Revista Contracampo abre chamada para o dossiê “Mídia, Reconhecimento e Constituição de Subjetividades”

A Revista Contracampo: Brazilian Journal of Communication, vinculada ao PPGCOM da UFF, está com chamada aberta, até o dia 5 de abril de 2019, para submissão de artigos ao dossiê “Mídia, reconhecimento e constituição de subjetividades”.

Os trabalhos devem ser submetidos através do sistema online de submissão do periódico que pode ser acessado aqui. Os textos devem seguir as diretrizes para autores da revista disponíveis aqui.

Este número contará com os pesquisadores Bruno Campanella (UFF) e João Carlos Magalhães (London School of Economics) como editores convidados. A Contracampo continua aceitando também trabalhos em fluxo contínuo para a seção de “temáticas livres”.

Chamada

Mídia, reconhecimento e constituição de subjetividades

Debates sobre como identidades de atores sociais são constituídas por meio de processos de reconhecimento intersubjetivo são parte central da teoria crítica atual. De origem hegeliana, o tema ressurgiu a partir dos anos 1990, como tentativa de teorizar a demanda por políticas identitárias em sociedades multiculturais (Taylor, 1992) e como uma filosofia socioética que aprofunda as dimensões práticas de reconhecimento a partir da análise dos conflitos sociais, vistos como motor de transformação da sociedade (Honneth, 1992).

Se processos de reconhecimento dependem da possibilidade da comunicação (Honneth, 2001), é curioso que seus proponentes ignorem o papel da mídia – e que estudiosos de mídia raramente estudem processos de reconhecimento.

Chama também atenção que os poucos trabalhos que propõe este tipo de análise (tais como Maia, 2014; Couldry, 2010) pensam os processos de ‘reconhecimento mediado’ como eminentemente positivos, ou seja, eles tratam os meios de comunicação como artefatos importantes na formação de subjetividades capazes de se autorrealizar. Esse contexto torna-se ainda mais complexo, contudo, quando percebemos que tais análises não levam em conta algumas práticas midiáticas contemporâneas, especialmente ligadas às mídias sociais, atravessadas por lógicas econômicas que valorizam uma busca individualizada e despolitizada de reconhecimento.

Essa lacuna epistemológica parece estar em descompasso com a maneira com que as mídias estruturam visibilidades e invisibilidades, o que afeta a própria possibilidade de que os atores sociais se reconheçam uns aos outros. Considerando a importância dos processos de mediatização e dataficação da sociedade (Couldry e Hepp, 2017), esse tema mostra-se ainda mais relevante.

Diante dessas questões, a revista Contracampo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (http://periodicos.uff.br/contracampo), convida autores a submeterem trabalhos originais que discutam as relações entre mídia e reconhecimento. Temas de interesse incluem (mas não se limitam a):

– Representação de minorias na imprensa e na TV

– Movimentos sociais, mídia e luta por reconhecimento

– Polarização política nas redes sociais

– Autorrepresentação nas mídias sociais e a busca por reconhecimento

– A formação de disposições psicológicas e comportamentais ligadas ao reconhecimento nas mídias

– Monitoramento de dados digitais (“dataveillance”) e reconhecimento