Programas de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS e UFS Promovem Seminário de Integração entre Estudos Culturais e EPC

Os Programas de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizarão, conjuntamente o Seminário Diálogos Estudos Culturais & Economia Política, nos dias 06 e 07 de dezembro. O evento acontecerá no Auditório I da Fabico/UFRGS.

O objetivo do seminário é estimular o diálogo entre duas áreas de estudo importantes do campo comunicacional brasileiro, visando sondar as possibilidades de intercâmbio acadêmico no sentido de qualificar a produção teórica e a pesquisa empírica, reforçando a posição dos grupos envolvidos no debate epistemológico do campo em nível nacional e internacional.

Nesse sentido, além dos membros das duas equipes envolvidas, serão convidados, nesta edição, intelectuais de outras universidades sediadas no Rio Grande do Sul, onde se desenvolverá o seminário. Inscrições no local, com emissão de certificado de participação.

Coordenação
Nilda Jacks (UFRGS) e César Bolaño (UFS)

Programação

6/12
14:30 – Abertura: César Bolaño (coordenador pela UFS), Nilda Jacks (coordenadora pela UFRGS), Rudimar Baldissera (coordenador do PPGCOM-UFRGS).

14:45 – Homenagem a Valério Brittos: livro com artigos do autor (no prelo), apresentado por César Bolaño (UFS)

15:00 – Intervalo

15:30 – Mesa 1: Estudos Culturais e Economia Política da Comunicação e da Cultura no Brasil: Verlane Aragão Santos (UFS) e Lirian Sifuentes (TVE/RS).
Moderação: Nilda Jacks

17:00 – Mesa 2: Economia do audiovisual e políticas de radiodifusão no Brasil: Luiz Ferraretto (UFRGS) e Miriam Rossini (UFRGS).
Moderação: Verlane Aragão Santos (UFS)

7/12
14:30 – Luciana Mielniczuk e os estudos de jornalismo em redes digitais. Aline Strelow (UFRGS) e Marcelo Träsel (UFRGS)

15:00 – Mesa 3: Economia Política da Comunicação e Estudos de Jornalismo: Virginia Fonseca (UFRGS), Bruno Lima Rocha (UNISINOS).
Moderação: Cesar Bolaño (UFS)

17:00 – Encerramento.

Intercom e Globo Universidade realizam IX Seminário Temático

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Por Intercom

Estão abertas até o dia 24 de abril as inscrições para o IX Seminário Temático Globo/Intercom, que será realizado no período de 12  a 15 de julho de 2015, no Rio de Janeiro. O evento este ano abordará o tema “Comunicação e cidade espetáculo”, o mesmo do Congresso Nacional da Intercom 2015.

Em sua nona edição, o Seminário Temático Globo Intercom é resultado de uma parceria entre a entidade e o Globo Universidade. A iniciativa visa proporcionar uma maior integração entre a academia e os profissionais da Rede Globo de Televisão. Os interessados em participar devem ser sócios da Intercom, estar com o pagamento das anuidades em dia até o ano de 2014, e não ter participado dos seminários anteriores.

Para inscrever-se é preciso enviar a ficha de inscrição, um minicurrículo e um texto de até três laudas sobre a pesquisa que desenvolve na área da comunicação. O material será usado para seleção dos candidatos, caso o número de inscrições supere o de vagas ofertadas. A seleção também dará prioridade para professores de comunicação, seguidos de alunos de doutorado, mestrado e graduados em comunicação.

A programação do seminário prevê o primeiro e quarto dias para deslocamento de ida e volta dos participantes até o Rio de Janeiro, e o segundo e terceiro dia para as atividades do Seminário. As atividades serão realizadas na sede do Jardim Botânico da emissora e na Central Globo de Produções, o Projac. Não haverá apresentação nem a publicação dos textos enviados para a seleção durante o seminário.

O Programa Globo/Universidade oferece aos participantes: passagem aérea, traslado no Rio de Janeiro, hospedagem e alimentação. A Intercom fornecerá Certificado de Estudos Avançados aos participantes. O comitê de seleção dos candidatos está constituído pelos seguintes sócios: Marialva Barbosa e Adriana Omena dos Santos, respectivamente Presidente e Diretora Cultural da Intercom.

O envio da ficha de inscrição e mais informações podem ser obtidos pelo e-mail seminarioglobo@intercom.org.br ou pelo telefone (34) 9167-3521.

FICHA DE INSCRIÇÃO – clique para download

[Seminário OBSCOM/CEPOS] Mercantilização da universidade latino-americana

néstorAs modificações na categoria trabalho são um dos temas que cabem à análise da Crítica à Economia Política. A subsunção do trabalho intelectual cada vez mais crescente, dada a importância da inovação e da criatividade para o modo de produção capitalista, é um tema de importante debate para os pesquisadores, que discutem e vivem estas mudanças que interferem nas possibilidades de avanços científicos visando os interesses sociais.

Neste sentido, um dos pré-eventos do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, realizado na noite do dia 10 de dezembro de 2014 no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs/UFS), foi a mesa “Mercantilização da universidade latino-americana”, que contou com apresentação e comentários de César Bolaño (UFS) ao debate promovido por Néstor Correa, ex-presidente e atual secretário de imprensa da Asociación Gremial Docente de la Universidad de Buenos Aires (UBA).

Professor da cátedra de História e Economia da UBA, Néstor apresentou a situação dos professores das universidades argentinas, cujas características de precarização do trabalho docente se assemelham com o que ocorre no Brasil, corroborando com sua proposta de montar uma rede na América Latina de crítica à mercantilização da educação e da ciência.

Dois marcos para entender a guinada são o período da ditadura militar e o governo Menem. No primeiro caso, foi quando teriam aparecido os primeiros pequenos pagamentos aos estudantes, que queimavam os carnês. No segundo período, foram aplicadas as políticas do Banco Mundial, sendo mantidas nos governos seguintes, que geraram flexibilização do trabalho, a ponto de hoje 70% dos professores não serem de relação permanente no caso da UBA, o que Néstor aponta como uma forma de manter o controle social.

Isso gerou a necessidade de enfrentar o que ele aponta como um processo de “destruição civilizatória” das conquistas históricas que foram alcançadas anteriormente. Reflexo do avanço do capital sobre outros campos, com políticas orientadas e dirigidas para o benefício do capital financeiro, em que as universidades passam a atender essa lógica ao serem forçadas a cumprir com metas pré-estabelecidas, caso não o façam, os orçamentos disponibilizados serão menores. No caso argentino, o orçamento sequer vai direto às universidades. 15% ficam nas mãos do poder Executivo e o resto vai para pagar os salários dos professores e demais despesas, o que, segundo Néstor, vem empurrando as instituições a buscar financiamento externo.

A educação teria se tornado um negócio internacional multibilionário, alcançando cifras de bilhões de dólares e gerando dívidas de créditos estudantis que chegam a ser impagáveis em países como os Estados Unidos. Além disso, o pesquisador argentino lembrou que há a participação de instituições financeiras diretamente no setor, caso da tentativa do Santander em penetrar em todos os campos de atividade científica. Com o avanço científico sendo condicionado à necessidade de mercado, a mão de obra formada é condicionada à demanda das empresas.

No que tange à formação universitária, ainda que a fase atual seja a de ampliar as vagas nas instituições de ensino superior, teria havido uma desqualificação do ensino superior, que Néstor apontou na palestra que ocorre através da aplicação de políticas de embrutecimento coletivo e não de uma nova imersão ao conhecimento, como os autores que defendem o momento atual como o de desenvolvimento de um capitalismo cognitivo ou de uma Sociedade do Conhecimento indicam.

Como opção a essa situação, presente em outros países latino-americanos, ainda que em diferentes escalas, Néstor aponta a necessidade de resistência, que não parte do poder universitário, mas do elemento juvenil e de alguns professores, os que não são cooptados com vantagens financeiras (cargos de chefia).

Observar este processo e unir forças para barrar a mercantilização é um objetivo que deve ser encampado por docentes de diferentes instituições. A troca de experiências para manter direitos representa elemento importante para frear a mercantilização do ensino nos nossos países e, consequentemente, fortalecer a produção de conhecimento e a formação de futuros profissionais.