Disponível para download livro do Intervozes sobre as manifestações de junho de 2013

vozes-silenciadas-capa-final-211x300Por Intervozes

Em junho de 2013, o país foi surpreendido por uma série de protestos replicados em diversas cidades, reunindo multidões e causando a paralisação de grandes centros urbanos. Foram as maiores manifestações desde as “Diretas Já” na década de 1980 e do “Fora Collor” na década de 1990. Os protestos das “Jornadas de Junho”, ou simplesmente as “Manifestações de Junho” nasceram da reivindicação contra o aumento da tarifa do transporte público e se expandiram, na sua fase final, para bandeiras e mais difusas e menos pontuais.

Para o Coletivo Intervozes, os protestos de junho refletem um momento significativo de mobilização social que deve ser comemorado e também melhor compreendido. Um dos elementos importantes neste processo é a comunicação social. Tanto as os novos meios (mídias sociais, comunicação móvel) quanto os meios tradicionais (mass media, jornalismo formal) desempenharam papeis importantes. Serviram como caixas de ressonância para as vozes dos diversos atores que compuseram este enredo. Porém, se as mídias digitais serviram como ferramenta de mobilização e ampliação dos protestos, de que forma ocorreu a cobertura do mass media? Como os principais jornais brasileiros trataram o tema e seus atores?

Para responder a estas questões ou pelo menos tentar esclarecê-las surgiu assim esta pesquisa ainda em 2013. Optou-se pela escolha de 3 importantes veículos de jornalismo online como objetos de estudo: Estadão, Folha de S. Paulo e O Globo e considerou-se que este seria um extrato representativo da mídia brasileira, até porque constituem jornais de grandes conglomerados de mídia atuantes no país. Quanto ao recorte temporal, optou-se pela análise dos 19 primeiros dias de junho por abarcar os momentos principais dos protestos e comportar uma quantidade significativa de matérias. Após a extensa coleta de dados e triagens de informação a análise foi realizada em um conjunto final de 964 matérias analisadas, somando os três veículos.

O estudo foi coordenado e executado pelo professor Sivaldo Pereira da Silva, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade de Brasília (UnB). Envolveu uma equipe de pesquisadores do Centro de Formação e Extensão em Comunicação, Democracia e Direitos Humanos (Coscentro) da UFAL no processo de coleta de dados e dupla checagem de informações.

Esperamos que a pesquisa possa contribuir para o entendimento histórico do que significaram as Manifestações de Junho e também sirva como registro da ação mediadora dos meios de comunicação neste processo. Uma mediação nem sempre pacífica e, como demonstram os dados, nem sempre adequada aos princípios normativos que regem a boa prática jornalística.

Para baixar, acesse: http://intervozes.org.br/arquivos/interliv009vozsmep-baixa.pdf

Chamada de capítulos para livro ALAIC-ECREA

Sem título-1A Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC) e a Associação Europeia de Pesquisa e Educação em Comunicação (ECREA) abriram chamada de capítulos para o livro “Conectando paradigmas: Pesquisa em Comunicação na América Latina e na Europa”. Pretende-se reunir textos que reflitam sobre os principais paradigmas na pesquisa em Comunicação e Estudos de Mídia na Europa e na América Latina, assim como estimular um diálogo entre autores europeus e latino-americanos a partir da produção conjunta dos capítulos do livro.

Para isso, os editores do livro vão selecionar artigos vindos da Europa e da América Latina, de acordo com os eixos propostos abaixo. Cada texto deve ser relacionar com o paradigma selecionado focado em sua própria região, elaborando o papel que esse paradigma tem desempenhado dentro de um dos dois continentes nas pesquisas em Comunicação e Estudos de Mídia.

É necessário que os textos incluam uma perspectiva histórica, uma análise detalhada dos debates atuais e propostas sobre perspectivas futuras. Sempre pertinentes, propostas teóricas e abordagens metodológicas também podem ser incluídas.

No processo de avaliação dos textos, os editores do livro vão convidar os autores que têm capítulos escritos sobre o mesmo paradigma para estabelecer um diálogo on-line que vai levar a uma introdutória (textual) reflexão adicional. Este processo inovador visa construir uma sólida e enriquecedora troca de ideias entre os autores a serem envolvidos no livro, e vai acrescentar uma dimensão comparativa no projeto do livro.

A) Eixos do livro

1. Correntes funcionalistas. Com um desenvolvimento inicial baseado nos Estados Unidos, a influência deste paradigma está presente em atividades acadêmicas, práticas profissionais e sistemas de comunicação em vários lugares do mundo. Os editores esperam receber textos que debatam e promovam reflexão sobre a presença de estudos funcionalistas em pesquisas realizadas na Europa e na América Latina, também lidando com suas relações conflitivas ou consensuais com outras abordagens.

2. Correntes críticas. Da Escola de Frankfurt aos estudos de economia política da comunicação, primeiro na Europa e depois na América Latina, uma grande variedade de perspectivas de análise foi desenvolvida com foco crítico sobre as estruturas de poder (discursiva, econômico etc.). Textos que se encaixam neste eixo da Chamada devem se concentrar em analisar a história dessas perspectivas em uma das duas regiões, estudando cuidadosamente as suas ligações, a sua presença atual na Pesquisa Comunicação e suas relações com outras perspectivas.

3. Correntes culturalistas. Parcialmente desenvolvido como uma crítica sobre as correntes críticas, Estudos Culturais na Europa e América Latina desenvolveram um foco em: representações, mediações sociais que reconstroem o significado de mensagens (de mídia), e em configurações culturais que são inseridas e produzidas. A Chamada pretende receber textos que analisem e atualizem o debate provocado por estudos culturais, analisando suas continuidades contemporâneas na América Latina ou na Europa.

4. Correntes alternativistas. Com origens fora da academia e com uma presença mais forte na América Latina, os autores alternativistas tentaram construir alternativas concretas à mídia hegemônica e aos processos de comunicação. Consequentemente, os editores esperam receber artigos com uma avaliação crítica da história desta abordagem, de suas conexões no campo da comunicação e seus diálogos com as outras perspectivas.

5. Correntes pós-colonialistas e descolonialistas. Perspectivas pós-colonialistas, inicialmente decorrentes da Ásia, propõe uma leitura alternativa da história, enfatizando e recuperando a voz daqueles atores mantidos em silêncio sob o poder colonial ou influência, questionando os modelos de desenvolvimento da modernidade global como um todo. Na América Latina, mas também na Europa, algumas propostas têm adotado essa abordagem, dando início a um diálogo no contexto dos estudos de comunicação, combinando-a com outras vozes que vêm do Sul global. Estamos especialmente interessados em receber textos sobre estes desenvolvimentos muito recentes e as percepções provenientes desses diálogos dentro e em torno da pesquisa em comunicação e nos estudos de mídia.

6. Correntes feministas. Pretendemos receber artigos que estudam as raízes teóricas e as implicações práticas da pesquisa feminista, na Europa e na América Latina. Estas análises fornecem avaliações críticas do papel do gênero, dentro de um horizonte de justiça social e de empoderamento.

B) Processo de Seleção, debate e edição

Para realizar uma seleção preliminar dos autores, solicita-se o envio até 15 de fevereiro de 2015 de um resumo alargado de até 1000 palavras (.doc, .odt ou .rtf) em Inglês ou em espanhol ou em Português para: Miguel Vicente (mvicentem@yahoo.es / miguelvm@soc.uva.es), Leonardo Custodio (Leonardo.custodio@uta.fi) e Fernando Oliveira Paulino (fopaulino@gmail.com).

No início da proposta, deve haver uma identificação clara dos seguintes aspectos:

Nome do(a) autor(a)

– País de origem e / ou residência

– Região: Europa ou na América Latina

– Eixo temático selecionado, de acordo (1 a 6) de acordo com a proposta acima

O(s) autor(es) também deve(m) mencionar se está(ão) planejando participar da Conferência da IAMCR em Montréal (12 a16 julho de 2015, www.iamcr.org), pois os editores de livros estão considerando a possibilidade de convocar uma reunião ou um painel interativo, se houver um número suficiente de autores que possam participar da Conferência. Estar presente na Conferência da IAMCR não é uma obrigação para participar do projeto do livro.

Os editores do livro vão notificar os autores dos resumos dos capítulos selecionados até 6 de Março de 2015. Os editores podem propor indicações para o capítulo a partir do que for lido no resumo encaminhado.

Os autores devem enviar uma primeira versão dos seus capítulos – em Inglês ou em espanhol ou em Português – até 22 de maio de 2015. Cada capítulo terá entre 5000 e 8000 palavras. As propostas de capítulos vão ser revisados pelos editores. Pareceristas externos podem ser adicionados nesta fase, a fim de incluir contribuições adicionais para os capítulos. O resultado da avaliação será comunicado até 22 de junho de 2015, algo que vai permitir que os participantes da Conferência da IAMCR (se o painel sobre o livro for viabilizado) apresentem as versões já revisadas de seu capítulo, como textos da Conferência. A Conferência da IAMCR será organizada em Montreal entre 12 e16 julho de 2015.

Todos os autores deverão enviar em uma nova e semifinal versão até 15 de Setembro de 2015. Estes capítulos semifinais serão compartilhados entre todos os autores e editores.

Entre 15 setembro e 15 novembro de 2015, os editores do livro vão envolver os autores que escrevem sobre os mesmos paradigmas em uma discussão online, a fim de comparar as articulações destes paradigmas nos dois continentes, com a intenção de produzir textos adicionais, escrito em conjunto pelos autores de cada paradigma e um dos editores, que também serão incluídos no livro. Além disso, neste período, os autores ainda vão poder fazer ajustes em seus capítulos, se desejarem fazê-lo. Os artigos ligados aos debates comparativos deverão estar prontos até 15 de dezembro, em conjunto com todas as versões finais dos capítulos individuais.

Os autores vão enviar os seus capítulos definitivos: 1) em Inglês ou 2) em espanhol ou 3) em Português, até 30 de novembro de 2015. Uma vez que um capítulo estiver finalizado, ele será traduzido do Inglês para o Espanhol ou do Espanhol / Português para Inglês (dependendo de sua língua original). Os editores vão buscar apoio financeiro para esta tradução, mas não tem condições de garantir isso nesta fase. O objetivo é publicar o livro em Inglês e em Espanhol / Português.

A data de lançamento prevista do livro é início de 2017, com a sua apresentação durante a Conferência da IAMCR em 2016.

Editores:

Fernando Oliveira Paulino (ALAIC), Miguel Vicente (ECREA) e Leonardo Custodio (ECREA)

Corpo Editorial:

César Bolaño (ALAIC), Nico Carpentier (ECREA e IAMCR) e Gabriel Kaplún (ALAIC)