A revista Index.Comunicación abriu chamada de trabalhos para o dossiê “Jornalismo para quem? Olhares sobre o jornalismo à luz da democracia”. O periódico recebe contribuições até o dia 10 de abril de 2019. Os trabalhos aceitos serão publicados em junho 2019.
Os artigos devem ser enviados através do sistema de submissões eletrônico da revista, que pode ser acessado aqui, e devem seguir as normas de publicação estabelecidas por seu comitê editorial, disponíveis aqui.
O dossiê aceita trabalhos que discutam o papel do jornalismo na democracia à luz de suas contradições, pois apesar da narrativa que coloca o jornalismo como um pilar da democracia, as grandes empresas do campo sempre atuaram na defesa de golpes de estado em países da América Latina e Península Ibérica e de pautas contemporâneas tributárias aos interesses do mundo financeiro e do conservadorismo.
A coordenação do dossiê está a cargo de Frederico de Mello Brandão Tavares (UFOP) e Phellipy Pereira Jácome (UFMG). O periódico é editado pela Universidade Rey Juan Carlos, Madri, Espanha e recebe artigos em português, inglês e espanhol.
Chamada
O jornalismo é considerado um tipo de prática social realizada por um conjunto de instituições voltadas, a princípio, ao aperfeiçoamento da democracia. Apesar disso, as tensões entre jornalismo, política e mercado jogam luz sobre as contradições dos discursos que validam historicamente esse ideal jornalístico. As mídias informativas e suas atuações históricas nos golpes civil-militares na América Latina e na Península Ibérica, bem como na construção de pautas contemporâneas tributárias aos interesses do mundo financeiro e ao conservadorismo, colocam em questão o lugar social ocupado pelo jornalismo e solicita um olhar sobre sua identidade, sua historicidade e seus usos.
Quais os impactos de coberturas jornalísticas na formação de uma agenda democrática? Como pensar a relação entre a mídia e ascensão de movimentos políticos conservadores em âmbito mundial? De que maneira refletir sobre os meios de comunicação e seu dever de memória? As tensões entre os grandes jornais estadunidenses e o presidente Donald Trump, a construção enviesada de narrativas que contribuíram para as derrubadas recentes de governos de esquerda na América Latina, o olhar sobre os refugiados e a crise migratória, similitudes e diferenças nas agendas midiáticas pós 1960 e anos 2000 na Ibero América, bastidores e interesses na formação e no tipo de produção noticiosa dos conglomerados de mídia, reportagens sobre as reformas trabalhistas no âmbito europeu e latinoamericano: como problematizar esses fatos sem cair em visões dicotômicas ou simplistas sobre a realidade e o próprio jornalismo?
Este dossiê propõe o recebimento de artigos e ensaios provenientes de pesquisas e reflexões que repensem e complexifiquem o lugar naturalizado e pouco problematizado do jornalismo em Estados Democráticos, tomando estes últimos e seus preceitos como chave interpretativa de processos sociais mais amplos, incluindo os midiáticos.