A Revista Comunicação e Sociedade está recebendo contribuições para o Dossiê “Bolsonarismo e a Mídia: Fake News, Pós-Verdade e a Ascensão do Populismo de Direita no Brasil e no Mundo” até o dia 25 de fevereiro de 2019.
Os artigos devem ser submetidos pelo sistema eletrônico da revista, que pode ser acessado aqui, e devem seguir as normas propostas pela publicação que podem ser acessadas aqui.
O periódico espera trabalhos que tratem sobre a comunicação associada ao populismo e à ascensão de políticos de direita no Brasil. Os trabalhos podem tratar de temas como a relação entre imprensa e Bolsonararismo, Fake News e Campanha Política.
O Dossiê será publicado no Volume 41, número 1 do periódico (jan-abr 2019) no dia 30 de abril de 2019. Os editores convidados para o Dossiê são Carlos Alberto Messeder (UFRJ), Gustavo Said (UFPI), Richard Romancini (USP) e Viktor Chagas (UFF).
Chamada
A comunicação associada ao populismo e à ascensão de políticos de direita tem recebido a atenção de acadêmicos do mundo todo, o que se reflete em edições especiais de revistas científicas e livros – como o v. 9, n. 20, da Information, Communication & Society, e a coletânea Trump and the media (2017). Aspecto notável desses trabalhos é o destaque à internet, que estaria criando novas oportunidades para a propagação dos discursos pelas lideranças e para a organização dos apoiadores. Fala-se mesmo numa transformação do ambiente midiático, aproveitada de maneira estratégica pelos conservadores.
No contexto brasileiro, o “retorno da direita” ao cenário político tem sido discutido em trabalhos, como a coletânea Direita, volver! (2015), nos quais a comunicação produzida pelos conservadores locais, bem como a relação desses grupos com a mídia tradicional, são também, em alguma medida, abordadas.
Com a recente eleição de Jair Bolsonaro essas questões ganham mais relevância. Desse modo, para avançar o conhecimento sobre essas temáticas, nesta chamada de trabalhos, convidamos os pesquisadores a refletir sobre a emergência da “nova direita” no país, bem como os significados e as possíveis consequências da primeira eleição pelo voto popular de um presidente de extrema direita no Brasil. Os autores poderão submeter artigos de pesquisa, ensaios e entrevistas (com investigadores e indivíduos que ajudem a lançar luz sobre os temas mencionados), que enfatizem as características midiáticas e comunicacionais dos objetos de estudo.
Possíveis temas, sem a exclusão de outras questões pertinentes, são:
– Análises sobre as Eleições 2018, com ênfase nas estratégias desenvolvidas pela campanha de Bolsonaro à presidência, no uso das mídias sociais (Facebook, Twitter, YouTube, WhatsApp, e outras), e na articulação entre campanha online e mobilizações nas ruas.
– Reflexões sobre o aspecto performático de manifestações de apoio aos candidatos: coreografias, carreatas, o comércio de roupas e acessórios.
– Análises sobre a cobertura midiática das eleições, o papel da imprensa de prestígio (quality press), ameaças à liberdade de imprensa, pressões e ataques a profissionais, a credibilidade dos meios tradicionais em xeque.
– Estudos sobre os efeitos da difusão e circulação de fake news, limites éticos da propaganda eleitoral e a atuação de grupos de interesse e núcleos profissionalizados na campanha de Bolsonaro e seus aliados.
– Avaliações sobre o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral e mudanças no ecossistema midiático das campanhas.
– Investigações sobre recursos retóricos e estratégias discursivas empregadas pelos candidatos e sua militância: memes, áudios e vídeos virais, santinhos virtuais etc.
– Estudos sobre o impacto e os limites da campanha negativa, incluindo manifestações e ações coletivas de agravo à candidatura de Bolsonaro (#elenão, #caixa2dobolsonaro).
– Reflexões sobre o discurso moral (contra a corrupção, contra a “ideologia de gênero”, contra o feminismo” e pelos bons costumes), o discurso de ódio, e o antipetismo.
– Discussões sobre as fronteiras teórico-epistemológicas do conceito de populismo e sua relação com a mídia, construções identitárias da “nova direita”, e o recrudescimento de grupos conservadores no Brasil e no exterior.
– Análises comparadas da trajetória e das estratégias de comunicação de Bolsonaro e outros políticos associados à direita e à extrema direita no Brasil e em outros países (Trump, Berlusconi, etc.).
– Investigações sobre produções midiáticas ficcionais que evocam imaginários e valores morais conservadores (como p.ex. O Mecanismo).
– Reflexões sobre o papel de celebridades midiáticas no processo eleitoral.
– Antecedentes da Era Bolsonaro: Junho de 2013, o golpe de 2016, a prisão de Lula, e outros acontecimentos marcantes recentes.
– Horizontes e perspectivas sobre as relações entre mídia e democracia.