Revista abre Call for Papers para Comemorar 40 anos do Movimento LGBT no Brasil

Comemorando os 40 anos de existência do Movimento LGBT no Brasil, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) está recebendo trabalhos para o Dossiê “40 Anos de Movimento LGBT no Brasil: Comunicação, Saúde e Direitos Humanos” até o dia 31 de janeiro de 2019.

Os artigos devem seguir a normalização indicada pela revista, disponível aqui. As submissões devem ser realizadas pelo sistema eletrônico da revista que pode ser acessado aqui. Os trabalhos aceitos serão publicados em junho de 2019. A Reciis é editada, desde 2007, pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

 

Chamada

O movimento LGBT organizado comemora, em 2018, 40 anos de atuação no Brasil. A historiografia consolidou como marco fundador da militância homossexual no país a criação do grupo Somos – Grupo de Afirmação Homossexual, em 1978. O movimento em defesa dos direitos LGBT surgiu como um ato de resistência em plena ditadura militar, marcada pela repressão e por ideais conservadores.

Desde o seu surgimento, o movimento social de luta pelo reconhecimento da diversidade sexual e de gênero passou por transformações profundas. A articulação de coletivos inicialmente identificada como o Movimento Homossexual Brasileiro (MHB) passou a se denominar de Movimento LGBT, reflexo da multiplicação das bandeiras de luta e dos personagens envolvidos nas reivindicações.

Os esforços empreendidos para que a população LGBT goze de direitos plenos conquistou, nas últimas décadas, resultados positivos como a retirada da homossexualidade da lista de doenças do então Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), a possibilidade da realização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais homossexuais.

Contudo, as conquistas recentes vêm acompanhadas com o aumento da intolerância e dos crimes de ódio. Lideres neopentecostais midiáticos e políticos da direita conservadora vêm sistematicamente promovendo o discurso de detração a todos os corpos que não se enquadram na heteronorma. Projetos para criminalizar a homofobia, como a PLC 122, são barrados pela bancada evangélica enquanto a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.

O dossiê, ao comemorar os 40 anos do movimento LGBT brasileiro, pretende reunir trabalhos que rememorem criticamente os marcos temporais desta história. Buscamos promover o debate acerca dos acontecimentos do passado para ajudar a refletir sobre os desafios do presente. Convidamos, assim, os autores interessados, a enviarem artigos que articulem a história do movimento com aspectos do campo da comunicação, da saúde e dos direitos humanos. Como sugestão, propõe-se, para esta chamada, os seguintes eixos articuladores:

– A formação e a transformação do movimento LGBT no Brasil
– O impacto da HIV/AIDS e os novos desafios pós-coquetel
– Imprensa Homossexual
– Grupos Militantes, Associações e ONGs de ação LGBT
– Cultura midiática e personalidades LGBT
– Estratégias e produtos comunicacionais para o engajamento político em torno de causas LGBT
– Invisibilidades e apagamentos
– Violência e crimes de ódio contra a população LGBT
– Comunicação e narrativas públicas de empoderamento
– Despatologização e descriminalização das identidades de gênero e orientação sexual
– Atendimento no SUS a população LGBT
– Travestis e Transsexuais: o acesso ao ensino e o ingresso no mercado de trabalho
– Interseccionalidade