Foi publicada nesta sexta-feira, 27, nova edição da Revista EPTIC (volume 23, n. 2). A edição traz à tona o necessário debate sobre a geopolítica das comunicações. Resultado de parceria com o Grupo de Trabalho Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura da CLACSO (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais), o dossiê temático discute questões complexas como as disputas em torno do 5G e as desigualdades que marcam a inserção dos diferentes países na ordem econômica mundial atual, com análises especialmente sobre Estados Unidos, China, Brasil, Argentina e Cuba. Tais desigualdades também são analisadas tendo em vista a infraestrutura que viabiliza os fluxos comunicacionais, como os cabos submarinos, e os conteúdos produzidos por veículos públicos.
A relação da comunicação com a organização capitalista hoje é abordada com perspicácia em entrevistas com Graham Murdock e Natália Zuazo, nas quais também o trabalho mediado por plataformas, a crise ambiental e o recrudescimento da vigilância são pensados desde a Economia Política da Comunicação.
O número discute ainda possíveis saídas para tal quadro. Nesse sentido, a EPTIC publica pela primeira vez no Brasil o texto de Jean d’Arcy, traduzido por Edgard Rebouças, que antecipou a formulação sobre direito à comunicação décadas atrás, culminando em sua proposição no conhecido Relatório McBride.
Os problemas do tempo presente também são discutidos na seção Artigos e Ensaios, como nos textos “Governo Eletrônico e Neoliberalismo: arquétipo das limitações da interatividade cidadã no modelo Brasileiro”, de Dario Azevedo Nogueira Junior; “O Desmonte da Participação Social na EBC”, de Akemi Nitahara, Cristina Rego Monteiro da Luz; e “Política de fomento ao cinema: a questão do estímulo à regionalização da produção de filmes no Brasil”, de Fernando Gimenez. Neles, há sempre caminhos de superação que, ainda que não trilhados plenamente, constituem experiências e horizontes estratégicos, como vemos na discussão feita por André Pasti em “Território, comunicação ascendente e os meios alternativos, populares e comunitários na Argentina”. Buscamos, com isso, manejar as armas da crítica para estimular a nossa imaginação política e a mobilização coletiva.
A edição completa pode ser conferida aqui.