Eptic e Chasqui abrem Call for Papers para Edição Comemorativa Conjunta

As revistas Eptic, que completa vinte anos de existência, e Chasqui, produzida pelo Ciespal (Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação da América Latina) que comemora 60 anos de atividades, abriram Call for Papers para Edição comemorativa a ser publicada no último quadrimestre de 2019.

Os periódicos lançaram o Dossiê conjunto “Indústrias Culturais e Economia Política” que será publicado em duas partes. A primeira parte será publicada no Vol 21 nº 3 (set-dez) da Revista Eptic enquanto a segunda parte será publicada no nº 142 (dez) da Chasqui em dezembro de 2019.

A revista Eptic aceita contribuições para o dossiê até o próximo 3 de junho. Já a Chasqui estipulou como data limite 23 de agosto de 2019. Os autores devem enviar seus originais para somente um dos periódicos da sua escolha e, para tanto, deverão observar atentamente os prazos e as normas de submissão específicos de cada periódico.

As normas para submissão da Revista Eptic podem ser acessadas aqui e as da Revista Chasqui aqui. Os Coordenadores do dossiê temático são o Prof. Dr. Cesar Bolaño (Universidade Federal de Sergipe) e o Prof. Dr. Juan Camilo Molina (Ciespal).

O Dossiê tem como objetivo fomentar a discussão sobre os sofisticados processos de produção e suas complexas cadeias produtivas em países emergentes, bem como as iniciativas de tais países em conformar políticas públicas que permitam às Indústrias Culturais navegar por diferentes áreas de intervenção, de acordo com a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais que surgiu na Conferência Geral da UNESCO em 2005 e pela primeira vez considerou os processos e efeitos da globalização e as brechas deixadas pela aposta dos países de economias avançadas ao reconhecer a taxa de retorno propiciada pelo investimento nesse tipo de indústria.

As contribuições devem dialogar com os seguintes eixos temáticos:
– Comunicação, processos culturais e políticas públicas
– Indústria criativa e novos mercados de comunicação
– Os fluxos de comunicação globais e as identidades culturais
– Impactos das políticas de comunicação na visibilidade da cultura
– A diversidade cultural nos meios (tradicionais e comunitátrios)

 

IAMCR Abre Chamada de Trabalhos para seu Congresso em Madrid

A Internacional Association of Mass Communication Research está com chamada aberta para seu congresso até 8 de fevereiro de 2019. O evento acontecerá em Madrid de 7 a 11 de julho na Universidad Complutense de Madrid.

O congresso terá como tema “Comunicação, Tecnologia e Dignidade Humana: Direitos Controvertidos e Verdades Contestadas” com o objetivo de gerar um debate transversal sobre o tema ao longo do congresso, permitindo explorar um mesmo tema a partir de diferentes perspectivas que interajam entre si.

O envio de propostas para as diversas sessões temáticas e grupos de trabalho será realizada exclusivamente através do sistema online do congresso disponível aqui.

Normas para envios de resumos

Os resumos devem ter entre 300 e 500 palavras de extensão, a menos que alguma sessão ou grupo de trabalho tenham alguma diretriz particular a respeito. Todos os resumos devem ser apresentados através do sistema Open Conference System (OCS) da IAMCR/AIES. Não será admitido que nenhum resumo seja enviado através de correio eletrônico a nenhuma Seção ou Grupo de Trabalho

Mais Informações

Em espanhol: aqui
Em Inglês: aqui

Revista Espanhola abre Chamada para Dossiê sobre a Influência de Algoritmos e Sites de Redes Sociais em Democracias

Com o sugestivo título “Hackeo de la Democracia” (Hackeamento da Democracia), a Revista Teknokultura ligada à Universidad Complutense de Madrid abre chamada até o dia 31 de janeiro de 2019 para dossiê sobre o impacto e influência de tecnologias digitais nos processos eleitorais e em outros âmbitos do desenvolvimento da ação política estatal.

O Dossiê busca contribuições que deem conta de análises e estudos sobre o uso de algoritmos para segmento e publicidade seletiva nas eleições como nos casos Brexit, Trump e Bolsonaro. Os trabalhos devem ser submetidos através do sistema de submissão online da revista, que pode ser acessado aqui, e seguirem as normas para autores do periódico que podem ser acessados aqui.

Chamada

Hackeamento da Democracia

Versão original em espanhol, disponível aqui

Análise sobre o impacto e influência das novas tecnologias digitais nos processos eleitorais e em outros âmbitos do desenvolvimento da ação política estatal

Gostaríamos de dedicar o próximo número de Teknokultura ao estudos e análises que abordem o uso massivo de algoritmos de segmentação e publicidade seletiva nas eleições. Como foi visto nos casos recentes de Brexit, Trump e Bolsonaro e abora Vox, o uso destas táticas põe em perigo a democracia ao facilitar a difusão de informações falsas e não checadas.

O escândalo Cambridge Analytica nas eleições norte-americanas e inglesas, e do Whatsappgate no pleito presidencial brasileiro ajudaram a compreender este fenômeno, que põe nas mãos da propaganda partidária todo o poder das tecnologias digitais para modificar o estado de opinião.

A estratégia consiste, no final das contas, em aproveitar a erosão do limite entre a comunicação privada e a social que as tecnologias digitais propiciam. Assim, aproveitando a acumulação massiva de dados, junto com os canais privados de difusão da informação, é possível promover os discursos mais reacionários sem necessidade de responder à crítica pública.

Da mesma forma, no próximo número aceitaremos também artigos de outros temas que estejam relacionados com a relação entre democracia, ativismo e direitos sociais.

Retratação: o título mais correto seria “crackeamento da democracia”, pois estas operações não respondem à ética hacker, mas ao interesse privado.

Revista Contracampo abre chamada para o dossiê “Mídia, Reconhecimento e Constituição de Subjetividades”

A Revista Contracampo: Brazilian Journal of Communication, vinculada ao PPGCOM da UFF, está com chamada aberta, até o dia 5 de abril de 2019, para submissão de artigos ao dossiê “Mídia, reconhecimento e constituição de subjetividades”.

Os trabalhos devem ser submetidos através do sistema online de submissão do periódico que pode ser acessado aqui. Os textos devem seguir as diretrizes para autores da revista disponíveis aqui.

Este número contará com os pesquisadores Bruno Campanella (UFF) e João Carlos Magalhães (London School of Economics) como editores convidados. A Contracampo continua aceitando também trabalhos em fluxo contínuo para a seção de “temáticas livres”.

Chamada

Mídia, reconhecimento e constituição de subjetividades

Debates sobre como identidades de atores sociais são constituídas por meio de processos de reconhecimento intersubjetivo são parte central da teoria crítica atual. De origem hegeliana, o tema ressurgiu a partir dos anos 1990, como tentativa de teorizar a demanda por políticas identitárias em sociedades multiculturais (Taylor, 1992) e como uma filosofia socioética que aprofunda as dimensões práticas de reconhecimento a partir da análise dos conflitos sociais, vistos como motor de transformação da sociedade (Honneth, 1992).

Se processos de reconhecimento dependem da possibilidade da comunicação (Honneth, 2001), é curioso que seus proponentes ignorem o papel da mídia – e que estudiosos de mídia raramente estudem processos de reconhecimento.

Chama também atenção que os poucos trabalhos que propõe este tipo de análise (tais como Maia, 2014; Couldry, 2010) pensam os processos de ‘reconhecimento mediado’ como eminentemente positivos, ou seja, eles tratam os meios de comunicação como artefatos importantes na formação de subjetividades capazes de se autorrealizar. Esse contexto torna-se ainda mais complexo, contudo, quando percebemos que tais análises não levam em conta algumas práticas midiáticas contemporâneas, especialmente ligadas às mídias sociais, atravessadas por lógicas econômicas que valorizam uma busca individualizada e despolitizada de reconhecimento.

Essa lacuna epistemológica parece estar em descompasso com a maneira com que as mídias estruturam visibilidades e invisibilidades, o que afeta a própria possibilidade de que os atores sociais se reconheçam uns aos outros. Considerando a importância dos processos de mediatização e dataficação da sociedade (Couldry e Hepp, 2017), esse tema mostra-se ainda mais relevante.

Diante dessas questões, a revista Contracampo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (http://periodicos.uff.br/contracampo), convida autores a submeterem trabalhos originais que discutam as relações entre mídia e reconhecimento. Temas de interesse incluem (mas não se limitam a):

– Representação de minorias na imprensa e na TV

– Movimentos sociais, mídia e luta por reconhecimento

– Polarização política nas redes sociais

– Autorrepresentação nas mídias sociais e a busca por reconhecimento

– A formação de disposições psicológicas e comportamentais ligadas ao reconhecimento nas mídias

– Monitoramento de dados digitais (“dataveillance”) e reconhecimento

Pós-Graduação em Performances Culturais da UFG Abre Chamada para E-book Performances, Mídia e Cinema

O PPG em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás está recebendo contribuições para o E-book “Performances Mídia e Cinema” até o dia 28 de fevereiro de 2019. Os textos devem ser enviados para o e-mail performances.arquivos@gmail.com

O lançamento da obra visa reunir textos oriundos de investigações que dialoguem com os temas, possibilitando construir redes nacionais e internacionais de pesquisa; e construir bibliografia em formato de publicação open access para utilização em disciplinas de PPGs cujos interesses investigativos girem em torno dos temas apresentados.

O livro será digital e é previsto que tenha, no máximo, 300 páginas. Os/as autores/as não terão qualquer custo de editoração. Serão aceitos artigos oriundos de pesquisas, entrevistas, resenhas e ensaios visuais, que dialoguem diretamente com o tema proposto.

Os trabalhos devem ser inéditos, mas podem já ter sido publicados em anais de eventos, em versões reduzidas. Pretende-se que o livro tenha o selo da Imprensa Universitária da Universidade Federal de Goiás. Para tanto, será submetido ao Conselho Editorial da mesma para aprovação.

Desse modo, exige-se além de ineditismo, precisão teórico-metodológica, coerência e coesão textual nos artigos. Todos os direitos sobre imagens reproduzidas na obra são de responsabilidade do/a autor/a, portanto, os mesmos deverão assegurar o direito de uso de imagens providenciando autorização de uso, se for o caso.

Doutores, Mestres e Mestrandos poderão enviar textos que relacionem os Estudos da Performance e o Cinema, o Audiovisual na Web, a mídia e a tecnologia. O livro será dividido em três blocos temáticos: (1) Cinema, encenação e performances, (2) Audiovisual na web: performances e mediações culturais e (3) Performances, mídia e tecnologia.

A obra coletiva está sendo organizada por Prof. Dra. Lara Lima Satler, Prof. Dr. Daniel Christino, Prof. Dr. Lisandro Nogueira e Prof. Dr. Rodrigo Cássio.

As normas para publicação e o modelo do Termo de Cessão para uso de imagens pode ser acessado aqui.

Encontro Nacional de Professores de Jornalismo Recebe Trabalhos para sua 16ª Edição

Os interessados em apresentar trabalhos no 18º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (ENPJ) devem enviar seus textos até o dia 11 de fevereiro de 2019. Promovido pela Associação Brasileira de Ensino do Jornalismo (Abej/FNPJ), o evento ocorrerá em Londrina (PR) entre os dias 26 e 27 de abril de 2019.

Os trabalhos podem ser apresentados em um dos seguintes Grupos de Pesquisa do 14º Ciclo Nacional de Pesquisas em Ensino e Extensão em Jornalismo: Atividades de Extensão, Ensino de ética e de Teorias do Jornalismo, Pesquisa na Graduação, Produção Laboratorial – Eletrônico, Produção Laboratorial – Impressos e Projetos Pedagógicos e Metodologias de Ensino

A inscrição do autor no evento é obrigatória e pode ser feita e paga pelo Site Oficial do Evento com os seguintes valores até o dia 25/03/2019:

Professores e profissionais – R$ 170,00.

Estudantes de Pós-Graduação: R$ 80,00;

Estudantes de Graduação em Jornalismo têm taxa diferenciada, de R$ 30,00;

Sócios do Abej com a anuidade em dia estão isentos da taxa de inscrição.

Para mais informações acesse o sistema de conferências da ABEJ aqui ou clique aqui para se inscrever.

Revista Comunicação & Sociedade abra chamada para Dossiê sobre “Bolsonarismo e a Mídia”

A Revista Comunicação e Sociedade está recebendo contribuições para o Dossiê “Bolsonarismo e a Mídia: Fake News, Pós-Verdade e a Ascensão do Populismo de Direita no Brasil e no Mundo” até o dia 25 de fevereiro de 2019.

Os artigos devem ser submetidos pelo sistema eletrônico da revista, que pode ser acessado aqui, e devem seguir as normas propostas pela publicação que podem ser acessadas aqui.

O periódico espera trabalhos que tratem sobre a comunicação associada ao populismo e à ascensão de políticos de direita no Brasil. Os trabalhos podem tratar de temas como a relação entre imprensa e Bolsonararismo, Fake News e Campanha Política.

O Dossiê será publicado no Volume 41, número 1 do periódico (jan-abr 2019) no dia 30 de abril de 2019. Os editores convidados para o Dossiê são Carlos Alberto Messeder (UFRJ), Gustavo Said (UFPI), Richard Romancini (USP) e Viktor Chagas (UFF).

Chamada

A comunicação associada ao populismo e à ascensão de políticos de direita tem recebido a atenção de acadêmicos do mundo todo, o que se reflete em edições especiais de revistas científicas e livros – como o v. 9, n. 20, da Information, Communication & Society, e a coletânea Trump and the media (2017). Aspecto notável desses trabalhos é o destaque à internet, que estaria criando novas oportunidades para a propagação dos discursos pelas lideranças e para a organização dos apoiadores. Fala-se mesmo numa transformação do ambiente midiático, aproveitada de maneira estratégica pelos conservadores.

No contexto brasileiro, o “retorno da direita” ao cenário político tem sido discutido em trabalhos, como a coletânea Direita, volver! (2015), nos quais a comunicação produzida pelos conservadores locais, bem como a relação desses grupos com a mídia tradicional, são também, em alguma medida, abordadas.

Com a recente eleição de Jair Bolsonaro essas questões ganham mais relevância. Desse modo, para avançar o conhecimento sobre essas temáticas, nesta chamada de trabalhos, convidamos os pesquisadores a refletir sobre a emergência da “nova direita” no país, bem como os significados e as possíveis consequências da primeira eleição pelo voto popular de um presidente de extrema direita no Brasil. Os autores poderão submeter artigos de pesquisa, ensaios e entrevistas (com investigadores e indivíduos que ajudem a lançar luz sobre os temas mencionados), que enfatizem as características midiáticas e comunicacionais dos objetos de estudo.

Possíveis temas, sem a exclusão de outras questões pertinentes, são:

– Análises sobre as Eleições 2018, com ênfase nas estratégias desenvolvidas pela campanha de Bolsonaro à presidência, no uso das mídias sociais (Facebook, Twitter, YouTube, WhatsApp, e outras), e na articulação entre campanha online e mobilizações nas ruas.

– Reflexões sobre o aspecto performático de manifestações de apoio aos candidatos: coreografias, carreatas, o comércio de roupas e acessórios.

– Análises sobre a cobertura midiática das eleições, o papel da imprensa de prestígio (quality press), ameaças à liberdade de imprensa, pressões e ataques a profissionais, a credibilidade dos meios tradicionais em xeque.

– Estudos sobre os efeitos da difusão e circulação de fake news, limites éticos da propaganda eleitoral e a atuação de grupos de interesse e núcleos profissionalizados na campanha de Bolsonaro e seus aliados.

– Avaliações sobre o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral e mudanças no ecossistema midiático das campanhas.

– Investigações sobre recursos retóricos e estratégias discursivas empregadas pelos candidatos e sua militância: memes, áudios e vídeos virais, santinhos virtuais etc.

– Estudos sobre o impacto e os limites da campanha negativa, incluindo manifestações e ações coletivas de agravo à candidatura de Bolsonaro (#elenão, #caixa2dobolsonaro).

– Reflexões sobre o discurso moral (contra a corrupção, contra a “ideologia de gênero”, contra o feminismo” e pelos bons costumes), o discurso de ódio, e o antipetismo.

– Discussões sobre as fronteiras teórico-epistemológicas do conceito de populismo e sua relação com a mídia, construções identitárias da “nova direita”, e o recrudescimento de grupos conservadores no Brasil e no exterior.

– Análises comparadas da trajetória e das estratégias de comunicação de Bolsonaro e outros políticos associados à direita e à extrema direita no Brasil e em outros países (Trump, Berlusconi, etc.).

– Investigações sobre produções midiáticas ficcionais que evocam imaginários e valores morais conservadores (como p.ex. O Mecanismo).

– Reflexões sobre o papel de celebridades midiáticas no processo eleitoral.

– Antecedentes da Era Bolsonaro: Junho de 2013, o golpe de 2016, a prisão de Lula, e outros acontecimentos marcantes recentes.

– Horizontes e perspectivas sobre as relações entre mídia e democracia.

Revista Index.Comunicación Recebe Trabalhos que Discutam o Papel do Jornalismo nas Democracias

A revista Index.Comunicación abriu chamada de trabalhos para o dossiê “Jornalismo para quem? Olhares sobre o jornalismo à luz da democracia”. O periódico recebe contribuições até o dia 10 de abril de 2019. Os trabalhos aceitos serão publicados em junho 2019.

Os artigos devem ser enviados através do sistema de submissões eletrônico da revista, que pode ser acessado aqui, e devem seguir as normas de publicação estabelecidas por seu comitê editorial, disponíveis aqui.

O dossiê aceita trabalhos que discutam o papel do jornalismo na democracia à luz de suas contradições, pois apesar da narrativa que coloca o jornalismo como um pilar da democracia, as grandes empresas do campo sempre atuaram na defesa de golpes de estado em países da América Latina e Península Ibérica e de pautas contemporâneas tributárias aos interesses do mundo financeiro e do conservadorismo.

A coordenação do dossiê está a cargo de Frederico de Mello Brandão Tavares (UFOP) e Phellipy Pereira Jácome (UFMG). O periódico é editado pela Universidade Rey Juan Carlos, Madri, Espanha e recebe artigos em português, inglês e espanhol.

Chamada

O jornalismo é considerado um tipo de prática social realizada por um conjunto de instituições voltadas, a princípio, ao aperfeiçoamento da democracia. Apesar disso, as tensões entre jornalismo, política e mercado jogam luz sobre as contradições dos discursos que validam historicamente esse ideal jornalístico. As mídias informativas e suas atuações históricas nos golpes civil-militares na América Latina e na Península Ibérica, bem como na construção de pautas contemporâneas tributárias aos interesses do mundo financeiro e ao conservadorismo, colocam em questão o lugar social ocupado pelo jornalismo e solicita um olhar sobre sua identidade, sua historicidade e seus usos.

Quais os impactos de coberturas jornalísticas na formação de uma agenda democrática? Como pensar a relação entre a mídia e ascensão de movimentos políticos conservadores em âmbito mundial? De que maneira refletir sobre os meios de comunicação e seu dever de memória? As tensões entre os grandes jornais estadunidenses e o presidente Donald Trump, a construção enviesada de narrativas que contribuíram para as derrubadas recentes de governos de esquerda na América Latina, o olhar sobre os refugiados e a crise migratória, similitudes e diferenças nas agendas midiáticas pós 1960 e anos 2000 na Ibero América, bastidores e interesses na formação e no tipo de produção noticiosa dos conglomerados de mídia, reportagens sobre as reformas trabalhistas no âmbito europeu e latinoamericano: como problematizar esses fatos sem cair em visões dicotômicas ou simplistas sobre a realidade e o próprio jornalismo?

Este dossiê propõe o recebimento de artigos e ensaios provenientes de pesquisas e reflexões que repensem e complexifiquem o lugar naturalizado e pouco problematizado do jornalismo em Estados Democráticos, tomando estes últimos e seus preceitos como chave interpretativa de processos sociais mais amplos, incluindo os midiáticos.

Revista abre Call for Papers para Comemorar 40 anos do Movimento LGBT no Brasil

Comemorando os 40 anos de existência do Movimento LGBT no Brasil, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) está recebendo trabalhos para o Dossiê “40 Anos de Movimento LGBT no Brasil: Comunicação, Saúde e Direitos Humanos” até o dia 31 de janeiro de 2019.

Os artigos devem seguir a normalização indicada pela revista, disponível aqui. As submissões devem ser realizadas pelo sistema eletrônico da revista que pode ser acessado aqui. Os trabalhos aceitos serão publicados em junho de 2019. A Reciis é editada, desde 2007, pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

 

Chamada

O movimento LGBT organizado comemora, em 2018, 40 anos de atuação no Brasil. A historiografia consolidou como marco fundador da militância homossexual no país a criação do grupo Somos – Grupo de Afirmação Homossexual, em 1978. O movimento em defesa dos direitos LGBT surgiu como um ato de resistência em plena ditadura militar, marcada pela repressão e por ideais conservadores.

Desde o seu surgimento, o movimento social de luta pelo reconhecimento da diversidade sexual e de gênero passou por transformações profundas. A articulação de coletivos inicialmente identificada como o Movimento Homossexual Brasileiro (MHB) passou a se denominar de Movimento LGBT, reflexo da multiplicação das bandeiras de luta e dos personagens envolvidos nas reivindicações.

Os esforços empreendidos para que a população LGBT goze de direitos plenos conquistou, nas últimas décadas, resultados positivos como a retirada da homossexualidade da lista de doenças do então Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), a possibilidade da realização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais homossexuais.

Contudo, as conquistas recentes vêm acompanhadas com o aumento da intolerância e dos crimes de ódio. Lideres neopentecostais midiáticos e políticos da direita conservadora vêm sistematicamente promovendo o discurso de detração a todos os corpos que não se enquadram na heteronorma. Projetos para criminalizar a homofobia, como a PLC 122, são barrados pela bancada evangélica enquanto a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.

O dossiê, ao comemorar os 40 anos do movimento LGBT brasileiro, pretende reunir trabalhos que rememorem criticamente os marcos temporais desta história. Buscamos promover o debate acerca dos acontecimentos do passado para ajudar a refletir sobre os desafios do presente. Convidamos, assim, os autores interessados, a enviarem artigos que articulem a história do movimento com aspectos do campo da comunicação, da saúde e dos direitos humanos. Como sugestão, propõe-se, para esta chamada, os seguintes eixos articuladores:

– A formação e a transformação do movimento LGBT no Brasil
– O impacto da HIV/AIDS e os novos desafios pós-coquetel
– Imprensa Homossexual
– Grupos Militantes, Associações e ONGs de ação LGBT
– Cultura midiática e personalidades LGBT
– Estratégias e produtos comunicacionais para o engajamento político em torno de causas LGBT
– Invisibilidades e apagamentos
– Violência e crimes de ódio contra a população LGBT
– Comunicação e narrativas públicas de empoderamento
– Despatologização e descriminalização das identidades de gênero e orientação sexual
– Atendimento no SUS a população LGBT
– Travestis e Transsexuais: o acesso ao ensino e o ingresso no mercado de trabalho
– Interseccionalidade

Entrevista com Anderson Santos, presidente da ULEPICC-Brasil

Entre os dias 28 e 30 de novembro, Maceió foi sede do VII Encontro da União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura – Seção Brasil (ULEPICC-Brasil). Centenas de pesquisadores, desde jovens estudantes de iniciação científica a autores consolidados dos estudos em EPC, participaram das mesas de discussão, grupos de trabalho com apresentação de pesquisas e lançamento de livros.

Durante o Encontro, que teve como tema “os 30 anos da Economia Política da Comunicação e o Brasil pós-golpe”, aconteceu também a Assembleia da ULEPICC-Brasil, que elegeu a diretoria da entidade para o próximo biênio.

Com pesquisadores de instituições de quatro regiões do país, a nova diretoria tem Anderson Santos, professor da UFAL, como presidente. Compõem também a diretoria: William Dias Braga (vice-presidente/professor da UFRJ) Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (pós-doutorando na UFS – Secretário-geral); Júlio Arantes Azevedo (professor da UFAL – Tesoureiro); Manoel Dourado Bastos (professor da UEL – Diretor Científico); Patrícia Maurício Carvalho (professora da PUC-RJ – Diretora de Relações Institucionais/Sociais); Marcos Urupá (doutorando na UnB –  Diretor de Comunicação).

Para compreender os desafios postos à Economia Política da Comunicação, os cenários do campo da comunicação no Brasil e as perspectivas para a pesquisa crítica, o Portal Eptic conversou com o novo presidente da ULEPICC-Brasil.

Confira a entrevista abaixo, realizada por Paulo Victor Melo.

Portal Eptic: 2018 marca os 30 anos da Economia Política da Comunicação em nosso país. Qual sua avaliação, enquanto presidente da ULEPICC-Brasil, do campo acadêmico da Comunicação no Brasil?

A construção do campo da Comunicação é recente, quando comparado a outras Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, porém segue uma trajetória de constituição de um grupo hegemônico que acaba participando e, consequentemente, controlando algumas instâncias de poder importantes, das associações de pesquisa a definições de avaliações. Como todo campo social, no sentido bourdiano, é necessário observá-lo como alvo de interesses diferentes e, necessariamente, de disputas.

PE: Três décadas após um marco inicial dos estudos, pesquisas e intervenções, quais as principais contribuições até aqui da EPC para esse campo?

Acredito que a formação de um construto teórico-metodológico crítico para a Comunicação, e para além dela, é a principal contribuição dos estudos da EPC. Lembrando que isso foi feito considerando a produção numa perspectiva decolonial, entendendo o que é produzido na América Latina, para além dos grandes centros de pesquisa mundiais.

Muitos dos comentários que vemos em listas da área desde 2013, sobre a necessidade de olhar crítico para os grandes grupos comunicacionais e, especialmente, os cuidados ao analisar o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação são ponderações presentes em publicações distintas, mas sem maior espaço de difusão na área. Outro elemento importante é a perspectiva propositiva dos estudos, no sentido da práxis marxiana, afinal, não basta realizar a crítica à sociedade, mas buscar uma síntese que sirva de possível solução, o que nos faz dialogar bastante, por sinal, com as pesquisas e os movimentos sociais sobre Políticas de Comunicação e Cultura

PE: E quais dificuldades a pesquisa em EPC têm enfrentado nesse período?

Creio que a dificuldade principal é decorrente de ser um eixo teórico-metodológico não hegemônico nos estudos em Comunicação, o que gera falta ou retirada de espaços em determinados eventos e até no âmbito da formação em graduações e pós-graduações. Quantos de nós só encontramos a EPC em espaços fora das universidades em que estudamos? Isso acaba dificultando a formação de novxs pesquisadorxs na área. A transdisciplinaridade que fora a “Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura” é vista como algo que fugiria da formação de um campo propriamente comunicacional, gerando também questionamentos.

PE: Os 30 anos da EPC no Brasil coincidem com os 30 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988. Quais perspectivas você vislumbra para o próximo período, num cenário em que conquistas previstas na Constituição – nas áreas da educação, da autonomia universitária e da comunicação, por exemplo – estão em ameaça?

Sou pessimista quanto aos próximos anos, infelizmente. O processo de contraposição aos governos de centro-esquerda representados pelo Partido dos Trabalhadores, com participação de setores midiáticos, jurídicos e articulação pelo WhatsApp, representou a ascensão da extrema-direita no Brasil, o que nos traz péssimas memórias. Já vínhamos de perdas após a retirada da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e esse processo tende a acelerar num governo eleito com apoio de parte da população e que jamais escondeu os interesses privatizantes e de ter a educação como alvo.

PE: E no que diz respeito ao setor/mercado das comunicações, qual a sua avaliação do estado atual? Quais políticas públicas são fundamentais?

Temos dificuldades em articular com movimentos sociais na luta pela regulamentação da comunicação, ainda que tenhamos avanços na Lei de Serviço de Acesso Condicionado (TV paga) e no Marco Civil da Internet.

A radiodifusão foi imexível mesmo nos governos do PT, com a criação da Empresa Brasil de Comunicação carecendo de maior desenvolvimento e interesse – e tornando-se alvo fácil para destruição -, enquanto os outros setores conseguiram abrir brechas nas necessárias mudanças de legislação.

Ainda precisamos avançar muito em políticas públicas na área, da regulamentação da radiodifusão, cuja lei principal é de 1962, às ferramentas da internet. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, por exemplo, teve vetos que impedem seu funcionamento de forma adequada.

PE: Uma das características marcantes dos estudos em EPC é a intervenção crítica junto à sociedade, como forma de relacionar o conhecimento produzido com a realidade social. Como a ULEPICC-Brasil pretende atuar nessa área?

Particularmente, esse é o maior desafio que vejo para a EPC. Por cultura acadêmica, temos muita dificuldade em dialogar com a sociedade, gerar uma relação direta com movimentos sociais, mesmo aqueles que atuam diretamente no setor da Comunicação. As lutas individuais e coletivas no âmbito das nossas instituições de ensino superior e associações de pesquisa exigem uma atenção e um gás grandes, mas precisamos articular melhor as relações com o dia a dia, ainda que tenhamos conseguido no último ano acompanhar mais as discussões na Frentecom (Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular) e tenhamos representação de um ex-presidente no Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Falta o passo de diálogo direto com os movimentos e com a sociedade. Para isso, esperamos contar com a rede de pesquisadorxs em EPC que temos no Brasil, mas é algo a ser articulado e desenvolvido durante os próximos dois anos de uma forma melhor organizada e dialogada com os próprios movimentos.

PE: Em termos de relações institucionais, quais as propostas da ULEPICC Brasil para a aproximação com outras associações de pesquisa?

A gestão que acabou este ano conseguiu aumentar a relação com entidades como a Socicom, Federação das Entidades de Comunicação, e com a Rede Alcar (História da Mídia), no âmbito da comunicação. Além de acompanhar as discussões na Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e no Fórum de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Estas entidades estão diretamente na luta contra os cortes de investimentos na educação superior e na pesquisa científica, com o Fórum atuando nas questões particulares da área de Humanas e Sociais Aplicadas. Custa ainda maior fôlego, mas é necessário participar ainda mais dessas discussões, especialmente na atual conjuntura. Conseguimos também estreitar laços com a área de Ciência da Informação, normalmente escanteada frente à Comunicação e à Cultura, isso deverá seguir sendo desenvolvido.

PE: E em nível internacional?

Nos últimos dois anos mantivemos os laços com a Associação Latino-Americana de Investigadores em Comunicação (Alaic), com mesas em eventos e livros gerados dessa parceria. Com a mudança na diretoria, precisamos manter o elo da melhor forma possível. Temos ainda que articular melhor a participação nos eventos da própria ALAIC e da IAMCR (International Association for Media and Communication), que possuem Grupos de Trabalho em EPC e que envolvem a discussão em âmbito internacional. Além disso, temos que resolver o problema da relação com a ULEPICC-federação, que precisa ser feito da maneira mais transparente possível dentre nossxs associadxs.

PE: Qual grau de importância terá o aspecto da formação de estudantes nessa gestão da ULEPICC-Brasil, no sentido de consolidar dentre pesquisadores/as mais jovens as bases teórico-metodológicas da EPC? Como a entidade pretende dialogar e acessar cursos de graduação, programas de pós-graduação e grupos de pesquisa?

O “trabalho de base” nunca foi tão relevante como agora, em diferentes esferas sociais, para as entidades e associações de perspectiva crítica. Enfrentamos uma barreira gigante que é a falta de presença da EPC ao menos nas disciplinas de Teorias de Comunicação e isso só pode ser enfrentado internamente, em cada situação.

Três alternativas estão sendo trabalhadas por enquanto no âmbito da nova diretoria: produção de um livro eletrônico com conceitos básicos sobre a EPC, algo sempre pedido por quem adere aos estudos do eixo; elaboração de cursos/vídeos básicos sobre essas pesquisas, algo que possa ser feito em pequenos grupos e mesmo à distância; desenvolver o modelo da “Escola de Verão”, presente na Alaic e na Flacso, voltada a estudantes de pós-graduação em EPC.

Além dessas estratégias, também aqui, a participação da rede de pesquisadorxs e grupos de pesquisa atuantes em EPC é fundamental. Pensando rápido, temos grupos em: Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná. Além de pesquisadorxs espalhados em outros Estados. A troca de informações sobre como a EPC é tratada na graduação e na pós-graduação é importante para o auxílio na atuação.

PE: Nos últimos fóruns de discussão tanto da ULEPICC-Brasil quanto de outras entidades acadêmicas têm crescido o debate sobre a questão das diversidades (de gênero, étnico-racial, de sexualidade e de classe). De que modo esse tema será tratado pela diretoria da ULEPICC-Brasil? 

Este debate vem sendo tratado desde a escolha de nomes para a diretoria, com a anterior tendo, pela primeira vez, mais mulheres que homens; sem esquecer da importância da representação regional, pois há muita coisa diferente fora dos estados mais ricos do país.

Na assembleia realizada em Maceió, a questão da diversidade foi novamente destacada, para que tenhamos cuidado para que os espaços de construção colaborativa, caso de comissões a serem criadas, considerem também a diversidade nas suas mais diversas esferas.

Sabemos que a área tem uma cultura de poder maior para homens brancos, mesmo que isso não seja proposital, pois nem todas as pessoas estão dispostas a participar da diretoria da entidade. De toda forma, acabamos reproduzindo relações do cotidiano e das áreas hegemônicas no campo científico. Não naturalizar este tipo de coisa é fundamental, especialmente para a base político-ideológica que partimos, propondo espaços que tenham a diversidade como uma premissa.