V Encontro Nacional da ULEPICC-BR debateu a relação da mídia com o capital financeiro

Na foto Prof. Dr. Adilson Cabral, Prof. Dr. Antônio Magnoni e Prof. Dr. Laurindo Leal Filho, debatendo "Comunicação Publica e Comunitária: a perspectiva das novas mídias", durante o V Encontro Nacional da Ulepicc-Br.

Na foto Prof. Dr. Adilson Cabral, Prof. Dr. Antônio Magnoni e Prof. Dr. Laurindo Leal Filho, debatendo “Comunicação Publica e Comunitária: a perspectiva das novas mídias”, durante o V Encontro Nacional da Ulepicc-Br. Foto: Anderson Santos.

Anderson Santos, para o Portal Eptic

Seguindo o processo iniciado com a I Jornada de Doutorandos, em 2008, o capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC-BR) realizou no dia 26 de dezembro o Fórum CEPOS/NIEG, como pré-encontro do seu evento nacional, que ocorreu na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema do espaço foi “Mídia e Capital Financeiro: quando o jornalismo econômico é o discurso de legitimação” e contou com as participações dos professores Bruno Lima Rocha (ESPM/UNISINOS/UNIFIN), César Bolaño (UFS) e Alain Herscovici (UFES).

Líder do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Globalização Transnacional e da Cultura do Capitalismo (NIEG/CEPOS), organizador do Fórum, Bruno fez uma retrospectiva dos debates e dos resultados da pesquisa realizada no interior deste núcleo de estudos.

A análise do NIEG parte da responsabilização da atual “crise” financeira, iniciada com a bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2007 e que se alastrou pelos países europeus nos anos seguintes, com reflexos sobre a economia mundial. Entendendo a participação de alguns atores ocupando cargos de poder na esfera econômica mundial, defende-se a ideia de que eles criaram maneiras de se beneficiar com o que viria a seguir, conformando uma fraude, não uma crise. Apesar disso, o jornalismo econômico mundial optou por omitir as causas, apontando só as consequências.

Na sua fala, Bruno tratou do trabalho de análise das capas da revista The Economist, uma das principais referências econômicas do mundo, publicadas em 2008, que deu origem a um artigo científico. Além dele, citou o livro “Desvelando a farsa com o nome de crise: uma análise do capital financeiro pela economia política”, organizado por ele e por Anderson David G. dos Santos, publicado em 2014, que traz artigos com análises gerais sobre a tomada de posições e a escolha de agentes importantes de governos, como também trabalhos mais específicos ligados à Comunicação.

César Bolaño, pioneiro nos estudos em Economia Política da Comunicação no Brasil, trouxe contribuições ao debate afirmando que a grande mídia internacional faria parte da hegemonia global, estando para além de um quarto poder, por circular em todos eles.

César apontou também a necessidade de pensar os elementos contemporâneos para além da perspectiva econômica, tendo como referência o fato de a dominância do sistema financeiro internacional ser extremamente destrutiva e esta ser baseada no trânsito de informações e no respectivo desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Coordenador do Grupo de Estudos em Economia, da Cultura, da Informação, do Conhecimento e da Comunicação (GECICC/UFES), Herscovici centrou a sua apresentação na importância de os estudos de Economia passarem a olhar ao fator informacional, fundamental para o funcionamento do sistema capitalista sob a sua atual forma. Segundo ele, 60% da produção social não estariam no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Assim, o pesquisador apontou a importância do valor do produto cultural, com os demais bens também não possuindo um valor intrínseco, demonstrando a cada vez maior importância do capital cognitivo, da patente e da propriedade intelectual. O valor passaria a depender de uma série de convenções, como a construção e evolução da internet comprovam.

A partir disso, Herscovici foi à direção dos comentários anteriores para indicar que o papel dos grandes grupos comunicacionais é o de manter as assimetrias, naturalizar a ideia de que poucos devem ganhar muito.

ULEPICC-BR e os pré-encontros

Em 2008, os encontros do capítulo Brasil da ULEPICC passaram a ter pré-eventos. Naquele ano, ocorreu a I Jornada de Doutorandos em EPC; repetida na edição seguinte, em 2010, mas acrescida de um evento em paralelo, o debate “Políticas públicas e pluralidade na comunicação e na cultura”, organizada por pesquisadorxs do Brasil e da Argentina.

Ancine atualiza lista de canais credenciados da TV paga

35p

A Ancine publicou a atualização da lista contendo a classificação dos canais de programadoras de TV paga regularmente credenciadas. A relação considera apenas os canais cujo credenciamento foi concluído até 10 d

e setembro de 2012.

A divulgação da classificação dos canais de programação permite que as empacotadoras ajustem os seus pacotes para atender às obrigações criadas pela Lei 12.485/2011, co

nhecida como Lei da TV por assinatur

a.
Com a nova lista, o número de canais brasileiros de espaço qualificado chega a 12. Veja a lista completa aqui.
Fonte: Tele Síntese.

700 MHz: TVs não abrem mão da faixa nos grandes centros

Por Luís Osvaldo Grossmann

As emissoras de TV aberta querem manter o desenho atual de destinação da faixa de 700 MHz, pelo menos nos grandes centros, notadamente em São Paulo. Também querem impedir o uso dos chamados “white spaces”, pequenos nacos do espectro que funcionam como banda de guarda, de forma a se evitar interferências na recepção dos sinais.

Foi o que apresentaram nesta terça-feira, 18/9, os representantes da Abert (Globo, SBT, Record) e Abra (Band, RedeTV) ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. “Pelo menos um pedaço da faixa de 700 MHz é imprescindível para a radiodifusão”, afirmou o presidente da Abert, Daniel Slaviero.

Conforme pedido pelo próprio ministro em reunião realizada em julho, as emissoras apresentaram uma posição formal sobre a faixa, com base em estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET). Nele, sustentam que a radiodifusão precisa manter os canais 14 a 59.

“Não se pode limitar um setor em crescimento. Portanto, é importante ter espaço não somente para a transição [para a TV Digital], mas para o crescimento do setor”, sustentou o vice presidente da Abra – e presidente do Fórum Brasileiro de TV Digital –, Frederico Nogueira.

É importante mencionar que o “pedaço imprescindível para a radiodifusão” mencionado, ou seja, os canais 14 a 59, equivale à fatia do espectro entre 470 MHz e 746 MHz, justamente o que já é destinado para a canalização para a TV Digital na faixa de UHF.

Já para o restante da faixa de 700 MHz – ou ainda, entre 746 MHz e 806 MHz –, a destinação está em discussão pela Anatel, que pretende deixar em uso para retransmissoras de TV até junho de 2016, embora com pequenas fatias ao Serviço Comunicação Multimídia, telefonia fixa e TV por assinatura (TVA).

No documento apresentado ao ministro, as emissoras sustentam que “o Brasil não pode abrir mão do potencial da Internet via banda larga, mas, também não pode fazê-lo em prejuízo do Setor da Radiodifusão. Ao contrário da Internet via banda larga, a Televisão Digital tem na faixa de UHF sua única possibilidade de se manter e desenvolver”.

Nesse sentido, a radiodifusão reforça argumentos já apresentados, como a existência de radiofrequência mais do que suficiente para as teles, a importância social e econômica da televisão aberta e gratuita e o fato de que, ao contrário de outros países, esse é um serviço ainda em crescimento no Brasil.

“Antes de destinar faixas de frequências para qualquer serviço, inclusive a banda larga sem fio, o administrador deveria desenvolver amplo e detalhado estudo sobre a utilização atual do espectro. Os resultados poderiam orientar o Poder Público quanto à necessidade ou não de se destinar o espectro solicitado.”

As emissoras apontam, ainda, que “a implantação de redes móveis em frequências adjacentes às utilizadas por redes de TV Digital é inevitavelmente acompanhada por um elevado risco de interferência”. “Existem claros problemas de interferência já identificados na Inglaterra e no Japão. Queremos evitar a repetição dos mesmos erros”, insistiu Nogueira, da Abra.

Como conclusão, os radiodifusores querem que o Minicom instaure um grupo de trabalho com representantes dos setores envolvidos na questão do 700 MHz para que o tema seja discutido – o que, por si, poderia muito bem adiar os planos de um leilão dessa faixa já no próximo ano.

“O próprio ministro admitiu que não tinha ideia do tamanho da interferência do LTE em 700 MHz”, disse Nogueira. “Antes de o grupo de trabalho começar a atuar e esses pontos que mencionamos serem aprofundados, falar em leilão é um pouco precipitado”, completou Slaviero.

Veja as demandas dos radiodifusores apresentadas ao Minicom:

1. Destinação dos canais da televisão aberta

a. Os canais de 14 a 59 deverão ser destinados à radiodifusão comercial e educativa

b. Blindagem do White Space

2. Políticas públicas para a migração do sistema analógico para o digital

a. Aceleração e aumento da cobertura da televisão digital (financiamento, desoneração)

b. Universalização da recepção (set-top box, massificação dos receptores)

c. Criação de um fundo público para financiar a digitalização das RTVs de entes públicos

d. Realocação de canais das emissoras comerciais mediante indenização/ressarcimento

3. Fracionamento e regulamentação da cadeia de valor da internet

4. Não utilização da faixa de 3,5 GHz, de forma a evitar interferência na recepção das antenas parabólicas

5. Reserva dos canais 5 e 6 da televisão para a migração do rádio AM

6. Equacionamento de questões técnicas (RTV, RpTV e Gap Filler)

7. Remoção das barreiras das empresas de telefonia móvel e dos fabricantes de equipamentos, quanto à mobilidade da televisão digital (one seg – sinal de transmissão para celular)

8. Definição da operação do canal de retorno

9. Revisão da norma de acessibilidade quanto a legenda oculta e audiodescrição

Fonte: Convergência Digital.

UFS sedia XIII Seminário OBSCOM/CEPOS e o I Fórum Regional ALAIC Cone Sul

banner_novo_seminarioComeça amanhã (10 de dezembro) e vai até quinta (11 de dezembro) o XIII Seminário OBSCOM/CEPOS e o I Fórum Regional ALAIC Cone Sul. Os eventos, que ocorrerão nas dependências da Universidade Federal de Sergipe (UFS), terão como objetivo comemorar os 20 anos de criação do Observatório de Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (OBSCOM/UFS), os 15 anos da Rede de Economia Política das Tecnologias da informação e da Comunicação (Rede EPTIC) e da Revista Eptic Online e os 12 anos de fundação do grupo “Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS).

As atividades reunirão pesquisadores do Brasil e da América Latina, entre eles: Dr. Ruy Sardinha Lopes (Brasil); Gabriel Kaplún (Uruguai); Carlos Del Valle (Chile); Fernando Paulino (Brasil); Silvia Lagos (Argentina); Délia Crovi Druetta (México); César Bolaño (Brasil).

Conheça a programação preliminar:

XIII Seminário OBSCOM/CEPOS
I Fórum Regional ALAIC Cone Sul

10/12/2014
Quarta-feira – 14h00
Reitoria – Sala dos Conselhos/UFS

I Fórum Regional ALAIC Cone Sul
Pesquisa e pós-graduação em Comunicação no Cone Sul
Política científica e o campo da Comunicação na América Latina
Políticas públicas, movimentos sociais e Comunicação

18h15 – Encerramento

Quarta-feira – 19h00
Auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs/UFS)

Mesa Redonda – “Mercantilização da Universidade Latino-americana”
Debatedores: Néstor Correa (ex-secretario geral da Asociación Gremial Docente de la UBA e seu atual secretário de imprensa); Jaiton de Jesus Costa (presidente da Adufs); César Bolaño (Professor da DEE/UFS)

11/12/2014
Quinta-feira
Auditório da ADUFS
XIII Seminário OBSCOM/CEPOS

08h30 – Solenidade de Abertura
09h00 – Palestra de Abertura: O futuro da EPC – Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes (Brasil)

10h30 – Intervalo

10h45 – Mesa redonda 1: Políticas do audiovisual e as comunicações no âmbito do MERCOSUL – Gabriel Kaplún (Uruguai); Carlos Del Valle (Chile); Fernando Paulino (Brasil) – Coordenação: OBSCOM ou PPGCOM

12:00 – Almoço

14h00 – Mesa redonda 2: Políticas culturais e desenvolvimento na
América Latina – Silvia Lago (Argentina); Délia Crovi (México); César Bolaño (Brasil); – Coordenação: OBSCOM ou PPGCOM.

16h00 – Intervalo

16h15 – Apresentação de trabalhos a cargo dos grupos organizados de pesquisa em EPC.

Comissão Organizadora
Verlane Aragão Santos (Coordenadora do OBSCOM)
César Ricardo Siqueira Bolaño (Coordenador do CEPOS)

Alisson Bruno da Silva Castro
Ana Carolina Westrup Machado
Breno Sanches
Bruna Távora de Sousa Martins
Diego Araujo Reis
Elizabeth Azevedo Souza
Joanne Santos Mota
Lívia Sergiane da Graça Goes
Werden Tavares Pinheiro