Chamada de trabalhos sobre “Serviço Público de Mídia e Participação”

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A Revista Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, está com chamada aberta até hoje (15/3) para o dossiê “Serviço Público de Mídia e Participação”. Prevê-se que este número seja publicado em setembro de 2016. A edição conta como editores: Luís António Santos (lsantos@ics.uminho.pt) – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), Universidade do Minho, Portugal; e Nelia del Bianco (neliadelbianco@gmail.com) – Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, Brasil.

EMENTA

Com uma tradição de várias décadas, decorrente do próprio paradigma de desenvolvimento dos meios audiovisuais na Europa, o Serviço Público de Mídia está longe de ser coisa do passado ou deste continente exclusivamente. 

No contexto de experiências muito diversas, o sistema de comunicação pública tem sido objeto de intensos debates, centrados tanto na sua missão e pertinência como nos modelos de financiamento que lhe estão subjacentes. Historicamente conotado com a ideia de um “bem público”, com obrigações ao nível da acessibilidade dos cidadãos, da diversidade de conteúdos e da promoção de valores culturais, o serviço público de rádio e de televisão ultrapassa hoje claramente o espectro da radiodifusão. Extensível ao espaço das plataformas digitais, o conceito arrasta-se para a Internet, abrindo-se cada vez mais a novos formatos e novos canais de interação. O novo quadro tecnológico, assente na diversificação de suportes de recepção, reclama o desenvolvimento de políticas de comunicação mais orientadas para o envolvimento das audiências. Neste cenário, a missão de Serviço Público de Média parece ser indissociável dos mecanismos de fomento à participação do público, tanto na própria dinâmica dos meios como também, através deles, na gestão da vida coletiva. 

Participação e cidadania são, assim, duas chaves inevitáveis para reequacionar o papel dos meios de comunicação de Serviço Público, num tempo que não se define mais pela necessidade de garantir o mínimo, mas sobretudo de constituir a alternativa de referência. Organizado no âmbito do projeto “Políticas de comunicação, radiodifusão pública e cidadania: subsídios para o desenvolvimento sociocultural em Portugal e no Brasil”, financiado pela FCT (Portugal) e pela CAPES (Brasil), este número especial da revista Comunicação & Sociedade é dedicado à problematização do conceito de Serviço Público de Mídia e aos novos desafios criados pela constante inovação tecnológica, especialmente no que concerne à comunicação participativa. Compreendida como uma obrigação inerente à função dos órgãos de Serviço Público, a promoção da participação é hoje encarada como um pressuposto do desenvolvimento social e cultural e, concomitantemente, da emancipação das comunidades. 

Editado em parceria pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho e pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, as entidades promotoras deste projeto, este número especial convida à submissão de propostas de textos originais que se enquadrem nos seguintes domínios: redefinição do Serviço Público de Média em contexto digital; novos formatos de participação dos públicos; regulação e financiamento da missão de Serviço Público; tecnologia e inovação; perceções e representações do Serviço Público de Média e das suas ofertas digitais; Serviço Público e desenvolvimento das comunidades; Serviço Público e identidade; Serviço Público e literacia mediática. 

REGRAS EDITORIAIS

Os originais deverão ser enviados em formato Word para cecs@ics.uminho.pt com conhecimento (cc) para os coordenadores do número: Luís António Santos (lsantos@ics.uminho.pt) e Nelia del Bianco (neliadelbianco@gmail.com). No ASSUNTO da mensagem, os autores deverão escrever: Comunicação e Sociedade – número especial.

As normas de citação deverão ser consultadas no Manual de Publicações do CECS, disponível em http://www.comunicacao.uminho.pt/upload/docs/cecs/manual_de_publicacao_v1.pdf. Línguas: Português e Inglês. A tradução para a segunda língua é da responsabilidade dos autores, podendo a sua entrega ser feita apenas após a confirmação de aceitação para publicação.

REVISTA

Revista Comunicação e Sociedade (Qualis B1-CSA1) é uma revista temática da área das Ciências da Comunicação, editada pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Publicada desde 1999, esta revista tem um rigoroso sistema de arbitragem científica e é publicada duas vezes por ano. Aderiu ao sistema OJS em 2012 e publica textos em português e em inglês desde 2013. O conselho editorial da Comunicação e Sociedade integra reputados especialistas das Ciências da Comunicação de diversos pontos do mundo.

Para mais informações: http://revistacomsoc.pt/index.php/comsoc/about

 

Chamada de trabalhos para Comunicon 2016

comunicon

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM São Paulo está com chamada aberta até 30 de abril para o COMUNICON – Congresso Internacional em Comunicação e Consumo -, que ocorre de 13 a 15 de outubro, contando com Simpósio Internacional, com o tema “Comunicação, consumo e modos de envelhecimento”, e Encontro de Grupos de Trabalho em Comunicação e Consumo (Pós-Graduação e Graduação).

CHAMADA DE TRABALHOS

O 6º Encontro de Grupos de Trabalho de Pós-Graduação aceita submissões de mestrandos, mestres, doutorandos e doutores em Comunicação e áreas afins. Os trabalhos podem ter, no máximo, três autores: um principal e dois co-autores. Cada pesquisador pode assinar como autor principal um único trabalho e participar como co-autor de apenas um segundo trabalho.

Serão aceitos ARTIGOS COMPLETOS redigidos em português, inglês ou espanhol. Os trabalhos devem ser inéditos (não submetidos a publicações acadêmicas e nem apresentados em outros eventos), contemplar a articulação entre comunicação e consumo e atender, em especial, aos objetivos e à ementa de cada Grupo de Trabalho abaixo relacionado. Devem ter no mínimo 12 e no máximo 15 páginas de extensão, seguindo as instruções do template do evento, disponível no site: www.espm.br/comunicon.

Cada GT contará com pareceristas externos, além de seu coordenador. Os artigos aprovados serão publicados nos Anais digitais do evento (com ISBN).

O 2º Encontro de Grupos de Trabalho de Graduação aceita submissões de graduandos e graduados em Comunicação e áreas afins. Serão aceitos trabalhos individuais (um único autor) que contenham resultados de pesquisas concluídas ou em andamento, referentes a iniciações científicas, monografias de conclusão de curso ou participação em projetos de pesquisa coletivos. É necessário selecionar um dos GTs do Congresso para submissão do trabalho, não sendo possível o mesmo autor enviar artigos para mais de um dos Grupos.

A sessão dos GTs dedicada à graduação (1º sessão do dia 14 de outubro) prevê a seleção de, no máximo, cinco (5) apresentações. Para tanto, contaremos com pareceristas externos, além do coordenador. Os artigos aprovados serão publicados nos Anais digitais do evento (com ISBN). Segue regra parecida com a do encontro de Pós-Graduação, só que com mínimo 10 e no máximo 12 páginas de extensão, seguindo as instruções do template do evento, disponível no site: www.espm.br/comunicon.

EMENTAS dos GTs:

– GT 01 – COMUNICAÇÃO E CONSUMO: cultura empreendedora e espaço biográfico
Coordenação: Prof. Dr. Vander Casaqui
Este GT parte das questões relativas ao campo da comunicação e consumo para tratar de suas articulações com a cultura empreendedora, ou seja, o espírito do capitalismo apoiado na figura do empreendedor como modelo de cultura – promovido através de contratos comunicativos e regimes de convocação biopolítica. Dessa forma, privilegiamos o estudo de: a) narrativas, discursos, representações relacionadas com o empreendedorismo, o empreendedorismo social, o “intrapreendedorismo”, entre outras denominações, sempre em abordagem crítica e perspectiva sociocultural; b) estudos do espaço biográfico (biografias e autobiografias), ou o estudo de narrativas de vida articuladas com as práticas de consumo, com o mundo do trabalho, com o espírito empreendedor, com discursos de “superação”, de “sucesso”, com fins “motivacionais” e “inspiracionais”, publicizados para consumo simbólico em dispositivos midiáticos.

– GT 02 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO e IDENTIDADE: materialidades, atribuição de sentidos e representações midiáticas
Coordenação: Profa. Dra. Marcia Tondato
A proposta deste GT é refletir sobre os processos de significação e ressignificação inerentes ao complexo contexto da contemporaneidade, às possibilidades de abertura para leituras diferentes e divergentes, em discursos mediados pelo cotidiano e pela cultura. Um cenário caraterizado pelo uso dos bens de consumo na especificação das relações sociais, exigindo que o mesmo seja trabalhado além dos limites das práticas comerciais, ampliado para aspectos da cultura do consumo que dialoguem com a sociedade complexa a partir dos processos de pertencimento. Para esta reflexão, as temáticas prioritárias incluem: a) representações midiáticas e práticas de consumo; b) processos de produção, circulação e apropriação de bens, advindos das práticas de comunicação midiática e interfaces com o consumo material e simbólico; c) relações sociais, de classes e de gêneros; d) atribuições de sentido e constituição e identidades coletivas nos ambientes comunicacionais característicos de uma sociedade midiatizada.

– GT 3 – COMUNICAÇÃO E CONSUMO: PERIODIZAÇÕES E PERSPECTIVAS HISTÓRICAS
Coordenação: Profa. Dra. Eliza Casadei
EMENTA: A proposta do GT é reunir trabalhos que discutam as relações entre comunicação e consumo a partir de uma perspectiva histórica. Nesse sentido, serão abarcadas pesquisas que abordem análises voltadas aos modos a partir dos quais a história dos meios de comunicação de massa e seus processos específicos mediam uma história sobre as visualidades de consumo, ao engendrar visibilidades próprias de cada época, bem como suas rupturas e recorrências. Assim, serão consideradas temáticas prioritárias: a) investigação dos processos históricos das mediações do consumo pela comunicação; b) história das visualidades do consumo a partir do mapeamento da história dos meios de comunicação de massa e suas produções específicas; c) proposição de metodologias para o estudo histórico das relações entre comunicação e consumo; d) estudo das diferentes estratégias retóricas, estilísticas e narrativas ligadas ao consumo nos produtos midiáticos ao longo do tempo; e) delimitação das diferentes estratégias estilísticas de composição ligadas aos imaginários de consumo; f) análise discursiva dos imaginários de consumo em diferentes produtos midiáticos de diferentes períodos; g) análise das continuidades e rupturas discursivas do consumo ao longo do tempo.

– GT 4 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO E INSTITUCIONALIDADES
Coordenação: Prof. Dr. Luiz Peres-Neto
Partindo do debate sobre comunicação e consumo, este GT propõe discutir os processos de mediação e os contextos sociais, políticos e culturais nos quais se constituem, legitimam ou interagem instituições e organizações com o conjunto da sociedade. São objetos de interesse trabalhos que proponham este debate a partir das seguintes temáticas: a) agenciamentos institucionais nos processos comunicacionais; b) a construção de tramas de civilidade, inclusão e exclusão social; c) as fronteiras do público e do privado; d) a comunicação em contextos organizacionais e institucionais e suas relações com as práticas de consumo; e) ética, comunicação e consumo; f) liberdade de expressão e políticas de comunicação; g) discursos sobre o reconhecimento de direitos e reconstruções do social; h) comunicação, consumo e religiosidade.

– GT 5 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO E NOVOS FLUXOS POLÍTICOS: ativismos, cosmopolitismos, práticas contra-hegemônicas
Coordenação: Profa. Dra. Rose de Melo Rocha
Considerando a centralidade dos processos de comunicação e das práticas de consumo na cena contemporânea; compreendendo a política em sentido amplo, em suas expressões não institucionais e cotidianas;  o GT investiga novos fluxos políticos associados a: a) ativismos, políticas de visibilidade e de subjetivação em mobilizações, movimentos e coletivos, com sua produção imagética e imaginária; b) ações de trânsito (urbano/digital; midiático/massivo; ético/estético) atinentes à midiatização do social, à espetacularização e à iconicização do capital; c) cosmopolitismos, diásporas, glocalidades e processos pós-periféricos articulados ao consumo (material e simbólico); c) dinâmicas bottom-up e práticas contra-hegemônicas nas sociedades midiáticas e do consumo, com suas narrativas, politicidades e expressividades.

– GT 6 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO E SUBJETIVIDADE
Coordenação: Profa. Dra. Gisela G. S. Castro
Este Grupo de Trabalho tem a intenção de congregar reflexões e fomentar discussões acerca do papel da comunicação e do consumo na promoção de modulações pelas lógicas de consumo nos modos de ser e de estar junto. Interessa-nos analisar as práticas de comunicação e consumo em sua articulação com: a) transformações perceptivas, cognitivas e/ou afetivas em ambientes supersaturados de mensagens comerciais; b) as dinâmicas do entretenimento, as estratégias midiáticas e mercadológicas no fomento a modos de ser e de viver; c) a mercadorização do cotidiano, o consumo da experiência e a experiência do consumo; d) afetividade, sociabilidade e subjetividade nas redes sociais digitais; e) estereótipos, preconceitos e modelos sociais alternativos na cena midiática; f) as imagens do envelhecimento e seus discursos; dentre outras questões relevantes.

– GT 7 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO, MEMÓRIA: cenas culturais e midiáticas
Coordenação: Profa. Dra. Mônica Rebecca Ferrari Nunes
As conexões entre comunicação, consumo e memória permitem considerar o consumo como código cultural que armazena e gera constantemente novas informações, de tal sorte que o consumo de formas materiais, midiáticas, simbólicas, afetivas ressignificam o tempo passado, o tempo presente e a própria memória. Como invenção e reconstrução, a memória também se materializa, além das histórias individuais e coletivas de seus sujeitos, por meio da biografia de objetos e mercadorias. Este grupo de trabalho acolhe pesquisas e reflexões acadêmicas dedicadas a pensar as intersecções: a) consumo, memória, cultura; b) consumo, memória, mídia; c) consumo, memória nas subculturas juvenis; d) consumo, memória, entretenimento; e) consumo, memória e artes da performance.

– GT 8 – COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E CONSUMO
Coordenação: Profa. Dra. Maria Aparecida Baccega
Este grupo de trabalho objetiva tratar da construção teórico-prática das inter-relações comunicação/ educação/ consumo (e não consumismo). Sobreleva, também, a teleficção como objeto de pesquisa, dado o seu diálogo permanente com a realidade brasileira lócus dessas relações. Consideram-se como atinentes a essa discussão: a) a rede de intercâmbio de significados entre consumo e comunicação na contemporaneidade: b) o alargamento das fronteiras do campo da comunicação, incorporando comunicação/educação/consumo; c) o campo comunicação/ educação, com suas reflexões e pesquisas, sobretudo no que se refere à atuação das agências de socialização e suas relações no processo de educação dos sujeitos; d) a teleficção como objeto privilegiado, dada sua condição de diálogo com as condições sócio-históricas.

– GT 9- COMUNICAÇÃO, DISCURSOS DA DIFERENÇA E BIOPOLÍTICAS DO CONSUMO
Coordenação: Profa. Dra. Tânia Hoff
Este grupo de trabalho tem por objetivo investigar as práticas discursivas, regimes de visibilidade e as representações da diferença na cena midiática contemporânea, considerando-se o fenômeno do consumo, suas biopolíticas e biossociabilidades. A partir dos processos comunicacionais e dos modos como os produtos midiáticos se apropriam dos discursos da diferença e de suas representações nas dimensões política, econômica e sociocultural, este GT problematiza: a) identidades étnicas, raciais e de orientações sexuais; b) estetização da diferença; c) multiculturalismo e diferença; d) formas de simbolização do corpo em diversos contextos culturais (híbridos, mestiços e sincréticos); e) apropriações da diferença pelo mercado; f) regimes de visibilidade; g) discursos da diferença; e h) discursos de resistência.

– GT 10- CONSUMO, LITERATURA E ESTÉTICAS MIDIÁTICAS
Coordenação: Prof. Dr. João Anzanello Carrascoza
Este grupo objetiva discutir a comunicação publicitária e sua produção de sentido voltada para as práticas de consumo, a partir de sua relação visceral com as matrizes da narrativa literária. Assim, acolhe as pesquisas e os debates em torno das seguintes temáticas: a) estudos focados nas lógicas de produção do discurso publicitário; b) elementos da poética publicitária; c) publicidade e os processos de contaminação da linguagem; d) interfaces entre teoria literária e publicidade; e) práticas de consumo no universo literário; f) estética e retórica do consumo; e) formas publicitárias e estetizações literárias; f) historiografia da publicidade; g) produção e consumo de narrativa publicitária.

– GT 11 – COMUNICAÇÃO, CONSUMO E CIDADANIA: POLÍTICAS DE RECONHECIMENTO, REDES E MOVIMENTOS SOCIAIS
Coordenação: Profa. Dra. Denise Cogo
O GT tem como objetivo o debate de pesquisas em torno das interfaces entre comunicação, consumo e cidadania que se orientam pela reflexão sobre políticas de reconhecimento das chamadas minorias no contexto das redes sociocomunicativas e dos movimentos sociais. Busca-se reunir estudos que reflitam sobre as experiências e práticas das minorias (mulheres, transgêneros, afrodescendentes, indígenas, migrantes, etc.) em que estejam implicados processos de apropriações e usos comunicacionais e ou midiáticos articulados às demandas e mobilizações por cidadania em suas múltiplas dimensões: econômica, social, política, jurídica, cultural, universal e comunicativa. Em um cenário de convergência tecnológica, busca-se enfatizar as experimentações e agenciamentos comunicacionais que são produzidos pelas minorias em espaços locais, nacionais, transnacionais a partir de dinâmicas que constituem e são constitutivas das redes e movimentos sociais.

PRÊMIO COMUNICON

Todos os trabalhos aprovados e inscritos no 6º Encontro de Grupos de Trabalho de Pós-Graduação em Comunicação e Consumo serão considerados elegíveis para o Prêmio COMUNICON. Este propõe reconhecer a excelência de trabalhos acadêmicos elaborados na área de comunicação e consumo. Os melhores trabalhos apresentados em cada GT serão indicados ao Prêmio COMUNICON. A Comissão Julgadora é composta por pesquisadores internos e externos ao PPGCOM ESPM e tem como Presidente de Honra a decana do Programa, Profa. Dra. Maria Aparecida Baccega. 

Para mais informações: www.espm.br/comunicon

Chamada de Artigos para Revista GEMInIS sobre “Fãs, ativismo e redes: mídia livre do que?”

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A Revista GEMInIS está com chamada aberta até o dia 23 de maio para a sua décima segunda edição, cujo dossiê será dedicado ao tema “Fãs, ativismo e redes: mídia livre do quê?”.

EMENTA

O dossiê se dedica a discutir as relações entre mídia e o ativismo contemporâneo inseridos no paradigma da convergência midiática, no qual fãs, empresas, ativistas e usuários formam redes complexas e interligadas por uma quantidade massiva de conteúdo. O processo de convergência midiática ocorrido nas últimas décadas foi impulsionado pelo estímulo à cultura da participação, tornando o consumidor capaz de produzir e circular conteúdos em qualquer plataforma. Essas mudanças passariam a abarcar também uma relação direta com o ativismo, uma vez que esses usuários utilizam de conteúdos de mídia para demandar uma participação política a respeito dos mais diversos propósitos. As práticas de fã-ativismo são um dos grandes sintomas disso, pois representa como o consumo midiático pervasivo adentra temas e questões cotidianas. Simultaneamente, o contemporâneo é também marcado pela popularização do termo midialivrismo, cuja atividade nasce em torno da crença em uma distinção considerável entre as mídias de uma maneira bem objetiva.

O termo “livre” quando aplicado aos mais diversos meios de comunicação, sempre esteve historicamente atrelado a um sentido de militância, pressupondo que essa liberação se efetiva quando a sociedade civil ou um grupo que representa seus interesses passa a dominar uma série de saberes necessários para produzir conteúdos nas mais diversas mídias. Ao contrapor essas duas perspectivas, do fã-ativista e do midialivrismo, uma série de questionamentos se tornam possíveis. Diante desse cenário, pode-se falar em mídia livre se sabemos que os ativistas fazem uso das redes sociais, plataformas de vídeo e outros dispositivos que são controlados e monitorados por grandes empresas de tecnologia? Se as práticas midialivristas, em sua maioria, se declaram contra a cooptação comercial relacionada às grandes mídias, estariam também ilesos da cooptação política? Sobretudo é necessário amplificar o debate ao pensar o que se entende hoje por mídia livre, principalmente, no que diz respeito à participação. Em um universo no qual a nova grande mídia é composta por muitos que falam para nichos cada vez mais segmentados, não seria ela uma mídia feita por militantes e para militantes?

NORMAS

A chamada de artigos está aberta até o dia 23 de maio de 2016, e os trabalhos devem ser enviados ao e-mail: revista.geminisufscar@gmail.com. O texto tem que estar nos idiomas Português, Espanhol ou Inglês, em formato “DOC”, e conter, no mínimo, 07 páginas ou próximo de 2.500 palavras, e no máximo 25 páginas, aproximadamente 11.300 palavras. A estrutura do artigo, o resumo, as citações diretas e indiretas, as referências, imagens, quadros e tabelas devem obedecer às normas da ABNT, em vigor. Além de aceitar trabalhos relacionados à temática do dossiê, o periódico também recebe artigos acadêmicos que abordem outros assuntos ligados a área da comunicação e do audiovisual, assim como ensaios, entrevista e resenhas de livros publicados recentemente no Brasil, e no exterior. É dada prioridade de publicação a trabalhos submetidos por autores doutores ou em coautoria com pesquisadores doutores.

Os trabalhos também devem estar acompanhados de um “Termo de Autorização para Publicação”, assinado pelo autor nos seguintes termos: “Eu____ (nome completo do principal responsável pelo artigo) autorizo, caso meu artigo ____ (nome do trabalho apresentado), de autoria de ____ (nome de todos os autores) , seja aprovado pela Comissão Editorial da Revista de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som, a publicação no referido periódico”. O termo deve ser enviado em formato de imagem JPG ou PDF.

Sobre a Revista GEMInIS

A Revista GEMInIS foi criada em 2010, quando o Grupo de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som – PPGIS/UFSCar, completava seu terceiro ano de criação. A revista online e semestral, tem como objetivo reunir trabalhos científicos e artísticos que tratem de fenômenos próprios da convergência midiática. A publicação tem classificação Qualis B2 pela Capes, na área de Ciências Sociais Aplicadas.

Chamada de trabalhos Vozes e Diálogo sobre “Cultura de fãs”

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A Revista Vozes e Diálogo está com chamada aberta para o dossiê “Cultura de fãs” para a edição nº 1 de 2016. Os artigos devem ser submetidos até 15 de maio no portal da revista.

Serão aceitos artigos de reflexão teórica e/ou resultado de pesquisas que abordem as diversas temáticas relacionadas à cultura de fãs, aos processos que envolvem a prática do Fandom, tanto na perspectiva da análise do conteúdo, das representações entre outros quanto análises da recepção e/ou do consumo midiático que evidenciem os engajamentos do público diante dos mais diversos produtos/conteúdos midiáticos e sua circulação. Entre os aspectos que podem ser problematizados estão:         

–        Produção, distribuição e circulação de conteúdos produzidos pelo público sobre conteúdos midiáticos (pode-se discutir autoria e direitos sobre os conteúdos, níveis de engajamento, formas de participação e/ou impacto dessas práticas no âmbito da produção, etc.);

–        Práticas, produtos, comportamentos de fãs /antifãs

–        Shipping

–        ciberativismos; 

–        Relações entre cultura participativa e cultura de fãs.

–        Cultura de fãs e sua relação com a afetividade pelas marcas

–        Estudos comparativos de fandom nacional e internacional

–        Comportamentos de hatters e trolls

–        Relação entre cultura de fãs e culturas juvenis

–        Cosplay

Entre várias outras possibilidades.

REVISTA

A Vozes e Diálogo é a Revista Acadêmica dos Cursos de Comunicação Social da Univali – SC, avaliada como B3 em Ciências Sociais Aplicadas I pelo Qualis-Capes. Além do dossiê, a revista também aceita artigos de outras temáticas em regime de fluxo contínuo bem como resenhas de obras publicadas nos últimos três anos.

Mais informações: http://www6.univali.br/seer/index.php/vd/index

Revista Cambiassu recebe artigos para edição de junho

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A Cambiassu – publicação on-line semestral de estudos em Comunicação do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – está recebendo ensaios, artigos, entrevistas e resenhas para seu próximo número, a ser lançado em junho de 2016, até o dia 18 de abril.

A revista Cambiassu (Qualis B4 – CSA1) visa a divulgação de pesquisas e estudos na sua área de interesse – Comunicação Social – e aceita trabalhos inéditos para publicação. Foca-se em questões relacionadas ao campo da comunicação e seus mecanismos de produção, distribuição e consumo.

Serão aceitos textos inéditos – permitindo-se até 4 (quatro) autores por trabalho – em português que serão avaliados, sem identificação, por dois membros do Conselho Editorial. Cada autor poderá enviar o máximo de dois trabalhos, sendo um individual e um em coautoria.

O trabalho original deverá ser submetido exclusivamente via e-mail no período de 01 de março a 18 de abril de 2016. Após a recepção do material, e análise dos pareceristas da revista, os editores responsáveis entrarão em contato com os(as) autores(as), no prazo de 06 a 13 de maio de 2016, via e-mail, para a divulgação dos aceites.

Mais informações: http://www.cambiassu.ufma.br/2016_1.pdf

Chamada para dossiê “Comunicação e Cidadania” da Revista Esferas

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A revista Esferas convida Doutores em Comunicação e áreas afins a enviar o seu artigo para a sua oitava edição, a ser publicada em Agosto de 2016, em versões on-line e impressa, cujo tema do dossiê é “Comunicação e Cidadania”, com limite para submissão de trabalhos até o dia 30 de abril.  

EMENTA

Para o dossiê ‘Comunicação e Cidadania’ propomos um discussão acerca das relações e configurações das mídias, tencionando a questão do acesso democratizado à informação como uma das condições básicas para a realização dos direitos políticos da cidadania no mundo contemporâneo. Ou, ainda, a relação de interdependência entre a comunicação, o acesso à cidadania e o poder. Também constituem tema central as políticas públicas de comunicação e seu impacto na construção da cidadania, na defesa ética, na consolidação da democracia e na proteção dos direitos humanos. Dessa forma, questionam-se as assimetrias de poder, o discurso de manipulação política, a pulverização das diversidades culturais, a violência simbólica em seus diferentes aspectos e as representações sociais excludentes como tessitura da sociedade midiatizada.  

Nesse sentido, buscamos refletir sobre as relações entre o público e o privado, as mídias e as representações do Estado, e a própria mídia enquanto ator social que se insere, de diferentes formas, nas relações de poder, atuando a partir de seus próprios interesses, e como esses interesses se refletem nas suas relações com os receptores. De forma objetiva, busca-se também compreender como a mídia trabalha a questão da cidadania, e se atua na defesa de uma cidadania ativa e desejável para todos os cidadãos do mundo.

Nesse contexto, abre-se espaço também para o debate sobre as diferentes áreas de atuação profissional dentro das atividades ligadas à Comunicação e como essas atividades se relacionam com a prestação do serviço ao público e sua visão interna sobre responsabilidade social. Por fim, também como espaço importante de discussão, a própria percepção de cidadania em outras mídias, sejam alternativas, sejam em outros países ou em espaços de conflitos de interesses.

REVISTA

A publicação é um espaço coletivo de trocas e reflexões, sob a égide dos Programas de Pós-graduação em Comunicação da Universidade de Brasília, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, além do mestrado em Comunicação da Universidade Católica de Brasília.

Como sempre, a seção ‘Livres’ aceitará artigos sobre os mais diversos temas que abordem os fenômenos comunicacionais e o campo da pesquisa em comunicação.

Mais informações: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/esf/index

3ª Conferência Estadual de Direitos Humanos de Sergipe

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Nesta quarta-feira, dia 9 de março, tem início, em Aracaju, a 3ª Conferência Estadual de Direitos Humanos de Sergipe. O evento, que se estende até a tarde da quinta-feira (10), é organizado pela Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (SEIDH) e pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH). Dentre os grupos de discussão e trabalho está o de “Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação”.

O tema central da Conferência é “Direitos Humanos para Todas e Todos: Democracia, Justiça e Igualdade”, discussão que será abordada em uma Palestra Magna por Andre Depieri, Professora do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe, mestre em Direito e doutora em Sociologia, militante da Anistia Internacional e integrante da Comissão Estadual da Verdade.

Espaço de discussão, reflexão e proposição sobre a política de direitos humanos em âmbito local e nacional, a Conferência tratará ainda de diversos outros temas, contando com a participação de especialistas. Confira, ao final, a programação completa.

Etapa Estadual da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, a atividade é aberta ao público em geral (com inscrições apenas no local), tendo como segmentos prioritários entidades, coletivos, movimentos e militantes nas áreas de direitos humanos de mulheres, população idosa, negros e negras, crianças e adolescentes, juventude, população LGBT, cultura e comunicação, educação, pessoas com deficiência, comunidades tradicionais, dentre outros grupos em situação de vulnerabilidade social, e representantes do poder público e dos órgãos de defesa.

Ao final da Conferência serão eleitos 36 delegados e delegadas que representarão o estado de Sergipe na 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, sendo 22 representantes da sociedade civil e 14 do poder público, conforme percentual estabelecido em regulamento nacional.

Programação

9 de março
7h – Abertura do Credenciamento
8h – Solenidade de Abertura
9h – Leitura e aprovação do Regimento Interno

10:30h – Conferência Magna, com o tema: “Direitos Humanos para Todos e Todas: Democracia, Igualdade e Justiça”
Conferencista: Andrea Depieri (Professora do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe, mestre em Direito e doutora em Sociologia, militante da Anistia Internacional e integrante da Comissão Estadual da Verdade)

12:30h – Almoço e encerramento do Credenciamento

14h – Grupos de Discussão e Trabalho

a) Participação Social, Controle Social das Políticas Públicas de Direitos Humanos e Pacto Federativo e Responsabilidades Institucionais
Facilitadores/as: Adriana Lohanna (Coordenadora do Núcleo de Políticas Públicas da Secretaria de Direitos Humanos) e Thiago Oliveira (Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Sergipe)

b) Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação
Facilitadores/as: Carol Westrup (Pesquisadora do Observatório de Economia e Comunicação da UFS) e Paulo Victor Melo (jornalista e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação)

c) Educação em Direitos Humanos
Facilitador: Paulo César Lira (professor da Rede Estadual de Educação e Diretor do SINTESE)

d) Sistema Nacional de Direitos Humanos para implementação da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)
Facilitadora: Josevanda Franco (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sergipe)

e) Enfrentamento da violência motivada por diferenças de gênero, raça ou etnia, idade, orientação sexual, identidade de gênero e situação de vulnerabilidade e enfrentamento ao extermínio da juventude negra
Facilitadores/as: Robson Anselmo (coordenador do Instituto Braços), Mario Leony (delegado de Polícia Civil de Sergipe) e Madalena Santana (integrante do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Sergipe)

f) Enfrentamento à criminalização dos movimentos sociais e defesa dos direitos dos defensores de direitos humanos
Facilitadores: Cristian Góes (jornalista e doutorando em Comunicação) e Marcelo Rocha (Capitão da Polícia Militar de Sergipe e Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública)

g) Memória, Verdade e Justiça
Facilitadores/as: Gabriela Rebouças (integrante da Comissão Estadual da Verdade) e Rubens Marques (Comissão Nacional da Verdade da CUT)

h) O Sistema Prisional, a Prevenção e o Enfrentamento à Tortura
Facilitadores/as: Renata Stuart (representante do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura) e Carlos Antonio “Magal” (coordenador da Pastoral Carcerária de Sergipe)

10 de março

8h – Continuidade dos Grupos de Discussão e Trabalho

10:30h – Aprovação das Propostas e Moções

13h – Plenária Final (Eleição de delegados/as)

Serviço
O quê: 3ª Conferência Estadual de Direitos Humanos
Quando: 9 e 10 de março, a partir das 8h
Onde: Hotel Orion (Rua Urbano Neto, 121, Coroa do Meio, Aracaju)

UFF realiza VI Seminário de Pesquisa em Mídia e Cotidiano

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O Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (UFF), promoverá em Niterói/RJ dos dias 17 a 19 de maio de 2016, o VI Seminário de Pesquisa em Mídia e Cotidiano. O tema do evento esse ano será Mídia e Democracia, dividida em três áreas de estudo: linguagens, políticas e tecnologias em contexto de convergência. Resumos expandidos podem ser enviados até 20 de março.

Grupos de Trabalho

GT 1 Linguagens – A relação entre as linguagens tradicionais e os processos não convencionais de comunicação; Novos atores e consumidores de informação; Experiências inovadoras na área de linguagem. O GT é coordenado por Emmanoel Ferreira e Laura Bedran, com assistência de Max Milliano Melo. E-mail para envio:  mdlinguagensppgmc@gmail.com

GT 2 Políticas – Grupos de poder e meios de comunicação de massa e comunitários; Hegemonia e contra-hegemonia midiática; Aspectos teóricos e metodológicos de experiências e práticas cidadãs da comunicação social, popular e alternativa incluindo questões de gênero, etnia, religiosidade e classe; O marco regulatório da mídia no Brasil; Relato de experiências locais, regionais, nacionais e internacionais sobre apropriações de tecnologias da informação e da comunicação pelos movimentos sociais. O GT é coordenado por Andrea Medrado e Patrícia Saldanha, com assitência de Andrew Costa. E-mail: mdpoliticasppgmc@gmail.com

GT 3 Tecnologias – Tecnologias a serviço da difusão do conhecimento; Processos de democratização da educação via tecnologias de comunicação; A relação entre mídia e educação; Os modelos de EAD e o perfil do destinatário; Tecnologias a serviço da democratização da comunicação. O GT é coordenador por Alexandre Farbiarz e Adilson Cabral, com assistência de Lucas Bastos. E-mail: mdtecnologiasppgmc@gmail.com

Mais informações

Alunos de graduação e pós-graduação da UFF que não forem apresentar trabalhos têm entrada gratuita. Os demais interessados podem consultar mais informações no site do PPGMC (Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano).

A Conferência de Abertura será feita por Atílio Borón e o encerramento por Franklin Martins. O Seminário atinda terá três mesas temáticas com participação de expressivos pesquisadores e profissionais da Comunicação.

Clique em cada link para conferir as  Normas de Submissão, o Cronograma do Evento e a Programação Completa do VI Seminário.

Elementos para identificar o lugar do rádio no vale do São Francisco alagoano

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Por Bruno Silva dos Santos*

O vale do São Francisco alagoano é uma região formada por 50 municípios incluídos, em quase sua totalidade, no semiárido brasileiro, segundo estudos e definição da Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) (CODEVASF, 2012). Sua população em 2011, segundo dados da Codevasf, apoiados em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 1.227.531 milhões habitantes distribuída nos cinquenta municípios da região. O mapa abaixo traz uma representação dos municípios do vale do São Francisco alagoano (CODEVASF, 2012).

Desde o ano de 2014, a Assessoria Regional de Comunicação e Promoção Institucional da Codevasf em Alagoas realiza um estudo para mapeamento das emissoras de rádio e dos portais de notícia e blogs de opinião localizados nos 50 municípios do Vale do São Francisco alagoano.

O que se propõe é fazer um balanço crítico da realidade da radiodifusão sonora e do surgimento dos veículos digitais de informação nessa região, buscando entender os principais problemas das industriais culturais e suas implicações no acesso à informação das populações desses municípios e na promoção da democratização da comunicação.

Os resultados preliminares do presente estudo apontam a existência de 57 emissoras de rádio prestando os serviços de radiodifusão sonora FM, AM e RadCom em 30 municípios dos 50 que compõem o Vale do São Francisco alagoano. Dessas, cerca de 58%, ou seja 33 emissoras, atuam no serviço de RadCom, enquanto 30% transmitem em FM – 17 emissoras – e 7 que operam em AM, representando cerca de 12% do total de rádios identificadas.

Dos 30 municípios com serviço de radiodifusão sonora, 22 possuem apenas uma emissora, sendo que em 21 desses municípios o serviço prestado é o de RadCom, contra apenas uma com o serviço AM.

Cabe destacar que, o que pode representar um avanço no acesso à informação com um número superior de emissoras comunitárias na comparação com as emissoras comerciais, na verdade encobre uma limitação formal ao exercício do direito à comunicação, já que a formatação legal dada às rádios comunitárias no Brasil limitou seu raio de alcance a um quilometro, o que não cobre nem uma parte significativa do município, quanto mais toda sua extensão. Assim, 22 RadComs não possuem a força de alcance de 17 FMs ou 7 AMs.

A identificação que apenas oito municípios – Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Major Isidoro, Porto Real do Colégio e Teotonio Vilela – possuem mais de uma emissora de rádio prestando, pelo menos, dois dos três serviços de radiodifusão sonora identificados na região (RadCom, FM e AM) aponta um indicio de concentração de veículos de comunicação nessas localidades.

Esse indício ganha força quando identificamos que 20 dos 50 municípios do vale do São Francisco alagoano não possuem quaisquer serviços de radiodifusão sonora. Isso significa que, em 40% dos municípios da região estudada, a população não possui acesso a informações locais e comunitárias de sua própria comunidade por meio do mais tradicional veiculo de comunicação na região, pelo menos não de forma privilegiada e com atenção especial às demandas locais.

Essa concentração de veículos em oito municípios da região pode ser explicada, em parte, pela centralização do desenvolvimento socioeconômico regional em cinco municípios que estão entre os maiores Produto Interno Bruto (PIB) municipal do vale do São Francisco alagoano – 2.173.811, 465.494, 396.273, 359.471 e 238.193, respectivamente Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema –, entre os maiores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 0,649, 0,638, 0,630, 0,612 e 0,591 respectivamente – e entre as maiores populações dos municípios do vale do São Francisco alagoano – 216.108, 70.556, 60.638, 48.493 e 45.197, respectivamente (CODEVASF, 2012).

Não é coincidência que o município com maior PIB municipal, com o mais elevado IDH e que reúne a mais numerosa população dos 50 municípios analisados – Arapiraca – concentre também o maior número de emissoras FM – 05 rádios FM – e AM – 02 rádios AM.

Outro dado encontrado pelo mapeamento indica a penetração no vale do São Francisco alagoano dos dois maiores grupos de mídia identificados na pesquisa “Os Grupos de Mídia e a Economia Política da Comunicação em Alagoas” – Organização Arnon de Mello (OAM) e Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM). (SANTOS et al., 2008).

A OAM possui na região duas emissoras de rádio prestando o serviço FM, em Arapiraca, e AM, em Pão de Açúcar, sendo essa última uma das poucas emissoras a prestar o serviço em Ondas Médias na região.

Já o PSCOM também estendeu seus negócios para essa região com o funcionamento de uma rádio FM no município de Arapiraca.

Novamente o mais populoso, com maior desenvolvimento humano e mais rico município do vale do São Francisco alagoano é palco de mais um fenômeno marcante das indústrias culturais no capitalismo monopolista com a expansão dos negócios para além da região geográfica de origem. Com isso, podemos apontar Arapiraca como o centro difusor das indústrias culturais no vale do São Francisco alagoano.

Os resultados preliminares também ratificam uma das tendências apontadas por Thompson (2011) quanto aos grupos de mídia, a concentração, já que os veículos da região estão concentrados em poucos grupos em um reduzido número de municípios.

De um lado temos oito municípios concentrando 61,4% das emissoras, ou seja 35 de 57 rádios AM, FM e RadCom. Em outro extremo, vinte municípios não possuem serviço de radiodifusão sonora, comprometendo o acesso da população a informações locais e comunitárias.

Sobre o lugar do rádio no conjunto das indústrias culturais, Ferraretto (2009, p. 94) nos traz alguns esclarecimentos:

Considera-se, deste modo, a indústria de radiodifusão sonora como um setor econômico específico do qual fazem parte as empresas que recebem outorgas do Estado para operação de emissoras voltadas, de modo prioritário, à obtenção do lucro e, por extensão, à acumulação de capital. A sua sobrevivência, ao longo do tempo, dá-se pela constante adaptação às alterações introduzidas por novos meios no mercado, o que ocorre em dois planos: como ente empresarial e como produtor de conteúdo.

Para reforçar a definição que adotamos sobre o lugar do rádio nas indústrias culturais hoje, temos a valiosa contribuição de Bolaño (2012, p. 4-5) em suas considerações sobre a economia política do rádio no Brasil:

As diferentes indústrias culturais e da comunicação encontram-se sujeitas a três forças, que exigem cada uma delas, o cumprimento de uma função: publicidade, propaganda, programa. O rádio e a TV podem ser tomados como paradigmas desse modelo […].

A função propaganda está ligada aos interesses do Estado e, no caso do rádio, teve no governo Vargas o seu momento paradigmático […]. A função publicidade é precisamente aquela vinculada ao processo de acumulação do capital monopolista.

O cumprimento de ambas as funções que deverão necessariamente realizar-se no nível do conjunto da Indústria Cultural […] exige uma inserção social, que defini como função programa, mas que se refere essencialmente à exigência que se faz a qualquer indústria cultural de atender a necessidades de reprodução simbólica do mundo da vida dos homens e mulheres que compõem aquele público consumidor de cultura, transformado, assim, em audiência. É a venda da mercadoria audiência que permite o financiamento das empresas que concorrem no mercado de cultura de onda.

Então pela junção dessas três forças – propaganda, publicidade e programa -, o rádio continua a ocupar um espaço privilegiado no conjunto das industriais culturais ao fazer a mediação entre capital, Estado e as massas.

O formato atual das rádios comunitárias no Brasil, com raio de alcance de até um quilometro e vedação ao financiamento por meio de comercialização de espaços publicitários e à formação de redes que ampliem o alcance da emissora, não consegue dar conta das demandas por comunicação mediática das populações desses municípios. Isso tem levando alguns radiodifusores comunitários a investir na ampliação, de forma ilegal, do raio de alcance da RadCom, o que tem resultado na criminalização desses atores da comunicação e o fechamento de importantes espaços simbólicos de mediação.

Em outra ponta, os radiodifusores comerciais ou empresariais concentram seus negócios em microrregiões nas quais identificam maior possibilidade de ampliação de suas taxas de lucro. Assim, estendem sua atuação para o circulo de municípios com maior nível de desenvolvimento regional.

Os estudos para mapeamento das rádios, blogs e portais de notícia ainda está em execução. Consequentemente as análises dos dados também estão em processamento, mas já indicam um distanciamento entre a realidade de comunicação mediática por rádio entre os municípios pólos e aqueles que gravitam em seu entorno. Esse parece ser o lugar do rádio hoje no vale do São Francisco alagoano.

REFERÊNCIAS

BOLAÑO, César R. S. Considerações sobre a economia política do rádio no Brasil. Eptic – Revista de Economía Politica de las Tecnologias de la Información y de la Comunicación. Aracaju, SE, v. XIV, n. 2, maio-ago. 2012. Disponível em:

< http://www.seer.ufs.br/index.php/eptic/article/view/417/331

BRASIL. Agência Nacional de Telecomunicações. Sistema de Informação dos Serviços de Comunicação de Massa (SISCOM). Disponível em: <http://sistemas.anatel.gov.br/siscom/>. Acesso em: 11 abr. 2015.

BRASIL. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Aprova a Metodologia de Divisão Político-Administrativa da Área de Atuação da Codevasf, bem como a relação dos municípios integrantes da área de atuação da Codevasf, resultante da aferição dos limites geográficos das bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim. Resolução n. 702, de 25 de setembro de 2012. Brasília, DF.

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio e capitalismo no Brasil: uma abordagem histórica. IN HAUSSEN, Doris Fagundes; BRITTOS, Valério Cruz. (Org.). Economia política, comunicação e cultura: aportes teóricos e temas emergentes na agenda política brasileira. Porto Alegre; Editora da PUCRS, 2009. P. 93-112.

ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação de conteúdos. São Paulo: Summus, 1985.

SANTOS, Anderson Gomes et al. Os Grupo de mídia e a economia política da comunicação em Alagoas. In: Semana Internacional de Estudos Midiáticos, 1., 2008, Maceió. Anais daSemana Internacional de Estudos Midiáticos. Maceió, AL: Ufal, 2008.

THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

* Jornalista da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Especialista em Gestão e Controle Social de Políticas Públicas e Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador associado ao Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Sociedade (CEPOS/OBSCOM). E-mail: bruno.silva@codevasf.gov.br.

Anita Simis é a nova coordenadora do GP EPICC da Intercom

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A professora Anita Simis, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), é a nova coordenadora do Grupo de Pesquisa Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação). Em anúncio nesta semana, a pesquisadora afirma ter como objetivo para sua gestão “ampliar em número de membros e em subgrupos mais articulados que possam inclusive propor pesquisas mais abrangentes”.

O GP de EPICC tem seu histórico na Intercom dividido em duas fases. A primeira de 1992 a 2000, quando se chamava “Economia Política das Tecnologias de Informação, Comunicação e Cultura (EPTIC)”, espaço importante para o desenvolvimento da EPC no Brasil e na Ibero-América que, dentre outras coisas, gerou a Rede EPTIC – incluindo boletim e este portal – e a Revista EPTIC. A segunda começou em 2010, na reestruturação das Divisões Temáticas e grupos de trabalho do evento, tendo desde então como coordenadores: Valério Cruz Brittos (Unisinos), Ruy Sardinha Lopes (USP) e agora Anita Simis (UNESP).

Anita é professora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais pela UNESP – Campus de Araraquara. Sua formação é de bacharel em Ciências Sociais pela USP (1979), com doutorado em Ciência Política também pela USP (1993) e Livre-Docência em Sociologia da Comunicação pela UNESP (2010). Seu trabalho mais conhecido é o livro Estado e Cinema no Brasil, que em 2007 recebeu o Prêmio Rumos Pesquisa: Gestão Cultural oferecido pelo Itaú Cultural e está na 3ª edição. Atua na área de Sociologia da Comunicação, com ênfase em Política Cultural, Política Cinematográfica, Televisão, Rádio, Produção Independente, Indústria Cultural. Tem trajetória acadêmica marcada por uma efetiva participação nas seguintes entidades científicas: Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (SOCICOM), como Diretora Administrativa (2008-2012) e na União Latina de Economia Política da Informação da Comunicação e da Cultura (ULEPICC-Capítulo Brasil), como presidente (2008-2010).

A pesquisadora enviou a seguinte nota sobre o novo cargo assumido:

Car@s colegas,
              
Com grande satisfação comunico que sou a nova coordenadora do GP Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, na Intercom.

O trabalho demanda responsabilidade e atenção para com um Grupo que tem uma história e é formado por vocês: pesquisadores importantes de todo Brasil e até mesmo alguns do exterior. Meu objetivo principal será justamente reafirmar a construção de laços sólidos com vocês todos, e novos pesquisadores que venham a se incorporar, e que tenham como instrumento teórico a Economia Política, seja na sua interface com as Comunicações, seja com a Informação e a Cultura.

Minha principal missão será, portanto, primeiramente criar uma estabilidade que possa sustentar um crescimento do número de participantes no GP para que possam se envolver em trabalhos mais articulados, sempre dentro da perspectiva interdisciplinar. Minha experiência como membro do GP nestes anos mostrou que agora o GP está maduro para ampliar em número de membros e em subgrupos mais articulados que possam inclusive propor pesquisas mais abrangentes. Essa última sugestão parte do princípio de que a Intercom consegue agregar pesquisadores dos mais diversos estados e que, portanto, poderiam ser estimulados a mapear questões comuns em suas respectivas regiões. Se frutífera esta proposta, poderá desdobrar-se em publicações que possam contribuir significativamente para o desenvolvimento da pesquisa na área, preenchendo lacunas que nem sempre são reconhecidas ou possíveis de serem preenchidas no âmbito individual da pesquisa.

Por outro lado, um trabalho que foi proposto e realizado pelo meu antecessor na coordenação do GP, Prof. Ruy S. Lopes, e que se mostrou frutífero, foi articular aproximações com grupos de pesquisa já estruturados. Essa aproximação já ocorreu anteriormente, por meio de mesas realizadas com outros Grupos da Intercom – como o de Comunicação Alternativa e Comunitária e Rádio de Mídias Sonoras, e mais, recentemente, por meio do Fórum Eptic, na Intercom de 2015, com o grupo da Profa. Roseli Aparecida Figaro Paulino. Eu mesma tenho trabalhado com um grupo que se ampliou nos últimos anos e que trata da Economia Política do Cinema, mas que ainda pode ser mais estruturado. Creio que abrir sessões com temáticas mais especializadas pode aprofundar o debate e incentivar pesquisas mais orgânicas.

Por fim, outro trabalho desenvolvido e/ou incentivado pelo prolífico Prof. Ruy que pretendo dar continuidade trata da promoção de minicursos e do incremento de canais de comunicação entre os membros do GP. Lembro por exemplo que temos um grupo no Facebook, chamado Discutindo Economia Política da Comunicação, criado e administrado por membros do Grupo, e que no momento conta com 216 membros. Quem ainda não se inscreveu neste grupo, faço aqui o convite para que se incorpore https://www. facebook.com/groups/ discutindoepc/

De forma resumida esta é a minha proposta de trabalho e fico a disposição para qualquer dúvida sobre ela.

Um grande abraço a tod@s,
Anita Simis