Revista “Sobre Jornalismo – About Journalism – Sur le Journalisme” está recebendo artigos para o dossiê “As escritas do Jornalismo Esportivo”

A revista Sobre Jornalismo – About Journalism – Sur le Journalisme – está recebendo, até o dia 1 de outubro de 2020, contribuições para o dossiê “As Escritas do Jornalismo Esportivo”. Os artigos podem ser redigidos em espanhol, francês, inglês e português e serão avaliados pelo processo revisão anônima pelos pares.

Essa edição temática é organizada por Paul Aron (Université libre de Bruxelles, Bélgica), Laurence Rosier (Université libre de Bruxelles, Bélgica), Ruadhán Cooke (National University of Ireland, Galway), Marie-Eve Thérenty(Université Paul Valéry Montpellier3, França) e Ruben Arnoldo Gonzalez (Universidad Iberoamericana Ciudad de México, México)

O dossiê, de acordo com a chamada de trabalhos disponível aqui, é “fruto de pesquisas conduzidas no âmbito da rede Numapresse (http://www.numapresse.org/), visa aprofundar o conhecimento das escritas do jornalismo esportivo, recorrendo especialmente a abordagens disciplinares inusitadas na área e técnicas que possibilitam renovar sua compreensão, tais como a análise do discurso, a história, as humanidades digitais ou a poética do jornalismo”.

Os organizadores do dossiê sugerem diversas abordagens, entre elas:

1. As modalidades poéticas do jornalismo esportivo, já bem consolidadas no início do século XX, buscam narrar um evento e seus atores, em um contexto de competição entre os diferentes meios de comunicação de massa e entre os próprios jornalistas.

2. As condições organizacionais para a prática dos esportes evoluíram com o tempo; os espaços de trabalho, as ferramentas, as possibilidades de divulgação e formatação construíram gradualmente relações distintas entre escrita e jornalista. ?

3. O discurso esportivo faz parte do discurso social, que ele próprio ajuda a alimentar. É importante estudar suas interações. Acompanhada por imagens, alvo preferencial de manchetes e de efeitos de layout, a narração esportiva dificilmente pode ser concebida como um desempenho puramente textual. Assim, podemos questionar como os diferentes elementos da mídia se relacionam e geram seus efeitos um em relação ao outro? Como escrever um texto no reino do “ao vivo” da rádio, da televisão ou da Internet? Como a concorrência dos meios de comunicação de massa condiciona as respectivas narrativas das várias mídias? Mais amplamente ainda, como a escrita do esporte dialoga com as representações do mundo (nacionalismo, racismo, ativismo, sexismo), com o planejamento territorial ou o turismo. O discurso do esporte também pode ser profundamente político, quando inicia guerras (partida Honduras-Salvador) ou resolve conflitos (apartheid na África do Sul). Ou polêmico, quando lida com questões de gênero e transgênero, ou defende a elevação do e-sport (esporte eletrônico) ao nível olímpico.

4. O jornalismo esportivo está intimamente vinculado à língua. É enunciado em registros linguísticos variáveis, da narrativa ao monólogo restituído, do discurso de conivência ao discurso da distância, da gíria ao pastiche literário, do discurso técnico à linguagem comum. Isso remete ao léxico, mas também à sintaxe, aos códigos de expressão e à retórica.

A submissão on-line dos textos deve ser feita através de envio aos coordenadores do dossiê por e-mail aos coordenadores do dossiê: paul.aron@ulb.acbe; ruadhan.cooke@nuigalway.ie; flecam@ulb.be; ruben.arnoldo.gonzalez@gmail.com. Os artigos devem ter entre 30 a 50 mil caracteres com espaço, incluindo referências e notas de rodapé.

Mestrado em Jornalismo da UFPB lança Edital para credenciamento de docentes

O Programa de Pós-graduação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba lançou Edital, no último dia 30 de abril, para o ingresso de novos professores no programa. São ofertadas 4 (quatro) vagas dentro da área de concentração do programa (Produção Jornalística), destinadas à linha de pesquisa “Processos, Práticas e Produtos”.

Os candidatos deverão atender ao perfil e requisitos exigidos pelo programa, conforme estabelecido na Resolução n.º 01/2018/PPJ/CCTA/UFPB, que dispõe sobre Credenciamento, Recredenciamento e Descredenciamento de docentes.

As inscrições e entrega da documentação exigida deverão ser realizadas diretamente pelo e-mail credenciamentoppj@gmail.com, no período entre 01 a 05 de junho de 2020.

A homologação do resultado final pelo Colegiado do programa está prevista para ocorrer até o dia 30 de junho de 2020.

Mais informações aqui

De dentro da pandemia de 2020. Uma crítica a Byung-Chul Han

César Bolaño*

Também o céu às vezes desmorona

E as estrelas caem sobre a terra

Esmagando-a com todos nós.

Isso pode ser amanhã.

(Brecht)

Não devemos julgar os intelectuais por reações pontuais a eventos inesperados diante dos quais suas teorias se vêm repentina e brutalmente interrogadas. Assim, a primeira reação de Tony Negri frente à invasão norte-americana ao Iraque, ainda no rastro do ataque às torres gêmeas, afirmando indignado que os Estados Unidos haviam rasgado a constituição do império1, mostra sem dúvida uma dificuldade em interpretar o fenômeno com as ferramentas de análise de que dispõe, mas não é por esse motivo que criticamos a sua conhecida – delirante, como dizia Gorz2 – teoria.

Assim, não cabe tampouco julgar o excelente trabalho de Mbembe pela sua afirmação, diante da pandemia, de que “o poder de matar foi totalmente democratizado”3, numa entrevista, aliás, que evidencia, talvez mais do que certos limites do seu enfoque de base foucaultiana, aspectos muito interessantes do seu conceito, extremamente atual, de necropolítica. A ideia de que o isolamento social seja “uma forma de regular esse poder”, assim democratizado, talvez esteja de acordo com o fato de que “as novas tecnologias de destruição estão menos preocupadas com a inscrição de corpos em aparatos disciplinares do que em inscrevê-los, no momento oportuno, na ordem da economia máxima, agora representada pelo ‘massacre’”4.

Em todo caso, não se pode perder de vista que, para o autor, “o principal desafio que nossa época enfrenta é o da refundação do pensamento crítico”, reconhecendo que “a humanidade do ser humano não está dada” mas “se arranca e se cria no decorrer das lutas”5. Como fazê-lo a partir de agora, num mundo de vírus, isolamentos e avanço da extrema direita? Talvez a resposta deva ser buscada em outros grandes representantes do pensamento negro, como Fanon, para quem a sociedade burguesa é simplesmente “uma sociedade fechada, onde não é bom viver, onde o ar é pútrido, as ideias e as pessoas em putrefação. E um homem que toma posição contra esta morte é, em certo sentido, um revolucionário”6. Não é este afinal o desafio do nosso tempo?

Para o filósofo pós-moderno Byung-Chul Han, classe e luta de classes são categorias historicamente ultrapassadas, mesmo na versão também pós-modernista de Negri e Hardt, opondo o “império” à “multidão”. O autor prefere teorizar sobre um “enxame digital”, que se distinguiria da “massa tradicional”, a qual, “como a massa de trabalho, não é volátil, mas sim dotada de vontade … e não constitui um paradigma efêmero, mas sim formações firmes. Com uma alma, unida por uma ideologia, ela marcha em uma direção”7, mas o mundo de hoje seria o dos enxames, da volatilidade… Deixemos para outros essas elucubrações.

O fato é que Han também escreveu sobre a crise da Covid 19, um texto que circulou bem na internet, no qual trata o tema das respostas nacionais à pandemia, considerando que os países asiáticos estariam controlando melhor a situação que a Europa por causa de uma “mentalidade autoritária” que facilitaria a adoção de medidas de vigilância digital que a consciência crítica europeia não permitiria.

Não é que a Europa não tenha adotado também a vigilância digital, posto que se trata de importante instrumento também para regular aquele poder de matar democratizado, mas, segundo o autor, “na Ásia impera o coletivismo. Não há um individualismo acentuado … Ao que parece o big data é mais eficaz para combater o vírus do que os absurdos fechamentos de fronteiras que estão sendo feitos nesses momentos na Europa. Graças à proteção de dados, entretanto, não é possível na Europa um combate digital do vírus comparável ao asiático”8. A posição do autor é inequívoca: “espero que após a comoção causada por esse vírus não chegue à Europa um regime policial digital como o chinês”9. Em todo caso, “a China poderá agora vender seu Estado policial digital como um modelo de sucesso contra a pandemia. A China exibirá a superioridade de seu sistema ainda mais orgulhosamente. E após a pandemia, o capitalismo continuará com ainda mais pujança”10.

A descrição das políticas em diferentes países é interessante, mas sua reflexão é de um momento inicial, quando a expansão da pandemia nos Estados Unidos, por exemplo, ainda não adquirira a dramaticidade que viria a apresentar logo após. Assim, a avaliação positiva que faz do caso do Japão parece ter sido precipitada. Tampouco são citados países ocidentais aparentemente bem-sucedidos, como Cuba, Venezuela e inclusive a Alemanha, onde vive o autor, de modo que a hipótese central de uma separação entre as respostas à crise no Oriente e no Ocidente, estabelecendo uma oposição de princípio entre liberdade e eficiência respaldada por diferenças de ordem cultural, fica prejudicada, pelo menos enquanto não se conheça o balanço final, após concluído o movimento de expansão global da pandemia, incluindo países importantes como Rússia, Índia e Brasil.

E mesmo que os dados confirmem uma maior adequação da resposta dos países asiáticos, a relação entre autoritarismo e eficácia ainda teria que ser provada. Uma hipótese alternativa, que também precisaria ser testada, poderia ser a de que a capacidade de resposta seria superior naqueles países menos atingidos, ao longo dos últimos 30 ou 40 anos, pelas políticas neoliberais e onde foram mais preservadas as capacidades de intervenção estatal, de planejamento, de mobilização social para fazer frente a crises e catástrofes, de adoção de políticas públicas adequadas de inclusão social etc.

Mike Davis, num artigo com o sugestivo título de “a crise do coronavírus é um monstro alimentado pelo capitalismo”, no item não menos sugestivo, “o legado da austeridade”, supõe, de forma mais cuidadosa, a superioridade da resposta chinesa em relação à americana: “daqui a um ano podemos olhar para trás com admiração para o sucesso da China em conter a pandemia, mas com horror ao fracasso dos Estados Unidos. A incapacidade das nossas instituições de manter a Caixa de Pandora fechada, é claro, não é uma surpresa. Desde pelo menos 2000, temos visto repetidamente falhas na linha de frente dos cuidados de saúde”11.

O artigo de Davis faz parte de uma coletânea sobre o tema composta por textos traduzidos ao português de importantes autores marxistas, que deixarei para comentar, pela sua complexidade e importância, em uma próxima ocasião12. Mas todos sabemos bem do que ele fala. Não se trata aqui de desqualificar a discussão, proposta por Byung-Chul Han, das diferenças entre Oriente e Ocidente, um tema, aliás, tratado por Gramsci, por exemplo, na sua definição mesma de sociedade civil. Mas a conclusão do autor – criticando explicitamente a posição de Zizek, que tampouco vou analisar aqui, segundo a qual o vírus colocaria o capitalismo em cheque – não passa de um inconclusivo jogo de palavras:

“O vírus não vencerá o capitalismo. A revolução viral não chegará a ocorrer. Nenhum vírus é capaz de fazer a revolução. O vírus nos isola e individualiza. Não gera nenhum sentimento coletivo forte. … Precisamos acreditar que após o vírus virá uma revolução humana. Somos NÓS, PESSOAS dotadas de RAZÃO, que precisamos repensar e restringir radicalmente o capitalismo destrutivo, e nossa ilimitada e destrutiva mobilidade, para nos salvar, para salvar o clima e nosso belo planeta”13.

Ou seja, o capitalismo vencerá e o que nos cabe é “acreditar que virá uma revolução humana” para restringir o “capitalismo destrutivo” (não fica claro se existiria outro, não destrutivo, ou se se trata de restringir “radicalmente” o caráter destrutivo do capitalismo, ou ainda se o problema seria apenas com o eficiente capitalismo chinês, oriental) e também a “nossa” mobilidade destrutiva, nós, pessoas dotadas de razão (com toda a ênfase) e preocupadas com o “nosso belo planeta”. Enfim: idealismo conformista, reafirmando a crença numa razão abstrata capaz de regular o capitalismo para controlar o quanto possível seu caráter destrutivo, mas reconhecendo a impossibilidade de superá-lo.

Ora, o que a crise sanitária em curso explicita são justamente os limites do desenvolvimento capitalista, cujos interesses – a valorização tautológica do capital, que redunda na expansão sem limites da forma mercadoria e, com ela, de uma sociabilidade consumista destrutiva, concentração absurda de riqueza, miséria e violência crescentes, destruição do meio ambiente – chocam-se com os interesses humanos, expondo o conjunto dos indivíduos a graves, inéditos e crescentes riscos, os quais ele próprio, por sua lógica imanente, não tem – e demonstra hoje claramente não ter – capacidade de mitigar. Uma lógica destrutiva da qual o reformismo esperançoso de Han não nos livrará.

É certo que o vírus não derrotará o capitalismo, como ele diz, mas provavelmente, ao final da crise, o grande vampiro, pilotado pela ultradireita neoliberal global, retornará ainda mais sedento de sangue. Como apontam Coggiola e Azevedo, numa situação de crise econômica extremamente agravada pela pandemia, “a única saída viável para os trabalhadores e explorados em geral é impor uma centralização compulsória de todos os recursos do país, com base em um único plano social e econômico, sob a mobilização e liderança dos próprios trabalhadores”14, mas isso evidentemente não faz sentido para Han.

Mas se há esperança possível, ela reside justamente não na “revolução humana”, seja lá o que isso quer dizer, mas lá onde nosso autor não quer ver, naquela revolução que, nas palavras de Césaire, outro dos grandes representantes do pensamento negro, “substituirá a estreita tirania duma burguesia desumanizada pela preponderância da única classe que tem ainda missão universal, porque na sua carne sofre de todos os males da História, de todos os males universais: o proletariado”15.

E este deve entender que “o estilo de vida criado pelo capitalismo industrial sempre será o privilégio de uma minoria. O custo em termos de depredação do mundo físico desse estilo de vida é de tal forma elevado que toda tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao colapso de toda uma civilização, pondo em risco as possibilidades de sobrevivência da espécie humana”16. Se, como dizia Mbembe em trecho citado acima, a humanidade do ser humano não está dada, a tarefa do proletariado a que se refere Césaire é hoje, na luta, construir uma nova e livrar-nos do rastro de destruição e morte que o domínio do capital vem semeando.

*Professor titular aposentado do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Docente do Mestrado Profissional em Economia e Desenvolvimento da Universidade Federal de Sergipe (Propec/UFS), Líder do grupo de pesquisa Obscom/Cepos.

1Antonio Negri. Entrevista publicada na Folha de São Paulo, 30/03/2003 – Caderno A, p. 26. BORON, Atilio (2002). Imperio e imperialismo. Buenos Aires: Clacso faz uma crítica extensa do conhecido livro Imperio, de Negri e Hardt (edição brasileira de 2001, pela Record, Rio de Janeiro). No prólogo à 5ª edição (2004), Borón faz uma série de considerações derivadas do ataque norte-americano ao Iraque, onde cita essa curiosa afirmação de Negri, feita também em entrevista a um diário argentino. Eu mesmo produzi uma crítica ao livro à época (O império contra-ataca), disponível ainda no portal EPTIC <www.eptic.com.br>.

2GORZ, André (1998). Miserias del presente, riqueza de lo posible. Buenos Aires: Paidós. Esta referência foi extraída de LESSA, Sergio (2005), Para além de Marx? Crítica da teoria do trabalho imaterial. São Pualo: Xamã, que faz uma excelente revisão crítica dos trabalhos de Negri, Hardt e Lazzaratto anteriores ao Império, dando-se ao trabalho de “leitura de livros enormes, textos rebuscados e de estilo na maior parte das vezes rococó” (p. 15), pelo que devemos registrar nosso agradecimento.

3Achille Mbembe. Entrevista publicada na Folha de São Paulo, 30/03/2020. In: <https:/ /www1.folha.uol.com.br/cotidiano/coronavirus/> Acesso em 26/04/2020.

4MBEMBE, Achille (2018). Necropolítica. São Paulo: M-11, 2019, p. 59.

5MBEMBE, Achille (2010). Sair da grande noite. Ensaios sobre a África descolonizada. Petrópolis: Vozes, 2019, p. 245.

6FANON, Frantz (1952). Pele negra máscara brancas. Salvador: Editora UFBa, 2008, p. 186.

7HAN, Byung-Chul (2013). No enxame. Petrópolis: Vozes, 2018, p. 30

8HAN, Byung-Chul (2020). O coronavírus de hoje e o mundo de amanhã. In: Revista IHU Online, Instituto Humanitas Unisinos, 23 Março 2020. Publicado originalmente em El Pais, 22/03/2020.

9Idem

10Idem

11DAVIS, Mike (2020). A crise do coronavírus é um monstro alimentado pelo capitalismo. In: HARVEY, David; ZIZEK, Slavoj; BADIOU, Alain; DAVIS, Mike; BIHR, Alain; ZIBECHI, Raúl (2020). Coronavirus e luta de classes. Editora Terra sem Amos <www.terrasemamos.wordpress.com>, p. 7.

12Cito apenas os títulos dos artigos e os nomes dos autores para que se tenha uma ideia do conteúdo. Além do texto de Davis citado na nota anterior, constam: “Política anticapitalista em tempos de COVID-19” (David Harvey); “França: pela socialização do aparato de saúde” (Alain Bihr); “Coronavírus: a militarização das crises” (Raúl Zibechi); “Sobre a situação epidêmica” (Alain Badiou); “Um golpe como ‘Kill Bill’ no capitalismo’ (Slavoy Zizek)

13HAN, Byung-Chul (2020), op. cit.

14COGGIOLA, Osvaldo; AZEVEDO, Edgar (2020). Pandemia, crise do capital e luta de classes, mimeo.

15 CÉSAIRE, Aimé (1956). Discurso sobre o colonialismo. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1978, p. 69

16FURTADO, Celso (1974). O mito do desenvolvimento. São Paulo: Círculo do Livro, p. 74-75.

Economia da Partilha é tema de Dossiê na revista Comunicação e Sociedade

O Periódico Comunicação e Sociedade está recebendo, até o dia 15 de setembro de 2020, contribuições para o dossiê “Quem se importa? Plataformas digitais, partilha e regulação na era de uma economia conectada”.

Os aceites serão enviados aos autores até o dia 15 de novembro de 2020. A revista é editada pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, Portugal.

Os editores do dossiê, a ser publicado em junho de 2021 no vol. 39 da revista, são Rodrigo Saturnino (CECS, Universidade do Minho, Portugal), Helena Sousa (CECS, Universidade do Minho, Portugal) e Jack Qiu (Escola de Jornalismo e Comunicação, Universidade Chinesa de Hong Kong, China).

De acordo com a Chamada de Trabalhos, disponível aqui, a “Economia da Partilha é uma expressão usada para referir várias formas de trocas facilitadas por plataformas digitais que envolvem uma grande diversidade de atividades com fins lucrativos e outras sem fins lucrativos, geralmente usando a ideia de dar acesso a recursos não utilizados”.

Os editores esperam contribuições que abarquem os seguintes temas:

  • Economia da Partilha e marcos regulatórios; Novas profissões e novos estilos de vida
  • Teoria da Economia e Comunicação da Partilha;
  • Plataformas digitais (com e sem fins lucrativos)
  • Trabalho digital, precariedade e dependência;
  • Desemprego através da Economia da Partilha;
  • Consumo colaborativo e pegada ambiental;
  • Mercadorização da confiança, reputação e solidariedade;
  • Formas sustentáveis baseadas na Economia da Partilha;
  • Big data, vigilância, privacidade e intimidade;
  • Preconceitos, racismo e comportamentos de risco através da Economia da Partilha;
  • Economia da Partilha, cultura de acesso e conexão;
  • Teoria social e economia do compartilhamento;
  • Efeitos do Covid-19 na Economia da Partilha.

Os artigos podem ser submetidos em Inglês ou Português. Após o término do processo de revisão por pares, os autores dos artigos selecionados para publicação deverão assegurar a tradução do seu artigo para Português ou Inglês, respetivamente, cabendo aos editores a decisão final sobre a publicação do mesmo. O envio da versão completa e traduzida deve ser feita até o dia 5 de fevereiro de 2021.

Os interessados em submeter artigos ao dossiê devem fazê-lo através do sistema OJS da revista Comunicação & Sociedade. Os autores devem seguir as diretrizes para autores determinadas pelo período, disponíveis aqui

https://revistacomsoc.pt/announcement/view/15https://revistacomsoc.pt/about/submissions

#FicaBBB: ativismo digital, hashtags e fadas sensatas

Por Aianne Amado (1) e Carlos Figueiredo (2)

No mesmo dia que Tiago Leifert anunciou aos participantes que, pela primeira vez na história, a edição do Big Brother Brasil seria estendida devido ao apelo do público, ouviram-se da janela gritos em celebração quando o brother Babu Santana terminou sua participação na prova do líder como favorito, como numa copa do mundo de um jogador só. Na timeline do Twitter, memes surgiam numa velocidade humanamente impossível de consumir em totalidade.

Horas antes, o presidente Jair Bolsonaro havia demitido o então ministro da saúde, em meio à pandemia global do COVID-19. A janela também anunciou: dessa vez com panelas. Os memes tinham um tom mais fatalista que aqueles que viriam mais tarde, mas ainda regados de humor.

Essas duas situações nos levaram a algumas reflexões que tentaremos levantar aqui. Começando pelo artigo “How the world’s collective attention is being paid to a pandemic: COVID-19 related 1-gram time series for 24 languages on Twitter” (3), que analisa os principais termos ou símbolos utilizados nas três primeiras semanas de março de 2020 para cada língua no Twitter. Dos 20 resultados para a língua portuguesa, 13 estavam relacionadas ao reality show da Rede Globo e seus participantes, contra 5 sobre a pandemia. A dessemelhança com os resultados de outras línguas também chama atenção:



Lista dos termos mais recorrentes durante as três primeiras semanas de março dentre as 6 línguas mais faladas do site de rede social Twitter. Fonte: ALSHAABI et. al, 2020

Ao longo dos anos, o debate sobre pautas sociais no Big Brother Brasil vem crescendo, já desenhado desde a seleção dos participantes pela produção do programa, tendo dentre eles ativistas e defensores de causas como gênero, raça e sexualidade (curiosamente, debates partidários não são comuns entre o elenco – ou, se são, não passam pelo corte da edição). Nesta 20ª edição, essas pautas ganharam destaque central para o desenrolar da competição, especialmente as duas primeiras problemáticas citadas. Ademais, essa também é a primeira edição em que participam pessoas já famosas antes do programa, com uma base de seguidores fiéis nas redes sociais, o que acalorou as rivalidades dentro e fora do confinamento.

Os fãs sempre estiveram inseridos na lógica do programa: Bruno Campanella mostra fandoms altamente organizados em sua tese, escrita há 10 anos (4). E, como em todo consumo de fã, o afeto interfere imediatamente na interpretação do texto, mas, especificamente em realitys de votação pública, há a certeza de interferência no resultado final mediante participação. Contar com um público fiel e parcial já antes da disputa começar proporcionou uma vantagem única.

Como eficiente programa de entretenimento, o Big Brother dá ao público a oportunidade de criar narrativas maniqueístas, de fácil acompanhamento até para aqueles que não assistem assiduamente. O primeiro grande arco narrativo do BBB 20 aconteceu logo nas primeiras semanas do programa e foi pautado pela desigualdade de gênero, com denúncias de assédio e machismo por alguns homens da casa, os “machos escrotos”; e exaltação do comportamento da maioria das mulheres, que receberam o carinhoso apelido de “fadas sensatas”, com base na identidade da campanha virtual da participante Manu Gavassi, a mais famosa pré-BBB. As fadas sensatas são as que “nunca erraram”, que percebem as injustiças sociais e não têm medo de combatê-las, defensoras da verdade e igualdade. Já os machos foram prontamente eliminados, um a um.

Entretanto, a temática central da edição ainda estava por vir: o preconceito racial. E, num plot twist hollywoodiano, eram as fadas quem assumiriam o papel de vilãs para o mocinho Babu, que tinha uma certa proximidade com o grupo dos machos. Babu é negro e anda pela casa orgulhosamente ostentando seu pente garfo preso no cabelo crespo. Do outro lado figura um autointitulado “grupo hippie”, com membros brancos à exceção de Thelma, amiga e protegida do ator carioca. Dentre alguns posicionamentos infelizes, o grupo associou Babu a monstruosidades e macumbas. As fadas sensatas agora são, jocosamente, chamadas por alguns de “fadas senzalas”. As disputas, claro, são definitivamente resolvidas no paredão (que, por sinal, bateu o recorde mundial do formato com 1,5 bilhões de votos na disputa entre Prior, melhor amigo de Babu, e Manu Gavassi). Isso não impede que o debate ganhe espaço também nas redes sociais, como deixa claro o levantamento citado acima. Não basta votar, é preciso expressar o voto, se posicionar, fazer campanha, cobrar posicionamento de celebridades e figuras públicas (até o eterno Luke Skywalker, Mark Hammil, entrou para a briga). As hahstags tomam lugar de bandeiras, sendo usadas para evidenciar, orgulhosamente, de que lado está. #FicaFulano e #ForaCiclano. Enquanto isso, o discurso social que iniciou a disputa se esvazia, dando lugar a memes, fake news e ameaças. Não há teoria ou embasamento. Surgem duas competições: uma interna, pela vitória nas votações; e uma externa, pelo fandom mais forte.

Olhando bem, parece até que já vimos esse filme antes.

A participação do público ao BBB 20, programa de TV frequentemente visto com maus olhos pela academia, ilustra diversos pontos discutidos atualmente pelos teóricos da Comunicação Social no Brasil: desde as próprias causas sociais e a respectiva aderência dos espectadores, própria dos Estudos Culturais, até discussões sobre convergência e segunda tela – algo que a Rede Globo demorou para dominar mas hoje usa com maestria. Dentro do campo da EPC (5), alguns pontos que merecem aprofundamentos são: o crescente interesse da emissora nos debates sociais e como ocorre a apropriação desses temas pela Globo; a função interação e as formas de captar o engajamento do público; as maneiras usadas para incorporar a movimentação nos sites de rede social que, inicialmente, não trariam lucros diretos para a produção; e a incorporação da lógica dos fandoms em movimentos políticos.

Sobre esse último, propomos destacar dois conceitos que vem ganhando espaço dentro dos Estudos de Fãs: o fanactivism, ou ativismo de fã, quando a presença no fandom influencia a participação em algum movimento social ou militância; e o fã político, aquele que, mais que um eleitor, possui um comportamento interativo com a figura pública. Até onde vai a causa? Onde o afeto passa a imperar? É possível reconhecer que seu ídolo pode se tornar vilão? Teria meu candidato se tornado uma fada sensata?


Postagem do ator, escritor e comediante Gregorio Duvivier no Twitter.

Grande de parte dos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem uso irrefletido das plataformas digitais como ferramentas de comunicação, e acabam aderindo à lógica mercantilista dessas empresas ou ainda usando a ferramenta sem qualquer estratégia ou análise de conjuntura adequada. Gramsci (8), ao analisar como os partidos progressistas poderiam transformar o senso comum, usou uma metáfora comparando as estratégias de convencimento com táticas de guerra. Ele notou que, assim como nos confrontos bélicos de seu tempo, as lutas ideológicas estavam passando cada vez mais da guerra de movimento, realizada em campo aberto onde as forças se confrontavam diretamente, para a guerra de trincheira em que o exército vencedor derruba as trincheiras dos adversários uma a uma. Dessa forma, os partidos progressistas, para transformarem o senso comum e criarem novos consensos, deveriam quebrar resistências culturais, aproveitando-se de elementos progressistas presentes na cultura popular.

O uso da guerra de trincheiras enquanto tática não significaria não usar a guerra de movimento, mas utilizar um conjunto de táticas em diferentes contexto. Tanto que ao citar o exemplo de Gandhi, Gramsci observa que o indiano utilizou três formas de tática: a guerra de movimento, a guerra de posição e a guerra subterrânea para livra a Índia do jugo britânico. A Greve, por exemplo, é considerada guerra de movimento, mas deve vir conjugada com outras táticas para ser efetiva. Os algoritmos utilizados pelas plataformas digitais, ao enclausurarem os usuários de acordo com suas preferências políticas, musicais etc; tornam difícil a guerra de trincheiras e assemelha a disputa política a guerra de movimento em que dois exércitos se enfrentam em campo aberto.

Assim, a esquerda encontra dificuldades para derrubar trincheiras nas redes sociais. Os fandomssejam eles seja políticos, midiáticos ou de participantes do BBB – se baseiam numa identificação primária, muitas vezes pautada pelo reconhecimento de valores morais. No caso dos fandoms políticos, essa identificação se baseia também, normalmente, em uma suposta superioridade moral que renega totalmente a experiência do outro, visto como adversário, e cobra uma aceitação moral total a uma série de preceitos, o que vai de encontro às táticas preconizadas por Gramsci para a criação de um novo senso comum. Na verdade, as bolhas de filtros se apresentam como muros,intransponíveis às táticas dos progressistas em superá-los.

Por fim, nas redes sociais, a extrema direita utiliza uma sofisticada guerra subterrânea de desinformação com uso de Fake News, Bots, grupos de whatsapp etc., lançando mão de recursos e expertises indisponíveis aos movimentos sociais contra-hegemônicos, enquanto os partidos de esquerda utilizam táticas da década passada como os “blogs progressistas” que apoiavam os governos do Partido dos Trabalhadores (PT). O remédio para vencer a desinformação é político. O grande problema é que a própria esquerda abandonou o trabalho de base. A esquerda, no Brasil, cresceu a partir da construção de redes sociais de solidariedade offline, e isso foi trocado, em grande medida, pela política partidária e seus acordos, principalmente durante os governos Lula e Dilma. Se concordamos com a existência de fandoms políticos, as estratégias neles focadas, através de plataformas digitais e hashtags, são de fato oportunas. Porém, não é usando-as como principal ou único recurso que essas ou novas redes, mais adequadas aos novos desafios, serão reconstruídas – muito menos tentando evangelizar a população a partir da lógica da superioridade moral. Um novo tipo de estratégia deve ser adotada nas redes e fora delas, uma tática politizadora. Acreditamos ter exposto os problemas e desafios, e que as soluções devem ser buscadas a partir desse diagnóstico.

  1. Mestre em Comunicação Social. Membro do grupo de pesquisa Obscom/Cepos
  2. Jornalista, Doutor em Sociologia. Membro do grupo de pesquisa Obscom/Cepos
  3. ALSHAABI, Thayer; ARNOLD, Michael V.; MINOT, Joshua R.; ADAMS, Jane Lydia. DEWHURST, David Rushing; REAGAN, Andrew J; MUHAMAD, Roby; DANFORTH, Christopher M.; DODDS, Peter Sheridan. How the world’s collective attention is being paid to a pandemic:COVID-19 related 1-gram time series for 24 languages on Twitter. Março de 2020. Disponível em: http://pdodds.w3.uvm.edu/permanent-share/covid19-ngrams-revtex4.pd
  4. CAMPANELLA, Bruno Roberto. Perspectivas do Cotidiano: um estudo sobre os fãs do programa Big Brother Brasil. 2010. 207 p. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) – Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.compos.org.br/data/teses_e_dissertacoes/6b56215cf6a29e8080ec8e6e8a733491.pdf
  5. Raphael (6) e Campanella (7) defendem a inserção da EPC nos estudos sobre o reality show, alegando que “without understanding the political-economic forces that drove the spread of these genre, textual and audience studies may risk reifying it as an expression of audience demand, or of their creators, or of a cultural, discursive, or ontological shift unrelated to the needs of those who run the television industry.” (RAPHAEL 2004, p.119)
  6. RAPHAEL, Chad. The political-economic origins of Reali-TV. In: MURRAY, Susan & OUELLETTE, Laurie (eds.). Reality TV: Remaking Television Culture. 2. ed. New York: NYU Press, 2009, p. 123-140. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/295869264_The_political-economic_origins_of_Reali-TV
  7. CAMPANELLA, Bruno Roberto. Investindo no Big Brother Brasil: uma análise da economia política de um marco da indústria midiática brasileira. E-Compós,v. 8, 11, 2007. Disponível em: https://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/133
  8. GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Vol 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

Mídia e Populismo é tema de dossiê da Revista Mediapolis

A revista Mediapolis, editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra, está com Chamada pra Trabalhos para o dossiê “Media, Populismo e Espaço Publico: desafios contemporâneos” até o dia 31 de maio de 2020. Os artigos aceitos serão publicados no primeiro semestre de 2021. O dossiê está sendo editado pelos professores Bruno Araújo (UFMT / CEIS20 / UC) e Helder Prior (UFMS/UAL)

De acordo com o Call for Papers (CFP) do periódico, “de um lado a outro do espectro partidário, o populismo assume-se como um tipo de ideologia ou estilo de política que aposta no antagonismo entre partes da sociedade e na exploração de sentimentos de medo e de desencanto social. […] a lógica populista tem interferido em diversos setores da vida democrática, influenciando o resultado de processos eleitorais e ameaçando o funcionamento de instituições políticas, judiciárias e mediáticas”. A íntegra do Call for Papers está disponível aqui.

Os editores esperam artigos que abordem os seguintes tópicos:

  • Contextualização histórica do populismo: populismo agrário; populismo latino-americano; nacional-populismo na Europa;
  • Visibilidade de atores populistas nos media tradicionais;
  • Enquadramentos de movimentos e de atores populistas na imprensa;
  • Movimentos antidemocráticos e autoritários nos media digitais;
  • Desintermediação, comunicação direta e redes sociais;
  • A afinidade eletiva entre o populismo e a comunicação da pós-verdade: desinformação e propaganda nos media digitais;
  • Algoritmos, filter bubbles, social media targeting e discurso de ódio;
  • Estilo de comunicação populista em contexto de campanhas eleitorais;
  • Populismo de esquerda versus populismo de direita;
  • Os impactes do populismo e as reconfigurações do espaço público.

Os artigos devem ser submetidos através do sistema OJS do periódico e seguirem as diretrizes para autores, disponíveis aqui, estabelecidas pela revista.

Revista Observatório recebe trabalhos para o dossiê sobre Histórias de Vida na Comunicação

A revista Observatório está recebendo até o dia 30 de maio de 2020 trabalhos pra o dossiê “Histórias de Vida na comunicação: dos estereótipos à (possibilidade de) humanização”.

Os trabalhos aprovados têm publicação prevista para o segundo semestre de 2020. O dossiê será editado pelos professores Duílio Fabbri Júnior (UFSCar/Unisal) e Fabiano Ormaneze (Unicamp/UniMetrocamp)

De acordo com a chamada do periódico, “a proposta do dossiê é reunir artigos, resultantes de pesquisas finalizadas ou em curso, que abordem a presença das histórias de vida nos diversos gêneros discursivos do campo da Comunicação, com destaque para o jornalismo, o documentário, a comunicação corporativa, a publicidade e a propaganda”. O Call for Papers completo pode ser acessado aqui

O dossiê será publicado em português e inglês, e recebe contribuições até o dia 30 de maio, quando o texto em uma das línguas deve ser cadastrado na plataforma da revista. Após a avaliação por pares e seleção das contribuições que vão compor o dossiê, o autor deverá providenciar a versão em língua estrangeira. Os textos devem ser inéditos e assinados por pelo menos um doutor.

Os interessados em submeter trabalhos devem seguir as diretrizes para autores estabelecidas pela revista, e disponíveis aqui.

Congresso da Alaic é adiado por conta do Corona Vírus

O Congresso da Associação Latino-Americana de Pesquisadores de Comunicação (ALAIC) marcado inicialmente para o início do próximo mês de junho foi adiado. A previsão da organização é que o congresso seja realizado no último trimestre de 2020. O comunicado oficial da Alaic pode ser lido aqui.

O prazo para entrega dos trabalhos já aprovados completos é dia 10 de maio de 2020 enquanto as inscrições para o congresso podem ser feitas até o dia 30 de junho de 2020.

Liinc em Revista está recebendo artigos para dossiê sobre a Pandemia de Covid-19

“Perspectivas e Desafios Informacionais em Tempos da Pandemia da Covid-19” é o tema do dossiê para o qual o periódico Liinc em Revista está recebendo contribuições até o dia 5 de agosto de 2020.

O dossiê será publicado no número 2 do volume 16 do periódico. Além de artigos, o dossiê incluirá também uma seção com relatos de experiências inovadoras nos temas propostos.

De acordo com o dossiê, “a situação de emergência e crise ante os riscos e repercussões de várias ordens associados à eclosão da pandemia da Covid-19 tem motivado ações e questões relativamente a produção, análise, compartilhamento, abertura, divulgação e disseminação de diferentes tipos de informação: científica, sanitária, comunitária, cívica, entre outras. Suas implicações fazem-se sentir em vários níveis e dimensões: social, política, cultural, ética, tecnológica, econômica e científica.”

Espera-se que as contribuições abordem os seguintes temas (mas não se limitando estritamente a eles):

– suas possibilidades como ferramenta de fortalecimento de redes de solidariedade e colaboração;

  • seu papel como forma de registro e circulação de pontos de vista e debate público;
  • os riscos advindos de movimentos de desinformação e manipulação da opinião;
  • seus usos como dispositivo de controle, vigilância e fortalecimento de modelos e práticas autoritários de governo;
  • sua relevância e potencial para promover a adoção da ciência aberta e cidadã, tais como fast track nas publicações científicas e seu acesso aberto, incentivo ao compartilhamento e abertura de dados e protagonismo cidadão na pesquisa;
  • seus usos atuais e potenciais como embasamento para decisões sanitárias, políticas, culturais e econômicas;
  • seus desafios ante desiguais condições e posições sociais, geopolíticas e geoeconômicos.

Os interessados em enviar seus trabalhos para o dossiê devem seguir as diretrizes para autores disponíveis aqui. As submissões devem ser realizadas através da plataforma OJS do periódico. As pesquisadoras Sarita Albagli (IBICT) e Vanessa de Arruda Jorge (Fiocruz) são as organizadoras do dossiê.

Revista Ambivalências recebe trabalhos para dossiê sobre Arte e Gênero

O periódico Ambivalências, mantido pelo Grupo de Pesquisa “Processos Identitários e Poder” (GEPPIP) vinculado ao Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS/UFS), está recebendo contribuições para o dossiê “Arte e Gênero” até o dia 15 de maio de 2020.

De acordo com a chamada de artigos da revista o objetivo do dossiê é “aproximar pesquisadoras e pesquisadores que se dediquem ao estudo de diferentes manifestações artísticas desde a perspectiva de gênero”. Desta forma, o dossiê “pretende reunir artigos que reflitam sobre a potência da arte como um espaço de produção, reprodução e consumo de (auto)representações, questionamentos, tensionamentos, subjetividades, memórias e lugares de fala outros, que promovam a construção de narrativas, discursos, sentidos e significados mais plurais e diversos”.

As editoras esperam artigos “que dialoguem com as ciências sociais e discutam metodologias, teorias e práticas realizadas nas artes plásticas, no cinema e audiovisual, nas novas mídias, no graffiti, no teatro, na dança, entre outras formas de produção artística”. Os interessados em submeter seus trabalhos têm a oportunidade de abordarem “diferentes temas, tais como processos identitários, protagonismo, corpo, violência, hegemonia, centro/periferia, decolonialidade, etc”.

Os autores devem seguir as diretrizes para autores do periódico disponíveis aqui. As submissões devem ser feitas através do sistema OJS da revista. As editoras do dossiê são Danielle Parfentieff de Noronha (DCOS/UFS), Erna Barros (PPGS/UFS) e Maíra Ezequiel (PPGCINE/IACS/UFF)