Dossiê Especial Cultura e Pensamento, Vol. II – Dinâmicas Culturais

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Os números especiais da Revista Eptic Online, intitulados “Economia da Cultura, Cinema e Sociedade”, têm por objetivo reunir uma quantidade expressiva de acadêmicos e profissionais, num espaço de debate inédito em nosso país, oferecendo diferentes pontos de vista e elementos de análise e crítica que nos sirvam para entender o novo papel do cinema nas nossas sociedades.

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A discussão sobe a importância da indústria cinematográfica, tanto econômica como social e cultural, em realidades tão diferenciadas como as dos Estados Unidos, Índia, Coréia, União Européia, Brasil e América Latina, o desenvolvimento de pólos regionais de cinema, ou as políticas nacionais de comunicação, é importante para fundamentar e favorecer a implantação de novas medidas de apoio e proteção para nossa cinematografia.

Este segundo número do dossiê, intitulado “Dinâmicas Culturais”, inclui uma entrevista com o cineasta e intelectual argentino Octavio Getino, feita por José Manuel Moreno, e artigos de Enrique Sánchez Ruiz, Selda Vale da Costa, Regina Motta, Aurélio Michiles, Renato Martins, Flávia Seligman e Araci Koepp dos Santos.

No artigo El Cine Latinoamericano: ¿Mercado de Consumo Hollywoodense, o Producción de Pluralidad Cultural?, Enrique Sánchez Ruiz faz uma análise do predomínio internacional do cinema estadunidense através de hipóteses baseadas no que o autor denomina de “corte histórico-estrutural”. Em seguida, descreve a situação do cinema latino-americano e defende a necessidade de políticas públicas para a produção audiovisual nestes países.

Cinema e Pensamento Brasileiro, artigo de autoria de Regina Motta, reflete sobre alguns aspectos do registro do pensamento brasileiro impresso nos filmes, artigos e manifestos do movimento Cinema Novo, da década de 60. A autora defende que através da elaboração estética voltada para manifestações artísticas populares, esse pensamento retrata e documenta as questões nacionais, sobretudo na sua dimensão cultural e social.

No texto de Selda Vale da Costa, intitulado O Cinema na Amazônia e a Amazônia no Cinema, pode-se conhecer e viajar na história do cinema amazonense e na imagem que ele criou daquela região em suas diversas fases, desde a sua chegada em 1897 – com os pioneiros Silvino Santos, Thomaz Reis, Roquette-Pinto, Levis-Strauss, Noel Nutels e Heinz Fothmasn – até os dias atuais, com os cineastas do vídeo nas aldeias – como Vicent Carelli, Dominique Gallois, Vírginia  Valadão e Kasiripiña Waiãpi –, passando pelas corajosas e denunciadoras filmagens de Jorge Bodansky, Murilo Santos, Hermano Penna e Aurélio  Michiles.

O próprio Michiles, em Aventura no Mar Dulce, um artigo que também pode ser considerado um diário, fala sobre sua experiência de filmar na região amazônica entre junho de 2004 e novembro de 2005. Sem dúvida, um maravilhoso investigar labiríntico entre rios e igarapés do lugar que o autor diz trazer como uma pele.

Flávia Seligman e Araci Koepp dos Santos, no artigo A produção audiovisual brasileira contemporânea e a intertextualidade das mídias: o caso ônibus 174, debatem a recente retomada do cinema brasileiro e a sua ligação com a indústria da televisão. As autoras fazem um levantamento da produção cinematográfica da Globo Filmes e analisam a intertextualidade de suportes e estilos através de uma leitura do filme Ônibus 174.

Já no artigo Carlota Joaquina, Referencial de Mercado para a Retomada do Cinema Brasileiro – Estratégias de Produção, distribuição e exibição, Renato Martins disserta sobre as estratégias de mercado utilizadas para a retomada da produção cinematográfica brasileira, utilizando como parâmetro aquele que foi o marco deste processo, o filme Carlota Joaquina, de Carla Camurati, que em 1995 alcançou um público de 1.286.000 pessoas.

Na sessão de crítica, Laura Loguercio Cánepa analisa o filme Crime Delicado, de Beto Brant, e Júlia Rebouças estuda os dois filmes da diretora argentina, Lucrécia Martel: La Ciénaga (2001) e La Niña Santa (2004). O volume conta ainda com uma resenha de Rosita Loyola sobre o livro de Zygmunt. Bauman, Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos.

Agradecemos a colaboração dos autores e das instituições que nos apoiaram. Além do próprio Ministério da Cultura, devemos citar a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão, Ministério da Educação, Petrobrás, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e SESC-SP.

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