Chamada da Revista Chasqui sobre a subsunção do trabalho intelectual

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Revista Latinoamericana de Comunicación Chasqui convida a todos os investigadores comprometidos com a Comunicação e as Ciências Sociais a apresentar o resultado de seus trabalhos para o dossiê “Capitalismo Cognitivo y Comunicología. La subsunción del trabajo intelectual”. A data-limite de recepção é o dia 30 de setembro.

Esta edição da Chasqui (Qualis A2 CSA1) terá a coordenação de Francisco Sierra Caballero (Universidad de Sevilla/CIESPAL). Para submeter, deverá carregar os artigos através do site da Chasqui: http://www.revistachasqui.org/index.php/chasqui/about/submissions#onlineSubmissions

Ementa

Se os processos de acumulação por despossessão são uma característica do modo contemporâneo de exploração capitalista, discutir os sistemas de propriedade intelectual e seus efeitos no conjunto das indústrias culturais e sistemas de informação e conhecimento da região se torna uma prioridade estratégica. Para o caso, aponta-se a necessidade de repensar as formas de determinação do trabalho criativo, da hierarquização dos discursos científicos e das autoras com as quais hoje se encobrem desigualdades da divisão internacional do trabalho intelectual entre o norte e o sul globais. Assim como, analisar problemas concretos, como a centralização e o oligopólio das plataformas de divulgação científicas baseadas em critérios típicos de um diagrama no qual se valoriza um tipo de rentabilidade alheia à produção do novo conhecimento, ou inclusive a estigmatização de determinados campos dentro das disciplinas por sua baixa rentabilidade econômica.

Neste marco, a Comunicologia precisam definir uma agenda comum sobre tais questões, reconhecendo a centralidade da subsunção do trabalho intelectual. Em nosso âmbito, a politização da descolonização do saber-poder projeta um programa de trabalho a discutir – prioritariamente – desde o princípio de abertura de espaços de cooperação e apropriação do conhecimento, em função das mudanças na produção acadêmica; determinada pela relevância do virtual sobre o presencial e a centralidade da mediação social da ciência. Neste sentido, debater sobre os sistemas de propriedade intelectual e suas lógicas estruturantes, torna-se uma prioridade estratégica pela radicalização crescente do sistema de apropriação do conhecimento (como patentes e copyright) que, com outros tipos de mecanismos regulatórios, impõem-se com força através de diferentes cenários: desde as negociações político-econômicas supranacionais até as agendas políticas que prefiguram a promoção de vidas precárias e flexíveis.

Neste marco, o objetivo central do dossiê é pensar a criação intelectual da Comunicologia ante os novos cercamentos que mediam a atividade científica, ante os diferentes regimes de propriedade nos quais nos movemos; pondo em cena as discussões-chave, buscando desconstruir e descolonizar os cenários nos quais se debatem e se impõem estas agendas. A luta pelo código é também uma prática acadêmica, política e social que gera consciência crítica sobre os esquemas jurídicos e tecno-sociais que continuamente nos regulam em defesa de uma economia social do conhecimento e dos bens comuns frente a agendas, políticas científicas e dispositivos de difusão que cercam e limitam a criação intelectual.

Convoca-se, portanto, a acadêmicos e investigadores a abrir um debate e reflexão significativa sobre os efeitos empírico-teóricos, e as possibilidades emancipatórias frente às derivas dos novos contextos sociotécnicos, propiciados pela reestruturação do modelo de acumulação capitalista e os acordos de livre comércio transatlânticos que afetam dia a dia a prática acadêmica em Comunicação.

Eixos temáticos

Comunicologia e subsunção do trabalho acadêmico pelo Capitalismo Cognitivo;

Sistema de Ciência e Tecnologia e Neocolonialismo Comunicacional;

Gramáticas do Capitalismo Cognitivo e escritura acadêmica;

Difusão do pensamento comunicacional e oligopólios do conhecimento;

Indicadores de impacto e sociometria como limite do trabalho criativo;

Políticas Nacionais de Ciência e Tecnologia e colonialismo interno;

Propriedade Intelectual e Sistemas de Acesso Aberto;

Estratégias de Democratização do Conhecimento e Comunicologia do Sul;

Economia dos Bens Comuns e Política Comunicacional;

Métricas e sistemas não parametrais de avaliação da atividade investigadora.

(En Español)

Si los procesos de acumulación por desposesión son una característica del modo contemporáneo de explotación capitalista, discutir los sistemas de propiedad intelectual y sus efectos en el conjunto de las industrias culturales y sistemas de información y conocimiento de la región se torna una prioridad estratégica. Para el caso, se apunta a la necesidad de repensar las formas de determinación del trabajo creativo, la jerarquización de los discursos científicos y las autorías con las que hoy se encubren desigualdades de la división internacional del trabajo intelectual entre el norte y el sur globales. Asimismo, analizar problemas concretos, como la centralización y el oligopolio de las plataformas de divulgación científicas basadas en criterios típicos de un diagrama en el que se valora un tipo de rentabilidad ajena a la producción de nuevo conocimiento, o incluso la estigmatización de determinados campos dentro de las disciplinas por su baja rentabilidad económica.

En este marco, la Comunicología precisa definir una agenda común sobre tales cuestiones, reconociendo la centralidad de la subsunción del trabajo intelectual. En nuestro ámbito, la politización de la decolonialidad del saber-poder proyecta un programa de trabajo a discutir −prioritariamente− desde el principio de apertura de espacios de cooperación y apropiación del conocimiento, en función de los cambios en la producción académica; determinada por la relevancia de lo virtual sobre lo presencial y la centralidad de la mediación social de la ciencia. En esta línea, debatir sobre los sistemas de propiedad intelectual y sus lógicas estructurantes, se torna una prioridad estratégica por la radicalización creciente del sistema de apropiación del conocimiento (como patentes y copyright) que, con otros tipos de mecanismos regulatorios, se imponen con fuerza a través de diferentes escenarios: desde las negociaciones político-económicas supranacionales hasta las agendas políticas que prefiguran la promoción de modos de vida precarios y flexibles.

En estos contradictorios procesos radica la lucha en común que CIESPAL pretende avanzar con los movimientos políticos y sociales en contra de los abusos y de la radicalización de los sistemas de patentes, copyrights y otras formas de monopolios artificiales sobre bienes materiales e inmateriales en pro de un biosocialismo de los bienes de información y conocimiento, del código compartido.

En este marco, el objetivo central del Monográfico es pensar la creación intelectual y la Comunicología ante los nuevos cercamientos que median la actividad científica, ante los diferentes regímenes de propiedad en los cuales nos movemos; poniendo en escena las discusiones clave, buscando deconstruir y descolonizar los escenarios en los cuales se debaten y se imponen estas agendas. La lucha por el código es también una práctica académica, política y social que genera conciencia crítica sobre los esquemas jurídicos y tecno-sociales que continuamente nos regulan en defensa de una economía social del conocimiento y de los bienes comunes frente a agendas, políticas científicas y dispositivos de difusión que cercan y limitan la creación intelectual.

Se convoca por tanto a académicos e investigadores a abrir un debate y reflexión significativa sobre los efectos empírico-teóricos, y las posibilidades emancipatorias frente a las derivas de los nuevos contextos socio-técnicos, propiciados por la reestructuración del modelo de acumulación capitalista y los acuerdos de libre comercio transatlánticos que afectan hoy por hoy a la práctica académica en Comunicación.

Ejes temáticos:

Comunicología y subsunción del trabajo académico por el Capitalismo Cognitivo.
Sistema de Ciencia y Tecnología y Neocolonialismo Comunicacional.
Gramáticas del Capitalismo Cognitivo y escritura académica.
Difusión del pensamiento comunicacional y oligopolios del conocimiento.
Indicadores de impacto y sociometría como cercamiento del trabajo creativo.
Políticas Nacionales de Ciencia y Tecnología y colonialismo interno.
Propiedad Intelectual y Sistemas de Acceso Abierto.
Estrategias de Democratización del Conocimiento y Comunicología del Sur.
Economía de los Bienes Comunes y Política Comunicacional.
Métricas y sistemas no parametrales de evaluación de la actividad investigadora.

Deslegitimar a EBC: a falsidade como estratégia política

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Por Eduardo Silveira de Menezes (Sul 21)*

O Brasil de hoje, sem sombra de dúvidas, é o país dos falsos paradigmas. Falsa polarização política. Falsas soluções para a crise econômica. Falsa legitimidade para que o governo interino aprofunde um projeto neoliberal fracassado, o qual, ao contrário do que dizem os inconformados com a derrota nas urnas, já estava em curso durante as gestões petistas. Falsas justificativas para as medidas impopulares tomadas contra a base social responsável por eleger esse governo de coalizão. A falsidade é grande no país. É estratégica. É ideológica.

No âmbito das discussões que não chegam ao grande público é ainda pior. Reside um dos resultados menos perceptíveis desse processo: uma “preocupação” traiçoeira com o uso político de entidades como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Tal argumento, aliado aos gastos dos governos Lula e Dilma com essa iniciativa – quase R$ 4 bilhões –, considerando o atual período de recessão, tendem a fundamentar um discurso que, na prática, golpeia a complementaridade dos serviços de radiodifusão e, consequentemente, atenta contra a própria Constituição.

Confundir para deslegitimar

Não é preciso muito esforço para entender o que está por trás da intenção em invalidar um projeto público de comunicação, que, obviamente, assim como ocorre no âmbito das empresas privadas de rádio e TV, apresenta problemas. O plano é se ressaltar apenas os evidentes aspectos negativos que afligem a EBC. Assim, para as forças políticas que se opõem à complementaridade do sistema de radiodifusão – previsto no artigo 223 da Constituição – torna-se estratégico, embora desleal, recorrer ao argumento da “crise econômica” para denunciar um gasto elevado com esse tipo de serviço.

Quem usa desse expediente, no entanto, não se dá ao trabalho de esclarecer, primeiramente, qual a diferença entre comunicação pública e comunicação estatal. A confusão é premeditada. Ao invés de aceitar, tacitamente, a interferência na EBC e o possível fechamento dos seus canais de comunicação, a sociedade deveria estar suficientemente esclarecida para cobrar que o governo – seja ele qual for – respeite e aprimore os mecanismos capazes de assegurar o direito a uma comunicação pública de qualidade.

É uma atitude impensada negar a importância da empresa pública de comunicação – instituída pela Lei 11.652, de 2008 –, embora seja plenamente aceitável discordar de alguns aspectos da forma como tem sido gerenciado esse serviço. A tática utilizada pelas forças políticas que estão ao lado de Temer, entretanto, tem se operacionalizado por meio da tentativa de convencimento de que o problema é a própria comunicação pública. Agindo assim, falta-se com a verdade, uma vez que a melhor aplicabilidade desse serviço pode ser uma solução para a forma já defasada de se fazer comunicação no Brasil.

Ao longo dos últimos anos, quem defende a democratização dos meios de comunicação tem alertado para isso. Da mesma forma que tem questionado o proselitismo político e religioso de algumas concessões públicas – como ocorre com afiliadas da Rede Globo, Rede Record, Rede Bandeirantes, RedeTV! e SBT. Os serviços de comunicação prestados por essas concessionárias, cuja qualidade é, no mínimo, questionável, têm sido responsável por formar uma plateia de analfabetos funcionais. Esse público, hoje, reivindica o fim de algo que, na sua essência, ainda está em disputa, utilizando-se do argumento de que “falta qualidade” na programação de emissoras como a TV Brasil.

Não é de se espantar. A forma como a mídia comercial (hegemônica) os alfabetizou, fez com que se tornassem consumidores de produtos esteticamente atraentes, mas que possuem a profundidade de um pires. Justifica-se, portanto, que programas como: Observatório da Imprensa, Estação Plural, Café Filosófico e a reedição do Provocações – para citar alguns poucos – não caiam no gosto de quem está acostumado com shows de auditório, blockbusters e telenovelas.

Público não é estatal

Desfazer a confusão entre as propostas de comunicação essencialmente públicas e público-estatais deveria ser prioridade nesse debate, pois as pessoas precisam entender no que consistem os diferentes projetos. No entanto, essa discussão não tem chegado ao grande público. A verdade é que a EBC apresenta pontos que podem parecer contraditórios quanto à sua natureza jurídica – o que possibilitou que Temer tentasse afastar o jornalista Ricardo Melo do comando da empresa. O artigo 19, da Lei 11.652, diz que a diretoria executiva da EBC deve ser composta por um diretor-presidente e um diretor-geral, sendo ambos nomeados pelo presidente da República. Acontece que ela também assegura que os nomeados só podem ser depostos pelo Conselho Curador da empresa. O mecanismo de nomeação é o mesmo utilizado por empresas estatais, a nível estadual, cujo governador de um determinado estado escolhe o presidente da Fundação responsável pela gestão das emissoras de televisão e rádio ligadas a essa empresa de comunicação. A diferença consiste na atuação do já citado órgão de caráter consultivo e deliberativo, que é próprio da EBC.

Vale ressaltar, ainda, que o vínculo direto com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e as competências impostas pelo artigo 8º, da referida lei, apontam para a necessária “transmissão de atos governamentais” e para a “execução de atividades fins que forem atribuídas pela Secom”. Esses dois pontos, se mal administrados, podem levar, sim, a uma relação ilegítima da empresa com o governo de turno, cabendo uma atenção especial da sociedade civil. Para que a autonomia ambicionada por meio da Lei 11.652, de fato, não seja abalada, seria importante se pensar, por exemplo, na aplicabilidade de um modelo de financiamento próximo do que é adotado pela BBC, de Londres, cuja cobrança de uma taxa compulsória da população atesta um afastamento necessário entre os poderes público e estatal.

Lamentavelmente, a maior parte da sociedade brasileira não está interessada nesse debate. Desconhece a exigência constitucional da complementaridade dos serviços de radiodifusão, a qual prevê a distribuição do espectro entre: comunicação privada – que, em verdade, são as concessões públicas –; estatal – onde o executivo nomeia o diretor-presidente da empresa e financia o projeto –; e pública – cujos recursos, geralmente, provêm de taxas cobradas dos próprios cidadãos, sem a interferência direta do governo.

Esse diagnóstico é importante para se refletir sobre o fato de que, tanto a TV Brasil, pertencente à EBC e, portanto, vinculada, mesmo que indiretamente, ao governo federal, quanto a TV Cultura, de responsabilidade do governo do estado de São Paulo, embora apresentem programas de boa qualidade – como o Jornal da Cultura e o Repórter Brasil – estão, na prática, agindo de forma muito semelhante. São empresas de mídia que tendem, em sua programação, a trazer um olhar mais próximo das forças políticas envolvidas com cada um dos projetos. Não há neutralidade possível em nenhum grupo de mídia. É sempre louvável ressaltar os lugares de fala.

Para se chegar a um modelo essencialmente público é preciso mais do que foi feito até aqui. Os discursos oportunistas atuam sempre nas brechas. O argumento de que os canais ligados à EBC possuem pouca audiência não é critério de qualidade. Por outro lado, seguir o modelo “chapa-branca” dos tradicionais grupos de comunicação estatais também não é uma saída inteligente. A crítica com relação ao gasto público é apenas uma cortina de fumaça para uma justificativa ideológica, que, em verdade, visa minar a democratização dos meios de comunicação.

O governo ilegítimo de Michel Temer não medirá esforços para sepultar, de vez, qualquer iniciativa que possa levar ao avanço na direção da complementaridade dos serviços de radiodifusão, pois sua base aliada tem interesses particulares sobre o tema, sendo muitos deles sócios ou donos de grupos de comunicação – o que, aliás, é proibido pelo artigo 54 da carta constitucional. A comunicação é um serviço público. É um direito de todos. Não é hora de deixar esse debate apenas para quem a utiliza como forma estratégica de disputa pelo poder.

*Jornalista, mestre em Ciência da Comunicação pela Unisinos e doutorando em Letras pela UCPel. E-mail: dudumenezes@gmail.com

Vale do Paraíba debate futebol, mídia e democracia

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Fonte: Barão de Itararé

O Núcleo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé no Vale do Paraíba promove, no sábado (2), debate sobre futebol, mídia e democracia. A atividade tem início marcado para às 10h30, na sede do Esporte Clube XV de Novembro (Rua Cel. João Afonso, 301 – Largo do Chafariz), em Taubaté. Participam da discussão os jornalistas Felipe Bianchi e Thiago Cassis, do Coletivo Futebol Mídia e Democracia, além de Ronaldo Casarin (Revista Vitti) e Irani Lima (Blog do Irani e Núcleo Regional do Barão de Itararé).

O Coletivo Futebol Mídia e Democracia foi fundando em 2015 a partir do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. A proposta do grupo é reunir jornalistas, torcedores (organizados ou não), movimentos sociais e todos os interessados no debate sobre políticas e questões relacionadas ao futebol brasileiro. Dentre as iniciativas do Coletivo, destaca-se a campanha Jogo 10 da Noite, Não!, que critica, a partir do horário imposto pela Rede Globo, o monopólio da emissora sobre os direitos de transmissão.

Acesse a página e conheça o Coletivo.

Bolaño discute comunicação e conjuntura política à convite de central sindical uruguaia

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Por Carlos Figueiredo

O papel da comunicação sindical e a produção de conteúdo a partir da perspectiva dos trabalhadores foram os eixos da palestra proferida por César Bolaño, líder do grupo de pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (Obscom/Cepos), em Montevidéu, na sede da PIT – CNT (Plenario Intersindical de Trabajadores – Convención Nacional de Trabajadores), central sindical uruguaia, no último dia 20 de maio.

A palestra aconteceu poucos dias após a inauguração da emissora de televisão Mi Canal, de sinal aberto e controlada pela PIT – CNT, um fato raro na América Latina, região cujos países primam pela concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas empresas privadas.

Bolaño discutiu a conjuntura política da América Latina, e o papel dos grandes meios de comunicação na defesa de posições hegemônicas e no esvaziamento de políticas sociais de implantadas por governos progressistas. O pesquisador apontou também a importância de trabalhadores organizados possuírem meios de expressão e difusão de ideias como contrapeso aos grandes meios de comunicação de massa.

César Bolaño é eleito para Comitê Internacional da IAMCR

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Por Carlos Figueiredo

O líder do grupo de pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (Obscom/Cepos), César Bolaño, foi eleito integrante do Comitê Internacional da International Association for Media and Communication Research (IAMCR). O resultado do pleito foi divulgado no último dia 14 de junho, o anúncio formal do resultado será realizado durante a Assembleia Geral da Entidade na próximo dia 31 de julho, na cidade de Leicester, Reino Unido.

A IAMCR é uma associação internacional de pesquisadores de comunicação que conta a participação de estudiosos de todo mundo. Sua fundação em 1957 contou com a chancela e apoio da Unesco.

A eleição apontou 15 integrantes para o Comitê Internacional da associação, e contou com a participação de 28 acadêmicos de várias localidades do globo. Bolaño obteve a oitava melhor votação com 184 votos. Outra pesquisadora brasileira eleita para o Comitê é Denize Araújo (Universidade Tuiuti do Paraná). O sistema de votação foi online, e envolveu os membros da IAMCR.

O comitê é composto por 30 pesquisadores. Os outros quinze integrantes são os líderes das seções temáticas/ grupos de trabalho da associação, e serão escolhidos durante a Assembleia Geral da IAMCR. Os mandatos vão até o ano de 2016.

A estrutura organizacional da IAMCR conta com a Assembleia Geral, corpo decisório máximo da associação, o Conselho Executivo composto por um Presidente, dois vice-presidentes, um Secretário Geral e um Tesoureiro, e o Comitê Internacional. César Bolaño já ocupou o cargo de tesoureiro da associação entre 2004 e 2008.

César Bolaño

César Bolaño é economista político e jornalista, professor da Universidade Federal de Sergipe, onde lidera o Obscom/Cepos (CNPQ). O pesquisador brasileiro foi presidente da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC), um dos fundadores e o primeiro presidente da Unión Latina de Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC). Suas atuais linhas de trabalho são a Economia Política da Internet, da televisão brasileira, da Comunicação, da Cultura e os estudos sobre o desenvolvimento.

Luta pela EBC é tema de debate em SP

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A luta em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Comunicação Pública será tema de debate no dia 11 de julho, a partir das 19h, na sede do Barão de Itararé, em São Paulo (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83 – República). A EBC está sob ataque desde que Michel Temer assumiu a presidência interina. A ingerência começou com a demissão ilegal do diretor-presidente Ricardo Mello e, agora, o próprio caráter público da EBC está em xeque. Confira o time que compõe a mesa de debate:

– Franklin Martins, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom)

 – Tereza Cruvinel, ex-presidenta da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

 – Laurindo Leal Filho (Lalo), apresentador do programa VerTV, na TV Brasil

 Para participar, é necessário garantir inscrição através do formulário ao fim desta página. 

A atividade é aberta e contará com transmissão ao vivo da Fundação Perseu Abramo, a ser reproduzida pela página do Barão de Itararé.

Chamada de trabalhos para “Encontro da Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento”

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O Congresso da Asociación Latino-Americana de Investigadores en Comunicación (ALAIC), a ser realizado em outubro deste ano na Cidade do México, terá como pré-evento, no dia 4/10, o “Encontro da Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento”, com submissão de textos até o dia 20 de agosto.

Este encontro tem como iniciativa a criação de uma Rede Celso Furtado de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Desenvolvimento de carácter interdisciplinar colaborará em problematizar seu legado intelectual e colocá-lo em diálogo com a trajetória intelectual que o campo da Comunicação latino-americano gerou, com a premissa de promover um pensamento crítico e autônomo. Nesse marco, esperam-se contribuições que se orientem pelos objetivos do encontro. Os textos de entre 2.000 e 4.000 palavras deverão ser enviados à coordenação do evento: bolano.ufs@gmail.com até o dia 20 de agosto de 2016.

Encontro

A contribuição de Furtado permaneceu na sombra durante todo o longo período de constituição e desenvolvimento das chamadas Ciências da Comunicação, até os dias atuais. Apenas recentemente – a partir de estudos diversos e estimulados pelo inestimável trabalho do Centro Internacional Celso Furtado para o Desenvolvimento (CICEF), ou ainda por iniciativas como os Colóquios Celso Furtado organizados pela Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura – essa lacuna começa a ser preenchida, mas ainda estamos longe de assimilar, em sua plenitude, aquela contribuição fundamental, que vai das formulações teóricas mais abstratas às propostas de políticas culturais públicas efetivas, entendidas como parte das políticas sociais, visando a superação do atraso, tornando a cultura, eixo estruturante das políticas de desenvolvimento, daquele “verdadeiro desenvolvimento”, que implica a necessidade de uma autonomia cultural que garanta, num horizonte de expectativas renovado, a reversão da lógica perversa entre meios e fins, característica do subdesenvolvimento.

O encontro constará de uma mesa de inauguração em que o coordenador fará uma breve apresentação da proposta da rede, seguida de um painel temático, no período da manhã. Pela tarde ocorrerão as apresentações de trabalho previamente selecionados pelo Comitê Científico. Ao final haverá uma plenária em que se nomeará a Comissão Provisória de constituição da Rede. Eventualmente será incluído um segundo painel temático no período da tarde.

Entidades e pessoas participantes da rede

– Coordenadores Assistentes: Mauricio Herrera-Jaramillo (Colombia), Carol Muñoz Nieves (Cuba).

– Coordenadores Associados: Verlane Aragão Santos (UFS), Ruy Sardinha Lopes (USP), Carlos Antônio Brandão (UFRJ).

– Comitê Científico: Alain Herscovici (UFES), Claudia Leitão (UECE), Rosa Freire d’Aguiar (CICEF), Anita Simis (UNESP), Silvia Lago (UBA), Marcos Dantas (UFRJ), Ingrid Sarti (UFRJ), Gabriel Kaplún (Universidad de la República de Uruguay), Gustavo Cimadevilla (Universidad Nacional de Río Cuarto), Fernando Mattos (UFF), Pedro Jorge Braumann (Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Politécnico de Lisboa), Daniela Monje (Universidad Nacional de Córdoba, Argentina) e Anibal Orué Pozo (Universidad del Este, Paraguay) 

– Instituições vinculadas: Centro Internacional Celso Furtado para o Desenvolvimento (CICEF); Rede Economia Política das Tecnologias da Informação e da Comunicação (EPTIC); União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura – Capítulo Brasil (ULEPICC-Brasil); e Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP).

– Grupos de pesquisa e laboratórios acadêmicos participantes: Comunicação, Economia Política e Sociedade, grupo vinculado ao Observatório de Economia e Comunicação da UFS (OBSCOM/CEPOS); Grupo de Estudos em Economia da Cultura, da Informação, do Conhecimento e da Comunicação (GECICC/UFES); Programa de Investigaciones sobre la Sociedad de la Información (SocInfo) del Instituto Gino Germani Universidad de Buenos Aires (UBA); Grupo Política e Economia da Informação e Comunicação (PEIC); e Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ).


En español

Este encuentro y la iniciativa de crear la Red Celso Furtado de Investigación en Comunicación, Cultura y Desarrollo de carácter interdisciplinar contribuirá a problematizar el legado intelectual del autor al colocarlo en dialogo con la trayectoria intelectual que el campo de la Comunicación latinoamericana generó, bajo la premisa de promover un pensamiento crítico y autónomo. En este marco, se esperan contribuciones orientadas por los objetivos del encuentro. Textos de entre 2.000 y 4.000 palabras deberán ser enviados a la coordinación del evento: bolano.ufs@gmail.com hasta el día 20 de agosto de 2016.

Encuentro

La contribución de Celso Furtado a la constitución y desarrollo de las denominadas Ciencias de la Comunicación permaneció en la sombra hasta nuestros días. Sólo recientemente –a partir de diversos estudios estimulados por el valioso trabajo del Centro Internacional Celso Furtado para el Desarrollo (CICEF), así como por iniciativas como los Coloquios Celso Furtado organizados por la Secretaria de Economías Creativa del Ministerio de Cultura- ese vacío empieza a ser llenado, aunque aún estamos lejos de asimilar en su plenitud, dicha contribución fundamental, que abarca desde las formulaciones teóricas más abstractas hasta las propuestas de políticas culturales publicas efectivas, entendidas como parte de las políticas sociales, con el objetivo de superar el atraso, convirtiendo a la cultura en eje estructural de las políticas de desarrollo, de aquel “verdadero desarrollo”, que implica la necesidad de una autonomía cultural que garantice, bajo un horizonte de expectativas renovadas, la reconversión de la lógica perversa entre medios y fines característica del subdesarrollo.

El encuentro constara de una mesa de inauguración en que el coordinador hará una breve presentación de la propuesta de la red, seguida de un panel temático, en el periodo de la mañana. Por la tarde será el espacio para las presentaciones de trabajos previamente seleccionados por el Comité Científico. Al final se tendrá espacio para una plenaria en que nominará la Comisión Provisional de constitución de la Red. Eventualmente será incluido un segundo panel temático en el período da tarde.

Chamada de trabalhos para Colóquio Adorno – Dialética Negativa

adorno

Em comemoração aos 50 anos da obra Dialética Negativa, de Theodor W. Adorno, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) realizará de 22 a 24 de agosto o colóquio internacional “A reinvenção da Dialética”, com chamada aberta para trabalhos sobre o livro até o dia 15 de julho. O evento marcará também o lançamento da tradução brasileira do 10º volume da Coleção Adorno pela Editora Unesp.

Chamada

Serão avaliadas apenas as propostas cuja temática esteja diretamente vinculada à obra Dialética negativa, de Theodor W. Adorno, com divulgação das aprovadas no dia 21 de julho. Serão aceitos trabalhos de pós-graduandos e professores, em português, inglês ou espanhol, que devem conter: título da apresentação, nome do(a) expositor(a), titulação, instituição de origem, e resumo expandido de até 500 palavras. Deve ser seguida a formatação Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. 

 

 

Sobre o colóquio

A questão pouco acanhada a respeito da atualidade da filosofia no século 20 – nada menos do que a questão sobre a possibilidade de renovação objetiva do discurso interpretativo filosófico – acompanhou de maneira obsessiva a experiência intelectual de Theodor W. Adorno. Ela esteve presente já no título da conferência inaugural na Universidade de Frankfurt em 1931, na qual o jovem e ambicioso professor passava em revista pelas modas filosóficas da Alemanha no entreguerras. A caducidade da filosofia manifestava-se, para ele, não só no fracasso das ambições totalizantes e fundacionistas do idealismo, mas também nos esforços reiterados e ainda predominantes de atualização dessas mesmas ambições, das filosofias da vida à ontologia fundamental. 

A filosofia só permaneceria atual, na visão do jovem filósofo, não na formulação de respostas novas a problemas antigos mas na crítica da própria caducidade de toda subjetividade filosófica constitutiva. Sua sobrevivência dependeria de um programa de interpretação materialista da história da razão subjetiva, de uma reavaliação de suas questões clássicas à luz da concreção histórica e social do presente. A dialética em sua modalidade não idealista era o impulso, o procedimento que asseguraria a atualidade da filosofia.

Não chega a surpreender que a mesma questão, exposta no discurso inaugural de 1931 com uma solenidade quase metodológica, tenha reaparecido décadas depois, em 1966, na frase inaugural de Dialética Negativa: “A filosofia, que um dia pareceu ultrapassada, mantém-se viva porque se perdeu seu instante de sua realização”. A singularidade da filosofia adorniana, de seu pensar por modelos cuja auto-reflexão denuncia a inadequação entre coisa e pensamento conceitual no detalhe da experiência, nunca esteve dissociada de seu momento de produção.

Hoje, 50 anos após a publicação de Dialética negativa, poderíamos não apenas avaliar, com razoável distanciamento, o alcance da obra no interior do percurso intelectual do autor, apontando suas dificuldades internas e aporias. Mas poderíamos nos perguntar, reverberando o espírito que animou a obra, pela relevância mesma dessa “ontologia do estado falso”, pelo sentido dessa reinvenção da dialética que persegue continuamente as aspirações identitárias e ideológicas da razão, à luz das novas configurações do pensamento no século 21. Como se situaria a consciência crítica da não identidade, da contradição objetiva que orienta a dialética adorniana diante das novas filosofias do acontecimento e do reconhecimento, do realismo especulativo, do interesse crescente da filosofia analítica pelo pensamento hegeliano, dos estudos pós-coloniais, dos estudos de gênero?

Nesse contexto, o colóquio Adorno – Reinvenção da dialética, além de celebrar os 50 anos de publicação de uma das obras mais decisivas para o pensamento contemporâneo e de marcar o lançamento da tradução brasileira do 10º volume da Coleção Adorno pela Editora Unesp, busca oferecer uma oportunidade para a reflexão das potencialidades críticas do pensamento de Adorno, em especial da Dialética negativa, em relação a problemas concretos de nosso tempo. Afinal, se a questão da atualidade da filosofia sempre atravessou sua experiência intelectual, não será menor a tarefa de hoje reavaliarmos criticamente os modelos dialéticos de sua maior obra filosófica.

Há as presenças confirmadas de: Georg W. Bertram (Universidade Livre de Berlim), Fabian Freyenhagen (Universidade de Essex), Rodrigo Duarte (UFMG), Silvio Rosa Filho (Unifesp), Fábio Durão (Unicamp), Deborah Antunes (UFC), Gabriel Cohn (USP), Ricardo Musse (USP), Jorge de Almeida (USP), Paulo Arantes (USP), Vladimir Safatle (USP), Ricardo Fabbrini (USP) e Rubens Machado (USP).

Mais informações em: http://coloquioadorno.wix.com/coloquio2016

Seminário na UFSC debate Comunicação Pública

Cartaz EBC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza na próxima terça-feira (28), a partir das 14h, o Seminário “Comunicação Pública: O que a UFSC tem a ver com isso?”, com o tema “A EBC sob ameaça”. O evento contará como palestrantes Aderbal Filho (Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina), Itamar Aguiar (UFSC) e Fernando Paulino (Universidade de Brasília), com mediação de Rogério Christofoletti (UFSC).

A presidência da TV Brasil foi exonerada pelo presidente Michel Temer, mesmo com o mandato sendo garantido pela lei que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Há um manifesto em defesa da EBC e da comunicação pública (https://eptic.com.br/manifesto-defesaebc/), além de um conjunto de seminários e debates em prol da entidade público-estatal.

O seminário da UFSC ocorrerá na Sala Hassis, Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e é promovido pelo Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Federação Nacional dos Jornalistas, curso de Jornalismo da UFSC e programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC.

Chamada de artigos para dossiê “Mulher e Mídia”

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A Revista Observatório informa a chamada de trabalhos para a edição Janeiro-Abril de 2017 (v.3, n.1), que recebe artigos até o dia 28 de fevereiro de 2017 e cujo tema do dossiê é “Mulher e Mídia”. As editoras convidadas da edição são: Dra. Cynthia Mara Miranda, Universidade Federal do Tocantins (UFT); Dra. Sandra de Souza Machado, professora visitante da Universidade de Brasília (UnB) e Editora do Blog Igualdade – Correio Braziliense.

Ementa
As mídias informacionais e publicitárias – cinema, televisão, rádio, internet, jornais, revistas, livros, panfletos, cartazes, outdoors – contribuem para a formação da opinião pública. Se tais mídias, inseridas no processo de produção da informação e da propaganda, reforçam estereótipos e (más) representações sociais, intensificam a desigualdade e o desequilíbrio entre os gêneros (inclusive, para além do binarismo patriarcal) e evidenciam formas de sexismo, preconceitos e discriminações. Assim, não exercem a responsabilidade social, que é formar cidadãs e cidadãos conscientes e críticos.
É de fundamental importância que os meios de Comunicação Social sejam instrumentos para a propagação e a perpetuação da igualdade entre gêneros, principalmente, para a mudança das atuais representações imagéticas das mulheres. Tais mudanças de paradigmas visam a construção de nações inseridas na vanguarda das sociedades desenvolvidas, que respeitam a dignidade e valorizam a pessoa humana.
O dossiê Mulher e Mídia, nesse sentido, aceitará artigos que versem sobre as representações das mulheres nas mídias, em seus vários produtos, com destaque para as relações de gênero que são construídas e desconstruídas nos meios de comunicação de massa; a desigualdade de poder e a invisibilidade das mulheres nos cargos de poder da indústria midiática. Também será dada prioridade aos artigos que destaquem a atuação dos movimentos de mulheres, feministas, para a construção da igualdade de gênero nos meios de comunicação, bem como a construção de ferramentas para o controle social dos mass media.
Revista Observatório
Revista Observatório é uma publicação quadrimestral do Núcleo de Pesquisa e Extensão Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (OPAJE) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) que tem como missão atuar na promoção da discussão acadêmica e de pesquisas estudos interdisciplinares avançados no campo da Comunicação, do Jornalismo, da Educação e das Ciências Sociais.
O propósito da Revista Observatório é constituir-se como um periódico acadêmico a fim de apresentar, na forma de artigos científicos, resultados de pesquisas e estimular debates sobre questões teórico-metodológicas da pesquisa em Comunicação, Jornalismo e Educação, ao mesmo tempo em que se propõe a contribuir para a criação e fortalecimento de uma rede de pesquisadores na confluência dessas áreas em nível nacional e internacional, tendo por base os grupos e núcleos de pesquisa no Brasil e no Exterior. A revista se pauta no princípio da democratização do conhecimento científico incentivando o acesso público, imediato e livre a todo o seu conteúdo publicado.