Está no ar a segunda edição de 2017 da Revista Eptic, que, dentre outras contribuições, conta com artigos que compõem o do dossiê temático “Estratégias de Comunicação”, e com entrevista concedida por Hilda Saladrigas, professora e pesquisadora de comunicação da Universidade de Havana, em Cuba e diretora da ULEPICC federação. Segue aberta até o dia 30 de setembro a chamada para o Dossiê Temático “Estudos Marxistas da Comunicação e da Cultura”.
A revista aceita, em fluxo contínuo, artigos para as seções Artigos e Ensaios, Investigação, bem como resenhas de obras, teses e dissertações recentes. Mais informações podem ser obtidas no site da Revista: revistaeptic.ufs.br
Apresentação (por César Bolaño e Ruy Sardinha Lopes)
Prezado Leitor,
É com prazer que anunciamos a publicação de mais um número da Revista Eptic. Sabemos todos o quanto o desmonte nos campos da educação e da ciência e tecnologia, somado aos grandes ataques aos direitos constitucionais, promovidos pelo estado de exceção vigente têm prejudicado de maneira drástica a produção científica e acadêmica de nosso país. Em nome da austeridade financeira compromete-se de maneira irrecuperável o projeto de desenvolvimento e autonomia nacionais, como vem alertando, entre outras entidades, a SBPC.
Se o país ainda guarda em sua memória os revezes de um período onde justamente a academia fora um dos alvos privilegiados, também é verdade o quão importante foi sua capacidade de resistência, o papel indelével dos cientistas, pesquisadores e professores no resguardo e defesa dos valores democráticos e do pensamento crítico.
Acreditamos, pois, que a manutenção de um espaço de divulgação e reflexão de uma produção científica e acadêmica que, apesar de todos os obstáculos, se mantém pujante e viva seja motivo de comemoração.
Nossa revista traz em seu Dossiê Temático um conjunto de artigos que visa refletir sobre as Estratégias de Comunicação. Em debate os mecanismos usados desde as agências de publicidades até as igrejas neopentecostais, passando pela própria mídia, no caso o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, para “seduzir” ou “capturar” em suas malhas o consumidor/espectador. Estratégias que, postas a serviço dos mais variados interesses, acabam muitas vezes por olvidar a essência da comunicação social e sua função para o desenvolvimento integral do cidadão.
Numa época onde se escancaram as ligações espúrias entre a mídia hegemônica e as formas mais arcaicas de coronelismo político e econômico chamar a atenção para as “estratégias da sedução” pode ser um importante movimento de resistência.
Essa discussão remete a pelo menos duas outras: a da responsabilidade social dos comunicadores, tema abordado por nossa entrevistada, Hilda Saladrigas Medina, professora e pesquisadora cubana, que nos oferece um esclarecedor panorama desse campo em seu pais, bem como a tão discutida e necessária regulação social e democrática da mídia, tema que vimos tratando já há algum tempo nessa revista.
Na seção Artigos e Ensaios que abre essa edição, Javier Madrid analisa a Ley Federal de Telecomunicaciones y Radiodifusión do México e o papel atribuído por esta a SEGOB (Secretaría de Gobernación) que, ao implantar critérios de classificação de conteúdos audiovisuais, não contribuiu, segundo o autor, para a construção de uma sociedade melhor “sino todo lo contrario, contribuyeron a la estimular la decadencia, la desarticulación, el extravío y el deterioro cultural, nutricional, psíquico y emocional de la nación mexicana a principios del siglo XXI”.
A seção traz ainda dois artigos que tomam a “cultura” como objeto de reflexão: o primeiro, de Alain Herscovici, para pôr em questionamento a própria teoria do valor, segundo a boa tradição da economia da cultura francesa e o segundo, de Alexandre Barbalho, Ivete Maurício de Lima e Jacqueline Franco, analisa os resultados da política de incentivos fiscais à cultura no Estado do Ceará. Mais uma vez, num momento onde se exaure o Ministério da Cultura de recursos (o Ministério sofreu, no início desse ano um corte orçamentário da ordem de 43%) e políticas públicas destinados ao fomento de nossa produção cultural, onde programas bem sucedidos como o Cultura Viva tem seus recursos diminuídos, tal análise mostra-se fundamental. A seção termina com uma análise do mercado brasileiro
de mídia das eras FHC e Lula.
A Seção Investigação traz a análise da trajetória do escritor, poeta, jornalista, economista e músico maranhense, Bandeira Tribuzi e terminando a edição a resenha de um dos mais importantes lançamentos de 2015: a obra : Dialética do Gosto – Informação, Música e Política de Marco Schneider. A obra que vem ocupar uma importante lacuna na economia política da informação, segundo seu resenhista Ivan Capeller . constitui “uma poderosa renovação teórica da crítica da economia política da comunicação e da informação, apoiada em acurada análise de um dos principais setores do complexo industrial-midiático: a indústria fonográfica”.
A todos uma boa leitura!
Sumário
ARTIGOS E ENSAIOS
Alexandre Barbalho, Ivete Maurício de Lima, Jacqueline Franco
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13-33
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Javier Esteinou Madrid
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34-50
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Fernando Lattmn Weltman, Viktor Chagas
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51-74
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DOSSIÊ TEMÁTICO: ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
INVESTIGAÇÃO
José Ferreira Junior, Clarissa Rodrigues Pinheiro Gomes
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176-185
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RESENHAS