Novo número da Revista Eptic já está disponível

A última edição de 2021 da Revista Eptic traz o Dossiê Temático Concentração na Internet e Regulação, fruto de parceria da EPTIC com o Observatorio Latinoamericano de Regulación, Medios y Convergencia (Observacom), grupo que tem se destacado no debate sobre tais temas na América Latina e no Caribe.
As contribuições discutem as políticas regulatórias desenvolvidas em diferentes países, além de avaliações sobre as pesquisas que se voltam a essas questões. Conta, ainda, com entrevistas com Edison Lanza, que foi foi Relator Especial para a Libertade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (2014-2020), e Guillermo Mastrini, pesquisador argentino que se dedica à análise da concentração de meios na região. Em “Artigos e Ensaios”, há uma diversidade de pesquisas sobre a história da Economia Política da Comunicação, os conflitos em torno da regulação dos meios tradicionais e dos novos, bem como acerca do impacto das tecnologias no mundo do trabalho. Confiram!
Acesse o novo número da revista aqui.

Revista EPTIC lança chamada para seu novo dossiê temático

Com o título “A Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura e o pensamento crítico nas margens: anti-colonialismo, imperialismo e luta de classe”, o dossiê tem prazo de apresentação de textos até o dia 10 de janeiro e previsão de publicação para abril de 2022.

Informações completas no site da revista EPTIC

Chamada:

“A América Latina permanece sendo um palco bastante proeminente das contradições próprias ao capitalismo. Nessas duas primeiras décadas do século XXI, presenciou a ascensão de governos progressistas que animaram a pretensão de reparação de desigualdades sociais, ainda que numa combinação de políticas públicas com a manutenção do extrativismo. Tem visto também governos autoritários chegando ao poder com seu combo de políticas econômicas de austeridade e perspectivas sociais reacionárias. No conjunto dos conflitos, acompanhou a eclosão de protestos massivos, à esquerda e à direita, ora exaltando novas capacidades de organização, ora sob a acusação de interferências políticas estrangeiras, em um contexto mundial de crise e indefinições quanto à configuração das disputas imperialistas neste século XXI.

Esse cenário mobiliza leituras diversas, com destaque atualmente para o pensamento decolonial, que tem suscitado discussões e experiências importantes junto a movimentos sociais e nos círculos universitários, tendo em vista os avanços do capitalismo sobre os bens comuns, o  meio ambiente, as comunidades tradicionais e seus conhecimentos, bem como as resistências a todo esse processo. Em linhas gerais, a partir dele, o momento de crise do capital é reconhecido segundo uma reconfiguração do poder colonial, diante da qual a espoliação contínua e racializada de povos subalternizados desencadeia, por outro lado, um enfrentamento pautado pela defesa de conhecimentos ancestrais, modernidades alternativas e um conjunto significativo de práticas e saberes que seriam, em ato, o encaminhamento de outro mundo possível.

Antes de uma novidade, tais elaborações integram uma larga história de pensamento crítico latino-americano e do pensamento marxista, que refletiu sobre sua condição, enfrentou os desafios postos pelas desigualdades na divisão internacional do trabalho e postulou outro caminho para os países periféricos. É correto dizer que, a seu modo, a Economia Política da Comunicação se desdobra desse caldo conceitual, de maneira que a abertura de diálogos entre a EPC, o anti-imperialismo, o pensamento decolonial, o combate às opressões na perspectiva marxista e outras problemáticas não só nos parece viável, como importante para a produção de pautas e perspectivas que reajam à crise do capital que nos ameaça.

A trajetória do pensamento crítico em nossa região, todavia, é marcada também por visões que apontam o suposto ocaso do marxismo e enfatizam a fragmentação e as práticas sociais de forma descolada das dinâmicas mais gerais do poder. Neste momento em que as esferas da comunicação, da informação e da cultura conformam um campo privilegiado para esse debate, tendo em vista a centralidade delas para a (re)configuração do capitalismo, o novo dossiê temático da Revista EPTIC propõe relacionar as reflexões sobre as desigualdades históricas e os desafios que despontam de outras perspectivas críticas àquelas elaboradas desde a tradição marxista, a fim de contribuir para uma apreciação emancipadora e renovadora da imaginação política.

Nesse sentido, a Revista EPTIC convida autoras e autores a enviarem artigos que lidem com as seguintes temáticas:

  • História do pensamento crítico sobre informação, comunicação e cultura na América Latina
  • Marxismo latino-americano e sua contribuição para os estudos sobre informação, comunicação e cultura
  • Diálogos entre marxismo e pensamento decolonial, tendo em vista aproximações, diferenças e contribuições das distintas vertentes de pensamento
  • Discussões sobre o imperialismo hoje, a partir de trabalhos que analisem, entre outros elementos, o papel das plataformas digitais, o lugar dos Estados nacionais, a situação dos sistemas tradicionais de mídia e as batalhas em torno da hegemonia.
  • Forma hegemônica, materialidades da comunicação e seus impactos, tendo em vista também a crise ambiental
  • Agenda de resistências e lutas emancipatórias em relação à comunicação, informação e cultura desde a América Latina e outras regiões periféricas
  • As tecnologias de informação e comunicação como instrumentos de dominação simbólica e cultural: análises sob as lentes do marxismo e do pensamento crítico.
  • O papel das plataformas digitais nos fluxos de capitais transnacionais e nas trocas desiguais entre centro e periferia do capitalismo mundial.
  • O pensamento anticolonial na obra de Marx e na tradição marxista e sua relevância para análise da sociedade contemporânea.”

Debate: “Comunicação e capitalismo hoje: geopolítica e respostas da América Latina”

Imagem: portal Eptic

No próximo dia 13 de setembro, às 16h (horários do Brasil e da Argentina), a Revista EPTIC junto com o Grupo de Trabalho de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura do CLACSO debaterão sobre o tema Comunicação e capitalismo hoje: geopolítica e respostas da América Latina”. O evento ocorre junto com o lançamento do Dossiê Temático Geopolítica das Comunicações da Revista EPTIC. O Dossiê convoca à reflexão sobre a configuração do capitalismo hoje, a forma como as indústrias culturais e, particularmente, as tecnologias de informação e comunicação ocupam um papel central num novo mapa de poder que ultrapassa aquele tradicionalmente atribuído aos Estados Nacionais e se expande com novas lógicas de governança e formas de intercâmbio nas múltiplas frentes, incluindo a economia, regulamentos, trabalho e cultura.

Para participar, basta inscrever-se no formulário presente na página do CLACSO. O evento é gratuito, aberto e será transmitido via Zoom.

Participantes:

Helena Martins. Revista EPTIC / UFC (Brasil)
César Bolaño. GT CLACSO / UFS (Brasil)
Alina Fernández
Alvaro Terán
Florencia Guzmán
Gina Mardones. UEL (Brasil)
Daniela Monje (Argentina)
Ezequiel Rivero. UCES (Argentina)
Edgard Reboulças. UFS (Brasil)

Para informações sobre todos os eventos do CLACSO no mês de setembro clique aqui.

Nova edição da Revista EPTIC traz dossiê “Geopolítica das Comunicações”

Foi publicada nesta sexta-feira, 27, nova edição da Revista EPTIC (volume 23, n. 2). A edição traz à tona o necessário debate sobre a geopolítica das comunicações. Resultado de parceria com o Grupo de Trabalho Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura da CLACSO (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais), o dossiê temático discute questões complexas como as disputas em torno do 5G e as desigualdades que marcam a inserção dos diferentes países na ordem econômica mundial atual, com análises especialmente sobre Estados Unidos, China, Brasil, Argentina e Cuba. Tais desigualdades também são analisadas tendo em vista a infraestrutura que viabiliza os fluxos comunicacionais, como os cabos submarinos, e os conteúdos produzidos por veículos públicos.

A relação da comunicação com a organização capitalista hoje é abordada com perspicácia em entrevistas com Graham Murdock e Natália Zuazo, nas quais também o trabalho mediado por plataformas, a crise ambiental e o recrudescimento da vigilância são pensados desde a Economia Política da Comunicação.

O número discute ainda possíveis saídas para tal quadro. Nesse sentido, a EPTIC publica pela primeira vez no Brasil o texto de Jean d’Arcy, traduzido por Edgard Rebouças, que antecipou a formulação sobre direito à comunicação décadas atrás, culminando em sua proposição no conhecido Relatório McBride.

Os problemas do tempo presente também são discutidos na seção Artigos e Ensaios, como nos textos “Governo Eletrônico e Neoliberalismo: arquétipo das limitações da interatividade cidadã no modelo Brasileiro”, de Dario Azevedo Nogueira Junior; “O Desmonte da Participação Social na EBC”, de Akemi Nitahara, Cristina Rego Monteiro da Luz; e “Política de fomento ao cinema: a questão do estímulo à regionalização da produção de filmes no Brasil”, de Fernando Gimenez. Neles, há sempre caminhos de superação que, ainda que não trilhados plenamente, constituem experiências e horizontes estratégicos, como vemos na discussão feita por André Pasti em “Território, comunicação ascendente e os meios alternativos, populares e comunitários na Argentina”. Buscamos, com isso, manejar as armas da crítica para estimular a nossa imaginação política e a mobilização coletiva.

A edição completa pode ser conferida aqui.