OBSCOM/CEPOS disponibiliza download de coletânea de textos apresentados em seu seminário

 

O Grupo OBSCOM/CEPOS disponibilizou para download nesta terça-feira (7) o ebook organizado por Verlane Aragão Santos e Maurício Herrera-Jaramillo contendo uma coletânea da produção intelectual do XV Seminário OBSCOM/CEPOS. O evento teve como tema “Economia Política, Comunicação e Africanidades e aconteceu na Universidade Federal de Sergipe (UFS) em Abril de 2017.

Os textos que compõem o E-book foram apresentados no seminário Obscom/Cepos sob três dinâmicas distintas: mesas de debate e palestra de abertura, o que corresponde aos textos da Parte I do material; sessões de apresentação de trabalhos, no âmbito do III Encontro de Grupos de Pesquisa em EPC, referentes aos textos da Parte II.

A Parte I, intitulada “Africanidades e Epistemologias Contra-Hegemônicas”, permite identificar os recortes e as chaves expostas para o debate realizado a partir da palestra de abertura e das mesas de debate, e que deve se desdobrar com a publicação e socialização dos textos. Esta parte é formada por três textos.

O artigo do professor Muryatan Barbosa (UFABC) intitulado “O decolonial no Brasil: uma ideia fora do lugar?” busca contextualizar os debates sobre raça. O texto “A contribuição do pensamento crítico e da economia política latino-americanos para formação de uma epistemologia contra-hegemônica”, de Ruy Sardinha Lopes (USP/São Carlos) busca em diálogo crítico à ideia de epistemologias do sul, de Boaventura de Sousa Santos, ampliar e qualificar o debate sobre os ditames que impedem a produção de conhecimento autóctone.

O último texto desta parte foi apresentado na Palestra de Abertura do evento, pelo professor moçambicano João Miguel. Em co-autoria com Inácio Júlio Macamo, expõe o projeto ambicioso e bem sucedido de desenvolvimento dos estudos em EPC no país da África.

A Parte II – “Debates atualizados sobre as Indústrias Culturais” – é formada por textos de integrantes e não integrantes dos grupos de pesquisa em EPC, de diferentes níveis de formação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, que permitem acompanhar estudos e pesquisas sobre temáticas as mais diversas, das redes sociais ao futebol, da teledramaturgia, passando pela música, chegando ao Museu.

O download do livro pode ser feito aqui

Estão Abertas as Inscrições para a Intercom 2018

Estão abertas, até o dia 10 de julho, as inscrições para o 41o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Os interessados em submeter trabalhos devem pagar a taxa de inscrição até o dia 6 de julho. Os aceites dos trabalhos serão divulgados até o dia 31 de julho de 2018. O evento conta com um Grupo de Trabalho em Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura.

O evento vai acontecer na Universidade da Região de Joinville (Univille), na cidade de Joinville, Santa Catarina, entre os dia 2 e 8 de setembro. O tema do congresso esse ano será “Desigualdades, Gênero e Comunicação”.

A chamada de trabalhos pode ser encontrada aqui

O calendário de inscrição e submissão de trabalhos pode ser acessado aqui

As normas estão disponíveis aqui

O evento conta com um Grupo de Pesquisa em Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura.

Ementa do GP:

A centralidade econômica e política que a informação, comunicação e cultura ganharam no processo de valorização capitalista tem colocado novos desafios políticos e epistemológicos aos agentes sociais que lutam por uma sociedade mais democrática e inclusiva. Acreditando que a apreensão e análise dos fenômenos comunicacionais e culturais contemporâneos ultrapassam os claustros disciplinares tradicionais e que até mesmo as decisões econômicas só podem ser compreendidas a partir de uma abordagem interdisciplinar e heterodoxa, a Economia Política da Comunicação e da Cultura (EPC) se constitui, metodologicamente, como um instrumento capaz de pôr em interação diversos campos disciplinares como a Economia, a Comunicação, a Ciência da Informação, a Sociologia, a Ciência Política, a Filosofia e os Estudos Culturais Críticos.

Este GP propõe ser um fórum de debate e reflexão entre os investigadores e profissionais destes campos disciplinares no sentido de formar matéria crítica necessária à apreensão e análise de tais fenômenos, tais como as políticas de comunicação, de cultura e de informação, a transversalidade da cultura e da comunicação, a convergência tecnológica e a digitalização dos meios eletrônicos, a expansão e novas configurações das indústrias culturais e criativas, a privatização do conhecimento, o desenvolvimento de todas as formas de capital intangível, as culturas digitais, as questões éticas e políticas da informação e demais temas que têm emergido ao longo dos últimos anos.

Palavras-chave:
Comunicação, Informação, Cultura; Economia política da comunicação e da cultura; políticas de comunicação, de informação e de cultura; capitalismo, democratização da sociedade e novos mundos possíveis.

Coordenadora
Profa. Dra. Anita Simis (anitasimis@gmail.com)

Intercom disponibiliza ebook sobre paradigmas comunicacionais

intercomlivroA Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) tornou disponível em seu site o livro eletrônico “Ciências da comunicação em processo: paradigmas e mudanças nas pesquisas em comunicação no século XXI”. Organizado por Osvando J. de Morais, o livro apresenta artigos que representam os Grupos de Pesquisa da entidade.

O ebook é dividido em cinco partes: Teorias, Dimensões e Reconfigurações: Jornalismos, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Comunicação Organizacional;  Comunicação Audiovisual, Fotografia, Televisão e outras Mídias; Multimídia e Interfaces Comunicacionais: Culturas, Conteúdos Digitais e Convergências Tecnológicas; Mídia, Cultura e Tecnologias: Comunicação, Comunidades e Espaço; e Interdisciplinaridades, Teorias e Dimensões Sígnicas.

Na quinta parte consta o artigo “As mutações do objeto de estudo e a contribuição da EPC para a renovação do campo comunicacional”, de autoria de Ruy Sardinha Lopes (USP), coordenador do GP Economia Política, Informação e Cultura. No artigo, Lopes apresenta o histórico de constituição dos estudos neste subcampo comunicacional, vindo das reflexões internacionais às brasileiras, tendo em vista o entendimento da importância da EPC em se repensar o campo das Ciências da Comunicação em sua totalidade.

Para baixar, acesse: http://migre.me/p0byD

Ficha Técnica

Autor : Osvando J. de Morais (org.)

Resumo :
O objetivo principal da publicação deste Livro é contribuir a partir da análise das pesquisas apresentadas em cada GP, à luz das Teorias da Comunicação, as questões que envolvem novas abordagens, novas metodologias, com leituras e discussões de autores que refletem sobre o século XXI, como um Mapa do desenvolvimento da Área em contínua transformação. Os resultados relevantes de suas pesquisas estudadas em profundidade por cada participante dos GP’S contribuem para o desenho deste mapeamento em processo.

Editora : Intercom, 2015.

Formato : pdf

 

 

[Seminário OBSCOM/CEPOS] O futuro da EPC

obscom1A luta epistemológica é um dos temas presentes nos debates com a participação de pesquisadores brasileiros da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC). A palestra de abertura do XIII Seminário OBSCOM/CEPOS, evento realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS) no dia 11 de dezembro de 2014, teve como convidado o professor Ruy Sardinha Lopes (USP). Com base nesta preocupação, o atual editor geral da Revista EPTIC Online apresentou “O futuro da EPC”, percorrendo do estado da arte aos desafios para este eixo teórico-metodológico nos próximos anos.

Ruy contou o estado da arte que compõe a constituição dos estudos em EPC tendo como pressuposto que não se trata de uma área de interface ou de uma discussão culturalista em indústrias culturais, mas de estudos em função do modelo econômico que deu origem aos produtos culturais.

Apresentando as tradições estadunidense e europeia, que tiveram como eixos inaugurais conceitos como mercadoria-audiência, função publicidade e cultura flot, Ruy chega ao desenvolvimento particular da área na América Latina. Segundo ele, há o resgate do pensamento marxista com questões culturais importantes, na constituição de um pensamento crítico que se desenvolveu de maneira quase autônoma. O “passo atrás” de voltar a Marx para entender o projeto de desenvolvimento aplicado após a 2ª Guerra Mundial permaneceria para observar a mudança na própria lógica de acumulação, que gerou a necessidade de oferta de instrumentos analíticos específicos.

Assim, segundo o pesquisador da USP, houve a necessidade de constituição de uma nova agenda que superasse as análises de conteúdo, com velhos esquemas perdendo vigência. Dentre os elementos que compõem esta agenda estariam: o processo de convergência tecnológica; e a centralidade das indústrias culturais nos processos de acumulação do capital, com a centralização da cultura sendo sobretudo econômica. Neste sentido, a crítica da EPC ganha relevância, com toda uma discussão sobre o valor inerente ao campo das artes, por exemplo, tornando-se importante para os estudos da Economia.

O desenvolvimento da EPC perpassou estudos que contaram com estas análises. Para o futuro, Ruy aponta, dentre outras coisas, a necessidade de rever os princípios da área e possibilitar que novos paradigmas sejam estabelecidos, com diálogo com outras ciências da Comunicação. Haveria ainda novos enfoques a serem buscados, casos da ruptura do emissor-receptor (gerando o que alguns autores apontam como “prossumidor”), a neutralidade da rede, a comunicação da rede e a pluralidade e diversidade de conteúdos. Mesmo com divergências internas, outro ponto de análise é a transformação do trabalho cultural e da comunicação, representada por modelos como o do Google. Assim como, a discussão sobre as Economias Criativas, utilizadas pelo neodesenvolvimentismo. Segundo Ruy, esta discussão vem sendo capitalizada por correntes neoclássicas, mas pode ser melhor estudada pelos pesquisadores da EPC.

Ruy entende que a EPC já representa uma teoria da comunicação e um campo epistêmico, ainda que não tenha privilégio exclusivo na área. Para ele, o desafio à vista é cristalizar os métodos de investigação desse objeto, por se tratar de um campo heterogêneo e interdisciplinar, mas sem ser eclético. Faz-se necessário, portanto, um programa de pesquisa científica que tenha como núcleo conceitual o “passo atrás” da visada marxista.