Inscrições abertas para curso sobre “Rádio de contemporaneidade” da Escola de Verão da Intercom

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A Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) realiza no dia 27 de janeiro, das 8h15 às 19h, em São Paulo, curso sobre “Rádio e Contemporaneidade”, promovido pela Escola de Verão da Intercom e organizado pelo Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da entidade. São 25 vagas e as inscrições podem ser feitas até o dia 15 de janeiro, pelo e-mail escoladeverao.cursoderadio@gmail.com.

A promoção se destina especialmente aos professores de cursos superiores de Comunicação e pós-graduandos nos programas da área (mestrandos e doutorandos). A inscrição é gratuita.

Na mensagem de inscrição, professores de cursos superiores de Comunicação e pós-graduandos nos programas da área (mestrandos e doutorandos) devem escrever no título “Inscrição para o curso Rádio e Contemporaneidade” e, no corpo da mensagem, nome completo, IES, titulação, data de nascimento, endereço residencial e link do Currículo Lattes. Além disso, é necessário que o candidato informe se é associado da Intercom; justifique, em até 500 caracteres, o interesse em participar do curso; e escreva, ao final, a seguinte frase: “Em caso de aceitação da minha inscrição, comprometo-me a participar de todo o curso, das 8h15 às 19h”.

Haverá transmissão on-line do curso, com participação aberta ao público em geral, por meio das redes sociais. Posteriormente, todo o conteúdo será postado no Portal da Intercom.

Veja os temas que serão tratados na Escola de Verão:

Horário Tema Palestrante
8h15 Abertura Coordenadora GP Rádio e Mídia Sonora da Intercom – Valci Zuculoto (UFSC)

Vice-coordenadores – Débora Lopez (UFOP) e Marcelo Kischinhevsky (UERJ)

8h30 O rádio e a cultura do ouvir José Eugênio de Oliveira Menezes (Cásper Líbero)
9h30 O rádio e as novas práticas de negócios Álvaro Bufarah (Faap)
10h30 Intervalo para café
10h45 Consolidação do rádio na internet: como criar e manter uma webradio Ricardo Fadul (UNI-FACEF e SHASTA Custom Branded Music)
12h Intervalo para Almoço
14h00 Rádio expandido e reconfiguração dos mercados de mídia sonora Marcelo Kischinhevsky (UERJ)
15h00 Futebol midiático: reflexões sobre o jornalismo esportivo no rádio Patrícia Rangel (ESPM/SP e Faculdades Rio Branco)
16h00 Intervalo para café
16h15 Conteúdo no rádio contemporâneo Débora Lopez (UFOP)
17h00 Radiodramatização e linguagem radiofônica Eduardo Vicente (USP)
18h00 O rádio público no Brasil Valci Zuculoto (UFSC)
18h45 Encerramento Coordenadora do GP Rádio e Mídia Sonora da Intercom – Valci Zuculoto (UFSC)

Vice-coordenadores – Débora Lopez (UFOP) e Marcelo Kischinhevsky (UERJ)

Fonte: com Intercom

Brazilian Journalism Research está com chamada aberta sobre Jornalismo e Democracia

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A Brazilian Journalism Research convida os pesquisadores a participar do Dossiê “Jornalismo e Democracia”, que receberá artigos que contemplem diversidade de abordagens teóricas, epistemológicas, metodológicas e empíricas da investigação sobre as relações entre o Jornalismo e a Democracia. Os artigos devem ser submetidos até 05 de março de 2016, para serem selecionados para a edição 2016.2, Volume 13, a ser publicada em agosto de 2016. Estão à frente deste dossiê os editores convidados Liziane Soares Guazina (UnB) e Danilo Rothberg (Unesp).

Os artigos devem ser enviados exclusivamente por meio do sistema eletrônico SEER/OJS, disponível no site do periódico:http://bjr.sbpjor.org.br. Em caso de dúvidas, enviar e-mail para bjr@gmail.com.

Como a Brazilian Journalism Research (Qualis B1 CSA1) publica duas versões de cada número (português/espanhol e inglês), os autores dos artigos aceitos enviados em português ou espanhol deverão providenciar a tradução para o inglês. Do mesmo modo, os artigos submetidos e aceitos em inglês deverão providenciar a tradução para português ou espanhol.

Diretrizes para os autores encontram-se no link:http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/about/submissions#authorGuidelines

EMENTA

Aceleradas transformações no ambiente político têm ocorrido em países da América Latina, com a emergência na cena pública de novas forças políticas conservadoras na Argentina, Uruguai, Venezuela e Peru, que têm tensionado as disputas eleitorais. Além disso, na Europa, a democracia tem sido testada em seus limites após a crise dos refugiados sírios, os ataques em Paris e a crise econômica grega.

No Brasil, as manifestações de junho de 2013, as eleições presidenciais de 2014, os protestos feministas nas mídias sociais e nas ruas em 2015, a ofensiva conservadora no Congresso Nacional e o atual cenário discursivo de crise político-econômica são alguns dos fatores que têm contribuído para a reconfiguração das dinâmicas políticas, as relações entre oposição e governo e a própria agenda social brasileira. Sucessivas denúncias de corrupção e o aumento da polarização das opiniões públicas também têm contribuído para acirrar ainda mais os ânimos no debate público nacional.

Em meio a essas múltiplas interfaces, o sistema democrático, independentemente das características singulares de cada país, vive um momento crítico, ao ser posto em xeque enquanto modelo garantidor de direitos a todos os cidadãos. Diante deste quadro, como o Jornalismo responde (ou deveria responder) aos desafios impostos por novas agendas e atores sociais, crises de representatividade, midiatização da política, rearticulação de elites cada vez mais globalizadas e fragmentação de forças políticas ligadas aos movimentos sociais?

Em que medida o Jornalismo tem contribuído para a manutenção e/ou renovação da democracia nos diferentes países? Os princípios da pluralidade de pontos de vista e da diversidade de vozes têm sido observados nas coberturas políticas? Os novos atores sociais têm espaço nas notícias políticas ou repetem-se a agenda tradicional de temas e as abordagens negativas sobre a política? Novos enfoques – problematizadores, contextualizadores, menos fundamentados em preconceitos, opiniões ou alinhamentos ideológicos mais ou menos explícitos – têm sido buscados nas coberturas? Ou ainda se enfatizam as supostas manobras de bastidores das elites, as negociações entre grupos partidários, o folclore político e as denúncias de todo tipo? A democracia tem sido valorizada no discurso e na práxis jornalística?

Com este Dossiê, espera-se publicar textos que enfoquem as múltiplas dimensões das relações entre Jornalismo e Democracia, especialmente as interações entre fontes e jornalistas em ambientes democráticos e autoritários, os limites da liberdade de expressão, jornalismo, mídias sociais e mobilização política, coberturas jornalísticas sobre escândalos políticos e denúncias, coberturas eleitorais, jornalismo político e os novos atores sociais, pluralidade e diversidade no jornalismo, novas temáticas no jornalismo político.

Chamadas de trabalhos para a Revista Mídia e Cotidiano

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A Revista Mídia e Cotidiano, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (UFF), está recebendo artigos para suas três edições de 2016 que terão as seguintes Seções Temáticas e prazos:

– Seção Temática: Memórias e Esquecimentos na tessitura do cotidiano – de 20/12/2015 a 31/01/2016

O dossiê objetiva reunir artigos que contemplem pesquisas sobre a produção de memórias e de esquecimentos nas narrativas do cotidiano. Interessa reflexões teóricas e estudos aplicados que busquem compreender os processos de construção/reconstrução e significação/ressignificação midiática na produção da experiência cotidiana; a lembrança, o esquecimento e a construção da memória social pela mídia; memória, relações de poder e produção de verdades; as memórias em disputa; o papel da mídia como produtora da memória transformadora das relações sociais; a produção de memória política; entre outros. A chamada para este dossiê está aberta até o dia 31 de janeiro de 2016 e a revista está com publicação prevista para 31 de março.

– Seção Temática: Comunicação, Poder e Ciberespaço  – de 01/03/2016 a 20/04/2016
Com a consolidação da Internet em larga escala, passamos a compreender, cada vez mais, e nos mais diversos campos do conhecimento, que estamos lidando não só com um lugar para nossas realizações diversas, mas também com um espaço para múltiplos encontros. Essa chamada tem como objetivo convocar artigos que investiguem questões como a governança da Internet; relações da regulamentação com o cotidiano das pessoas; os processos de empoderamento das minorias ou grupos marginalizados por meio das mídias sociais; as contradições da dualidade democrática no ciberespaço; os movimentos sociais nos quais o uso das mídias digitais teve um papel proeminente e o ativismo digital em suas diferentes matizes.

Seção Temática: Jogos Digitais, Comunicação e as práticas do cotidiano – de 01/06/2016 a 15/08/2016

A décima edição da Revista Mídia e Cotidiano privilegia as discussões em torno dos jogos digitais (jogos eletrônicos, videogames), relacionando-as com os campos da Comunicação e das mídias, assim como das práticas do cotidiano. Após quase quatro décadas de seu início comercial, ao final da década de 1970, os games amadureceram em diversos sentidos, desde seus aspectos tecnológicos – qualidades gráfica e sonora, possibilidades de construção de complexas narrativas interativas, etc. – até seu aspecto expressivo e comunicacional, o que pode ser apreendido sobretudo no contexto dos jogos independentes, os indie games, em seus diversos vieses: newsgamesadvergamesart games, jogos políticos, jogos educacionais, serius games, dentre outros. Para além dos jogos mainstream (ou AAA, Triple-A), cujo foco, no mais das vezes, é o entretenimento per se, atualmente, uma miríade de títulos extrapola este foco, operando, através de suas mecânicas e dinâmicas próprias de funcionamento, processos expressivos e comunicativos entre objeto midiático (jogo) e interagente (jogador). Assim, convidamos pesquisadores a submeterem artigos dentro do escopo desta edição, o que inclui os seguintes tópicos (não se limitando a eles): Jogos digitais e práticas do cotidiano; Jogos digitais e Comunicação; Jogos digitais e expressão; Narrativas Interativas nos jogos digitais; Newsgames e jornalismo digital; Advergames e publicidade digital; Jogos digitais e Educação; Ideologia e política nos jogos independentes; Jogos digitais e processos cognitivos; Arte e expressão nos jogos digitais.

A Revista Mídia e Cotidiano (Qualis B4 CSA 1) é uma publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense. São bem vindos artigos teóricos e frutos de resultados de pesquisa, assim como resenhas de livros publicados no Brasil e no exterior. Além dos temas das seções temáticas, o periódico aceita em caráter permanente artigos de temas gerais que tratem ou dialoguem com a temática da Revista.

Mais informações em http://www.ppgmidiaecotidiano.uff.br/

Manter a autonomia cultural ante um novo modo de desenvolvimento

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Por Granma 07/12 (tradução de Anderson Santos)*

Em qualidade de convidado do VIII Encuentro Internacional de Investigadores y Estudiosos de la Información y la Comunicación (ICOM) e ao IX Congreso Internacional de la Unión Latina de la Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC), encontrava-se em Cuba o jornalista brasileiro e doutor em Economia César Ricardo Siqueira Bolaño; inclusive alguns dias antes do início dos eventos, pois o trouxe também aqui o intuito de dar aulas aos alunos do Mestrado em Ciencias de la Comunicación da Universidad de La Habana.

César Bolaño — como é citado no âmbito acadêmico — é uma das referências fundamentais da sistematização da Economia Política da Comunicação e da Cultura na América Latina. Entre alguns de seus livros mais importantes destaca Indústria cultural, informação e capitalismo. Nos últimos anos, tem direcionado seu interesse até temas como Economia Política da Internet e a crítica da Economia Política do conhecimento, dentre outros. 

Minutos depois de concluir uma de suas conferências estava pronto para dialogar com Granma — em seu quase perfeito espanhol — o também fundador e sócio da ULEPICC, e quem foi seu primeiro presidente, sobre as expectativas a apenas algumas horas de iniciar a edição “mais relevante” do evento, segundo anunciaram seus organizadores.

— Por que escolher Cuba para um evento de Economia Política da Comunicação e da Cultura? Que motivações o impulsaram a participar?

— Há que partir primeiro de entender de que estamos falando. Trata-se basicamente de aplicar as ferramentas de análise da crítica da Economia Política, da Comunicação e da Cultura. Assim surgiu historicamente em distintos lugares do mundo. É uma perspectiva marxista do campo da comunicação, centrada na leitura da obra econômica de Marx, e que busca entender nos elementos micro e macro econômicos, como funciona o trabalho nas indústrias culturais. Evidentemente, isto desde uma perspectiva crítica do capitalismo.

Cuba evidentemente é uma incógnita, um desafio, porque é um sistema distinto. Trata-se de analisar como pode ser útil para a realidade cubana, desde a interdisciplinaridade na qual se mesclam a Comunicação, a Economia Política, as Ciências Sociais, sobretudo num momento de mudanças que é muito interessante.

Meu contato e aproximação com Cuba foi na condição de presidente da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC). Tínhamos uma proposta de preparar um evento que finalmente se concretizou, e neste momento estamos em processo da organização da parte cubana do Congreso de la ULEPICC, que vem a ser a consolidação desse projeto mais antigo e a possibilidade de fortalecer o diálogo.

— Em que contexto surge a ULEPICC?

— A ULEPICC tem seus antecedentes no grupo de trabalho d Economia Política da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) e da ALAIC.

Fui fundador de ambos grupos nos anos 1990, e num momento que era coordenador dos dois se criou a Revista EPTIC Online, um site que tem 17 anos e foi o primeiro a nível internacional. Por aí passaram muitos autores, e nestes três âmbitos se foi desenvolvendo o campo da Economia Política da Comunicação e da Cultura na América Latina.

Primeiro se organizou, promovida pela Revista EPTIC Online, uma reunião em Buenos Aires em 2001, e logo uma segunda em Brasília no mesmo ano, donde se decidiu fundar a ULEPICC e se programou um congresso para 2002 em Sevilha, no qual se constituiu a primeira direção. Logo foi necessário criar capítulos nacionais, que hoje existem em Brasil, Espanha, Moçambique e México, ainda que também haja sócios individuais que participam de muitos outros países da América Latina.

— Como caracterizaria o momento em que se encontram hoje os estudos no campo da Economia Política da Comunicação? Quais são os desafios urgentes de seus investigadores?

— Em todos os campos do saber, pelo menos nas Ciências Sociais, existe uma luta epistemológica de distintos paradigmas que estão postos na relação.

O campo da comunicação sofreu nas últimas décadas uma expansão enorme de cursos e pós-graduações; porém, ao mesmo tempo, este processo provocou que o pensamento crítico fosse muito prejudicado. Minha ideia é que a Economia Política da Comunicação participa da construção de um paradigma crítico geral no campo da Comunicação.

Sua ascensão desde os anos 1990 até hoje responde a uma nova mudança mais positiva. O que eu entendo é uma articulação entre a Economia Política e as perspectivas mais críticas dos Estudos Culturais, os estudos da comunicação popular e alternativa, e muitos outros, que poderiam se articular e se preservar.

O risco do crescimento da ULEPICC é transformar-se numa associação que produz eventos, e que está visível, porém sem perder também sua característica de crítica e alternativa. O desafio para seus investigadores é este, e aproveitar o processo de crescimento junto a outros setores para produzir uma teoria social crítica.

— Qual é a sua percepção sobre como tem transfigurado a Internet a realidade dos processos de informação e comunicação nos últimos anos?

— O problema da Internet é que foi uma revolução, porque toda a estrutura dos sistemas tradicionais das indústrias culturais se veem afetados em suas formas de funcionamento mais comuns; e é que a Internet é enganosa, porque aparentemente se trata de um processo de democratização de comunicação interativa, porém isto esconde algo mais complicado porque se trata de um processo de um sistema de manipulação de controle social como os outros.

Então o desafio é entender as possibilidades efetivas de democratização e de emancipação, porém, ao mesmo tempo, as formas de sofisticação dos elementos de controle e manipulação. É uma espécie de vitória da lógica mercantil nos processos comunicativos. Creio que esse é o ponto-chave.

— Expectativas com o Congresso…

— Tenho as melhores expectativas com este evento, e o fato de fazê-lo em Cuba, resultado de uma luta de cinco anos, gera toda uma felicidade. Tenho visto nas aulas um público muito interessado, com uma formação que ajuda o diálogo. Por outro lado, neste momento estou lendo os trabalhos dos estudantes e vejo neles uma perspectiva ante as mudanças muito realistas e críticas. Um aspecto positivo que penso dever prevalecer no âmbito cubano é manter a autonomia cultural frente ao que vem de fora, que nos talvez tenhamos perdido. Essa autonomia pode ajudar a produzir uma mudança positiva sem apartar-se de princípios que são fundamentais caso se queira pensar um novo modo de desenvolvimento.

* César Bolaño é líder do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS (Comunicação, Economia Política e Sociedade) e professor dos Mestrados em Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Brasil. Bolaño concedeu entrevista também ao CubaDebate, que reproduzimos aqui.

CIESPAL será sede del X Congreso Internacional ULEPICC 2017

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A assembleia dos sócios da Unión Latina de la Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC) se reuniu durante o nono congresso da entidade, realizado de 7 a 11 de dezembro, em Cuba, e escolheu por aclamação a CIESPAL, em Quito, no Equador, como a sede do décimo congresso da entidade, em 2017.

A proposta do Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina (CIESPAL) é realizar o congresso em julho de 2017, aproveitando o período de realização da conferência anual da AIERI/IAMCR (Associação Internacional de Estudos e Investigações sobre a Informação) em Cartagena de Índias (Colômbia).

Segundo o site da CIESPAL, a entidade “durante mais de 50 anos como organismo internacional tem trabalhado em forma articulada com distintas instituições governamentais, acadêmicas, científicas da América Latina e do Caribe. Seu objetivo é posicionar a comunicação como um fato social imprescindível no desenvolvimento integral da região. A instituição realiza constantemente investigações sobre temáticas de alta relevância no âmbito na comunicologia”.

DIRETORIA ELEITA

A realização do evento na sede da CIESPAL está entre as atividades propostas pela nova diretoria da entidade, eleita também na assembleia, e que conta como presidente Francisco Sierra Caballera, diretor-geral do centro de estudos com sede no Equador.

A nova diretoria é formada por: Francisco SIERRA CABALLERO, presidente (Universidad de Sevilla, España); Florence TOUSSAINT, vice-presidenta (Universidad Nacional de México-UNAM, México); Hilda SALADRIGAS, secretária-geral (Universidad de La Habana, Cuba); Marta FUERTES, tesoureira (Universidad de Salamanca, España); Isabel RAMOS, vocal de relações internacionais (Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales-FLACSO, sede Ecuador); Carlos DEL VALLE ROJAS, vocal de política científica (Universidad de la Frontera, Chile); e Daniela FAVARO GARROSSINI, vocal de comunicação (Universidad de Brasilia/CIESPAL, Brasil).

Chamadas de trabalhos para a Revista Mediação

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A Revista Mediação comunica que está recebendo textos para a vigésima segunda, a vigésima terceira e a vigésima quarta edições a serem veiculadas, respectivamente, no primeiro e no segundo semestres de 2016 e no primeiro semestre de 2017. Os temas são livres, no entanto, como é de praxe, sugerirmos aos autores, a cada nova edição, um dossiê temático. Os escopos das próximas publicações serão:

Jan/jun 2016: Processos Culturais Contemporâneos

Jul/Dez 2016: Mídia e Diversidade cultural

Jan/Jul 2017: Mídias, escutas e contemporaneidade

Ementas

– Processos Culturais Contemporâneos (primeiro semestre de 2016)

Dentre os diversos aspectos que caracterizam os Processos Culturais Contemporâneos destacam-se o multiculturalismo e as transformações na conformação das identidades dos sujeitos. A academia tem chamado para si o debate em torno de desdobramentos  destes dois grandes temas, reflexão essencial para a navegação por novos percursos que são a um só tempo instigantes e desafiadores, atraentes e ameaçadores. Destacam-se  contemporâneos processos de mobilidade humana que repercutem nas ações dos Estados, na cobertura da mídia, na construção e desconstrução de fronteiras internas e transnacionais e na ampliação da convivência social com culturas híbridas. Na mesma direção, os processos culturais contemporâneos exigem outras análises acerca de velhos binarismos como centro/periferia; popular/erudito; norte/sul; direita/esquerda; masculino/feminino dentre outros “pares” regidos pela singularidade em um contexto no qual precisamos dar conta da pluralidade. O cenário cultural contemporâneo multiplicou as noções de famílias, gêneros, identidades ao mesmo tempo em que relativizou os recortes territoriais, nacionais, de classe social etc. As expressão culturais, neste contexto, se constituem em novas questões para as quais a academia vem tecendo igualmente novas análises. Destacam se as formas de expressão da chamada cultura jovem, da cultura de rua, novos arranjos das formas culturais tradicionais e novas formas de fruição das artes e outros produtos culturais mediadas pela tecnologia e seus artefatos.

O prazo de envio de submissões para a 22ª será até o dia 15 de abril de 2016.

– Mídia e Diversidade cultural (segundo semestre 2016)

A mídia, espaço público central da contemporaneidade, tornou-se passagem obrigatória para temas, questões e atores diversificados em busca de apoio na sociedade. Na disputa por visibilidade midiática, a diversidade cultural se destaca hoje, dada a importância adquirida no mundo globalizado: o aumento da mobilidade, os desafios relacionados à identidade cultural, a intensificação dos contatos interculturais, as migrações,  dentre outros temas correlatos, adquirem crescente relevância no mundo atual, em decorrência das potencialidades que trazem consigo, seja para estimular o diálogo entre culturas e a expressão das diferenças, seja para criar conflitos, reproduzir estereótipos e preconceito. Assim, a mídia,  importante instância produtora de sentido, ao fazer circular discursos e representações ligados à diversidade cultural, provoca constante reorganização reflexiva da sociedade em direções variadas.  

O prazo de envio de submissões para a 23ª será até o dia 15 de setembro de 2016.

– Mídias, escutas e contemporaneidade (primeiro semestre 2017)

O vocabulário corrente sobre produção e formas de expressão sonoras abarca uma vasta denominação que, seja para o linguajar coloquial, seja para os discursos midiáticos ou seja para as designações teóricas, privilegiam termos largamente reconhecidas, tais como: música, canção, trilha sonora, edição de som, o áudio (presente no “audiovisual”), efeitos sonoros, sound design, vinhetas, paisagens sonoras, sonoridades e vocalidades. Por seu turno, cada termo se subdivide em categorias e situam artistas, cenas, movimentos, regionalismos, marcadores culturais, modismos etc. O que pouco se observa, no entanto, é uma problematização do que move toda a gama que envolve a invenção, a circulação e a recepção sonoras: a escuta. Diferente da audição, que aponta a atividade fisiológica, perceptiva e semiósica, a escuta enreda às habilidades auditivas outras inúmeras competências, nem todas apreensíveis conceitualmente. Nas contínuas e muitas vezes simultâneas circunstâncias pelas quais experimentamos os sons do mundo, os ruídos urbanos, a squizophonia (ouvir um som produzido em tempo e lugar diferentes), os sinais sonoros eletrônicos e teletransmitidos com cada mídia que frequentamos (os sons dosgadgets digitais, a música, a canção e as falas do rádio, da televisão, do cinema, dos concertos, da internet), somos atravessados e recriamos ritmos da existência. As perspectivas administrativas da comunicação se ocupam em conhecer, por exemplo, estratégias funcionais da psicoacústica para aplicar sonoridades à usabilidade das interfaces, à publicidade, aos games, à dramaturgia, ao telejornalismo, enquanto as teorias culturalistas se dedicam em multiplicar seus aportes críticos, cartografando hábitos socializados de escuta musical, além da força expressiva do som no cinema, nas artes audiovisuais (como as do videoclipe) e nos fluxos de frequentaçãoonline sobre nossos ritmos imaginários, mnemônicos, sensitivos e intelectuais. A despeito de invisível e transitório, o universo das sonoridades não é menos poderoso e sua vibração age diretamente sobre a criatividade humana: a escuta é, por natureza, imaginativa.

O prazo de envio de submissões para a 24ª será até o dia 15 de abril de 2017.

Revista

A Revista Mediação, periódico eletrônico semestral  Qualis B3 vinculado ao Mestrado em Estudos Culturais Contemporâneos e aos cursos de Graduação em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda da Universidade FUMEC.

As colaborações devem ser submetidas no endereço eletrônico da revista (http://www.fumec.br/revistas/index.php/mediacao), que informa sobre o Cadastro e as Diretrizes para os autores.

Escola de Verão “Pesquisa em Comunicação na América Latina” divulga selecionados(as)

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Com a presença de pós-graduandos da Argentina, Colômbia, Chile, Honduras, Peru e Venezuela e mestrandos e doutorandos das cinco regiões brasileiras, o comitê organizador divulgou hoje a lista (abaixo) de selecionados para a 3ª edição da Escola de Verão “Pesquisa em Comunicação na América Latina”.

Com o suporte da Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC), a iniciativa é resultado de uma rede de universidades e pesquisadores e tem parte presencial prevista para 17 a 24/3/16 na Universidade de Brasília.

Além dos cursistas, está prevista a participação de pesquisadores de países como México, Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile, Brasil, Canadá, China, EUA e Bélgica.

Mais informações sobre conteúdos e temas: https://eptic.com.br/chamada-escola-de-verao/

(ESPAÑOL)

Escuela de Verano “Investigación en Comunicación en América Latina” divulga seleccionados(as)

Con la presencia de estudiantes de posgrado de Argentina, Colombia, Chile, Honduras, Peru y Venezuela y de estudiantes de maestrías y doctorados de las cinco regiones brasileñas, el comité organizador divulgó la lista (ver abajo) de seleccionados para la 3ª edición de la Escuela de Verano “Investigación en Comunicación en América Latina”.

Con el respaldo de la Asociación Latino-Americana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC), la iniciativa es resultado de una red de universidades e investigadores y se realizará del 17 al 24 de Marzo de2016 en la Universidad de Brasília.

Además de los estudiantes participantes, está prevista la participación de investigadores de países como México, Argentina, Uruguay, Colombia, Chile, Brasil, Canadá, China, EUA y Bélgica, encargados de desarrollar los contenidos temáticos y las actividades relacionadas.

Más informaciones de contenidos y temáticas: https://eptic.com.br/chamada-escola-de-verao/

Aline Ferreira de Faria – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasil
Amanda Nogueira de Oliveira – Universidade Federal do Ceará (UFC) Brasil
Amanda Souza de Miranda – Universidade Federal de Santa Catarina Brasil
Ana Heloiza Vita Pessotto – UNESP Brasil
Annelize Pires Augusto – UNESP Brasil
Antonio Carlos Fausto da Silva Júnior – Museu Paraense Emílio Goeldi Brasil
Bettina Martino – Universidad Nacional de Cuyo Argentina
Bruna Távora de Sousa Martins – Universidade Federal de Sergipe Brasil
Carlos Henrique Demarchi – UNESP Brasil
Cinthya Pires Oliveira – Universidade Federal Fluminense Brasil
Daira Renata Martins Botelho – UNESP Brasil
Daniela Savaget Barbosa Rezende – Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz Brasil
Denise Maria Moura da Silva Lopes – Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil
Gabriella Nunes de Gouvêa – UnB Brasil
Giovana Goretti Feijó de Almeida – Universidade de Santa Cruz do Sul Brasil
Gober Mauricio Gómez Llanos – Universidade Federal de Minas Gerais Brasil
Gonzalo Dario Andrés – Universidad Nacional de Rosario Argentina
HELDER FABRICIO BRITO RIBEIRO – UNIVERSIDADE DA AMAZÕNIA (UNAMA) BRASIL
Helyna Dewes – Universidade Federal de Santa Maria Brasil
JENNIFER CRUZ RODRÍGUEZ – UNIVERSIDAD BOLIVARIANA DE VENEZUELA VENEZUELA
JOAQUÍN EUGENIO RAVIOLO – UNIVERSIDAD NACIONAL DE CÓRDOBA ARGENTINA
José de Souza Muniz Júnior – Universidade de São Paulo (USP) Brasil
Laura Marcela Cardona Tibocha – Pontificia Universidad Javeriana Colômbia
Leandro Ramiro Gonzalez – Universidad Nacional de General Sarmiento Argentina
Lídia Schwantes Hoss – Universidade de Santa Cruz do Sul Brasil
Lívia Cristina de Souza Machado – Universidade Federal de Juiz de Fora Brasil
Lucía Marioni – Universidad Nacional de Entre Ríos Argentina
Luciana Quierati – Unesp Brasil
Luís Enrique Cazani Júnior – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Brasil
Luis Gerardo Vallecillo Mendonza – Pontificia Universidad Javeriana Honduras
LUIS ROLANDO ALARCON LLONTOP – UNIVERSIDAD SEÑOR DE SIPAN PERU
Luiz Carlos Dale Vedove – Universidade Estadual de Londrina – UEL Brasil
Maéve Cristina Barnabé Talamonte – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FAAC Brasil
María Emilia Schmuck – Universidad Nacional de Entre Ríos Argentina
Mariana Ferreira Lopes – Universidade Estadual Paulista Brasil
Mary Landim – Universidade Federal do Piauí Brasil
Mauricio Herrera Jaramillo – USP Brasil
Natália dos Santos Gonzales – Unesp Brasil
Nayara Kobori – Universidade Estadual Paulista Brasil
Neide Maria Carlos Unesp – Bauru Brasil
Néstor David Polo Rojas – Pontificia Universidad Javeriana Colômbia
Priscila Santana Caldeira – UNESP Brasil
Renan da Silva Marques – Universidade Federal do Piauí Brasil
Roberto Andrés Gallardo Sepúlveda – Universidad Austral de Chile Chile
Vanessa Costa de Oliveira – Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Brasil
Vanessa Negrini – Universidade de Brasília Brasil
Vivianne Lindsay Cardoso Universidade Estadual Paulista – UNESP Brasil

Chamada sobre Serviço Público de Mídia e Participação

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A Revista “Comunicação e Sociedade” está com chamada aberta para artigos em inglês ou português, até o dia 26 de fevereiro, para número especial sobre “Serviço Público de Média e Participação”. O volume será editado por Luís António Santos (CECS-UMinho) e Nelia del Bianco (Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, Brasil).

Ementa

Com uma tradição de várias décadas, decorrente do próprio paradigma de desenvolvimento dos meios audiovisuais na Europa, o Serviço Público de Mídia está longe de ser coisa do passado ou desse continente exclusivamente. No contexto de experiências muito diversas, o sistema de comunicação pública tem sido objeto de intensos debates, centrados tanto na sua missão e pertinência como nos modelos de financiamento que lhe estão subjacentes. Historicamente conotado com a ideia de um “bem público”, com obrigações ao nível da acessibilidade dos cidadãos, da diversidade de conteúdos e da promoção de valores culturais, o serviço público de rádio e de televisão ultrapassa hoje claramente o espectro da radiodifusão. Extensível ao espaço das plataformas digitais, o conceito arrasta-se para a Internet, abrindo-se cada vez mais a novos formatos e novos canais de interação.

O novo quadro tecnológico, assente na diversificação de suportes de recepção, reclama o desenvolvimento de políticas de comunicação mais orientadas para o envolvimento das audiências. Neste cenário, a missão de Serviço Público de Mídia parece ser indissociável dos mecanismos de fomento à participação do público, tanto na própria dinâmica dos meios como também, através deles, na gestão da vida coletiva. Participação e cidadania são, assim, duas chaves inevitáveis para re-equacionar o papel dos meios de comunicação de Serviço Público, num tempo que não se define mais pela necessidade de garantir o mínimo, mas sobretudo de constituir a alternativa de referência. 

Organizado no âmbito do projeto “Políticas de comunicação, radiodifusão pública e cidadania: subsídios para o desenvolvimento sociocultural em Portugal e no Brasil”, financiado pela FCT (Portugal) e pela CAPES (Brasil), este número especial da revista Comunicação & Sociedade é dedicado à problematização do conceito de Serviço Público de Média e aos novos desafios criados pela constante inovação tecnológica, especialmente no que concerne à comunicação participativa. Compreendida como uma obrigação inerente à função dos órgãos de Serviço Público, a promoção da participação é hoje encarada como um pressuposto do desenvolvimento social e cultural e, concomitantemente, da emancipação das comunidades.

Editado em parceria pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho e pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, as entidades promotoras deste projeto, este número especial convida à submissão de propostas de textos originais que se enquadrem nos seguintes domínios: redefinição do Serviço Público de Média em contexto digital; novos formatos de participação dos públicos; regulação e financiamento da missão de Serviço Público; tecnologia e inovação; percepções e representações do Serviço Público de Média e das suas ofertas digitais; Serviço Público e desenvolvimento das comunidades; Serviço Público e identidade; Serviço Público e literacia mediática.

Submissão

Os originais deverão ser enviados em formato Word para cecs@ics.uminho.pt com conhecimento (cc) para os coordenadores do número: Luís António Santos (lsantos@ics.uminho.pt) e Nelia del Bianco (neliadelbianco@gmail.com). No ASSUNTO da mensagem, os autores deverão escrever: Comunicação e Sociedade – número especial.

As regras editoriais para a submissão eletrónica de originais estão disponíveis em: http://revistacomsoc.pt/index.php/…/about/editorialPolicies…

Para além destas regras, os autores deverão seguir as normas de estilo estabelecidas no Manual de Publicações do CECS, disponível em: http://www.comunicacao.uminho.pt/…/manual_de_publicacao_v1.…]

 

 

Prevê-se que este número seja publicado em setembro de 2016.

Chamada de artigos completa (em português e em inglês):

http://www.comunicacao.uminho.pt/…/c&s_especial_spmedia_cal…

César Bolaño: pensar a comunicação a partir da Economia Política

Foto: PuntoEdu

Por María del Carmen Ramón – CubaDebate 10/12 (tradução de Anderson Santos)*

“Transformar a sociedade num sentido mais democrático e construir formas de relação social que não passem pelo mercado”, essa é a ideia que por anos tem defendido César Bolaño, fundador da rede de Economia Política das Tecnologias da Informação e da Comunicação (EPTIC) e uma das referências fundamentais da sistematizacão da Economia Política da Comunicacão e da Cultura na América Latina. No marco do VIII Encuentro Internacional de Investigadores y estudiosos de la Comunicación (ICOM), encontra-se de visita em Cuba.

De formação jornalística, suas análises deram um giro ao estudar O Capital, momento em que se orientou até à produção de uma teoria marxista da comunicação, campo que se tem desenvolvido na América Latina ao longo de três décadas, influenciado pelo debate econômico, social e comunicacional no continente.

O que significa mirar o campo da comunicação a partir de uma crítica da Economia Política? Segundo explica Bolaño, a comunicação é parte da economia, daí que não seja possível entendê-la como algo isolado Sobre comunicação, cultura, poder e economia na América Latina, Cubadebate conversou com Bolaño.

— Você falava em ma entrevista sobre a importância de recuperar a centralidade da comunicação nas análises dos fenômenos e dentro da comunicação a força do pensamento latino-americano. ¿Por que é tão importante para Bolaño o pensamento latino-americano?

— O pensamento latino-americano sempre teve importância no campo da comunicação em nível internacional. Tem uma história ampla e sempre se caracterizou por ser um pensamento crítico. Foi assim com a primeira escola latino-americana, com as teorias da dependência cultural, durante a investigação dos estudos culturais latino-americanos do professor Jesús Martín-Barbero…

É uma trajetória que em alguns momentos esteve em mais evidência que em outros, porém, sem dúvida, teve significativas contribuições. Na atualidade estamos num momento em que a Economia Política da Comunicação latino-americana tem que apresenta-se como um projeto comum para o campo da comunicação latino-americana, incluindo os estudos culturais, os estudos de comunicação popular e alternativa, no sentido de propor uma nova agenda de investigação.

O campo da comunicação está num momento transcendente. Os grupos transdisciplinares que tentam explicar as mudanças globais que se estão processando necessitam um apoio da comunicação e, por sua vez, este debate deve repensar-se em nível global. Nessa discussão, claro que a América Latina tem muito que contribuir. Para isso é muito necessária a articulação entre os diferentes subcampos em que atua o pensamento latino-americano e eu creio que a Economia Política da Comunicação tem um papel central nisso.

— Que relação existe entre economia e comunicação? Por que você defende o termo Economia Política da Comunicação?

— São dois temas distintos. A comunicação e a cultura tradicionalmente se estudam de forma separada dos processos políticos, econômicos e das estruturas poder. O campo da economia da comunicação e da cultura está preocupado, basicamente, por entender este sector da produção humana no interior das estruturas de poder econômico e político das lutas sociais, essa é sua perspectiva crítica e pela forma em que se constituiu é marxista e interdisciplinar.

A partir daí, há diferentes objetos de investigação desde onde aplicar as análises da Economia Política da Comunicação. Entender, por exemplo, o funcionamento das indústrias culturais, as especificidades dos processos de trabalho, tudo isso também é parte do pensamento em Economia Política da Comunicação. Trata-se de um setor econômico, porém, mais que isto, é um setor chave na organização das estruturas de poder no capitalismo.

A comunicação é uma estrutura de poder e, por tanto, em qualquer sociedade, quem controla a comunicação intervém numa esfera de poder importante. Os estudos de comunicação também estão influenciados pelas disputas de poder que existem no nível da sociedade. A luta epistemológica é parte da luta de classes, pela qual há que se dar conta de que há diferentes paradigmas e intenções, que estão em disputa num campo como este que é absolutamente central como estrutura de poder. A posição da Economia Política da Comunicação nestes processos sociais, econômicos e políticos é uma posição contra hegemônica. Nesse mundo estamos nos movendo e estamos propondo programas de investigação e paradigmas contra hegemônicos.

— Ante o objetivo de construir novas formas de relação social que não passem pelas relações de mercado, o que você acredita que Cuba poderia acrescentar a esse debate?

— Cuba tem uma vantagem num momento como o atual, em que chegamos a uma situação limite no mundo, seja no que se refere ao problema do meio ambiente ou a outros como os que hoje se vive no Oriente Médio ou Europa. Ninguém está fora disto depois da globalização.

O tema é que outro tipo de desenvolvimento é possível que nos tire desta situação. A maioria da gente está tratando de discutir formas de sair da linha tênue que a humanidade se meteu. Creio que Cuba tem uma autonomia cultural importante e uma experiência que pode acrescentar na discussão sobre novas propostas de desenvolvimento humano.

— Você também comentou que a ampliação de acesso à Internet nos propicia precisamente uma maior democratização. Que recomendações vocês faria a Cuba, cujas políticas estão trabalhando para que novas tecnologias possam estar sempre ao serviço das necessidades reais da sociedade?

— A entrada da internet é algo bom porque facilita as comunicações, porém tem que se apreciar de que se está introduzindo uma nova lógica mercantil e uma lógica de individualização e de fragmentação.

Tem que dar entrada a uma nova discussão a níveis mais altos de democracia, porém eu diria que o mais importante é que o Estado mantenha sua capacidade de regulação e de realizar políticas públicas. Todo o mundo conhece a excelência das políticas públicas cubanas. A entrada de lógicas mercantis é muito complicada, porque necessariamente trará lógicas de exclusão pelos preços; então eu creio que esse é o ponto que se tem que cuidar.

— Bolaño é um profundo marxista, que desafios o tem trazido defender isso no que crê?

Em comunicação se conhece muito pouco o pensamento de Marx, em todo o período neoliberal o marxismo sofreu muito pelo avanço do pensamento pós-moderno, foi um mal muito grande a nível internacional, principalmente nos anos 1990, quando o pensamento crítico sofreu muito.

Hoje, por exemplo, na França, as universidades de economia já não ensinam Marx, isto é um grave problema. E na América Latina tem passado bastante. Neste momento há uma recuperação, há um crescimento do pensamento marxista, influenciado porque há um esgotamento do pensamento pós-moderno que deixou claro seus limites. Muita gente jovem está entrando e quer ver outras coisas.

— Você defende muito a necessidade de transformar a sociedade num sentido mais democrático. É possível chegar a um estágio de maior democratização?

— Eu creio que sim. Apesar de que a situação hoje não é muito boa e estamos num momento complicado a nível internacional e também na América Latina, eu confio que a classe trabalhadora poderá buscar formas de organização social mais solidárias.

* César Bolaño é líder do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS (Comunicação, Economia Política e Sociedade) e professor dos Mestrados em Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Brasil.

Chamada para VII Seminário Internacional de Políticas Culturais

casa

O setor de Pesquisa de Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa comunica que, entre os dias 11 de janeiro e 15 de fevereiro de 2016, receberá propostas para apresentação de trabalhos no VII Seminário Internacional de Políticas Culturais. Serão aceitos somente trabalhos que tenham como foco a área de políticas culturais. O objetivo é a apresentação e discussão de estudos que promovam a reflexão e o debate entre estudantes, pesquisadores, professores e demais profissionais que atuem ou tenham interesse na área de políticas culturais.

Poderão submeter trabalhos estudantes de mestrado e doutorado, mestres, doutores, gestores e professores de instituições de nível superior que tenham como foco a área de políticas culturais.

Normas

As inscrições serão aceitas mediante o envio do texto completo, que deverá ter entre 10 e 15 laudas (incluindo bibliografia). Os textos deverão ser enviados de acordo com as normas da ABNT, em Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5 e estar no formato .doc. O arquivo deverá conter o nome do autor (ou do 1º, quando houver mais de um).

Na primeira página do texto, devem constar os seguintes itens: título do artigo centralizado, em caixa-alta e em negrito; nome completo do(s) autor(es), alinhados à direita, indicando em nota de rodapé o grau de formação, vínculos institucionais e e-mail; resumo de 5 (cinco) a 10 (dez) linhas, com espaçamento simples; e 3 (três) a 5 (cinco) palavras-chave. Serão aceitos artigos em português e espanhol.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do(s) autor(es). Cada pesquisador poderá ser autor em um trabalho, podendo ser coautor em apenas mais um. Os trabalhos poderão ter, no máximo, 1 (um) autor e 2 (dois) coautores. Os trabalhos deverão ser enviados dentro do prazo estabelecido e só serão publicados nos anais se forem apresentados durante o seminário.

O envio do trabalho deverá ser feito exclusivamente por e-mail, para o endereço política.cultural@rb.gov.br, constando em assunto “Submissão de artigo”. As inscrições são gratuitas.