A Globo não é boba. Mas continua racista…

Por Paulo Victor Melo* (Revista Fórum)

Há muito, a Rede Globo está atenta às críticas que vêm recebendo da sociedade. São tanto críticas organizadas por movimentos sociais quanto manifestações mais dispersas, por pequenos grupos, redes sociais, etc.

Junho de 2013, por exemplo, foi um momento importantíssimo para colocar a Globo – e o conjunto da mídia privado-comercial – em xeque. Quem não se lembra de milhares de pessoas, especialmente jovens, nas portas das sedes locais da emissora gritando: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”?

Em sintonia com esse grito, uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos e Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, em agosto de 2013 (no calor das manifestações), apontou o seguinte: 43% dos entrevistados afirmaram não se reconhecer na TV e 25% se veem retratados negativamente. Ou seja, 68% não está satisfeita como é (ou como não é) representada pela mídia privado-comercial brasileira.

A mesma pesquisa apresentou também os seguintes números: 54% dos entrevistados acreditam que conteúdos de violência ou humilhação de homossexuais ou negros, por exemplo, não deveriam ter espaço na TV brasileira. 50% também não admitem programas de “humor” que ridicularizam grupos socialmente vulneráveis.

Frente a esses dados, a uma perceptível ampliação da crítica às suas estratégias de manipulação e a uma queda de audiência, a Globo também não se comporta como boba.

É por isso que recentemente a emissora lançou a peça institucional ‘100 milhões de uns’, em que explicitamente busca dialogar com grupos que reivindicam a diversidade e com os que a criticam. Na peça institucional, a Globo chega a afirmar: “Uns gostam da gente. Uns dizem que não”.

É também por esses motivos que a Globo afastou (até que as coisas sejam ‘esclarecidas’, como está na nota divulgada pela emissora) William Waack, após divulgação de seus comentários racistas em um estúdio da TV. Algo que poucos estão atentando sobre o episódio: os comentários de Waack foram em 2016, quando entraria ao ar para cobrir a eleição de seu amigo Trump. Ou seja, a Globo, que provavelmente já tinha ciência do comentário, nada fez até que o vídeo – um ano depois – chegasse ao grande público.

Na mesma nota em que anuncia o afastamento de Waack, a Globo diz que é “visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações…”

Então, se boba a Globo não é, mesmo com o afastamento de Waack e apesar da afirmação acima, racista ela continua sendo…

Vejamos.

1. Racismo não é somente quando alguém, utilizando uma concessão pública, faz comentário como o de William Waack.

2. Na TV, racismo se expressa também a) na sub-representação do segmento populacional negro; b) na forma como mulheres negras são apresentadas ou retratadas; c) na oposição a políticas públicas afirmativas; d) no silenciamento de demandas e movimentos sociais que pautam a questão racial; e) no reforço de estereótipos por meio de conteúdos da programação.

3. Sobre a sub-representação, basta vermos o espaço ocupado para homens e mulheres negros/as nos telejornais da Globo.

4. Na forma como as mulheres negras são retratadas, não vale questionar o que simboliza a Globeleza, em geral mulher negra jovem, seminua, como estratégia de divulgação de um carnaval a ser comercializado? Sobre esse tema, recomendo o texto da Jarid Arraes: https://www.revistaforum.com.br/2015/01/15/racismo-gente-ve-na-globo/

5. Também sobre as mulheres negras, quem não lembra o nome da novela em que Thais Araújo era protagonista? Da Cor do Pecado! Por que a cor do ‘pecado’ (como algo proibido, ruim) é a pele preta, Rede Globo?

6. Na oposição a políticas afirmativas, a Globo esquece que Ali Kamel, um dos chefões da emissora, escreveu um livro em que se coloca contrário às cotas raciais?

7. No silenciamento de lutas sociais, por que a Globo ignorou tanto as violências do Estado contra Rafael Braga, negro, jovem e pobre? Ou por que a Globo não deu tanta repercussão ao caso de Amarildo?

8. Ainda sobre o silenciamento, como não questionar o pouco espaço dado pela Globo às denúncias contra as manifestações de intolerância contra as religiões de matriz afro?

9. No reforço de estereótipos, não já cansamos dos mesmos papéis ocupados pelos negros e negras nas telenovelas? Também não é repetitivo o ideal de beleza branca que a Globo constrói, por exemplo, por meio de seus programas?

Por tudo isso e por tanto mais, não temos dúvida: a Globo, assim como o conjunto da mídia privado-comercial brasileira, é racista. E é também machista e LGBTfóbica.

O afastamento de Waack, apesar de ser uma medida importante, não pode virar uma cortina de fumaça.

Esse cenário só será alterado quando tivermos uma legislação de comunicação que promova real diversidade e pluralismo, que garanta participação social na fiscalização das emissoras e que coíba manifestações de desrespeito, intolerância e ódio contra os segmentos vulnerabilizados da população.

*Paulo Victor Melo, jornalista. Mestre em Comunicação e Sociedade pela UFS. Doutorando em Comunicação e Política na UFBA. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Obscom-Cepos (Comunicação, Economia Política e Sociedade) e do Centro de Comunicação, Cidadania e Democracia da UFBA.

Chamada de artigos da Revista EPTIC sobre “Golpe, impeachment, comunicação e a atual conjuntura brasileira”

REVISTA EPTIC, produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), informa que está aberta até 29 de janeiro de 2018 a chamada de artigos para a edição de maio-agosto, vol. 20, n. 2, que terá como tema de seu dossiê temático: Golpe, impeachment, comunicação e a atual conjuntura brasileira”.  

O golpe parlamentar sacramentado em agosto de 2016, responsável pela ascensão de Michel Temer (PMDB) à presidência e a destituição de Dilma Rousseff (PT), apresenta desdobramentos dramáticos até o presente momento. As consequências podem ser verificadas em questões envolvendo a cobertura dos meios de comunicação acerca do fato, as políticas públicas de comunicação e tecnologia, e a divisão de verba governamental de propaganda.

Além disso, a disputa pelos significados do golpe parlamentar deu-se nas ruas, nos meios de comunicação tradicionais e nas redes. Apesar da importância central do tema e das diversas frentes a partir das quais pode ser tratado, poucos foram os estudos dentro do campo da comunicação que buscaram compreender a atual conjuntura atravessada pelo país.

Tendo em vista a necessidade de disponibilizar, dentro do campo da comunicação, conhecimento acadêmico sobre esse tema central, a revista Eptic, em seu número 2 do volume 20, convoca estudiosos dos campos críticos da comunicação a enviarem suas contribuições acerca dos diversos desdobramentos do golpe parlamentar em temas ligados á Economia Política da Comunicação, e aos demais subcampos críticos da área.

Espera-se o recebimento de artigos que analisem a conjuntura conturbada pela qual passa o país sob as mais diversas perspectivas. Entre as sugestões de temas que podem ser tratados estão:

  • Análise da cobertura do campo jornalístico sobre o golpe, estabelecendo ligações entre as mensagens midiáticas e a conjuntura política vivida pelo país;
  • Estudos sobre políticas públicas de Comunicação e Telecomunicações no Governo Temer;
  • O desmonte da Empresa Brasil de Comunicações, assim como seu uso na apoio às políticas do Governo Temer;
  • Análise dos interesses do empresariado de comunicação e a distribuição de verba para propaganda oficial no governo Temer;
  • Insurgências comunicacionais durante o Governo Temer: resistência ao golpe e sua eficácia (ou ineficácia) nas ruas e nas redes;
  • Mudanças na política de Software Livre no Governo Temer.

Prazo para submissão dos artigos: 29 de janeiro de 2018

Data de publicação da revista: maio de 2018

Coordenador do Dossiê temático: Prof. Dr. Carlos Figueiredo (Universidade Federal de Sergipe)

Revista EPTIC

A REVISTA EPTIC é produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), está qualificado como B1 em Comunicação & Informação do Qualis Sucupira. Mais informações e normas para submissão em: http://www.seer.ufs.br/index.php/eptic/about/submissions#onlineSubmissions

Consulta pública sobre o CGI.br

Em 8 de agosto de 2017, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) abriu uma “Consulta Pública acerca da modernização da estrutura de governança da Internet brasileira”, por meio do site http://www.participa.br/cpgovernancainternet. Após o fim da Consulta Pública de 30 dias promovida pelo MCTIC, iniciou-se a etapa de discussão do assunto pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br, que, nos termos de sua Resolução de 18 de agosto de 2017, “empregará todas as ferramentas disponíveis para habilitar ampla participação da sociedade” e “elaborará um documento contendo informações, diretrizes e recomendações para o aperfeiçoamento da estrutura de governança da Internet no Brasil”.

Para tanto, em 14 de setembro, o MCTIC encaminhou ao CGI.br a documentação resultante daquela fase, cujos subsídios se somarão às novas contribuições que deverão chegar até 19 de novembro. O debate final no âmbito do CGI.br, aberto e presencial, acontecerá no VII Fórum da Internet no Brasil, de 14 a 17 de novembro, após o qual o CGI.br sistematizará as contribuições recebidas e elaborará um documento a ser enviado para o Governo até 3 de dezembro.

O CGI.br

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) tem a sua atuação fundamentada no modelo de governança da Internet no Brasil, promovendo o fortalecimento e apoio às transformações geradas na era digital, coordenando e integrando as iniciativas de serviços de Internet no país.

Entre as diversas atribuições e responsabilidades do CGI.br destacam-se:

  • o estabelecimento de diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil;
  • o estabelecimento de diretrizes para a administração do registro de Nomes de Domínio usando <.br> e de alocação de endereços Internet (IPs);
  • a promoção de estudos e padrões técnicos para a segurança das redes e serviços de Internet;
  • a recomendação de procedimentos, normas e padrões técnicos operacionais para a Internet no Brasil;
  • a promoção de programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à Internet, incluindo indicadores e estatísticas, estimulando sua disseminação em todo território nacional.

A atual composição do CGI.br foi estabelecida pelo Decreto presidencial Nº 4.829, de 3 de setembro de 2003.. Integram o CGI.br, 9 representantes do setor governamental, 4 do setor empresarial, 4 do terceiro setor, 3 da comunidade científica e tecnológica e 1 representante de notório saber em assuntos de Internet, totalizando 21 conselheiros.

A governança da Internet no Brasil está estruturada em torno do CGI.br, um modelo pioneiro no mundo e que vem evoluindo continuamente em termos institucionais desde a sua criação em 1995. Os princípios que pautam essa evolução tornaram-se, ao longo dos anos, uma das principais referências para a governança da Internet no mundo inteiro.

Contando com a participação do Governo e de diferentes segmentos da sociedade, as decisões e atividades do CGI.br contribuíram para a expansão e uso da Internet no Brasil através, entre outros exemplos, da implantação do IPv6 e dos Pontos de Troca de Tráfego no país, gerência da porta 25 e combate ao spam, desenvolvimento e adoção de padrões para a Web por uma perspectiva nacional, realização de pesquisas de referência internacional sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), realização dos Fóruns da Internet desde 2011 etc. O CGI.br também teve importante participação na proposição e adoção do Marco Civil da Internet em 2014. Por fim, mas não por último, o CGI.br liderou a realização, juntamente com a ICANN, do “Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet — NETmundial”, do qual resultou uma carta de princípios e um roteiro para a evolução futura da governança da Internet nos níveis nacional, regional e internacional (a Declaração Multissetorial NETmundial). Coube ao CGI.br, também, a tarefa de secretariar e instrumentalizar todo o processo horizontal de consulta internacional, que contou com a participação de mais de mil indivíduos e mais de uma centena de países distintos, e que possibilitou o debate aberto e o consenso em torno da Declaração NETmundial.

Sobre a consulta

A dinâmica da Internet, sua permanente evolução, sua importância para o desenvolvimento nacional, exigem que o CGI.br esteja em constante evolução. É preciso que se adote processo de melhoria contínua para aprimorar, cada vez mais, a representatividade, a capacidade técnica e a governança deste colegiado.

Conforme nota pública divulgada após sua reunião de 18 de agosto último, o CGI.br adotará, com vistas à formulação de suas propostas, “todas as ferramentas disponíveis para habilitar ampla participação da sociedade, inclusive processos de consulta pública e discussões durante o Fórum da Internet no Brasil” visando preparar um “documento contendo informações, diretrizes e recomendações para o aperfeiçoamento da estrutura de governança da Internet no Brasil, a ser encaminhado ao MCTIC até o dia 3 de dezembro de 2017”.,

Formas de participação e cronograma previsto

Esta etapa do processo de Consulta Pública foi estruturada de modo a envolver toda a rede de interlocução do CGI.br, com os diversos setores que contribuem para o desenvolvimento da Internet no Brasil nas últimas duas décadas: governos, comunidades acadêmica e tecnológica, comunidades técnicas, organizações do terceiro setor, empresas e empresários, assim como as usuárias e usuários da rede.

A consulta pelo CGI.br inicia-se com o lançamento de uma plataforma online no dia 2 de outubro, através da qual qualquer pessoa ou instituição poderá enviar sua contribuição, assegurada a ampla participação da sociedade.

O processo inclui a realização de uma audiência pública durante o VII Fórum da Internet no Brasil, que será realizado entre 14 e 17 de novembro no Rio de Janeiro. Na sequência, o CGI.br formulará a sua posição final, a partir dos resultados da Consulta Pública, bem como de todos os demais insumos acumulados. Até o dia 3 de dezembro, o CGI.br enviará ao MCTIC seu documento final contendo sua contribuição, a ser formalizada em documento contendo “Diretrizes e Recomendações para o Aperfeiçoamento da Estrutura de Governança da Internet no Brasil.

Cronograma

  • – 2/10 – Abertura da consulta
  • – 17/11 – Audiência pública durante o VII Fórum da Internet no Brasil
  • – 19/11 – Encerramento da consulta pela plataforma
  • – 20/11 a 28/11 – Sistematização dos conteúdos da consulta pública e da audiência
  • – 29/11 – Envio do relatório sistemático para o pleno do CGI.br
  • – 01/12 – Reunião ordinária do CGI.br com ponto de pauta sobre contribuição do CGI.br ao MCTIC
  • – 03/12 – Envio da posição do CGI.br ao MCTIC

Eixos de consulta

A Consulta pública se estruturará em torno dos seguintes eixos

  • Competências do CGI.br: previstas no Decreto nº 4.829/2003 e incluem o estabelecimento de diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil;
  • Composição: o CGI.br possui composição multissetorial, envolvendo governo, setor empresarial, comunidade científica e tecnológica e terceiro setor;
  • Transparência: a adoção de medidas de transparência e a ampliação da participação social no CGI.br também se alinham com a importância assumida pelo Comitê ao longo dos últimos anos;
  • Eleições e Mandatos: os representantes do terceiro setor, comunidade científica e tecnológica e setor empresarial são eleitos, a partir da composição de colégios eleitorais, para mandatos de 3 anos, sem limites quanto à ocorrência de reeleições;
  • Outros temas ou considerações: espaço para apresentar outras contribuições sobre o tema.

Levantamento apresenta os donos dos meios de comunicação

Fonte: Portal Intercom

No dia 31 de outubro, às 18h, será lançado em São Paulo o Monitoramento da Propriedade da Mídia (Media Ownership Monitor/MOM), projeto realizado no Brasil pela ONG Repórteres sem Fronteiras e pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social. A pesquisa mapeou os 50 maiores veículos de mídia impressa, rádio, televisão e internet do país, os grupos econômicos a que pertencem, seus proprietários, que outros negócios possuem e suas relações políticas.

O resultado será apresentado ao longo de uma programação que contará, além da equipe da pesquisa, com a presença de Olaf Steenfadt, coordenador global do Media Ownership Monitor na Repórteres Sem Fronteiras da Alemanha, e especialistas no tema, como os pesquisadores Cynthia Ottaviano (Presidenta da Organização Interamericana de Defensoras e Defensores das Audiências – OID), Martín Becerra (Universidad Nacional de Quilmes/Argentina) e o jornalista e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins.

Os dados e seus desdobramentos analíticos ficarão disponíveis em um site, que entrará no ar também no dia 31 de outubro. O evento de lançamento acontecerá no Auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, na Rua Genebra, 25, em Bela Vista. Para participar, inscreva-se por meio do link .

Disponibilizado ebook “Comunicação e Cidadania Política”

O Grupo de Pesquisa “Mídia e Sociedade”, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), disponibilizou para ser baixado o livro eletrônico “Comunicação e Cidadania Política”. A obra organizada por Carlo José Napolitano, Maximiliano Martín Vicente e Murilo César Soares surge a partir das recentes crises sociais e políticas brasileiras.

Editado pela Cultura Acadêmica Editora, o livro é dividido em cinco partes: Aportes Conceituais; Impeachment de Dilma Rousseff; Protestos político-sociais; Participação política, cidadania e internet; e Jornalismo político. O ebook está disponível para download no site da Faac/Unesp: http://www.faac.unesp.br/Home/Utilidades/ebook_comunicacao-e-cidadania-politica.pdf

Texto de apresentação

As recentes crises políticas e sociais brasileiras, como foram os casos das jornadas de junho de 2013 e o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (2015/2016), bem como as eleições presidenciais de 2014, evidenciaram as relações íntimas entre mídia e política nas sociedades democráticas, em especial, em momentos de crise.

Tendo como pano de fundo as crises e o processo eleitoral mencionados, o Grupo de Pesquisa “Mídia e Sociedade”, do Departamento de Ciências Humanas, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, da Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Bauru, grupo consolidado e atuante desde 2002 com investigações relacionadas à sociabilidade contemporânea e sua relação com a cultura midiática, organiza a publicação deste livro temático
sobre comunicação e cidadania política.

O livro apresenta trabalhos que ajudam a compreender o papel dos meios de comunicação em situações de crise política, no intuito de evidenciar o estado do conhecimento universal sobre a temática proposta, como também apresentar trabalhos de natureza empírica, focalizando a atual conjuntura política brasileira.

Rede COMUM realiza mesa “discussões a partir da Economia Política do Jornalismo” na SBPJOR

O Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Diversidade (Comum), a partir de uma rede de pesquisadores, realizará no espaço de Sessões Coordenadas do 15º SBPJOR a mesa “Rede COMUM: discussões a partir da Economia Política do Jornalismo”. A atividade será a partir das 14h na Sala CJE 35 na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Parte-se, no Grupo COMUM, da premissa de que a Economia Política da Comunicação pode oferecer às pesquisas em Jornalismo uma abordagem diferenciada dos fenômenos contemporâneos, sobretudo quando são levadas em consideração as condições, estruturas e lógicas empregadas pelas organizações jornalísticas. A intenção dessa mesa coordenada é, nesse sentido, reunir pesquisadores que estudam diferentes vieses da atividade jornalística, a partir da perspectiva teórica da EPC e da EPJ.

A mesa será composta por membros da Rede COMUM, que hoje reúne estudiosos tanto da Universidade Federal do Piauí (sede do grupo), quanto de outras universidades brasileiras e internacionais. Os trabalhos selecionados pretendem, portanto, oferecer um panorama das pesquisas em EPJ, incluindo análises de produtos audiovisuais diversos, de redes sociais e aplicativos voltados para dispositivos móveis, sob a ótica da Economia Política da Comunicação.

As apresentações serão:

Adilson Vaz Cabral Filho & Eula Dantas Taveira Cabral – A mídia no Brasil sob o olhar da EPC

Ainara Larrondo & Juliana Teixeira –  Produção de jornalismo audiovisual com e para dispositivos móveis: a perspectiva dos profissionais quanto ao emprego da mobilidade nas emissoras de TV

Anderson David Gomes dos Santos & Irlan Simões da Cruz Santos – Futebol-negócio e discurso de modernização na Placar da segunda metade dos nos anos 1990

Denise Freitas de Deus Soares; Maria Clara Estrêla; Renan da Silva Marques –  A convergência entre TV e internet no jornalismo audiovisual da Rede Globo

Denise Maria Moura da Silva Lopes & Rivanildo Feitosa –  Quem influencia quem: a busca pela popularidade, o impulsionamento de posts patrocinados, compra de curtidas e falsos seguidores nas redes sociais

Luis Nogueira; Jacqueline Lima Dourado & Thais Souza – O cinema de borda no Piauí como uma expressão do padrão estético alternativo

15ª SPJOR

A Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) realiza todo ano um Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo e um Encontro de Jovens Pesquisadores em Jornalismo. Os eventos este ano ocorrem de 8 a 10 de novembro na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, na capital paulista (SP), e terão como tema principal “Direitos Humanos e a Pesquisa em Jornalismo”.

Mais informações no site do evento: https://sbpjor15.wixsite.com/sbpjor

Chamada para dossiê “Pós-Graduação em Jornalismo no Brasil”

A revista Estudos em Jornalismo e Mídia (EJM), do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR/UFSC), está com chamada aberta até o dia 08 de novembro para a próxima edição, a ser publicada em dezembro de 2017, que será comemorativa aos dez anos do Programa de Pós-graduação em Jornalismo (PosJor) da UFSC e irá tratar sobre “Pós-Graduação em Jornalismo no Brasil”.

Ementa

Nesses dez anos de PosJor, o Programa formou mais de uma centena de mestres. São dissertações que tratam de temas variados nas duas linhas de pesquisa: 1. Jornalismo, Cultura e Sociedade e 2. Tecnologias, Linguagens e Inovação no Jornalismo. Em 2014, a Capes autorizou o funcionamento do Doutorado, sendo que a primeira tese será defendida já em outubro deste ano. Esta será a primeira defesa de doutorado em Jornalismo em toda a América Latina no Século XXI.

No ritmo de comemoração dos 10 anos do PosJor, a revista EJM abre a chamada de artigos para o Dossiê “Pós-Graduação em Jornalismo no Brasil”, convidando à todas as pesquisadoras e todos os pesquisadores do Brasil que integram Programas de Pós-Graduação com área de concentração e/ou linhas de pesquisa que investiguem o Jornalismo e suas especificidades a enviarem seus trabalhos para esta edição comemorativa.

Serão aceitos trabalhos que tratem de estudos teóricos, empíricos e aplicados em jornalismo, envolvendo as seguintes questões: relações e implicações do jornalismo na sociedade e com as práticas sociais diversas; rotinas produtivas e aspectos da produção jornalística e midiática; manifestações do jornalismo como processo histórico, político e econômico; a atuação do jornalismo como prática social e discursiva; o exercício ético do jornalismo; jornalismo e processos editoriais; perspectivas estéticas, de mediação cultural e de recepção das práticas jornalísticas; jornalismo como forma de conhecimento; transformações e inovações no jornalismo decorrentes das tecnologias de informação e de comunicação; formatos, linguagens, design, economias e políticas internas em diferentes plataformas das organizações midiáticas e jornalísticas;  experiências alternativas de produção, circulação e recepção de notícias.

O prazo para a submissão de artigos para o Dossiê “Pós-Graduação em Jornalismo no Brasil” vai até o dia 31 de outubro de 2017. A EJM possui Qualis B1 em Comunicação & Informação e aceita artigos em português, espanhol e inglês. O envio dos artigos deve ser feito exclusivamente pelo cadastro no site da revista EJM, em que podem ser observadas as demais diretrizes para autores: https://periodicos.ufsc.br/index.php/jornalismo.

Chamada para dossiê “Debatendo Capitalismo e perspectivas para o Futuro do Radical”

A Revista Triple C (Qualis B1 em Comunicação & Informação) está com chamada aberta até o dia 15 de novembro para o envio de resumos para dossiê sobre os 200 anos de Karl Marx, denominado “Debatendo Capitalismo e perspectivas para o Futuro do Radical”.

Ementa

5 de maio de 2018 marca o 200º aniversário de Karl Marx. A revista tripleC: Communication, Capitalism & Critique (http://www.triple-cat) celebra o aniversário de Marx e a crítica do capitalismo com uma questão especial, na qual os teóricos críticos refletem a relevância das obras de Marx e a crítica marxista do capitalismo hoje.

A seção principal da edição especial apresentará um debate entre David Harvey e Michael Hardt/Toni Negri, que se envolverá em um diálogo sobre Marx hoje e a relevância da práxis e da teoria de Marx para a crítica do capitalismo contemporâneo.

Convidamos a submissão de resumos (máximo de 250 palavras) para reflexões sobre as seguintes questões:

* Como a teoria de Marx nos ajuda a entender o capitalismo hoje?
* 200 anos após o nascimento de Marx, em que tipo de capitalismo vivemos hoje? Qual é o tipo e o foco da análise e praxis marxistas, precisamos analisar e criticar o capitalismo?
* Em que elementos da teoria de Marx e a história de 200 anos da teoria marxista podemos hoje desenhar melhor para avançar a teoria radical, a análise do capitalismo e as lutas por alternativas ao capitalismo?

Prazo para envio de resumo: 15 de novembro de 2017 (250 palavras, por e-mail para Denise Rose Hansen, editor-gerente da tripleC: d.hansen@triple-c.at, inclua um título de submissão, seu nome e contato, uma biografia curta de até 100 palavrasa e um resumo de 250 palavras, envie o resumo e meta-dados em um arquivo Word ou arquivo-texto [não no corpo do e-mail]).

Pretende-se incluir cerca de 10-15 reflexões. Naturalmente, se o número de submissões for alto, os editores terão que fazer uma seleção.

Data de aceite: até 30 de novembro de 2017.

Envio de artigos completo (máximo de 5.000 palavras, incluindo todas as referências, notas de rodapé e tabelas): 30 de janeiro de 2018

Publicação on-line da edição especial: 5 de maio de 2018 (200º aniversário de Karl Marx).

FNDC lança relatório sobre violações à liberdade de expressão

Fonte: FNDC

Na semana em que a campanha Calar Jamais! completa exatamente um ano de lançamento, o Fórum Nacional pela Democratização (FNDC) publica o balanço das violações à liberdade de expressão registradas ao longo desse período. O relatório “Calar Jamais! – Um ano de denúncias contra violações à liberdade de expressão”, disponível em versão digital, documenta cerca de 70 casos apurados, organizados em sete categorias: 1) Violações contra jornalistas, comunicadores sociais e meios de comunicação; 2) Censura a manifestações artísticas; 3) Cerceamento a servidores públicos; 4) Repressão a protestos, manifestações, movimentos sociais e organizações políticas; 5) Repressão e censura nas escolas; 6) Censura nas redes sociais; e 7) Desmonte da comunicação pública.

O conjunto das violações comprova que práticas de cerceamento à liberdade de expressão que, já ocorriam no Brasil – por exemplo, em episódios constantes de violência a comunicadores e repressão às rádios comunitárias –, encontraram um ambiente propício para se multiplicar após a chegada de Michel Temer ao poder, por meio de um golpe parlamentar-jurídico-midiático, que resultou na multiplicação de protestos contra as medidas adotadas pelo governo federal e pelo Congresso Nacional.

São histórias de repressão que se capilarizaram em todas as regiões, em cidades grandes e pequenas, praticados pelos mais diferentes atores. Além das tradicionais forças de segurança e de governos e parlamentares, o autoritarismo da censura tem chegado a grandes empresas, direções de escolas até a cidadãos comuns, que tem feito uso do Poder Judiciário para calar aqueles de quem discordam. Assim, manifestações de intolerância religiosa, política e cultural, fruto do avanço conservador no país e de um discurso do ódio reproduzido muito tempo e de maneira sistemática pelos meios de comunicação hegemônicos, têm se espraiado.

Como lembra a apresentação do relatório, casos como o do jovem pernambucano Edvaldo Alves, morto em decorrência de um tiro de bala de borracha enquanto protestava justamente contra a violência, ou do estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, que teve traumatismo craniano após ser atingido com um golpe na cabeça durante manifestação em Goiânia, deixaram de ser raridade. A publicação também traz o registro da invasão da Escola Florestan Fernandes, do MST, pela polícia; da condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães; e do flerte de Temer com a suspensão dos direitos constitucionais, por meio do decreto presidencial de 24 de maio passado, que declarou Estado de Defesa e autorizou a ação das Forças Armadas para garantir a “ordem” no país.

Na avaliação da Coordenação Executiva do FNDC, desde o lançamento da campanha Calar Jamais!, o que se registrou foi assustador. “Denúncias chegavam constantemente, e cada vez mais diversificadas. Não era apenas a quantidade de casos que alarmava, mas os diferentes tipos de violações, que se sucediam progressivamente, cada vez mais graves”, afirma a entidade em trecho de apresentação do relatório.

O mais preocupante é que os casos sistematizados pelo Fórum relatam apenas as denúncias que chegaram até à campanha, especialmente em decorrência da sua própria visibilidade na mídia e na internet. Pelo quadro apresentado, portanto, é razoável imaginar que dezenas de outros episódios certamente ocorreram e não alcançaram qualquer repercussão no país. Outros seguem em curso, como projetos de lei para proibir manifestações artísticas ou estudantes que ainda respondem a processos por terem ocupado escolas contra a PEC 55. Também segue o desmonte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde os registros de assédio moral e censura contra jornalistas e radialistas, praticados pela direção nomeada por Temer, são quase diários. Tudo diante da omissão ou conivência de quem deveria defender a liberdade de expressão no país.

Além de cobrar publicamente a responsabilidade dos agentes internos responsáveis pelos ataques à liberdade de expressão constatadas, a campanha Calar Jamais! e o FNDC pretendem levar o relatório para autoridades nacionais e organismos internacionais de defesa de direitos humanos. E, assim, quem sabe, condenar o Estado brasileiro nas cortes internacionais por estas violações.

Baixe aqui o relatório “Calar Jamais! – Um ano de denúncias contra violações à liberdade de expressão”.

Conheça a campanha, denuncie, divulgue e compartilhe!

Sem liberdade de expressão, não há democracia!

Chamada para IV Congresso Latino-Americano de Ouvidorias das Audiências de Mídia

Em 30 e 31 de outubro, a Universidade de Brasília sedia o IV Congresso Latino-Americano de Ouvidorias das Audiências de Mídia. A chamada de resumos, em português ou espanhol, vai até o dia 20/10.

A programação conta com a participação diversificada de palestrantes nacionais e internacionais como Laurindo Leal Filho, Joseti Marques, Caio Tulio Costa, Rafiza Varão, Madalena Oliveira, Liziane Guazina, José Eduardo Elias Romão, Luiz Martins da Silva, Marcelo Beraba, Cynthia Ottaviano, Beatriz Solis, Gabriel Sosa Plata, Lucy Garza, Nathalia Rojas Zuñiga e Adriana Solórzano.

Junto com as palestras e debates, há espaço para apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos por doutores, doutorandos, mestres, mestrandos e profissionais e uma jornada dedicada a graduandos.

Para isso, a Comissão Organizadora do Congresso aguarda até 20/10 a submissão de resumos em português ou em espanhol de 300 a 500 palavras enviados no corpo de mensagem para o e-mail:congressooid2017@gmail.com

No título da mensagem, deve haver a indicação de um dos Grupos de Trabalho abaixo relacionados:

A) GT 1 Comunicação e Participação

Dedicado a trabalhos que debatam os mecanismos e possibilidades de participação das(os) usuários de veículos de comunicação na gestão e/ou nos rumos dos meios

B) GT2 Comunicação e Cidadania

Dedicado a trabalhos que façam uma reflexão sobre direitos e deveres dos veículos de comunicação e dos seus usuários, levando como uma das principais referências o Direito à Comunicação

C) GT3 Comunicação e Direito de Acesso a Informação

Dedicado a trabalhos que façam uma conexão entre o papel que deve ser realizado e é desenvolvido pelos veículos de comunicação na promoção do direito à informação dos profissionais e dos(as) usuários

D) GT4 Comunicação, Accountability e Prestação de Contas

Dedicado a trabalhos que façam balanços de experiências de Instrumentos de Prestação de Contas, tais como Ouvidorias, serviços de ombudsman, Defensorias, Conselhos de Leitores etc desenvolvidos por veículos de comunicação

No intuito de oferecer a maior participação possível, não haverá cobrança de taxa de inscrição no evento.

A realização do IV Congresso Latino-Americano de Ouvidorias das Audiências de Mídia em Brasília pretende estimular o debate e a análise de experiências de mediação entre público e veículos de comunicação.

O evento dá continuidade a atividades desenvolvidas anteriormente em outros países latino-americanos pela Organização Interamericana de Defensorias de Audiências e promove diálogo e cooperação que contribuem com a cultura de participação e com a produção científica entre os participantes desta atividade acadêmica ligada diretamente à interação, ao diálogo e à inovação.

Organizar o IV Congresso Latino-Americano de Ouvidorias de Audiências de Mídia no Brasil se mostra ainda mais necessário em função da atual situação sociopolítica no país e, como base e consequência, do debate sobre ética, liberdade de expressão, direito de resposta e prestação de contas. A participação de especialistas nacionais e internacionais pretende contribuir com o aprimoramento da relação público-mídia no Brasil.