Lançamento de livro sobre as TVs públicas brasileiras no INTERCOM

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A professora da Universidade Federal de Viçosa Ivonete da Silva Lopes, lança, neste domingo, dia 6, o livro: TV Brasil e a construção da rede nacional de televisão pública. O evento será realizado na sala Vianinha da Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), às 11h, durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (INTERCOM).

O livro é resultado da tese de Doutorado de Ivonete, defendida, no ano passado, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Na obra, a autora analisa detidamente a construção da rede nacional de televisão pública liderada pela TV Brasil, emissora que integra a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), articulando o caso brasileiro com as transformações que vêm ocorrendo nas políticas de comunicação da América Latina no tocante ao fortalecimento e criação de meios de comunicação públicos.

A obra consta com prefácio de César Bolaño, professor da Universidade Federal de Sergipe e líder do grupo de pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS). Você pode ler a apresentação, o prefácio e a introdução de TV Brasil e a construção da rede nacional de televisão pública no site da Editorial Paco.

TVs públicas e democratização: o exemplo argentino para as emissoras universitárias

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Por Carine Felkl Prevedello*

Os recentes impactos provocados, especialmente na América Latina, pela instituição da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual (LSCA) na Argentina, conhecida como “Lei de Meios”, envolvem, para além das alternativas apresentadas ao histórico embate entre os monopólios de mídia e a defesa do interesse público, a definição de espaços estratégicos para o fortalecimento de novos canais de comunicação com preservação da diversidade de atores e de conteúdo.

No Brasil, é possível afirmar que a legislação mais progressista para a democratização da Comunicação completou 20 anos em 2015: a Lei n° 8977, que instituiu a TV a cabo, determinou a criação dos canais de utilização gratuita, originando os canais legislativos, judiciários, comunitários e universitários, o que amplia o grupo em torno das TVs educativas já estabelecidas no país desde a década de 1960. A criação posterior da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em 2007, inspirada no modelo da BBC de Londres, representa outro marco na estruturação de um sistema público de Comunicação, com a gestão por meio de Conselho Curador, mas manutenção do financiamento estatal e dificuldades permanentes para a distribuição e circulação do canal em todo o país. Entretanto, ainda que possam ser considerados avanços em relação às legislações anteriores, a permanência do Código Brasileiro de Radiodifusão, de 1962, mesmo diante da norma de complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal, prevista na Constituição de 1988, abriga a proteção às concessões de radiodifusão negociadas politicamente, favorecendo a manutenção dos oligopólios de mídia e a falta de meios de fiscalização, acompanhamento e interferência pública sobre a característica da programação.

Outra limitação do caso brasileiro reside no fato de que os canais de utilização gratuita permanecem restritos à TV a cabo, enquanto os canais comerciais, de propriedade privada e finalidade lucrativa, dominam o espectro aberto de televisão no Brasil, que hoje atinge mais de 95% dos domicílios. O processo de transição para a TV digital, que atinge as emissoras de sinal aberto, iniciado nos anos 2000, apesar de apresentar uma oportunidade para a revisão da dicotomia característica do sistema de televisão no país, parece, até o momento, colaborar para a manutenção dos privilégios dos canais privados, em contraposição ao fortalecimento dos canais públicos. Está garantida, pela legislação que institui o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), a migração direta dos canais comerciais abertos para a TV Digital, enquanto os canais públicos terão de dividir espaços compartilhados, sem previsão de ampliação das concessões para os sistemas público e estatal.

Nesse sentido, é importante reconhecer que a Lei de Meios argentina representa uma vitória consistente em duas frentes. Em primeiro lugar, estabelece diretrizes para impedir a manutenção e formação de oligopólios que concentrem a propriedade de veículos de comunicação – com o claro objetivo de atingir diretamente o conglomerado Clarín, francamente opositor ao governo de Cristina Kirchner -, e em segunda instância determina a concessão de uma série de licenças para operação de canais públicos e comunitários, sem necessidade de outorga ou revisão, atendendo ao objetivo de diversificar, regionalizar e democratizar o acesso à produção e distribuição de conteúdo audiovisual.

Entre sus objetivos principales se destacan la inclusión de diversos sectores en la gestión de medios (estatales, comerciales y sin fines de lucro) y los límites a la concentración de la propiedad, expresados en los topes en cantidades de licencias (24 para operar TV cable, 10 para radiodifusión abierta), en el dominio del mercado (35 %) y en la prohibición de propiedad cruzada, tanto entre el sector de telecomunicaciones y el audiovisual como para la operación de TV abierta y de pago en la misma zona de cobertura. (MARINO, 2014).

Entre os setores onde observamos uma das mudanças mais significativas, está o reconhecimento das universidades públicas como polos potenciais para produção e diversificação do conteúdo audiovisual. Pela Lei de Meios argentina, cada uma das 39 universidades ligadas a 22 províncias recebeu um canal de frequência aberta e outro para emissora de rádio na sua localização central, com permissão para autorizar frequências adicionais, ou seja, emissoras afiliadas. Antes disso, o campo de TVs públicas, estatais ou não-estatais, no país estava limitado em um canal público nacional, 11 canais públicos provinciais, dois universitários e um outorgado à Igreja católica.

No Brasil, desde a instituição da Lei da TV a cabo, foram instituídos pelo menos 46 polos de produção audiovisual distribuídos em 22 instituições do interior dos estados, e outros 24 nas capitais (PREVEDELLO, 2013). Entretanto, esse mapa não representa a estruturação de canais universitários, ou mesmo TVs em operação, permanecendo alguns como produtores periféricos de conteúdo, outros com divisão de um canal local e inserção mínima de programação própria, e ainda os casos de uso do canal com finalidades comerciais. A desigualdade da distribuição regional também representa um entrave a ser superado: na região Norte, a maior em extensão territorial no país, onde se encontram os povos indígenas, há apenas um canal autorizado na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A ausência de projetos e recursos para incentivo à produção universitária, assim como ausência de definição de diretrizes para as características da programação são fatores relacionados às distorções e ao baixo aproveitamento desses canais como polos de produção audiovisual diversificada.

Uma das exigências da Lei de Meios para as emissoras universitárias estabelece a necessidade de 60% de produção própria e de representatividade regional e comunitária entre os produtores de conteúdo. Outra questão relevante a ser considerada é o fato de que as concessões para as emissoras universitárias argentinas estão destinadas aos canais abertos, com massiva penetração (embora na Argentina as transmissões a cabo já alcancem 70% da população), enquanto no Brasil permanecem restritas ao espectro pago, com alcance de apenas 30% dos domicílios brasileiros, segundo a Anatel.

A partir de la división del país en nueve regiones o polos, se constituyó un sistema federal en red donde las Universidades Nacionales nuclearon a los actores del sector audiovisual televisivo de cada comunidad para conformar Nodos. Los Nodos Audiovisuales fueron pensados como sistemas productivos locales integrados por cooperativas, organizaciones sociales afines al sector audiovisual, productores independientes, televisoras y organismos públicos locales. En los Nodos, las Universidades Nacionales y los actores audiovisuales del medio local trabajaron juntos para desarrollar y consolidar la producción televisiva de las distintas regiones de nuestro país. (MONJE, ZANOTTI, 2015).

Entretanto, passados seis anos de aprovação da Lei de Meios, os debates atuais permanecem semelhantes às dificuldades brasileiras, em termos de implementação das diretrizes e financiamento do sistema. Há editais e programas de incentivo público em andamento, mas com impactos pouco consolidados na transformação da programação televisiva argentina. Essa perspectiva – da dificuldade de consolidação das determinações da legislação – está presente na crítica mais feroz feita à Lei de Meios, debate atual no contexto de eleições presidenciais, crítica que está também relacionada à expectativa pela superação dos oligopólios de mídia, representados principalmente pelo grupo Clarín, mas hoje também, de acordo com os partidos opositores a Kirchner, pelo aparato estatal. Consistiriam dois grandes grupos, um oficialista e outro opositor, trabalhando segundo seus próprios interesses e sem espaço para vozes discordantes. “As corporações existiam antes e seguem existindo: a diferença é que hoje existem duas: ambas são conservadoras e tratam de defender seus interesses, não há democratização de fato”, afirma o candidato do Movimento Social de Trabalhadores (MST), a extrema esquerda argentina, Alejandro Bodart.

Esta crítica, ancorada em um debate político que defende a compreensão de que “a lei nasceu velha”, reflete uma posição de exigência de parte da sociedade argentina que não impede, entretanto, que outros pontos de vista reconheçam a centralidade da Lei de Meios como um marco para a discussão da democratização da Comunicação na América Latina.

La LSCA debe ser comprendida como punto de partida hacia la democratización del sistema de comunicación y cultura. No es la etapa final de un proceso, sino el comienzo de un camino. Ese recorrido que apenas se inicia debería implicar cambios en la estructura y composición del sistema de medios. Además estipula una serie de condiciones que, de cumplirse, podrán modificar la oferta cultural audiovisual, los tipos de discursos y los contenidos, como apertura hacia la diversidad. (MARINO, 2015)

Uma mudança, que, pelo menos nas soluções apresentadas pela Argentina, envolve como questão primordial o reconhecimento da comunicação como bem e direito público e social, – entendimento condicional para a revisão da legislação brasileira para a TV aberta -, a exemplo da história das televisões públicas europeias, e, por outro lado, especialmente na questão audiovisual, visualiza nos polos de produção universitários um elemento central para a articulação de atores não-hegemônicos e para a regionalização e consequente diversificação da programação televisiva.

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MARINO, Santiago. Vaivén: desgranar moralejas em la Argentina de la ley audiovisual. Dossiê n°14 do Observatório Latinoamericano do Instituto de Estudos da América Latina e Caribe (IEALC). Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Buenos Aires, 2014.
MONJE, Daniela; ZANOTTI, Juan Martín. Televisoras públicas universitárias argentinas: el actor emergente. Revista Lumina. Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Juiz de Fora (MG), vol. 9, junho 2015.
PREVEDELLO, Carine. TVs universitárias público-estatais: um breve eco da pluralidade rumo à digitalização no interior do Brasil. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade do Vale do Rio do Sinos: São Leopoldo: Unisinos, 2013.
VALOR ECONÔMICO. TV por assinatura cresce 7% no Brasil em março. Disponível na internet em: <http://www.valor.com.br/ empresas/4035116/tv-por- assinatura-cresce-7-no-brasil- em-marco>. Acesso em 31/08/2015.

*Carine Felkl Prevedello é doutora em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos), professora e servidora técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Exposição “O SNI e a Comunicação” na ECO/UFRJ

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O Grupo de Pesquisa Políticas Economia da Informação e da Comunicação (PEIC) fez uma investigação no Arquivo Nacional para buscar informações sobre as concessões de rádio e televisão no período da ditadura, mas o que foi encontrado foi além disso. É este material que será exposto na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) de 03 de setembro a 02 de outubro na exposição “O SNI e a Comunicação”.

Lançamento do Observatório de Comunicação Pública na UFRGS

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No dia 27 de agosto (quinta-feira) será lançado o Observatório de Comunicação Pública – OBCOMP – no Programa de Pós Graduação em Comunicação e Informação (UFRGS), como parte das comemorações dos 20 anos do PPGCOM.  O lançamento contará com a presença da Professora Dra. Vera Regina França (UFMG) que proferirá a palestra ‘Comunicação pública e interação social’. O evento terá início às 16 horas, no auditório 2 da FABICO.

Acesse o site do OBCOMP: http://www.ufrgs.br/obcomp/

ALAIC lança novo livro no Seminário ALAIC Cone Sul

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A Associação Latino-Americana de Investigadores em Comunicação (ALAIC) lança durante o Seminário Regional (Cone Sul) da entidade, 27 e 28 de setembro, na Universidad Nacional de Córdoba, o livro La contribución de América Latina al campo de la Comunicación. Historia, enfoques teóricos, epistemológicos y tendencias de la investigación.

Organizada por César Bolaño (Universidade Federal de Sergipe/Grupo CEPOS e ex-presidente da ALAIC), Delia Crovi Druetta (Presidenta ALAIC-  México) y Gustavo Cimadevilla (Vice Presidente ALAIC), a obra reúne textos elaborados pelos coordenadores e ex-coordenadores dos Grupos Temáticos da entidade, assim como de outros destacados acadêmicos por eles convidados. O livro oferece um panorama amplo do trabalho intelectual da região e se constitui num documento valioso para atualizar o conhecimento e o trabalho de investigadores e docentes da comunicação.

A a publicação conta com um artigo escrito por César R. S. Bolaño, Ancízar Narváez (Universidad Pedagógica Nacional-COL) e Ruy Sardinha Lopes (USP) com o título “Economía política de la información, la comunicación y la cultura”, que traz um relato do desenvolvimento dos estudos em EPC na América Latina.

La contribución de América Latina al campo de la Comunicación. Historia, enfoques teóricos, epistemológicos y tendencias de la investigación estará disponível para venda no site da editora Prometeo: http://prometeoeditorial.com/src/Producto.php?IdProducto=839&Origen=L

APRESENTAÇÃO

A constituição de uma política e reforma dos GTs, o desdobramento das representações regionais, a prioridade ao tema do “pensamento crítico” nos Congressos de Bogotá, Montevidéu e Lima, a promoção dos seminários regionais (destinados a aumentar o diálogo e a ação conjunta com as associações nacionais de investigadores, cujo número tem cresceu muito no período), os seminário de São Paulo e La Paz, a nova política de publicações, a reestruturação do portal da ALAIC, a sustentação de sua revista em papel e com divulgação online e a criação de uma nova publicação (o Journal of Latin American Communication Research), assim como a busca de ações coordenadas com outras associações macro-regionais de todo o mundo, têm caracterizado esta gestão. Este livro é parte desse esforço. Para a sua concretização foram convidados ex-coordenadores de GTs que estiveram um grande período à frente dos grupos e outros atuais, assim como alguns colegas aos quais eles deram participação. Todos especialistas destacados em suas subáreas de conhecimento e com uma experiência acumulada de privilégio para poder refletir a história e a situação atual de cada um deles.

ÍNDICE

Como a obra é em espanhol, segue abaixo o índice sem tradução:

1- Cuatro décadas después, por César Bolaño, Delia Crovi Druetta y Gustavo Cimadevilla.

2- El campo científico de la comunicación en América Latina: perspectiva histórica, por José Marqués de Melo.

3- Investigar la comunicación y formar comunicadores en América Latina hoy. Una conversación con Jesús Martín Barbero, por William Fernando Torres.

4- Teoría y metodología de la investigación en comunicación en América Latina: ALAIC y el desafío de la fragmentación, por Raúl Fuentes Navarro.

5- Claves y tiempos del análisis del discurso y la semiótica en América Latina, por Eliseo R. Colón Zayas.

6- Investigación latinoamericana de recepción: un largo camino andado, una historia viva para contar, por Nilda Jacks y Guillermo Orozco Gómez.

7- Historia y comunicación. Recorridos, tensiones y posibilidades del sub-campo de estudios en América Latina, por Eduardo Gutiérrez.

8- Folkcomunicación, por Betánia Maciel y Marcelo Sabbatini.

9- Panorama y perspectivas de los estudios de comunicación organizacional y relaciones públicas en América Latina, por Margarida M. Krohling Kunsch.

10- Educomunicación en América Latina. Tendencias y expectativas, por Delia Crovi Druetta y Luz María Garay Cruz.

11- Comunicación y salud en América Latina: un campo en permanente movimiento, por Inesita Soares de Araújo y Milca Cuberli.

12- Las venas abiertas del periodismo en el área académica de América Latina, por Eduardo Meditsch.

13- La comunicación política en América Latina: entre la consolidación como disciplina y la apertura de nuevos enfoques de investgigación inter-disciplinar, por Andrés Cañizález y Matías Ponce.

14- Comunicación digital, redes y procesos. Balance de la investigación en América Latina, por Carlos Arcila Calderón y Mabel Calderín Cruz.

15- Economía política de la información, la comunicación y la cultura, por César R. S. Bolaño, Ancízar Narváez y Ruy Sardinha Lopes.

16- Trayectos aplicados y académicos de la convergencia comunicación-desarrollo, por Gustavo Cimadevilla.

17- Comunicación popular, comunitaria y ciudadana: ejes de investigación y fundamentos teóricos, por Cicilia M. Krohling Peruzzo.

18- Comunicación, desarrollo y cambio social, por Alfonso Gumucio-Dagron.

Chamada de trabalhos: jornalismo, mídia e política

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A revista científica internacional “Sobre Jornalismo/ About Journalism / Sur le Journalism” está com chamada de trabalhos aberta para o dossiê “Estudos comparativos sobre jornalismo, mídia e política”. A edição será coordenada pelos professores: Arnaud Anciaux (Université Laval, Canadá), Julián Durazo Herrmann (Université du Québec à Montréal, Canadá) e Liziane Soares Guazina (Universidade de Brasília, Brasil) e o prazo para envio de propostas de artigo (resumos expandidos) se encerra dia 31 de outubro de 2015.

EMENTA

Qualquer análise do jornalismo, da mídia ou da política a partir de uma perspectiva social evidencia numerosos pontos de contato e efeitos cruzados importantes entre os três temas. Estes pontos de contato aparecem tanto nas grandes construções teóricas das ciências sociais como nas reflexões baseadas em trabalhos de campo e nas análises empíricas. Apesar disso, raramente a relação entre jornalismo, mídia e política tem sido estudada de maneira sistemática.

Assim, a análise comparada entre espaços, mundos e sociedades distintas nos parece especialmente apropriada para conectar estes fenômenos e seus contextos. Este projeto se nutre de uma tradição bem consolidada de pesquisas comparadas – seja de maneira consciente ou espontânea – entre diferentes países que tenham produzidos numerosos trabalhos importantes, tanto individuais quanto coletivos. Estes estudos respondem a imperativos acadêmicos diversos que dependem, entre outras coisas, da trajetória e das preferências dos pesquisadores que os realizam. A comparação também é resultado de uma certa economia de pesquisa que procura estabelecer e desenvolver vínculos entre atores sociais e acadêmicos em uma escala internacional.

Esta diversidade de estratégias de comparação pode dar origem a um grande número de questionamentos: quais são os objetos de comparação? Quais são os critérios, os mecanismos e os métodos deste tipo de análise? Entre espaços locais e sociedades nacionais, qual é o âmbito ideal para a comparação? Como se constrói metodologicamente uma análise comparada? Como se fazem inferências e se elaboram generalizações teóricas a partir de uma comparação? Qual é o lugar do debate sobre os métodos quantitativos e qualitativos nesta discussão? Por todos estes motivos, preparamos este número especial da revista Sur le journalisme – About journalism – Sobre jornalismo sobre a análise comparada simultânea ou paralela do papel do jornalismo, da mídia e da política em espaços e sociedades diferentes.

Solicitamos artigos provenientes de todas as disciplinas das ciências sociais e humanas que se interessem pela análise comparada do jornalismo, da mídia e da política. Por isso, os artigos propostos podem abordar os diferentes temas deste número especial das mais diversas maneiras: por exemplo, através do estudo das relações mídia-democracia, da análise dos laços entre os sistemas de mídia e as práticas políticas do jornalismo, do estudo sobre o papel do jornalismo nos processos políticos (como, por exemplo, nas campanhas eleitorais), entre outros. De maneira mais geral, as propostas poderão concentrar-se em um ou outro dos três temas abordados no número, sempre que contribuam para uma reflexão comum. Qualquer que seja a abordagem temática, os artigos devem recorrer explicitamente a um dos diferentes métodos comparativos (comparação stricto sensu de casos distintos, contraste entre diferentes países, perspectiva transnacional, etc.). Também levaremos em consideração perspectivas epistemológicas, teóricas ou metodológicas que abordem os temas deste número especial de maneira original e pertinente.

Para por em marcha este diálogo, as propostas escolhidas poderão basear-se em metodologias qualitativas, quantitativas ou mistas; porém, em qualquer caso, deverão dedicar uma parte importante de sua apresentação para explicar seu posicionamento epistemológico e metodológico. Os estudos de campo deverão oferecer uma contribuição original à análise cruzada do jornalismo, da mídia e da política. É importante que estes artigos discutam de maneira precisa e crítica como mobilizaram seus posicionamentos epistemológicos e metodológicos na pesquisa e assinalem os elementos que lhes permitem elaborar generalizações e análises teóricas. 

SUBMISSÃO

Solicita-se confirmar o interesse de participar do dossiê até o dia 31 de outubro de 2015 por meio do envio de um texto de duas páginas aos coordenadores do dossiê:
arnaud.anciaux@com.ulaval.ca; durazo.julian@uqam.ca; liziane.g@uol.com.br.

Os textos podem ser redigidos em português, inglês,francês ou espanhol. Os artigos, de 30 a 50 mil caracteres (com espaço), devem ser encaminhados até o dia 29 de fevereiro de 2016 aos coordenadores do dossiê.

Sobre jornalismo é um periódico internacional peer-reviewed, de acesso livre, com versões eletrônica e impressa. A revista, editada desde 2012, publica dossiês temáticos e artigos livres. Ela aceita proposições em inglês, francês, português e espanhol.

Chamada para livro sobre TVs públicas

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As professoras Nádia Maria Weber Santos e Ana Luiza Coiro Moraes (UNILASSALE-RS) informam que está aberta, até o dia 18/9,  chamada para o livro TVs Públicas: memórias de arquivos audiovisuais. É necessário enviar uma breve explicação e/ou resumo do artigo que pretende-se submeter para os e-mails anacoiro@gmail.com e nnmmws@gmail.com. A entrega final dos artigos se dará em abril/2016). 

EMENTA

Busca-se artigos cujas reflexões se dirijam aos estudos sobre memórias de TVs públicas, de suas grades de programação, de seus recursos imagéticos e visuais, de seus regimes de identidade e representação dos poderes públicos a que se vinculam, de seu papel na promoção da cultura, dentre outros temas que remetam, sobretudo, ao seu estatuto de dispositivo tecnológico que integra, configura/reconfigura o espaço público e que dá conta da memória das sociedades em que estão inseridos os arquivos audiovisuais pesquisados.

O livro conta com verba de pesquisa desenvolvida nos arquivos audiovisuais da TVE/Fundação Piratini/RS, contemplada pelo edital PQG 02-2015 da Fapergs.

 

Políticas de Educomunicação e o Movimento de Alfabetização da Informação em países com baixo desenvolvimento social e humano

figura1Por Paola Madeira Nazário*

Na análise do cenário da Educomunicação considera-se que o trabalho pela expansão, mensuração, inserção, fortalecimento e usos da Alfabetização dos Media é dicotômico, contraditório e está rumo ao enfraquecimento. A atividades de educar para os meios de comunicação e informação está expandindo-se em determinados contextos sociais e perdendo sua força em outros, já anteriormente consolidados nessa ação educativa. Sendo pela abordagem teórica, pelo método aplicativo, por questões estruturais de determinados territórios, e principalmente pela falta de uma visão estratégica contra-hegemônica, o fato é que os estudos e aplicabilidades sobre da Media Literacy estão a perder sua força de expansão.

Vários são os centros de estudos consagrados na temática, por exemplo: na América Latina, Brasil – ECA –USP; América Central – México, América do Norte: EUA (Salzburg for Media and Global Change e Association College and Research Libraries), Canadá (Califórnia: O Center for Media Literacy (CML); União Européia (EMEDUS – European Media Literacy Observatory), Reino Unido, Inglaterra; África (Nigéria); e Ásia.

Alguns dos motivos para o enfraquecimento das ações de Media Literacy é a polissemia do conceito, suas numerosas e diversificadas correntes teóricas, inúmeros métodos e nomenclaturas. Característica que por um lado foi fundamental para o amadurecimento desse campo do conhecimento, mas por outro acaba por trazer uma falta de unidade de seus objetivos e métodos realizados para alcançá-los.

Como exemplo da nominação destaca-se Educomunicação, Educação para a Mídia, Media Literacy, Educação para os Media, Alfabetização Midiática, Competências da Informação. Quanto às diferentes abordagens desenvolvidas por professores e pesquisadores em diversos estados-nação, salienta-se a Proteccionista, Ferramentista, Educação artística da Mídia, Mídia-Movimento de Alfabetização, entre outras. Essa última centra-se em métodos educativos na crítica da ideologia e análise das políticas de representação em dimensões cruciais de gênero, raça, classe e sexualidade; incorporando mídia alternativa à produção; e expandindo a análise textual para incluir questões de contexto e controle social. Diante dessas dinâmicas a Media Literacy encontra-se em um alto grau de desenvolvimento científico, organizacional, legislativo e aplicativo. Em diversos países suas ementas são trabalhadas em sala de aula como disciplina regular do currículo formar, desde o ensino básico ao secundário.

No Fórum Mundial de Educação no ano de 2000 em Dacar, a Unesco liderou as comunidades internacionais de maneira a organizar as metas a serem cumpridas no plano de Educação para Todos.¹ A Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI) tem como estrutura o Plano de Ação, o qual se configura em princípios, linhas de ação e objetivos acordados pela Declaração do Milênio, Consenso de Monterrey e pela Declaração de Joanesburgo.

As metas do Plano de Ação para 2015 trabalham pela inclusão, competitividade e acesso das TIC a partir da conexão entre as TIC e as aldeias, universidades, faculdades, escolas secundárias e primárias, centros científicos e de investigação, a população mundial a rádio e a televisão, o diálogo virtual entre governo central e regional, assim como da sociedade civil, com o objetivo de garantir que mais da metade da população mundial tenha acesso a TIC (especial atenção será dada às necessidades dos países em desenvolvimento, e em particular para os países, povos e grupos citados nos parágrafos 11-16 da Declaração de Princípios das normais internacionais de direitos humanos).

Salienta-se que os objetivos do Plano de Ação estão em contradição em relação entre desenvolvimento social e humano e o possibilidades de acesso, onde no detrimento de países com baixo índice de desenvolvimento está a correlação entre forças hegemônicas, principalmente advindas dos Estados as quais asseguram, na sua maioria a lógica da exclusão em prol do desenvolvimento social e humano concentrado.

Dos 46% dos lares do mundo com acesso à internet, 90% desses lares estão em países em desenvolvimento: Asia: 45, 7% – Europa: 19,2% – América Latina/Caribe: 10% – América do Norte 10,2% – Àfrica: 9,8% – Middle East 3,7% – Oceania/Austrália 0,9%.²

Diante dos dados e cenários de articulação social destacados posteriormente, questiona-se se sociedades com baixo índice de acesso à net e alto nível de desigualdade podem vir a atingir um maior nível de impacto na esfera pública, na formação crítica e Desenvolvimento Social e Humano individual e coletivo, do que em sociedades onde as atividades de Media Literacy que já se encontram fortalecidas?

A percepção da ambiguidade na utilização das TIC, tanto para o fortalecimento do poder hegemônico, quanto para a articulação dos movimentos de resistência, abrange a temática das redes sociais atribuindo a essas um valor de novas formas de controle, percebendo-se assim a Educomunicação um assunto indispensável para a participação cívica. Contudo, a distribuição desigual de Competências de Literacia dos Meios, pode levar a uma desigualdade de oportunidades já que as pesquisas demostram que políticas e estratégias nacionais MIL ter maior alcance e programas sustentáveis³ (UNESCO, 2013).

A partir da observação da organização da sociedade civil em movimentos de manifestação pública de protesto salienta-se a importância das aplicabilidades de uma Literacia Crítica dos Media como desenvolvimento de um projeto democrático de participação cívica e progresso social em prol do Desenvolvimento Social e Humano.

Para ilustrar esse argumento destaca-se as Manifestações de 2013 no Brasil, e o conflito entre a base central da REMANO e FADM, em Moçambique (África) no mesmo ano. Observa-se a utilização das redes sociais, diante das especificidades de monopólio da informação e baixo acesso a tecnologia digital podem repercutir de maneira mais efetiva na esfera pública.

No Brasil nota-se a importância das redes sociais, especificamente o Facebook o qual foi utilizado, ao que tudo indica, por essa ser uma das principais fontes de diálogo entre a sociedade civil, visto que o monopólio dos meios de comunicação no país resulta em um conteúdo informativo unilateral e tendencioso, como já comprovado por vertes de análise crítica do conteúdo e estruturas de produção, distribuição e consumo da mídia brasileira.

Já Moçambique situa-se no 124º lugar, de uma lista de 213 países catalogados pela ONU.4 A penetração da internet em Moçambique é de 4,3% dos 23 milhões de habitantes que a compõem. Existem em Moçambique 1011,185 usuários da internet; sendo 45.420 usuários da rede social Facebook, representando 0.2٪ de penetração desta ferramenta entre o total dos internautas moçambicanos.5

Como representação da contradição entre impacto da Media Literacy X Desenvolvimento Social e Humano, em movimento de orquestração contra o ataque repercutiu nesses 0,2% da população que do Facebook, suas manifestações extrapolaram a rede social e a televisão e forma-se um confronto nas ruas (esfera pública). Pois, segundo Raposo, das oportunidades que as redes sociais oferecem, estão a emergir em Moçambique, autênticos centros de cidadania virtual, nos quais cidadãos de vários estratos e níveis acadêmicos trocam informação sobre os diferentes aspectos do país. Assim, estes espaços virtuais se têm afirmado como referentes do debate intelectual, um pouco à margem dos cânones impostos a mídia tradicional pelos grupos de interesses e de pressão.6

Outro país a instigar esse tipo de análise é Cuba, a qual seria uma comunidade onde uma ação de Literacia dos Media adequado ao seu contexto político, econômico, social e cultural como potencialidades para um impacto relevante na esfera pública. A absorção teórico-metodológica absolve a corrente sociológica sobre o Desenvolvimento Social e Humano na perspectiva de um processo de mudanças estruturais trabalhado com base na privação de liberdades de forma dicotômica: baixo rendimento pode ser causa de analfabetismo, e não vice-versa. Nesse sentido percebe-se a Literacia Crítica do Media como fator agregado às especificidades das Liberdades fundamentais.

A inexistência de processos educativos e a alta desigualdade geralmente são intimamente relacionados, sendo o acesso desigual às novas tecnologias de informação e comunicação que se dá entre países dominantes e países emergentes e até mesmo entre zonas ricas e pobres destes últimos.

Demostrando que no contrassenso de teorias, conceitos, métodos de análise e índices sobre o Desenvolvimento Social os quais, na sua totalidade, informam que o acesso e utilização das TIC nas comunidades é proporcional ao seu nível de democracia e rentabilidades, no entanto, percebe-se que as redes sociais estão a estimular cada vez mais as comunidades a organizarem-se a tentar expor injustiças em todas as partes do mundo. Requerendo da Media Literacy uma mudança paradigmática das suas estratégias de ação e objetivos traçados, na necessidade de atualmente criar um foco de estudos em países com alto nível de desigualdade e baixo acesso as TIC.

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¹ World Education Forum. Unesco. Disponível em: www.unesco.org/education/efa/wef_2000. Acesso em: 20 fev. 2015.

² Internet World Stats. Distribution by Word Regions. Dipsonível em: http://www.internetworldstats.com/images/world2014pie.png. Acesso em: 20 fev. 2014.

³ Media and information literacy: policy and strategy guidelines.

COWEN, Robert; CAZAMIAS, Andreas M.; Unterhalter, Eliane. Educação Comparada: panorama internacional e perspectivas, Unesco, 2014.

Moçambique posiciona-se nos últimos lugares do “ranking” de uso e acesso às tecnologias de informação e comunicação. Observatório dos Países de Lingua Oficial Portuguesa (OPLOP), Universidade Federal Fluminense. Disponível em: http://www.oplop.uff.br/boletim/690/mocambique-posiciona-se-nos-ultimos-lugares-do-ranking-de-uso-acesso-tecnologias-de-informacao-comunicacao. Acesso em: 3 mar. 2015.

RAPOSO; Egídio G. Vaz. A contribuição das redes sociais na formação da cidadania crítica em Moçambique. Centro de Estudos e promoção da cidadania, direitos humanos e meio ambiente (CODD), 2013. Disponível em: <http://egidiovaz.files.wordpress.com/2013/12/a-contribuic3a7c3a3o-das-redes-sociais-par-a-formac3a7c3a3o-da-cidadania-critica-em-moc3a7ambique1.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2015.

* Paola Madeira Nazário é jornalista e Publicitária, Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e doutoranda Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CESC), da Universidade do Minho-Portugal. Bolsista CAPES de Doutorado Pleno no Exterior.

Rede EPTIC apresenta minicurso sobre futebol e os estudos da EPC

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A Rede de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (Rede EPTIC) promoverá no dia 04 de setembro o minicurso “O futebol sob o olhar da Economia Política da Comunicação: do programa midiático aos megaeventos esportivos”. A atividade começa às 9h na sala ECO-111 da Universidade Federal do Rio de Janeiro e faz parte do XXXVIII Congresso Nacional de Ciências da Comunicação (Intercom Nacional).

Para participar do minicurso é necessário realizar a inscrição pelo sistema do evento. Até a noite desta segunda-feira, havia 33 inscritos, restando ainda 7 vagas a serem preenchidas até amanhã (18).

O minicurso “O futebol sob o olhar da Economia Política da Comunicação: do programa midiático aos megaeventos esportivos” será facilitado por Ms. Anderson Santos (UFAL), Msto. Irlan Simões (UERJ) e Dr. César Bolaño (UFS). Veja a seguir a proposta de debate:

O curso apresenta as possibilidades teóricas a partir de um eixo teórico-metodológico crítico da Comunicação, a Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC), sobre a análise do futebol, cuja difusão se deve bastante à Indústria Cultural e que desta relação pode-se gerar diversas pesquisas. Desta forma, pretende-se realizar dois momentos de apresentação e debate: apresentar uma revisão teórica geral tanto dos estudos da EPC no Brasil, a completar 30 anos em 2017, e das pesquisas sobre futebol no campo Comunicacional; e num segundo, apresentar trabalhos já existentes que têm o futebol como objeto de estudo na EPC e propor outras análises possíveis a partir deste subcampo das Ciências da Comunicação, que podem ser de interesse de novos ou mais experientes pesquisadores da área.

A Rede EPTIC promove ainda outras atividades no Congresso da Intercom, que podem ser conferidas em: https://eptic.com.br/rede-eptic-intercom/

Brazilian Journalism Research está com chamada aberta sobre BRICs

BJR

A Brazilian Journalism Research convida os pesquisadores a participar do Dossiê “Jornalismo e BRICS”, que receberá artigos que contemplem diversidade de abordagens teóricas, epistemológicas, metodológicas e empíricas da investigação em Jornalismo realizadas nos países membros do bloco, comparativas ou não. Os artigos devem ser submetidos até 30 de setembro de 2015, para serem selecionados para a edição 2016.1, Volume 13, a ser publicada em março de 2016.

Estão à frente deste dossiê os editores convidados Kaarle Nordenstreng (Universidade de Tampere, Finlândia), Raquel Paiva (UFRJ) e Fernando Oliveira Paulino (UnB), integrantes da pesquisa Media Systems in the Flux: the Challenge of the BRICS Countries – Project 2012-2016. A edição também conta com a participação de Sonia Virginia Moreira (UERJ) como editora executiva.

Os artigos devem ser enviados exclusivamente por meio do sistema eletrônico SEER/OJS, disponível no site do periódico:http://bjr.sbpjor.org.br. Em caso de dúvidas, enviar e-mail para bjr@gmail.com.

Como a Brazilian Journalism Research (Qualis B1 CSA1) publica duas versões de cada número (português/espanhol e inglês), os autores dos artigos aceitos enviados em português ou espanhol deverão providenciar a tradução para o inglês. Do mesmo modo, os artigos submetidos e aceitos em inglês deverão providenciar a tradução para português ou espanhol.

Diretrizes para os autores encontram-se no link: http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/about/submissions#authorGuidelines

EMENTA

A reconfiguração de fronteiras físicas e simbólicas na atualidade têm produzido novos agrupamentos econômicos, sociais e de poder. É o caso do chamado grupo dos BRICS, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O que era uma denominação econômica, a partir da perspectiva dos países envolvidos, transformou-se e adquiriu outra configuração, criando um espaço geopolítico que detém cerca de 21% do PIB mundial, 42% da população e índices de crescimento superiores à média internacional.

Os países que fazem parte dos BRICS comungam semelhanças e diferenças, tanto do ponto de vista social e cultural quanto dos sistemas econômicos e políticos. As configurações dos seus sistemas midiáticos fazem parte desta diversidade. Tomá-las de forma comparativa pode oferecer perspectivas mais promissoras para a análise crítica dos sistemas do que levá-las em conta separadamente. Reflexões sobre os BRICS também podem contribuir para iluminar diferentes formas de entender, fazer e pensar o Jornalismo nas sociedades contemporâneas.

No bloco dos BRICS ganha especial relevo a relação entre Jornalismo e Democracia, assim como o papel do jornalista frente aos Estados nacionais, as condições de prática profissional e a formação para esta práxis, bem como análises que pensem o fazer jornalístico deslocado apenas de uma perspectiva eurocêntrica.

Espera-se com este dossiê ter presentes textos que enfoquem o perfil dos jornalistas nestes países, a formação do jornalista, as condições de trabalho, a relação com o poder público, análises dos sistemas midiáticos, a interação com as novas mídias, bem como conceitos tangenciais e não menos importantes, como política, economia, sociedade, cidades, sempre em referência ao Jornalismo. Espera-se igualmente textos produzidos por membros de pesquisas relacionadas aos BRICS, mas também de pesquisadores locais e demais investigadores da área do jornalismo de países que não fazem parte do bloco.

Prazos

Submissão de artigos: até 30 de setembro de 2015

Resultado dos textos selecionados: 30 de novembro de 2015.

Entrega das versões finais em Inglês e Português ou Espanhol e em caso de revisão e informações adicionais sugeridas pelos editores: 30 de janeiro de 2016

Publicação: Março de 2016