Luta pela EBC é tema de debate em SP

ebc

A luta em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Comunicação Pública será tema de debate no dia 11 de julho, a partir das 19h, na sede do Barão de Itararé, em São Paulo (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83 – República). A EBC está sob ataque desde que Michel Temer assumiu a presidência interina. A ingerência começou com a demissão ilegal do diretor-presidente Ricardo Mello e, agora, o próprio caráter público da EBC está em xeque. Confira o time que compõe a mesa de debate:

– Franklin Martins, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom)

 – Tereza Cruvinel, ex-presidenta da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

 – Laurindo Leal Filho (Lalo), apresentador do programa VerTV, na TV Brasil

 Para participar, é necessário garantir inscrição através do formulário ao fim desta página. 

A atividade é aberta e contará com transmissão ao vivo da Fundação Perseu Abramo, a ser reproduzida pela página do Barão de Itararé.

Chamada de trabalhos para “Encontro da Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento”

furtado

O Congresso da Asociación Latino-Americana de Investigadores en Comunicación (ALAIC), a ser realizado em outubro deste ano na Cidade do México, terá como pré-evento, no dia 4/10, o “Encontro da Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento”, com submissão de textos até o dia 20 de agosto.

Este encontro tem como iniciativa a criação de uma Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento de carácter interdisciplinar colaborará em problematizar seu legado intelectual e colocá-lo em diálogo com a trajetória intelectual que o campo da Comunicação latino-americano gerou, com a premissa de promover um pensamento crítico e autônomo. Nesse marco, esperam-se contribuições que se orientem pelos objetivos do encontro. Os textos de entre 2.000 e 4.000 palavras deverão ser enviados à coordenação do evento: bolano.ufs@gmail.com até o dia 20 de agosto de 2016.

Encontro

A contribuição de Furtado permaneceu na sombra durante todo o longo período de constituição e desenvolvimento das chamadas Ciências da Comunicação, até os dias atuais. Apenas recentemente – a partir de estudos diversos e estimulados pelo inestimável trabalho do Centro Internacional Celso Furtado para o Desenvolvimento (CICEF), ou ainda por iniciativas como os Colóquios Celso Furtado organizados pela Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura – essa lacuna começa a ser preenchida, mas ainda estamos longe de assimilar, em sua plenitude, aquela contribuição fundamental, que vai das formulações teóricas mais abstratas às propostas de políticas culturais públicas efetivas, entendidas como parte das políticas sociais, visando a superação do atraso, tornando a cultura, eixo estruturante das políticas de desenvolvimento, daquele “verdadeiro desenvolvimento”, que implica a necessidade de uma autonomia cultural que garanta, num horizonte de expectativas renovado, a reversão da lógica perversa entre meios e fins, característica do subdesenvolvimento.

O encontro constará de uma mesa de inauguração em que o coordenador fará uma breve apresentação da proposta da rede, seguida de um painel temático, no período da manhã. Pela tarde ocorrerão as apresentações de trabalho previamente selecionados pelo Comitê Científico. Ao final haverá uma plenária em que se nomeará a Comissão Provisória de constituição da Rede. Eventualmente será incluído um segundo painel temático no período da tarde.

Entidades e pessoas participantes da rede

– Coordenadores Assistentes: Mauricio Herrera-Jaramillo (Colombia), Carol Muñoz Nieves (Cuba).

– Coordenadores Associados: Verlane Aragão Santos (UFS), Ruy Sardinha Lopes (USP), Carlos Antônio Brandão (UFRJ).

– Comitê Científico: Alain Herscovici (UFES), Claudia Leitão (UECE), Rosa Freire d’Aguiar (CICEF), Anita Simis (UNESP), Silvia Lago (UBA), Marcos Dantas (UFRJ), Ingrid Sarti (UFRJ), Gabriel Kaplún (Universidad de la República de Uruguay), Gustavo Cimadevilla (Universidad Nacional de Río Cuarto), Fernando Mattos (UFF), Pedro Jorge Braumann (Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Politécnico de Lisboa), Daniela Monje (Universidad Nacional de Córdoba, Argentina) e Anibal Orué Pozo (Universidad del Este, Paraguay) 

– Instituições vinculadas: Centro Internacional Celso Furtado para o Desenvolvimento (CICEF); Rede Economia Política das Tecnologias da Informação e da Comunicação (EPTIC); União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura – Capítulo Brasil (ULEPICC-Brasil); e Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP).

– Grupos de pesquisa e laboratórios acadêmicos participantes: Comunicação, Economia Política e Sociedade, grupo vinculado ao Observatório de Economia e Comunicação da UFS (OBSCOM/CEPOS); Grupo de Estudos em Economia da Cultura, da Informação, do Conhecimento e da Comunicação (GECICC/UFES); Programa de Investigaciones sobre la Sociedad de la Información (SocInfo) del Instituto Gino Germani Universidad de Buenos Aires (UBA); Grupo Política e Economia da Informação e Comunicação (PEIC); e Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ).


En español

Este encuentro y la iniciativa de crear la Red Celso Furtado de Investigación en Comunicación, Cultura y Desarrollo de carácter interdisciplinar contribuirá a problematizar el legado intelectual del autor al colocarlo en dialogo con la trayectoria intelectual que el campo de la Comunicación latinoamericana generó, bajo la premisa de promover un pensamiento crítico y autónomo. En este marco, se esperan contribuciones orientadas por los objetivos del encuentro. Textos de entre 2.000 y 4.000 palabras deberán ser enviados a la coordinación del evento: bolano.ufs@gmail.com hasta el día 20 de agosto de 2016.

Encuentro

La contribución de Celso Furtado a la constitución y desarrollo de las denominadas Ciencias de la Comunicación permaneció en la sombra hasta nuestros días. Sólo recientemente –a partir de diversos estudios estimulados por el valioso trabajo del Centro Internacional Celso Furtado para el Desarrollo (CICEF), así como por iniciativas como los Coloquios Celso Furtado organizados por la Secretaria de Economías Creativa del Ministerio de Cultura- ese vacío empieza a ser llenado, aunque aún estamos lejos de asimilar en su plenitud, dicha contribución fundamental, que abarca desde las formulaciones teóricas más abstractas hasta las propuestas de políticas culturales publicas efectivas, entendidas como parte de las políticas sociales, con el objetivo de superar el atraso, convirtiendo a la cultura en eje estructural de las políticas de desarrollo, de aquel “verdadero desarrollo”, que implica la necesidad de una autonomía cultural que garantice, bajo un horizonte de expectativas renovadas, la reconversión de la lógica perversa entre medios y fines característica del subdesarrollo.

El encuentro constara de una mesa de inauguración en que el coordinador hará una breve presentación de la propuesta de la red, seguida de un panel temático, en el periodo de la mañana. Por la tarde será el espacio para las presentaciones de trabajos previamente seleccionados por el Comité Científico. Al final se tendrá espacio para una plenaria en que nominará la Comisión Provisional de constitución de la Red. Eventualmente será incluido un segundo panel temático en el período da tarde.

Chamada de trabalhos para Colóquio Adorno – Dialética Negativa

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Em comemoração aos 50 anos da obra Dialética Negativa, de Theodor W. Adorno, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) realizará de 22 a 24 de agosto o colóquio internacional “A reinvenção da Dialética”, com chamada aberta para trabalhos sobre o livro até o dia 15 de julho. O evento marcará também o lançamento da tradução brasileira do 10º volume da Coleção Adorno pela Editora Unesp.

Chamada

Serão avaliadas apenas as propostas cuja temática esteja diretamente vinculada à obra Dialética negativa, de Theodor W. Adorno, com divulgação das aprovadas no dia 21 de julho. Serão aceitos trabalhos de pós-graduandos e professores, em português, inglês ou espanhol, que devem conter: título da apresentação, nome do(a) expositor(a), titulação, instituição de origem, e resumo expandido de até 500 palavras. Deve ser seguida a formatação Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. 

 

 

Sobre o colóquio

A questão pouco acanhada a respeito da atualidade da filosofia no século 20 – nada menos do que a questão sobre a possibilidade de renovação objetiva do discurso interpretativo filosófico – acompanhou de maneira obsessiva a experiência intelectual de Theodor W. Adorno. Ela esteve presente já no título da conferência inaugural na Universidade de Frankfurt em 1931, na qual o jovem e ambicioso professor passava em revista pelas modas filosóficas da Alemanha no entreguerras. A caducidade da filosofia manifestava-se, para ele, não só no fracasso das ambições totalizantes e fundacionistas do idealismo, mas também nos esforços reiterados e ainda predominantes de atualização dessas mesmas ambições, das filosofias da vida à ontologia fundamental. 

A filosofia só permaneceria atual, na visão do jovem filósofo, não na formulação de respostas novas a problemas antigos mas na crítica da própria caducidade de toda subjetividade filosófica constitutiva. Sua sobrevivência dependeria de um programa de interpretação materialista da história da razão subjetiva, de uma reavaliação de suas questões clássicas à luz da concreção histórica e social do presente. A dialética em sua modalidade não idealista era o impulso, o procedimento que asseguraria a atualidade da filosofia.

Não chega a surpreender que a mesma questão, exposta no discurso inaugural de 1931 com uma solenidade quase metodológica, tenha reaparecido décadas depois, em 1966, na frase inaugural de Dialética Negativa: “A filosofia, que um dia pareceu ultrapassada, mantém-se viva porque se perdeu seu instante de sua realização”. A singularidade da filosofia adorniana, de seu pensar por modelos cuja auto-reflexão denuncia a inadequação entre coisa e pensamento conceitual no detalhe da experiência, nunca esteve dissociada de seu momento de produção.

Hoje, 50 anos após a publicação de Dialética negativa, poderíamos não apenas avaliar, com razoável distanciamento, o alcance da obra no interior do percurso intelectual do autor, apontando suas dificuldades internas e aporias. Mas poderíamos nos perguntar, reverberando o espírito que animou a obra, pela relevância mesma dessa “ontologia do estado falso”, pelo sentido dessa reinvenção da dialética que persegue continuamente as aspirações identitárias e ideológicas da razão, à luz das novas configurações do pensamento no século 21. Como se situaria a consciência crítica da não identidade, da contradição objetiva que orienta a dialética adorniana diante das novas filosofias do acontecimento e do reconhecimento, do realismo especulativo, do interesse crescente da filosofia analítica pelo pensamento hegeliano, dos estudos pós-coloniais, dos estudos de gênero?

Nesse contexto, o colóquio Adorno – Reinvenção da dialética, além de celebrar os 50 anos de publicação de uma das obras mais decisivas para o pensamento contemporâneo e de marcar o lançamento da tradução brasileira do 10º volume da Coleção Adorno pela Editora Unesp, busca oferecer uma oportunidade para a reflexão das potencialidades críticas do pensamento de Adorno, em especial da Dialética negativa, em relação a problemas concretos de nosso tempo. Afinal, se a questão da atualidade da filosofia sempre atravessou sua experiência intelectual, não será menor a tarefa de hoje reavaliarmos criticamente os modelos dialéticos de sua maior obra filosófica.

Há as presenças confirmadas de: Georg W. Bertram (Universidade Livre de Berlim), Fabian Freyenhagen (Universidade de Essex), Rodrigo Duarte (UFMG), Silvio Rosa Filho (Unifesp), Fábio Durão (Unicamp), Deborah Antunes (UFC), Gabriel Cohn (USP), Ricardo Musse (USP), Jorge de Almeida (USP), Paulo Arantes (USP), Vladimir Safatle (USP), Ricardo Fabbrini (USP) e Rubens Machado (USP).

Mais informações em: http://coloquioadorno.wix.com/coloquio2016

Seminário na UFSC debate Comunicação Pública

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A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza na próxima terça-feira (28), a partir das 14h, o Seminário “Comunicação Pública: O que a UFSC tem a ver com isso?”, com o tema “A EBC sob ameaça”. O evento contará como palestrantes Aderbal Filho (Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina), Itamar Aguiar (UFSC) e Fernando Paulino (Universidade de Brasília), com mediação de Rogério Christofoletti (UFSC).

A presidência da TV Brasil foi exonerada pelo presidente Michel Temer, mesmo com o mandato sendo garantido pela lei que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Há um manifesto em defesa da EBC e da comunicação pública (https://eptic.com.br/manifesto-defesaebc/), além de um conjunto de seminários e debates em prol da entidade público-estatal.

O seminário da UFSC ocorrerá na Sala Hassis, Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e é promovido pelo Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Federação Nacional dos Jornalistas, curso de Jornalismo da UFSC e programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC.

Chamada de artigos para dossiê “Mulher e Mídia”

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A Revista Observatório informa a chamada de trabalhos para a edição Janeiro-Abril de 2017 (v.3, n.1), que recebe artigos até o dia 28 de fevereiro de 2017 e cujo tema do dossiê é “Mulher e Mídia”. As editoras convidadas da edição são: Dra. Cynthia Mara Miranda, Universidade Federal do Tocantins (UFT); Dra. Sandra de Souza Machado, professora visitante da Universidade de Brasília (UnB) e Editora do Blog Igualdade – Correio Braziliense.

Ementa
As mídias informacionais e publicitárias – cinema, televisão, rádio, internet, jornais, revistas, livros, panfletos, cartazes, outdoors – contribuem para a formação da opinião pública. Se tais mídias, inseridas no processo de produção da informação e da propaganda, reforçam estereótipos e (más) representações sociais, intensificam a desigualdade e o desequilíbrio entre os gêneros (inclusive, para além do binarismo patriarcal) e evidenciam formas de sexismo, preconceitos e discriminações. Assim, não exercem a responsabilidade social, que é formar cidadãs e cidadãos conscientes e críticos.
É de fundamental importância que os meios de Comunicação Social sejam instrumentos para a propagação e a perpetuação da igualdade entre gêneros, principalmente, para a mudança das atuais representações imagéticas das mulheres. Tais mudanças de paradigmas visam a construção de nações inseridas na vanguarda das sociedades desenvolvidas, que respeitam a dignidade e valorizam a pessoa humana.
O dossiê Mulher e Mídia, nesse sentido, aceitará artigos que versem sobre as representações das mulheres nas mídias, em seus vários produtos, com destaque para as relações de gênero que são construídas e desconstruídas nos meios de comunicação de massa; a desigualdade de poder e a invisibilidade das mulheres nos cargos de poder da indústria midiática. Também será dada prioridade aos artigos que destaquem a atuação dos movimentos de mulheres, feministas, para a construção da igualdade de gênero nos meios de comunicação, bem como a construção de ferramentas para o controle social dos mass media.
Revista Observatório
Revista Observatório é uma publicação quadrimestral do Núcleo de Pesquisa e Extensão Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (OPAJE) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) que tem como missão atuar na promoção da discussão acadêmica e de pesquisas estudos interdisciplinares avançados no campo da Comunicação, do Jornalismo, da Educação e das Ciências Sociais.
O propósito da Revista Observatório é constituir-se como um periódico acadêmico a fim de apresentar, na forma de artigos científicos, resultados de pesquisas e estimular debates sobre questões teórico-metodológicas da pesquisa em Comunicação, Jornalismo e Educação, ao mesmo tempo em que se propõe a contribuir para a criação e fortalecimento de uma rede de pesquisadores na confluência dessas áreas em nível nacional e internacional, tendo por base os grupos e núcleos de pesquisa no Brasil e no Exterior. A revista se pauta no princípio da democratização do conhecimento científico incentivando o acesso público, imediato e livre a todo o seu conteúdo publicado. 

Carta de Brasília em Defesa da Comunicação Pública

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Em 15 de junho de 2016, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade do Minho (UMinho) realizaram o Seminário “O Futuro da Comunicação Pública”.

Os debates contaram com a participação de acadêmicos das duas instituições (Madalena Oliveira, Luís Santos, Sara Pereira, Carlos Fino e Clarisse Pessôa, pela UM, e Fernando Oliveira Paulino, Liziane Guazina, Murilo César Ramos, José Salomão David Amorim, David Renault, Luiz Martins, Dácia Ibiapina, Elen Geraldes, Janara Sousa, Jairo Faria e Flávia Rocha, pela UnB) estudantes, artistas e representantes de entidades da sociedade (tais como Renata Mielli, Cacai Nunes e Taís Ladeira), trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a exemplo de Soane Guerreiro, da ouvidora da EBC, Joseti Marques, da presidenta do Conselho Curador, Rita Freire, e do diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, reunindo mais de 200 pessoas presencialmente e sendo acompanhado à distância via transmissão pela internet e por vídeo-conferência.

Além de apresentar os resultados do Projeto Políticas de comunicação, radiodifusão pública e cidadania subsídios para o desenvolvimento sócio-cultural em Portugal e no Brasil (radiodifusaopublica.wordpress.com), que conta com apoio da Capes e da FCT e incluem a publicação de edição da Revista Brasileira de Políticas de Comunicação sobre “Comunicação Pública e plataformas digitais” (disponível em www.rbpc.lapcom.unb.br), o Seminário promoveu reflexões sobre as perspectivas futuras, compreendendo a importância do aprimoramento do serviço público de comunicação com autonomia editorial e independência financeira, nos dois países para:

a) a promoção da diversidade cultural, b) a compreensão do público como cidadãos com direito à informação e à comunicação, c) a gestão das empresas com participação e acompanhamento da sociedade, d) o fortalecimento dos instrumentos de diálogo e prestação de contas, e) a realização de cobertura jornalística com equlíbrio informativo, f) a formação e a literacia mediática do público infanto-juvenil, g) a inovação na produção, distribuição e acesso a conteúdos jornalísticos e culturais, h) a produção e o acesso a conteúdos audiovisuais produzidos no Brasil e em Portugal e a obras desenvolvidas em co-produção com outros países e i) o cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que asseguram a necessidade de complementaridade e equilíbrio entre os sistemas públicos, privados e estatais de comunicação.

Para que tais objetivos sejam cumpridos, é fundamental garantir as condições de funcionamento de operadores públicos de comunicação que priorizem princípios de igualdade de acesso, de defesa da Língua Portuguesa, de diversidade cultural, de promoção da cidadania ativa por relação a princípios de rentabilidade econômica.

Dado que os imperativos comerciais nem sempre coincidem com o ideário descrito acima, é crucial desenvolver uma maior divulgação das atividades realizadas pelas empresas públicas de comunicação, proporcionando com que a sociedade tenha ainda mais acesso às produções realizadas e, dessa forma, compreenda a importância da comunicação pública para a democracia. Para tanto, é ainda essencial aprofundar a realização de parcerias com o profissionais de instituições de educação superior, média e fundamental e intensificar o diálogo com integrantes do Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Mais informações sobre o Seminário, incluindo fotos, arquivos das apresentações realizadas e vídeos dos debates podem ser encontradas em: http://www.ebc.com.br/institucional/conselho-curador/noticias/2016/06/seminario-promovido-por-universidades-ressalta-importancia-da e em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-06/pesquisadores-de-universidades-debatem-futuro-da-comunicacao-publica

Brasília 21 de junho de 2016

SBPJor abre chamada de trabalhos para o encontro de 2016

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Está aberta até o dia 31 de julho a chamada de trabalhos para o 14° Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo e para o VI Encontro de Jovens Pesquisadores em Jornalismo (VI JPJor). Eventos anuais organizados pela SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo), eles serão realizados de 9 a 11 de novembro na Unisul, em Palhoça (SC) e terão como tema principal “A Pesquisa em Jornalismo como espaço de observação do mundo: silêncio, censuras e potências”.

O tema tem como objetivo reunir pesquisas que enfocam como o Jornalismo lida com a diversidade, com a censura e com as limitações das corporações, da sociedade e do próprio jornalista, contemplando-se trabalhos que tratam da representação do Outro no discurso jornalístico, das dificuldades e desafios colocados para o exercício da construção de sentidos sobre o mundo, bem como análises sobre as novas práticas comunicacionais que desafiam o modelo jornalístico tradicional.

Abaixo com anexos e no site do evento há as informações e os formulários necessários para submeter seu trabalho:

1) Normas da chamada de trabalhos para a submissão

2) Modelo para formatar os trabalhos a serem encaminhados ao 14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo

3) Modelo para formatar os trabalhos a serem encaminhados ao VI Encontro de Jovens Pesquisadores em Jornalismo (JPJor)

4) Autorização do orientador para submissão de trabalhos encaminhados ao VI JPJor

5) Tutorial para submissão de trabalhos ao 14º SBPJor

Mais informações: http://sbpjor.org.br/sbpjor/2016/06/19/chamada-de-trabalhos-14o-sbpjor-e-6ojpjor/

A doce fantasia da neutralidade e a amarga criminalização do jornalismo

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Foto: Matheus Chaparrini

Por Eduardo Silveira de Menezes* (Sul 21)

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) pôs fim à exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Há época, o ministro Gilmar Mendes, um conhecido “pizzaiolo tucano” – então presidente da Casa –, justificou seu voto contra a obrigatoriedade do diploma por meio de uma infeliz analogia. Sua alegação era de que, embora excelentes “chefes de cozinha” possam ser formados numa faculdade de culinária, tal aprendizado, por si só, não legitimaria a exigência de que toda refeição seja preparada por alguém com curso superior na área. Uma declaração bem ao gosto da maior parte dos grandes grupos de mídia, cujo discurso em defesa de uma suposta “isenção jornalística” corresponde, na verdade, à materialização cínica de suas ideologias.

A Folha de São Paulo, por exemplo, cuja linha editorial apresenta bastante afinidade com a de grupos de comunicação gaúchos como a RBS, não exige que seus jornalistas possuam formação na área. O principal requisito para ingressar nos “programas de treinamento” da empresa paulista é que o postulante à vaga tenha afinidade com o seu “projeto editorial” (sua posição política). Esta perspectiva, infelizmente, não destoa da lógica utilizada por muitos cursos de jornalismo durante o processo de formação, uma vez que a principal preocupação tem sido a de legitimar um perfil de profissional apto a obedecer regras; sem, de fato, compreender que o repórter só pode exercer com precisão sua tarefa de relatar os acontecimentos, quando não se limita a reportá-los apenas a partir das vozes oficiais.

Ponto de vista do cidadão

Todo jornalista possui referências. Cada acontecimento é narrado a partir de uma interpretação do mundo. Não é possível separar a atuação como repórter da atuação como ser humano. Jornalistas não são computadores, máquinas fotográficas ou teleprômpters. Como diz o teólogo Leonardo Boff, no livro A águia e a galinha, “todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Aplicar esse fundamento ao jornalismo é essencial para compreender a sua essência. Aliás, esta é uma boa forma de evitar a doce fantasia de se escolher a profissão a partir do que é dito no verso de um achocolatado. Não existe “a” versão do fato. Existem, sim, versões de um mesmo fato. Cada notícia, por consequência, é uma das versões do fato levada ao conhecimento público. A possibilidade de acesso às diversas versões de um mesmo fato é o pressuposto básico de qualquer democracia, pois, conforme dizia o sociólogo Herbert de Souza – o Betinho –, “o termômetro que mede a democracia em uma sociedade é o mesmo que mede a participação dos cidadãos na comunicação”.

Uma criminalização amarga

O lamentável episódio da desocupação da sede da Secretaria da Fazenda, na última quarta-feira, dia 15, que resultou na prisão do repórter Matheus Chaparini, do Jornal Já, evidencia o quanto alguns veículos da chamada grande mídia – e alguns dos seus dóceis jornalistas – tendem a materializar a ideologia por meio do cinismo. Essa definição pertence ao filósofo esloveno Slavoj Žižek. Para ele, a ilusão estaria na base do próprio fazer; o que, sem dúvida, se aplica ao fazer jornalístico. Nas palavras do autor, “eles sabem que, em sua atividade, estão seguindo uma ilusão, mas fazem-na assim mesmo”. Seguindo por essa linha de raciocínio, é possível dizer que todo jornalista incapaz de solidarizar-se com a prisão de Chaparini, na verdade, sabe que o seu entendimento sobre a prática profissional mascara uma forma particular de ver o mundo.

O repórter do Jornal Já estava exatamente onde todo jornalista deve estar quando se dispõe a cobrir um acontecimento; isto é, no local onde o fato ocorre. Estando no lugar certo, sua posição diante do fato tende a ser a que mais se aproxima da realidade, pois ele passa a ter a possibilidade de seguir um dos pressupostos básicos da profissão: ouvir todos os lados da história. Essa tomada de posição contribui para abandonar a ilusão de que, para reportar um acontecimento, basta ouvir as fontes legitimadas pelo poder constituído. Notícias cuja principal informação diz respeito ao número de pessoas detidas não se constituem como as únicas versões possíveis de reportar o fato.

A luta dos estudantes gaúchos por uma educação de qualidade não pode ser tratada em sua complexidade apenas com a descrição do local, do dia, do horário e do número de pessoas presentes na ocupação. A problematização sobre a forma como o governo tem lidado com essa questão não pode ser silenciada. O questionamento sobre a necessidade da presença de policiais militares mulheres para a retirada das estudantes presentes na ocupação não pode ficar sem resposta. Quem acha que essas reflexões – que resultam do ponto de vista de Chaparini diante do acontecimento – são menos importantes do que o número de pessoas retiradas do local, não está comprometido em fazer jornalismo; limita-se a cumprir o papel de relações públicas, não oficial, do governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB).

Muitos colegas de profissão – acredito que a maioria – foram solidários ao repórter do Jornal Já. Não é todo dia que somos surpreendidos com a notícia de que um trabalhador, no exercício da sua profissão, é levado ao Presídio Central e, posteriormente, passa a responder por crimes como: corrupção de menores, organização criminosa, esbulho possessório (apropriar-se de imóvel público) e dano ao patrimônio público. O Jornalista é, antes de tudo, um cidadão. Os jornalistas que criticam a atitude do repórter estão empastelados. Acostumaram-se a perder o raciocínio com a mesma velocidade que devoram um achocolatado, pois não fogem ao pensamento infantil de uma “neutralidade possível”. Toda objetividade pressupõe, como bem pontuou o saudoso Adelmo Genro Filho, uma produção humana, que, por sua vez, convive com a subjetividade o tempo todo.

É preciso, portanto, ter coragem intelectual para superar a estreita visão positivista, predominante no século XIX, de que a notícia é o puro reflexo de uma realidade inquestionável. Foi a partir dessa época, aliás, que o jornalismo característico dos dois séculos anteriores, com posicionamento político assumido, passou a dar lugar a um oportunista “jornalismo de informação”. O principal argumento para a mudança de paradigma esteve alicerçado na defesa da separação entre “fatos” e “opiniões”. Uma divisão meramente categórica, que, em verdade, obedece a critérios subjetivos. Tal mudança foi marcada pela expansão da imprensa e pela consequente transformação da notícia em mercadoria. Interpretar o mundo sob este prisma, nos dias de hoje, é, por si só, uma prova de que não se pode olhar para os fatos sem evidenciar um ponto de vista ideológico. Como diria Cláudio Abramo, “a ética do jornalista é a ética do cidadão. O que é ruim para o cidadão é ruim para o jornalista”. Para melhor compreender os dilemas dessa tão nobre profissão, nos dias de hoje, basta parafraseá-lo; afinal, se for amargo para quem exerce a cidadania lutando por melhorias na educação, será amargo para quem ainda não desistiu de fazer jornalismo.

* Eduardo Silveira de Menezes é jornalista, mestre em Ciência da Comunicação pela Unisinos e doutorando em Letras pela UCPel. E-mail: dudumenezes@gmail.com

Encontro Nordeste de História da Mídia contará com mesa sobre mercado brasileiro de televisão

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Nos dias 04 e 05 de agosto, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), será realizado o Encontro Nordeste de História da Mídia, com recebimento de trabalhos até o dia 08 de julho. Dentre as atividades da programação, está a mesa “O mercado brasileiro de televisão numa perspectiva histórica”, a ser realizada a partir das 10h20 do dia 05. A mesa contará com os professores César Bolaño (UFS), Júlio Arantes (UFAL), Anderson Santos (UFAL) e Amilton Glaúcio de Oliveira (UFAL).

O evento ocorrerá no bloco de Comunicação Social para toda a comunidade acadêmica. Estudantes, professores e pesquisadores, interessados em assuntos avançados, estão convidados a comparecer. A conferência de abertura será marcada pela presença do ilustre José Marques de Melo e no decorrer no Encontro terá apresentação de trabalhos, com recepção aberta até o dia 08 de julho.

Grupos de Trabalho

GT 1 – HISTÓRIA DO JORNALISMO

GT 2 – HISTÓRIA DA PUBLICIDADE E DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

GT 3 – HISTÓRIA DA MÍDIA DIGITAL

GT 4 – HISTÓRIA DA MÍDIA IMPRESSA

GT 5 – HISTÓRIA DA MÍDIA SONORA

GT 6 – HISTÓRIA DA MÍDIA AUDIOVISUAL E VISUAL

GT 7 – HISTÓRIA DA MÍDIA ALTERNATIVA

GT 8 – HISTORIOGRAFIA DA MÍDIA

1) Os textos completos devem ser salvos em formato .pdf e ter como título o GT específico, nome e sobrenome do autor (por exemplo, gtjornalismo_maria_silva). Os textos completos devem ser enviados utilizando o formulário de submissão.

2) Os autores devem aguardar resposta de confirmação do recebimento.

3) Os coordenadores de grupos temáticos somente incluirão no programa do evento e os organizadores locais somente publicarão nos Anais Eletrônicos aqueles trabalhos cujos autores estiverem formalmente inscritos. 

4) Cada autor pode submeter até dois trabalhos como autor principal e até dois trabalhos como co-autor. Os graduandos só podem inscrever trabalhos em coautoria com seus respectivos orientadores.

5) Qualquer dúvida entrar em contato pelo email contato@historiadamidianordeste.com.br

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Mais informações: http://www.historiadamidianordeste.com.br/

ANDI publica levantamento sobre “Violação dos Direitos na mídia brasileira”

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A ANDI Comunicação e Direitos, com apoio do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) e da Artigo 19, disponibiliza o relatório “Violação dos Direitos na mídia brasileira”.

Foram analisados 28 programas “policialescos” de rádio e televisão produzidos em dez capitais brasileiras. A pesquisa, produzida pela ANDI Comunicação e Direitos, identificou, em apenas 30 dias, 4.500 violações de direitos, 15.761 infrações a leis brasileiras e multilaterais e 1.962 casos de desrespeito a normas autorregulatórias, como o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.

O estudo é uma das ações do “Programa de monitoramento de violações de direitos na mídia brasileira”, desenvolvido em articulação com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do MPF.

Acesse a publicação: http://midia.pgr.mpf.gov.br/pfdc/hotsites/mpdcom/docs/guia_violacoes_voliii_web.pdf