Programação do GP EPICC no Congresso Nacional da Intercom 2017

O Grupo de Pesquisa Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura anunciou a programação de suas atividades durante o XL Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que ocorrerá de 4 a 9 de setembro na Universidade Positivo, em Curitiba.

A primeira atividade será o IX Fórum Eptic, a partir das 9h do dia 7, que este ano será sobre os “50 anos da TV pública”. O Fórum terá como participantes os pesquisadores Cesar Bolaño (UFS), Iluska Coutinho (UFJF), Patricia Mauricio (PUCRJ) e Sérgio Matos (UFRB), sendo coordenado por Anita Simis (UNESP).

Após o Fórum EPTIC, das 14h às 17h, começarão as sessões de apresentação de trabalhos do GP, que seguem durante a manhã e a tarde do dia 08. A reunião geral deste grupo de pesquisa ocorrerá no dia 07 de setembro, a partir das 17h. A ordem da apresentação dos trabalhos aprovados segue abaixo:

7 de setembro

– 14:00 às 17:00

Sessão 1 – Jornalismo no mundo contemporâneo

Coordenação: Anita Simis (UNESP)

1. Influenciadores digitais como parte da disrupção do modelo de negócios do jornalismo

Patrícia Maurício Carvalho (PUC-RJ)

2. O financiamento coletivo como alternativa para viabilizar economicamente a realização de reportagens no Brasil

Fernando Severo Soares Junior (UAB-Espanha)

3. O jornalismo cultural da indústria brasileira e a era digital: as reformulações do Segundo Caderno como reflexo de uma nova configuração

Pamela Passos Mascarenhas (UFF)

4. Reflexões sobre um modelo de negócios e gestão para empresas jornalísticas

Daniele Fernandes Rodrigo (UENF)/Instituto Federal do Tocantins

 

– 14:00 às 17:00

Sessão 2 Comunicação e política (paralela)

Coordenação: César Bolaño (UFS)

1. O uso das cibernarrativas neopentecostais como estratégia política de Marcelo Crivella nas eleições municipais de 2016

Vanessa Cristiane Cardozo Cunha (UERJ)

2. Um breve mapa das desigualdades de gênero nos meios de comunicação

Ana Maria da Conceição Veloso (UFP)

3. A distribuição da verba publicitária da SECOM da Presidência da República como política de comunicação do governo (2011-2014)

César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)

4. Representação midiática do impeachment brasileiro em 2016: o dito e o não dito

Kelinne Oliveira Guimarães (IFTO)

 

 

8 de setembro

– 9:00 às 12:00

Sessão 3 Economia política das redes

Coordenação: Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)

1. Privatização, financeirização e centralização de capital: elementos para a compreensão da atuação da América Móvil no contexto da convergência

Helena Martins do Rêgo Bareto (UnB)

3. Ativismo codificado: limites e oportunidades para a ação coletiva nas redes sociais

Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)

4. Fluxo informacional e trabalho: o (des)serviço de telemarketing em Alagoas

Júlio Arantes Azevedo (UFAL)

5. Internet: praças de mercado sob controle do capital financeiro

Marcos Dantas (UFRJ)

6. Para uma investigação sobre a crise como fundamento da forma-comunicação (I) : a informação necessária no momento da circulação simples.

Manoel Dourado Bastos (UEL)

 

– 14:00 às 18:00

Sessão 4 Temáticas da EPC

Coordenação: Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)

1. Formação do mercado piauiense de televisão: TV Clube

Renan da Silva Marques (UFP)

2. Contra a Globo e pelo negócio: uma análise do caso Atletiba no campeonato paranaense

Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)

3. O novo paradigma de fomento privado à cultura: paralelismos na realidade brasileira

Verena Carla Pereira (UNICAMP)

4. Literacy digital e suas implicações no conceito da comunicação política

Paulo Henrique Ferreira Nascimento (UNESP)

5. Revista Crescer: uma análise discursiva sobre os sentidos da maternidade

Nara Jaqueline dos Reis (UFJF)

6. Indústria cultural e indústria criativa: definições, divergências e convergências

Franceli Couto Jorge (UNIPAMPA)

Chamada de trabalhos para III Encontro Internacional da Economia Criativa

Está aberta até 25 de setembro a chamada de resumos expandidos para o III Encontro Internacional da Economia Criativa, cujo tema é “Áfricas Criativas”. O evento ocorrerá em Salvador (ICBA) e na cidade de Santo Amaro (Teatro Dona Canô), no Recôncavo da Bahia, de 08 a 10 de novembro de 2017.

Submissão

Para participar do evento propondo uma atividade, é preciso estar inscrito no evento. Em seguida, preencha o formulário de submissão de resumos no qual deverá:

1.   Selecionar uma modalidade de submissão: artigo científico, relato de experiência, trabalho técnico, mesa temática ou encontro de rede;

2.   Escolher um eixo temático: 1. Criação, Inovação, Empreendedorismo e Modelos de Negócio; 2. Indicadores, estudos e metodologias; 3. Políticas Públicas para a Economia Criativa;

3.   Adicionar título do trabalho, autores (no máximo três),  palavras-chave e resumo expandido com no mínimo 500 e no máximo 3000 palavras, incluindo principais referências bibliográficas.

Modalidades de submissão:

  • Artigo científico – apresentação de resultados de pesquisas acadêmicas, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado, desenvolvidos por instituições de educação e universidades do Brasil e do exterior.
  • Relato de experiência – apresentação de casos e experiências práticas de atuação profissional nos setores da economia criativa com informações sobre o contexto, as motivações, as metodologias e os resultados alcançados.
  • Trabalho técnico – apresentação de resultados de pesquisas sobre a economia criativa desenvolvidas por profissionais e/ou instituições públicas e privadas não acadêmicas.
  • Mesa temática – apresentação de um conjunto de no mínimo três e no máximo cinco trabalhos sobre um mesmo tema. A mesa pode agregar artigos científicos, relatos de experiências ou trabalhos técnicos.
  • Encontro de rede – organização de uma reunião para fins específicos com profissionais e/ou pesquisadores acadêmicos de um determinado setor da economia criativa ou de uma região geográfica. Os proponentes ficarão responsáveis por convidar e mobilizar os participantes.

Eixos temáticos:

O III Encontro Internacional da Economia Criativa acolherá trabalhos sobre economia criativa em três eixos temáticos definidos pela organização do evento. Os eixos temáticos incluem as ementas listadas abaixo, embora não estejam limitados às mesmas:

Eixo 1 – Criação, Inovação, Empreendedorismo e Modelos de Negócios

  • Habilidades criativas, atividades empreendedoras e exploração de modelos de negócios inovadores
  • Conceitos, ferramentas e técnicas inovadoras para a criação, desenvolvimento e avaliação de negócios
  • Processos de criação, diferenciação e inovação para modelos de negócios
  • O contexto do empreendedorismo no Brasil e o mercado para empresas dos setores criativos
  • Criação de valor e tecnologia nos setores criativos: startups, customer development e open innovation
  • Ciclo completo de desenvolvimento de novos negócios, incluindo técnicas e ferramentas como design thinking e lean startup
  • Criatividade: conceitos, domínios e visão empreendedora
  • Conceitos e relações entre criatividade e inovação
  • Aplicação de teorias e técnicas de criação e inovação no contexto da economia criativa
  • Construção de um ambiente aberto à inovação nos setores criativos
  • Novas tecnologias de informação e comunicação e suas aplicações na cultura e na economia criativa
  • Definições, conceitos e determinantes do empreendedorismo cultural e criativo
  • Planejamento, ferramentas de gestão e avaliação de empreendimentos culturais e da economia criativa
  • O empreendedorismo cultural e criativo como fator de desenvolvimento integrado nas sociedades
  • Projetos criativos para o desenvolvimento econômico de regiões e países
  • Função social do empreendedor cultural e criativo
  • Casos de startups e projetos digitais nos setores da economia criativa

Eixo 2 – Indicadores, Estudos e Metodologias

  • Indicadores simples para a economia criativa
  • Cadeia produtiva da economia criativa
  • Diagnóstico, dimensionamento e potencialidade da economia criativa em cidades, regiões e países
  • Indicadores compostos para a economia criativa
  • Dados macroeconômicos e conta satélite da cultura
  • Formação de sistemas e bancos de informações, dados, resultados, estudos e indicadores relacionados aos setores culturais e criativos
  • Análise, interpretação de dados e elaboração de instrumentos de pesquisa no campo da cultura e da economia criativa
  • Conceitos, fontes de dados e aplicações para formação e avaliação de políticas públicas e elaboração de estudos socioeconômicos da cultura e da economia criativa
  • Financiamento à produção cultural no Brasil
  • Tipos de financiamento: direto, indireto, reembolsável e coletivo
  • O consumo cultural como atividade econômica e social
  • Indicadores de desenvolvimento da economia da cultura e criativa
  • Impactos da propriedade intelectual e do direito autoral na economia da cultura e criativa
  • Contribuição das atividades culturais e dos setores criativos ao PIB
  • Emprego cultural e nos setores criativos
  • Indicadores para medição do comércio de bens criativos e culturais
  • Pesquisas sobre hábitos e gastos de consumo em cultura e nos setores da economia criativa
  • Indicadores para medição da cultura e da economia criativa em suas dimensões econômica e social

Eixo 3 – Políticas Públicas para a Economia Criativa

  • Políticas públicas de cultura e de fomento da economia criativa no Brasil e no mundo em uma perspectiva histórica e comparada
  • Política pública de fomento da economia criativa
  • Políticas de desenvolvimento local e regional com foco nas dinâmicas culturais
  • Conceitos e dimensões de Arte e Cultura
  • A incubação da cultura e dos setores criativos na perspectiva do desenvolvimento social e econômico
  • Planos nacional, estaduais e municipais de cultura e da economia criativa no Brasil
  • Políticas de fomento à cultura e à economia criativa voltadas para o desenvolvimento comunitário
  • Marcos legais e questões normativas da economia da cultura e criativa
  • Avaliação de políticas públicas no campo da cultura e dos setores criativos seus impactos sócio-espaciais
  • Cultura, economia criativa e desenvolvimento territorial
  • Proteção legal dos direitos autorais e organização do fluxo de bens culturais e criativos
  • Regulamentação jurídica do acesso e exclusividade aos bens de natureza simbólica e de sua circulação, utilização e criação
  • Análise sobre políticas culturais e da economia criativa efetivamente aplicadas pelos entes estatais, envolvendo seus processos de decisão e capacitação e sua evolução
  • Cruzamento entre a extensão burocrática do setor público e a iniciativa privada da criação de bens culturais e criativos
  • Modelos de análise de políticas culturais e da economia criativa
  • Avaliação e fiscalização da política cultural e da economia criativa tendo em vista a participação democrática e o controle social

– Calendário

  • Submissão de resumos – 28 de agosto a 25 de setembro de 2017
  • Divulgação dos resultados – 02 de outubro de 2017
  • Confirmação de participação – até 09 de outubro de 2017
  • Apresentação dos trabalhos no III EIEC – 08 a 10 de novembro de 2017
  • Prazo para envio de textos completos para publicação – 05 de março de 2018

Sobre o evento

O III Encontro Internacional da Economia Criativa (#EIEC2017) visa conectar o debate teórico com as práticas da economia criativa para fomentar reflexões sobre tendências contemporâneas e promover a qualificação de atores criativos e o fortalecimento de redes de cooperação. Esta edição, a ser realizada de 08 a 10 de novembro de 2017, em Salvador e Santo Amaro, na Bahia, tem como tema “Áfricas Criativas”. O objetivo é promover discussões sobre o sistema cultural e os elos das cadeias produtivas das artes e da cultura afro-brasileira no Brasil, no continente africano e nas mais diversas diásporas negras no mundo. Espera-se que o evento possa contribuir para a reflexão acerca das influências históricas e contemporâneas da cultura africana na economia criativa, bem como dos principais desafios e oportunidades dos artistas, realizadores e produtores culturais afrodescendentes.

O evento é gratuito e deve reunir artistas, produtores, gestores e pesquisadores dos setores criativos, além de representantes de organizações públicas, privadas e da sociedade civil. A programação está focada em discussões conceituais e empíricas sobre a dimensão econômica das artes, da cultura e dos setores tecnológicos, com destaque para as políticas públicas e as iniciativas empreendedoras de sustentabilidade e inovação. O III EIEC conta com duas novidades. Este ano, pela primeira vez, a programação será descentralizada e ocorrerá em Salvador (ICBA) e na cidade de Santo Amaro (Teatro Dona Canô), no Recôncavo da Bahia. Ademais, além das palestras e mesas redondas com convidados, a programação acolherá trabalhos nas seguintes modalidades: artigo científico, relato de experiência, mesa temática, trabalho técnico e encontro de rede. Para participar, os interessados devem submeter resumo expandido no período de 28 de agosto a 25 de setembro de 2017. Os participantes com trabalhos selecionados que desejarem participar de uma publicação, a ser lançada em data posterior ao evento, terão até o dia 05 de março de 2018 para envio de texto completo.

O #EIEC2017 é organizado pelo Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e pelo Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).  O evento tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, e apoio institucional do Instituto Cultural Brasil Alemanha, do Ministério da Cultura e do Teatro Dona Canô, Secretaria de Cultura da Bahia.

Lançamento em Maceió do Relatório do Direito à Comunicação

O Coletivo Brasil de Comunicação-Intervozes realizará nos dias 02 e 03 de agosto o lançamento do relatório “Direito à Comunicação no Brasil (2006)” e exibirá, com posterior debate, o documentário “Julio quer saber”. As atividades serão, respectivamente, no bloco de Comunicação Social da UFAL e na sede da ADUFAL.

O ‘Relatório Direito à Comunicação no Brasil 2016’ traça um panorama dos principais acontecimentos do ano no campo das políticas públicas na área radiodifusão e internet no último ano. A publicação analisa o desmonte da comunicação pública com a intervenção de Temer na EBC, as violações à liberdade de expressão e manifestação e à comunicação comunitária, as ameaças à internet livre, com mudanças no Marco Civil da Internet, e o crescimento do controle de canais por grupos religiosos e por parlamentares.

Já o documentário ‘Julio quer saber’ é uma produção do Intervozes financiada de maneira colaborativa e promove uma reflexão sobre a democratização da comunicação no Brasil a partir da experiência de aprovação da Ley de Medios argentina.

A debatedora do espaço Iara Moura é mestra em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense, tem experiência na área de comunicação e direitos humanos, gênero, classe social, cultura e consumo e faz parte do coletivo Intervozes.

O Intervozes

O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil. De acordo com os documentos da entidade, o direito à comunicação é indissociável do pleno exercício da cidadania e da democracia. “Uma sociedade só pode ser chamada de democrática quando as diversas vozes, opiniões, culturas e raças que a compõem têm espaço para se manifestar”.

O coletivo é formado por ativistas e profissionais com formação em diversas áreas, que têm relações e/ou discutem a pauta da comunicação no Brasil. O coletivo está organizado em 15 estados, incluindo Alagoas e no Distrito Federal.

Serviço:

Lançamento do relatório do ‘Direito à Comunicação no Brasil’ e documentário ‘Julio quer saber’

– Ufal

Data: Quarta-feira, 02 de agosto

Hora: 16h

Local: COS, sala 06.

– Adufal

Data: Quinta-feira, 03 de agosto

Hora: 18:30

Local: Adufal, Rua Dr. José de Albuquerque Porciúncula, 121 Farol Maceió-AL

Fonte: com Ascom/ADUFAL

A profecia da indústria fonográfica

Por Edson Ramos de Oliveira Costa*

Os últimos dados divulgados pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em Inglês) confirmam que o setor oficialmente voltou a ser lucrativo. Em todo o mundo, foi registrado um aumento de 10%. Nada super empolgante: enquanto os anos 1990 foram do maior crescimento na história do setor, os anos 2000 foram de queda ininterrupta (DIAS, 2010).

Os anos 2010 vinham registrando uma recuperação tímida e, embora não se compare às margens de lucro da última década do século XX, os dados de 2016 mostram que a recuperação está consolidada. Mas, além dos lucros, um fator muito importante é: a consolidação de uma forma específica de distribuição e consumo.

Ninguém ainda tinha dúvidas de que o mercado digital, em detrimento dos discos físicos, era o caminho de recuperação do mercado de música gravada – a proporção hoje é de 70% digital e 30% físico. Porém, pela primeira vez o mercado de downloads de música registrou queda, e já de 34%. Programas como o iTunes, baseado em download, mostram assim sinais de enfraquecimento. A consolidação do digital se deve ao streaming – que cresceu 121%.

A profecia está neste fato: há muito já se sabia que o modelo on demand era o mais viável, não apenas para o mercado de música, mas para outros setores da indústria cultural. E isso mostra que a arena digital não necessariamente caminha para democratizar a produção e o consumo da cultura.

Lopes (2008) já demonstrava que a grande indústria, cada vez mais, passa a depender da lógica rentista – investidores criam celeiros com talentos que desenvolvem inovação tecnológica, com o objetivo que o lucro de pelo menos um traga o retorno de toda a empreitada. Assim, o trabalhador que desenvolve os produtos e as inovações ganha a aparência de sócio mas, por não deter celeiros e perspectiva panorâmica do mercado, esse trabalhador assume proporcionalmente muito mais riscos.

Pinto (2011) observa que esse mesmo comportamento do mercado financeiro passa nortear a indústria fonográfica – há artistas, com aparência de sócio, que chega a dever dinheiro às gravadoras quando os lucros de um projeto não atendem às expectativas.

Outro fator: um produto intelectual tem alto custo de produção e, podendo ser digitalizado, seu custo de armazenamento e reprodução é praticamente nulo. Pinto (2011) compara com uma concessionária de ferrovia: custo alto de produção, e custo de reprodução impraticável. Logo, seja numa ferrovia ou numa música, o lucro depende de alugar o uso, sem que o usuário se torne realmente o dono.

Essa é exatamente a proposta do streaming, o novo modelo hegemônico da indústria fonográfica. A profecia se cumpriu. Algumas notícias do mercado só confirmam isso. O Google¹ anunciou que vai unificar suas duas plataformas de streaming (Play Música e YouTube Red) com o objetivo de atrair mais assinantes. Já a Apple² descontinuou os aparelhos iPod Nano e iPod Shuffle, restando no mercado apenas o iPod Touch.

Lançado em 2001, o primeiro iPod marcou a transição da indústria fonográfica para o mercado digital, mas, assim como as versões nano e shuffle, era baseado nos downloads pelo iTunes. Com a criação dos smartphones, o iPod foi perdendo sua razão de existir, e os dados da IFPI confirmam que os celulares inteligentes são a plataforma principal para consumir música. Assim, essas decisões da Apple materializam os números do mercado e as tendências já apontadas pelas teorias – o iPod Touch até continua, mas ele é quase um smartphone e permite o consumo de streaming pelo Apple Music.

É perceptível que a grande indústria do entretenimento não apenas sobreviveu, como encontra formas de recuperar os lucros, relativizando a noção de que a digitalização sempre democratiza a cultura. Porém, Lopes (2008) aponta um limite para esse processo: a informação , para virar mercadoria e dar lucro, precisa ser restringida e apropriada; porém a informação, para gerar valor, precisa circular livremente pela comunidade de desenvolvedores. Uma vez que o capitalismo depende da geração de valor, e da concretização desse em forma de lucro, há aí um impasse. Ele será superado e a lógica da grande indústria será mantida? Aguarda-se nova profecia.

Referências Bibliográficas:

DIAS, Márcia Tosta. Indústria Fonográfica: a reinvenção de um negócio. In BOLAÑO, César. GOLIN, Cida. BRITTOS, Valério. Economia da arte e da cultura. São Paulo: Itaú Cultural; São Leopoldo: Cepos/Unisinos; Porto Alegre: PPGCOM/UFRGS; São Cristóvão: Obscom/UFS, 2010.

IFPI. Music consumer Insight Report 2016. Disponível em: <http://www.ifpi.org/downloads/Music-Consumer-Insight-Report-2016.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2017.

LOPES, Ruy Sardinha. Informação, Conhecimento e Valor. São Paulo: Radical Livros, 2008.

PINTO, José Paulo Guedes. No ritmo do capital: indústria fonográfica e subsunção do trabalho criativo antes e depois do MP3. São Paulo, 2011. Tese (doutorado em Economia). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2011.

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Notas

¹ Fonte: <https://tecnoblog.net/219902/youtube-red-google-play-music/>. Acessado em 30/07/2017.
² Fonte: <https://tecnoblog.net/219934/fim-ipod-shuffle-nano/>. Acessado em 30/07/2017.

* Edson Ramos Oliveira da Costa é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e integrante do Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM), da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Entrevista com Fernando Checa Montúfar

O Portal Eptic entrevistou em Quito o pesquisador equatoriano Fernando Checa Montúfar, professor da Universidad Andina Simon Bolívar e ex-presidente da Ciespal, que faz um relato do desenvolvimento da pesquisa em Comunicação no país, assim como apresenta o que melhorou e o que ainda precisa evoluir no que tange às políticas de comunicação equatorianas.

Fernando Checa é investigador y docente universitário em cursos de graduação e pós-graduação em jornalismo e comunicação, sendo professor da Universidad Andina Simon Bolivar e professor convidado e coordenador do Grupo de Investigación en Comunicación (GIC 1) da graduação em Comunicação na Universidad Politécnica Salesiana,
sede Quito (UPS-Q). Checa foi diretor do CIESPAL (Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina) de 2009 a 2014, uma das principais instituições de desenvolvimento de pesquisa em comunicação deste sub-continente, com função importantíssima para os estudos críticos no Equador.

Chamada para 3º Simpósio Internacional Jornalismo em Ambientes Multiplataforma

Está aberta até 25 de agosto a chamada de resumos expandidos para o 3º Simpósio Internacional Jornalismo em Ambientes Multiplataforma, a ser realizado nos dias 23 e 24 de novembro, em São Paulo, pelo Mestrado Profissional em Jornalismo do FIAM-FAAM–Centro Universitário.

O evento terá conferência de abertura proferida pelo prof. Dr. Denis Ruellan, da Universidade de Paris-Sorbonne, que tratará do tema “Contratos e relações de trabalho no jornalismo em tempos de convergência”. A programação das demais atividades será divulgada em breve.

Os resumos, entre 5.000 (cinco mil) e 8.000 (oito mil) caracteres, podem ser redigidos em português, espanhol ou inglês, priorizando a relação do jornalismo em ambientes multiplataforma com as seguintes vertentes:

– interfaces profissionais

– mídias sociais

– contextos de trabalho

– produção audiovisual

– linguagens e narrativas

– dispositivos móveis

– estatutos e identidades profissionais

– consumo e recepção

– midiatização

– modelos de negócios

– Big Data

– interfaces sociais

– práticas alternativas

– processos históricos

– experimentações

Os resumos devem ser enviados para o e-mail: simposiomultiplataforma@gmail.com

Outras informações em: https://trabalhoelinguagens.wordpress.com/iii-simposio-internacional-jornalismo-em-ambientes-multiplataforma/

Chamada para resenhas e relatos de pesquisa para a Revista EPTIC

Além do dossiê temático e de artigos livres, a Revista Eptic recebe, em fluxo contínuo, resenhas de livros, coletâneas, teses e dissertações recentes e artigos que apresentem e discutam resultados parciais e finais de pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, para a sua seção INVESTIGAÇÃO. Trata-se, em ambos os casos, de um importante espaço de divulgação e discussão  da produção científica nacional e internacional.

Relatos de pesquisa

A seção INVESTIGAÇÃO aceita artigos, fruto de pesquisa em desenvolvimento ou concluída, também de mestrandos e doutorandos. São aceitos artigos oriundos de pesquisas relacionadas à Economia Política da Comunicação, da Informação e da Cultura  e suas interfaces.

Os RELATOS DE PESQUISA devem ter a extensão de até 30.000 caracteres, incluindo título e resumo (com no máximo 100 palavras), palavras-chave (no máximo 5), em português, espanhol e inglês, e bibliografia. Devem conter a descrição da investigação, metodologia empregada, análise dos resultados e conclusões.

Resenhas

As RESENHAS deverão ter até 15.000 caracteres com espaços, incluindo título, em português, espanhol e inglês e bibliografia. Serão aceitas resenhas de livros, dissertações e teses publicados no Brasil, há no máximo dois anos e, no exterior, no máximo há cinco anos.

Mais informações podem ser obtidas no endereço: https://seer.ufs.br/index.php/eptic/about/submissions#authorGuidelines

Revista EPTIC

A REVISTA EPTIC é produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), está qualificado como B1 em Comunicação & Informação do Qualis Sucupira. O periódico está com chamada aberta até 30 de setembro para o dossiê temático: “Estudos marxistas sobre comunicação e cultura”. Veja mais em: https://eptic.com.br/chamada-de-trabalhos-revista-eptic/

Chamada de trabalhos para VII Musicom

Está aberto até o dia 31 de julho o período de submissão de RESUMOS das propostas de MESAS e GTs para o VII Musicom – Encontro de Pesquisadores em Comunicação e Música, a ser realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) de 09 a 11 de outubro.

GRUPOS TEMÁTICOS

GT 01 – Memória e história midiática da música

GT 02 – Metodologias de análise em mídia e música

GT 03 – Mídia, música e processos identitários

GT 04 – Mídia, música e mercado

GT 05 – Música, convergência e performances em rede

GT 06 – Mídia, música e audiovisual

Podem submeter artigos graduandos subscritos por um orientador vinculado à mesma instituição do aluno (qualquer titulação), graduados/especialistas, mestrandos, mestres, doutorandos, doutores. Cada artigo pode ter até 3 autores e no caso de artigos com mais de um autor, todos devem realizar a inscrição.

Cada proponente pode submeter até dois trabalhos como autor e dois como co-autoria, inclusive orientadores.

MESAS-COORDENADAS:

– Quem pode coordenar?

Doutores, doutorandos e mestres

– Quem pode integrar?

Graduados / especialistas, mestrandos / mestres, doutorandos / doutores.

– Procedimentos para propor mesas:

O coordenador deve preencher o template para resumos das mesas e submetê-lo até 31 de JULHO pelo sistema de submissões com o link no site www.musicom.mus.br.

As propostas serão avaliadas por uma comissão específica, que poderá emitir parecer favorável ou não. As respostas da submissão serão enviadas para os coordenadores ou disponibilizadas no site.

Os interessados em propor mesa coordenada devem enviar os dados da mesa dentro do prazo de inscrição dos eventos. A responsabilidade da inscrição é do coordenador/a da mesa.

Cada mesa dever ter no mínimo dois e no máximo 4 participantes, incluindo o coordenador. O coordenador dever ter como titulação mínima o mestrado completo.

As mesas podem ser formadas por integrantes de instituições de ensino diferentes e devem ser apresentadas no dia e hora marcados, sem possibilidade de agendamento de nova data, a menos que o motivo de impedimento da apresentação seja ocasionado por problemas da coordenação do evento. Na ausência do coordenador da mesa à hora da apresentação, ocorrerá o imediato cancelamento da sessão.

Atenção: não é necessário enviar trabalho sem identificação, embora o sistema solicite. Neste caso, anexe a mesma versão nos espaços solicitados.

No caso de recusa, o proponente pode enviar novamente, desde que dentro do período de submissão, novo texto ou o anterior reformulado. O processo será retomado da mesma forma.

Primeira etapa

Os resumos expandidos de mesas e GTs devem ser enviados a partir do modelo disponível na plataforma de inscrição, com acesso pelo endereço www.musicom.mus.br. Somente serão analisados os resumos elaborados dentro do modelo disponível no site do Musicom.

Todos os resumos devem ser escritos em português e enviados em documento do Word, sendo facultado aos/às autores/as o envio de texto completo, definitivo, para submissão nesta etapa.

Segunda etapa: envio dos textos completos, após aceites, até 31 de agosto.

Os textos completos de mesas e GTs devem seguir o modelo disponível no endereço www.musicom.mus.br

Todos os textos completos devem ser escritos em português e enviados como documento em PDF.

Somente serão incluídos nos anais do evento os textos completos e no formato definido

Os resumos expandidos selecionados serão divulgados dia 09 de agosto, tanto mesas como GTs.

Mais informações: redemusicom@gmail.com ou www.musicom.mus.br

 

CFP for the dossier “Marxist studies on communication and culture”

The EPTIC MAGAZINE, an initiative of the Observatory of Economics and Communication (OBSCOM) of the Federal University of Sergipe (UFS), announces that the call for papers for the January-April edition, vol. 20, n. 1, which will be the dossier: “Marxist studies on communication and culture”. Interested researchers can submit complete papers by September 30th.

The dossier is part of the commemorations of the 150th anniversary of Karl Marx’s first volume of The Capital. The tribute is based on the view that the elements of Marxist criticism have contributed greatly to the development of communications academic debates throughout the twentieth and twenty-first centuries by highlighting the role of media in the accumulation of capital; the commodification of culture and its specific features; the process of subsumption of intellectual labor; resistance in the production and reception of cultural products; the ideology in the media contents; inequality in communication flows between countries, among other issues.

The dossier will include studies on the theoretical perspectives that dialogue with the Marxist repertoire, such as the Political Economy of Communication (EPC) and Cultural Studies. In order to do so, we are interested in themes related to the history of Marxist reading on communication and culture, allowing thoughts about the contributions, especially in Latin America, of the approximations and differences between distinct academic approaches and schools, as well as on the necessary critical revisions of this legacy.

In addition, it aims to foster reflection and action in the present time, bringing to light studies that work with Marxist contributions in an attempt to understand the restructuring of capitalism; information and communication technologies as the technical basis of the system and its relationship with financialization; cultural production in the context of the crisis of capital; the Internet and the challenges associated with spreading of surveillance practices and the commercial use of personal data; in addition, of course, the role of communication systems in the architecture of power, a central problem at a time when media companies are participating in the overthrow or weakening of democratic regimes in several countries.

Deadline for submission of articles: September 30, 2017

Journal’s publication date: January 2018

Coordinators of the thematic Dossier: Prof. Dr. Verlane Aragão Santos (Federal University of Sergipe – UFS) and Ms. Helena Martins (OBSCOM / CEPOS Researcher).

More information and norms for submission at: http://www.seer.ufs.br/ index.php/eptic/about/ submissions#onlineSubmissions

CHAMADA DE TRABALHOS Revista Eptic

A REVISTA EPTIC, produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), informa que está aberta a chamada de artigos para a edição de janeiro-abril, vol. 20, n. 1, que terá como tema de seu dossiê temático: “Estudos marxistas sobre comunicação e cultura”. Os/as investigadores/as interessados podem submeter artigos completos até o dia 15 de outubro.

O dossiê integra as comemorações do 150º aniversário dapublicação do primeiro volume d’O Capital, de Karl Marx. A homenagem decorre da compreensão de que os elementos da crítica marxista têm contribuído sobremaneira para o desenvolvimento do pensamento comunicacional, ao longo dos séculos XX e XXI, ao evidenciar o papel dos meios na acumulação de capital; a mercantilização da cultura e suas especificidades; o processo de subsunção do trabalho intelectual; as resistências no âmbito da produção e da recepção dos produtos culturais; a ideologia presente nos conteúdos midiáticos; a desigualdade nos fluxos comunicacionais entre países, entre outras questões.

A revista contemplará estudos sobre as perspectivas teóricas que dialogam com o repertório marxista, como a Economia Política da Comunicação (EPC) e os Estudos Culturais. Para tanto, interessam trabalhos que discutam temas relacionados à história da leitura marxista sobre comunicação e cultura, possibilitando apreciações acerca dos contributos, especialmente na América Latina, das aproximações e diferenças entre escolas de pensamento, bem como sobre as necessárias revisões críticas desse legado.

Além disso, objetiva fomentar a reflexão e a ação no tempo presente, trazendo à tona estudos que trabalhem com os aportes marxistas na tentativa de compreender a reestruturação do capitalismo; as tecnologias da informação e da comunicação como base técnica do sistema e sua relação com a financeirização; a produção cultural no contexto da crise do capital; a Internet e os desafios associados à ampliação da vigilância e ao uso comercial de dados pessoais; além, evidentemente, do papel dos sistemas de comunicação na arquitetura do poder, problemática central neste momento em que as empresas midiáticas participam da derrubada ou da fragilização de regimes democráticos em diversos países.

Prazo para submissão dos artigos: 30 de setembro de 2017

Data de publicação da revista: janeiro de 2018

Coordenadoras do Dossiê temático: Profª Dra. Verlane Aragão Santos (Universidade Federal de Sergipe – UFS) e Ms. Helena Martins (Pesquisadora do OBSCOM/CEPOS).

Mais informações e normas para submissão em: http://www.seer.ufs.br/index.php/eptic/about/submissions#onlineSubmissions