segundo período, foram aplicadas as políticas do Banco Mundial, sendo mantidas nos governos seguintes, que geraram flexibilização do trabalho, a ponto de hoje 70% dos professores não serem de relação permanente no caso da UBA, o que Néstor aponta como uma forma de manter o controle social.

Isso gerou a necessidade de enfrentar o que ele aponta como um processo de “destruição civilizatória” das conquistas históricas que foram alcançadas anteriormente. Reflexo do avanço do capital sobre outros campos, com políticas orientadas e dirigidas para o benefício do capital financeiro, em que as universidades passam a atender essa lógica ao serem forçadas a cumprir com metas pré-estabelecidas, caso não o façam, os orçamentos disponibilizados serão menores. No caso argentino, o orçamento sequer vai direto às universidades. 15% ficam nas mãos do poder Executivo e o resto vai para pagar os salários dos professores e demais despesas, o que, segundo Néstor, vem empurrando as instituições a buscar financiamento externo.

A educação teria se tornado um negócio internacional multibilionário, alcançando cifras de bilhões de dólares e gerando dívidas de créditos estudantis que chegam a ser impagáveis em países como os Estados Unidos. Além disso, o pesquisador argentino lembrou que há a participação de instituições financeiras diretamente no setor, caso da tentativa do Santander em penetrar em todos os campos de atividade científica. Com o avanço científico sendo condicionado à necessidade de mercado, a mão de obra formada é condicionada à demanda das empresas.

No que tange à formação universitária, ainda que a fase atual seja a de ampliar as vagas nas instituições de ensino superior, teria havido uma desqualificação do ensino superior, que Néstor apontou na palestra que ocorre através da aplicação de políticas de embrutecimento coletivo e não de uma nova imersão ao conhecimento, como os autores que defendem o momento atual como o de desenvolvimento de um capitalismo cognitivo ou de uma Sociedade do Conhecimento indicam.

Como opção a essa situação, presente em outros países latino-americanos, ainda que em diferentes escalas, Néstor aponta a necessidade de resistência, que não parte do poder universitário, mas do elemento juvenil e de alguns professores, os que não são cooptados com vantagens financeiras (cargos de chefia).

Observar este processo e unir forças para barrar a mercantilização é um objetivo que deve ser encampado por docentes de diferentes instituições. A troca de experiências para manter direitos representa elemento importante para frear a mercantilização do ensino nos nossos países e, consequentemente, fortalecer a produção de conhecimento e a formação de futuros profissionais.

[Call for paper] VI Compolítica

encontro-compolitica-2015_3O VI Encontro da Associação Brasileira de de Pesquisadores em Comunicação e Política (VI Compolítica) está com chamada de trabalhos aberta para o evento, que este ano será realizado de 22 a 24 de abril na PUC-Rio (Rio de Janeiro). Constam da programação prévia uma mesa de abertura (com convidado internacional), quatro mesas-redondas e a apresentação de trabalhos distribuídos em 9 GTs, que cobrem os principais temas do campo.

A submissão de trabalhos está aberta e obedece os seguintes prazos:

1) Envio de resumos expandidos (de até 4 mil caracteres s/espaço) para o email compolitica2015@gmail.com,até 15 de fevereiro de 2015, com o Grupo de Trabalho (GT) pretendido no título da mensagem. Os trabalhos enviados que não especificarem o GT no título da mensagem não serão considerados;

2) Resultados das propostas selecionadas até 03 de março de 2015;

3) Envio do texto completo: até 30 de março (em breve serão divulgadas informações sobre o template do encontro).

GTs do VI Encontro da Compolítica

1. Comunicação e democracia · Flávia Biroli (UnB) <flaviabiroli@gmail.com>

Acolhe trabalhos sobre a relação entre mídia e política nas sociedades democráticas, incluindo abordagens que destaquem o papel da comunicação nas teorias da democracia, os processos de produção das preferências e de definição da opinião pública, as transformações no discurso político e a importância da visibilidade midiática na produção do capital político, a conformação da agenda pública, a relação entre representantes e representados e os processos de accountability.

2. Mídia e eleições · Felipe Borba (UNIRIO) <felipe.borba10@gmail.com>

Tem como foco pesquisas que objetivam compreender a relação entre mídia e processos eleitorais. Dentre os eixos que constituem essa relação, cabe destacar: a) cobertura jornalística de eleições; b) Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE); c) comportamento eleitoral; d) mídias alternativas e eleições; e) accountability eleitoral; f) mídia e eleições permanentes.

3. Comunicação institucional e imagem pública · Maria Helena Weber (UFRGS) <maria.weber@ufrgs.br>, <mhelenaweber@terra.com.br>

Tem por objetivo discutir trabalhos que exploram a relação entre a mídia e a imagem pública tanto dos governantes, representantes, e atores da sociedade civil quanto das instituições políticas. Abrange a) marketing político; b) campanhas políticas; c) construção da imagem pública de representantes, de atores cívicos e de instituições; d) estratégias de formação de imagem; e) pesquisa e avaliação de imagem.

4. Internet e política · Sérgio Braga (UFPR) <sssbraga@gmail.com>, <ssbraga@ufpr.br>

Abrange estudos sobre fenômenos políticos das mais diversas naturezas que se apresentam na Internet e a partir dela. Contempla os seguintes eixos: a) relação entre as novas tecnologias e democracia; b) governo eletrônico; c) accountability eletrônico d) experiências de utilização da internet como espaço de participação e reivindicação política de grupos sociais ou cidadãos.

5. Comunicação e sociedade civil · Rousiley Maia e Rafael Sampaio (UFMG) <rousiley@fafich.ufmg.br>, <rousiley@yahoo.com.br>

Encampa trabalhos de natureza teórica e empírica que contemplem a interface entre comunicação e sociedade civil. Entre as múltiplas dimensões dessa interface, convém citar: a) ações coletivas com foco na visibilidade midiática; b) representações sociais nos media; c) identidade, reconhecimento e meios de comunicação; d) ativismo midiático e comunicação comunitária; e) ciberativismo; f) participação política e mobilização social; g) esfera pública e processos deliberativos; h) representação política e sociedade civil.

6. Cultura política, comportamento e opinião pública · Luciana Veiga (UNIRIO) <lucveiga@terra.com.br>, <luciana.fernandes.veiga@hotmail.com>, 

Acolhe trabalhos voltados para os seguintes temas: a) identificação de conhecimentos, valores e crenças que influenciam o comportamento político dos diversos atores na democracia (cidadãos, eleitores, políticos, partidos entre outros), b) análise dos determinantes do voto, c) estudo das percepções da opinião pública sobre os temas em debate e sua fundamentação, d) a importância da mídia em todos estes processos. Buscam-se diferentes ângulos de aproximação – teóricos e metodológicos – dos temas sob análise.

7. Políticas de comunicação · Othon Jambeiro (UFBA) <othonfernando@uol.com.br>

Tem o objetivo de debater textos que tratem de: a) bases conceituais para a formulação e execução de políticas de comunicação; b) relação entre políticas e estratégias de comunicação com cultura, democracia e cidadania; c) condicionantes históricos, econômicos, políticos, culturais, institucionais e legais para a formulação e desenvolvimento de políticas de comunicação; d) estrutura e funcionamento de instituições e organizações, públicas e privadas, envolvidas nos processos decisórios de concepção, implementação e controle das políticas de comunicação no mundo contemporâneo; e) tecnologias avançadas, particularmente Internet, e sua relação com os vários níveis de governo e grupos sociais e econômicos.

8. Jornalismo político · Fernando Azevedo (UFSCar) <f.azevedo@me.com>

Aceita trabalhos voltados à compreensão dos condicionamentos e conseqüências do jornalismo político. São bem vindas abordagens teóricas, históricas, empíricas, comparativas e transdisciplinares. Algumas questões clássicas incluem: cobertura eleitoral; ética jornalística e prática profissional; economia política dos meios noticiosos; jornalismo online; crise política e escândalo midiático; jornalismo e accountability; imprensa, governo e controle da informação; entre outras.

9. Propaganda e marketing político · Luciana Panke (UFPR) <lupanke@gmail.com>

Aceita artigos que identifiquem a importância da propaganda política no composto do marketing, tendo como eixos temáticos: a) história da propaganda política; b) biografias dos marketeiros políticos; c) experiências de propaganda política em veículos de comunicação (jornais, revistas, rádio, televisão, internet e “no midia”/mídia informal); d) jingles e slogans eleitorais; e) experiências inovadoras de planejamento estratégico em marketing político; f) marketing político internacional, relatos de experiências.

Para mais informações, acesse: http://www.compolitica2015.com.br

OBSCOM realiza VI Seminário Economia Política da Música

epmviO Observatório de Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (OBCOM/UFS), agora em parceria com o coletivo Serigy All-Stars e a Dogueria do Artista, promove o VI Seminário Economia Política da Música (EPM). O evento ocorrerá a partir das 19h do dia 21 de janeiro (quarta-feira), na Dogueria do Artista, em Aracaju.

No VI Seminário EPM, os representantes dos coletivos Serigy All-Stars e do Sarau de Baixo, Alex Sant’Anna e Pedro Bomba, respectivamente, e do SINDMUSE, Tonico Saraiva, debaterão o tema “Os Eventos Públicos e a produção local de música em Sergipe”, após a apresentação, por Demétrio Varjão, dos resultados de sua dissertação recentemente defendida no Mestrado em Comunicação da UFS.

Os seminários EPM são realizados desde 2012, com o propósito de socializar as pesquisas desenvolvidas no âmbito do Observatório e debater questões cuja preocupação de fundo é a relação entre cultura e economia.

Sobre os primeiros seminários, acessar: http://obscom.com.br/musica/2013/01/11/os-seminarios-economia-politica-da-musica/.

[Call for paper] IV COMÚSICA

comusicaA circulação de música pela sociedade nos dias de hoje passa inevitavelmente por articulações por redes sociais e canais virtuais. Mais do que pensar uma relação de causa e efeito, a questão que atravessa o tema deste encontro é a dinâmica e os desdobramentos dessa interação entre músicos, fãs, público, produtores e críticos de música no mundo contemporâneo. A formação de cenas musicais “deslocalizadas” ou “translocais” parece um fenômeno cada vez mais comum e presente, alterando determinadas noções engessadas sobre as conexões entre música, espaço e territorialidades.

O IV Congresso de Comunicação & Música: Música, Redes e Cenas Tranlocais convida pesquisadores, mestrandos e doutorandos a participar desse debate através da submissão de resumos ampliados para os Grupos de Trabalho do Congresso, a realizar-se entre os dias 13 e 15 de maio, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

As submissões devem ser feitas exclusivamente para o email dos GTs através de um resumo ampliado (cerca de 500 palavras), contendo também título, nome completo, filiação institucional, email de contato e palavras-chave (3 a 4).

Ementas dos GTs:

GT 1: Comunicação, Música e Estética

Coordenadores: Jeder Janotti (UFPE) Thiago Soares (UFPE)

A proposta deste GT é absorver trabalhos que discutam as múltiplas articulações estéticas da música na sociedade atual. Reflexões sobre as sensibilidades produzidas pela música, julgamentos de valor, discursos de crítica e relações entre corporeidades e experiência musicais são alguns dos temas que são abarcados por este grupo de trabalho.

e-mail: gt1ivcomusica@gmail.com

 

GT 2: Música, Tecnologias e Materialidades

Coordenadoras: Simone Pereira de Sá (UFF) e Adriana Amaral (UNISINOS)

Este GT tem por foco trabalhos centrados na análise dos aspectos materiais da produção, circulação e consumo da música, compreendendo as tecnologias e artefatos técnicos como mediadores fundamentais da experiência musical. Reflexões sobre a história das tecnologias musicais, as apropriações tecnológicas por cenas musicais, as diversas dimensões da materialidade da escuta; e ainda sobre a ecologia da música no ambiente das redes sociais e plataformas musicais, tanto quanto seus desdobramentos em temas tais como performance de gosto das cenas virtuais e disputas entre fandoms são alguns dos temas que atravessam o GT.

e-mail: gt2ivcomusica@gmail.com

 

GT 3: Comunicação, Música e Territorialidades

Coordenadores: Cíntia Fernandes (UERJ) e Felipe Trotta (UFF)

O GT se propõe uma reflexão sobre a música no tecido urbano, indagando sobre a experiência musical no espaço e no território, vivenciada em situações diversas que alteram os sentidos conferidos ao ambiente. Mais do que pensar em “paisagens sonoras”, buscamos sublinhar territorialidades que produzem e reconfiguram o espaço e as relações sociais (transitórias, efêmeras e ao mesmo tempo profundas e impactantes) que neles operam.

e-mail: gt3ivcomusica@gmail.com

 

GT 4: Transformações no Mercado da Música

Coordenadores: Marcelo Kischinhevsky (UERJ) e Micael Herschmann (UFRJ)

O mercado atual de música tem passado por inúmeras mudanças que estão estreitamente vinculadas à circulação de músicas pela internet e pelas redes sociais. Novas estratégias de intervenções musicais e divulgação, além de ocupação de espaços e canais de distribuição de música tem dado um novo perfil para a o mercado musical. Rádios comunitárias, sites na web, cenas virtuais, músicos de rua, shows gratuitos, festas alternativas, festivais e uma série de eventos e atividades produziram uma alteração nas maneiras de produzir, acessar e experimentar a música.

e-mail: gt4ivcomusica@gmail.com

Calendário:

Submissão dos resumos expandidos: até 25/02/15

Divulgação dos resultados das submissões: 13/03/15

Inscrições: de 14/03/15 a 13/05/15

Valores das inscrições:

Participantes De 14/03 a 30/04 De 01/05 a 10/05 A partir de 13/05
Estudantes 60,00 80,00 100,00
Docentes 80,00 100,00 120,00

 

Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba abre inscrições para seleção de estudantes brasileiros

10922563_Com Ministério das Comunicações

A Coordenação dos Exames de seleção para a Escola Internacional de Cinema de TV de Cuba no Brasil (EICTV) comunica que estão abertas, até o dia 7 de março, as inscrições para o Processo Seletivo 2015 / 2018. As provas serão aplicadas nos dias 13 e 14 de março, em cinco cidades: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC), Belém (PA) e Brasília (DF).

Serão oferecidas oito especializações – Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição e TV e Novas Mídias. Cada candidato deverá optar por apenas uma destas especializações. A Coordenação dos Exames de seleção para a EICTV no Brasil comunica que estão abertas até o dia 7 de março, as inscrições para o Processo Seletivo 2015 / 2018. As provas serão aplicadas nos dias 13 e 14 de março, em cinco cidades: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC), Belém (PA) e Brasília (DF).

Do Brasil, serão selecionados de quatro a seis candidatos que irão fazer parte de um grupo de 40 estudantes de todo o mundo, principalmente da América Latina. O curso tem duração de três anos. O início está previsto para setembro de 2015 e término em julho de 2018.

Inscrições

As fichas de inscrição serão disponibilizadas pela internet através nos blogs www.eictvbrasil.blogspot.com.br e www.eictvpara.blogspot.com.br , na Fanpage do Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais – IRIS, do Departamento de Antropologia da UnB, nos sites da Associação Curta Minas / ABD-MG, do Canne / Fundação Joaquim Nabuco, do SINTRACINE / SC, da Cinemateca Catarinense e do Ministério da Cultura.

Após o preenchimento, a ficha de inscrição deve ser enviada por e-mail para eictvbrasil@gmail.com.

Sobre a Escola Internacional de Cinema e TV

A EICTV, localizada em San Antonio de los Baños (Cuba), é considerado um dos melhores centros de formação audiovisual em todo o mundo. Foi fundada em 15 de dezembro de 1986, pela Fundação Novo Cinema Latino-Americano (FNCL). Seus fundadores foram o jornalista e escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, o poeta e realizador argentino Fernando Birri e o teórico e realizador cubano Julio García Espinosa, entre outros. Na época, a intenção foi criar uma escola que atendesse povos de língua latina, África a Ásia. Desde então, já formou milhares de estudantes e profissionais de mais de 50 países, que fizeram desta escola um espaço para a diversidade cultural de grande envergadura, hoje referência mundial.

Para mais informações, acesse:

EPTIC abre chamada de artigos sobre regulação da mídia

epticREVISTA EPTIC ONLINE, produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), informa que está aberta a chamada de trabalhos para a edição de maio-agosto de 2015 , vol17, n.2, que terá como tema de seu dossiê temático “Perspectivas e desafios para as políticas de regulação da mídia”.

Pode-se  considerar que de quatro em quatro anos o ciclo das políticas tende a ser renovado no Brasil, e com as políticas de comunicação não é diferente. Nos últimos doze anos houve importantes mudanças no campo como a  Lei de Acesso à Informação (12.527 de 2011), a lei do SeAC (Lei 12.485 de 2011), que trata dos Serviços Audiovisuais de Acesso Condicionado, o novo Marco Civil da Internet. As inegáveis mudanças contrastam, contudo, com a falta de políticas que incidam, por exemplo, na regulação da radiodifusão, que no Brasil ainda segue como um dos setores politicamente mais fortes. Os últimos quatro anos foram marcados por alguns avanços, mas, principalmente, por muitas expectativas. O ano de 2014 foi encerrado com a eleição presidencial mais polarizada dos últimos 25 anos e com o anúncio da presidenta reeleita de que na agenda das mudanças para o próximo mandato estaria a regulação econômica da mídia.

Surgem, portanto,  desafios para os estudos da Economia Política da Comunicação: O que vem a ser esta regulação econômica da mídia? Qual o lugar da comunicação pública nesta regulação? Como estão os países que já regulam economicamente as suas mídias? Quais as diferenças entre regulação de conteúdo e econômica, quais são os seus limites e potencialidades? O que esperar realmente deste anúncio e se há sinalizações reais de mudanças? São questões que precisam ser refletidas neste campo.

Prazo final para envio: 30/03/2015

Editor Geral: Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes

Coordenadores do dossiê temático:  Prof. Dr. Fernando Oliveira Paulino (UnB) e Drª Mariana Martins de Carvalho (EBC)

Mais informações e normas para submissão: www.revistaeptic.ufs.br