Chamada de trabalhos para o GT de EPC do Congresso da ALAIC

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O GT6- Economía Política de las Comunicaciones convoca os estudantes e pesquisadores da área a enviarem suas contribuições, até o dia 30 de abril, ao XIII Congresso da ALAIC, a ser realizado entre os dias 5 e 7 de outubro na Cidade do México e que tem como tema central “Sociedad del conocimiento y comunicación: reflexiones críticas desde América Latina”.

Ementa do GT de EPC

A análise econômica das comunicações é fundamental para a compreensão dos grandes temas subjacentes à atual crise do capitalismo. O desenvolvimento acelerado da chamada “neo-tevê” e das novas tecnologias da comunicação em nossos países, o preocupante avanço do neoliberalismo e da privatização das telecomunicações em certas áreas, a própria expansão internacional de nossas indústrias culturais sem que os temas primários relacionados à estrutura democrática dos meios de comunicação de massa nem sequer tenham sido colocados internamente, tudo indica claramente a necessidade de discutir em bases objetivas assuntos específicos urgentes da área latino-americana que não podem prescindir de uma análise econômica.

O grupo tem por objetivo servir à organização dos investigadores latino-americanos preocupados com a temática. Trata-se de criar um canal de comunicação entre os investigadores, economistas, comunicólogos, politicólogos, enfim, intelectuais críticos capazes de contribuir para a construção do corpo teórico e analítico interdisciplinar que o conhecimento da complexa realidade latino-americana na área exige.

Coordenador: Ruy Sardinha Lopes (USP, Brasil), ruysard@gmail.com

Vice-Coordenadores: Carlos Guzmán Cárdenas (UCV, Venezuela), cguzmancardenas@gmail.com; Irma Portos (UNAM, México), iportos@yahoo.com.mx.

Normas de publicação

Para a apresentação de trabalhos, deve-se ter em conta os seguintes critérios:

– Não poderá apresentar mais de um trabalho por participante;

– O texto completo (em espanhol ou em português) não deverá superar os 20 mil caracteres;

– Deverá ser apresentado em formato aberto (docx, odt, rtf), em Times New Roman 12, com 1,5 de espaço. Baixe o modelo em: http://alaic2016.cua.uam.mx/documentos/formatos/Plantilla_Congreso_ALAIC2016.pdf

– O arquivo deve ser nomeado da seguinte forma: GT-SOBRENOME-INSTITUIÇÃO-PAIS.docx. Por exemplo: GT6-LOPEZ-UAM-MEXICO.docx;

– O documento conterá: Título do trabalho; dados do(s) autor(es): sobrenomes e nomes completos, universidade ou instituição, país e e-mail; nome do GT ou GI que submete; resumo de até 300 palavras em espanhol ou português e en inglês; até cinco palavras-chave, em espanhol, português e em inglês; texto principal incluindo:

     – Objetivos e/ou tema central;

     – Caracterização do estudo ou discussão teórica proposta, enfoque e ou metodologia de abordagem;

     – Principais resultados, reflexões e conclusões;

     – Bibliografia, seguindo las normas APA.

Para participar como expositores em algum dos GT ou GI do congresso, os interessados poderão enviar o trabalho aos e-mails dos coordenadores do grupo correspondente (ruysard@gmail.com, cguzmancardenas@gmail.com e iportos@yahoo.com.mx, no caso do GT de EPC) – com cópia para alaic@correo.cua.uam.mx.

O aceite será comunicado até o dia 31 de maior de 2016.

Outros Grupos de Trabalho

1. Comunicación intercultural y folkcomunicación
2. Comunicación organizacional y relaciones públicas
3. Comunicación política y medios
4. Comunicación y educación
5. Comunicación y salud
7. Estudios de recepción
8. Comunicación popular, comunitaria y ciudadanía
9. Teoría y metodología de la investigación en comunicación
10. Comunicación, tecnología y desarrollo
11. Comunicación y estudios socioculturales
12. Comunicación y cambio social
13. Comunicación publicitaria
14. Discurso y comunicación
15. Comunicación y ciudad
16. Estudios sobre periodismo

17. Historia de la comunicación

18. Ética, libertad de expresión y derecho a la comunicación

19. Comunicación digital, redes y procesos

GI: Grupos de Interés del XIII Congreso

1. Ficción televisiva y narrativa transmedia

2. Comunicación – decolonialidad

Para mais informações, acesse o site do evento: http://alaic2016.cua.uam.mx/index.php

2ª fase do debate de regulamentação do Marco Civil da Internet

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Por Leonardo Barreiros Aragão Santos – Participa.br

Após ter recebido mais de 60.000 visitas e cerca de 1.200 comentários durante a primeira fase do debate de regulamentação do Marco Civil da Internet, a Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça lançará uma nova etapa de consulta à população. Nessa segunda fase, sociedade civil, empresas e academia poderão opinar sobre uma minuta de decreto que será disponibilizada no portal do projeto Pensando o Direito. A proposta de texto foi resultado de contribuições feitas durante a primeira fase do debate e fortemente influenciada pelos comentários inseridos na plataforma.

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destaca a participação dos cidadãos no processo. “A construção do texto do decreto envolve os usuários da rede num amplo processo democrático de consultas. Como o Marco Civil gera impactos na vida de todos os usuários da internet, é de extrema importância a participação da sociedade para que nós tenhamos uma regulamentação eficaz”.

O evento, aberto ao público, será realizado na próxima quarta-feira (27), às 10h, no auditório Tancredo Neves do Ministério da Justiça.

Chamada de artigos para Revista de Epistemologias da Comunicação

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A Revista Questões Transversais – Revista de Epistemologias da Comunicação convida a todos os pesquisadores interessados em discussão do campo da comunicação, em seus processos de investigação e formação, a participarem do número 6, 2016, com deadline 15 de março de 2016. 

Conforme definido em seu projeto, a REVISTA (Qualis B3-CSA1) busca organicidade no debate sobre questões relacionados aos objetos, métodos e metodologias no campo da comunicação no Brasil e no mundo. A marca desse formato é a busca de uma metodologia de interlocução a partir de uma diversidade de angulações.

A partir dessa experiência, a proposta se dirige ao conjunto dos pesquisadores de Ciências Sociais, especialmente na área da comunicação, que estejam em diálogo com perspectivas e tensionamentos no Brasil e no plano internacional, acompanhando, de maneira sensível, os debates em curso. 

A revista acentua especialmente os seguintes eixos. 

a) Questões, problemas e conceitos do campo da comunicação;
b) Objetos e métodos de investigação;
c) Crítica epistemológica;

Os artigos devem ser depositados diretamente no site da revista: http://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/index

ANCINE publica estudo sobre televisão aberta no Brasil

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A ANCINE publicou, no site do OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, o estudo “TV Aberta no Brasil: aspectos econômicos e estruturais”. Considerando a grande relevância do segmento para o setor audiovisual brasileiro, o trabalho apresenta as características econômicas e jurídicas do segmento e realiza um levantamento de três das principais redes que atuam em TV Aberta no país.

O estudo, em sua primeira parte, apresenta brevemente o marco legal que disciplina o funcionamento do setor, expõe a cadeia de valor da TV aberta e os agentes envolvidos em cada elo, além de tratar dos aspectos econômicos desta atividade, relativos ao tipo de produto ofertado, estrutura do mercado, estratégias de expansão e o modelo de negócios adotado.

Na segunda parte, o trabalho propõe uma metodologia de análise para o segmento de televisão aberta no país a partir das redes de afiliação estabelecidas entre emissoras comerciais. Para tanto, baseou-se em informações públicas a respeito de três grandes redes comerciais nacionais – Band, Globo e Record – e suas afiliadas, com dados obtidos em seus respectivos sites .

O trabalho mostra que as redes de televisão no país se estruturam através de um “Sistema Federativo” composto por cabeças de rede em nível nacional, estadual e regional , além das emissoras locais, em que cada uma é responsável pela inserção de programação e publicidade com diferentes graus de alcance.

Ao aplicar esses conceitos no mapeamento realizado, foi possível identificar diferenças na forma de estruturação das redes, em função do número de emissoras afiliadas e de sua capilaridade. Elaborado pela Superintendência de Análise de Mercado, o estudo apresenta ainda uma metodologia de construção de rankings das emissoras de TV aberta no país segundo determinados critérios, a saber: população atendida pela cobertura do sinal, PIB e IDH-Renda. Com isso é possível mensurar, em alguma medida, o potencial de geração de receitas publicitárias de cada emissora, além de compreender os posicionamentos relativos de emissoras, redes estaduais e/ou regionais entre si.

Leia o estudo completo aqui

Fonte: Ancine

Conselho Curador da EBC realiza audiência pública sobre renovação de vagas

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Por Priscila Crispi (jornalista da Secretaria Executiva do Conselho Curador).

O Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vai realizar no próximo dia 27 uma Audiência Pública na cidade de São Paulo para discussão do tema “Modelo de escolha dos novos e novas integrantes do Conselho”. A atividade pretende debater com a sociedade parâmetros para a próxima Consulta Pública, que escolherá novos membros para substituir cinco conselheiros cujos mandatos se encerram em fevereiro: Claudio Lembo, Heloisa Starling, Ima Vieira, Paulo Derengoski e Wagner Tiso. A audiência acontecerá às 14h, no auditório principal do Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP, Rua Genebra, 25, Bela Vista, São Paulo/SP.

Os interessados em participar do evento devem se inscrever pelo endereço conselho.curador@ebc.com.br ou pelos telefones (61) 3799-5554 / 5636, informando nome completo, RG e entidade ao qual são associados (caso houver). A pessoa deve informar, ainda, se pretende manifestar-se durante a Audiência. Também serão aceitas inscrições no local.

Leia o edital de convocação da Audiência, aqui.

As contribuições do público deverão ser feitas preferencialmente de forma antecipada, pelo e-mail conselho.curador@ebc.com.br. Durante a audiência, serão garantidas as falas das pessoas inscritas por e-mail e, em não preenchidas todas as inscrições, estas serão reabertas para os demais presentes.

A audiência poderá ser acompanhada também pela internet, pelo endereço conselhocurador.ebc.com.br/transmissaoaovivo ou pelos perfis do Conselho no Twitter e Facebook.

Entenda a Audiência Pública

A primeira Audiência Pública do Conselho em 2016 segue os moldes de um processo já realizado na última renovação do colegiado. Segundo a Lei de criação da EBC, cabe ao próprio órgão decidir como se dá o processo de seleção dos conselheiros representantes da sociedade civil. Inicialmente, todos os membros do colegiado foram indicados pelo então presidente Lula. Com o fim dos primeiros mandatos, duas consultas públicas foram realizadas para recolher candidaturas para o preenchimento de vagas da sociedade civil, a partir de critérios estabelecidos pelo próprio pleno. Porém, em 2013, após debates, o Conselho adotou medidas para tornar o processo ainda mais participativo, realizando uma audiência e uma consulta públicas para ouvir dos cidadãos como deveria se formatar o próximo processo de seleção de conselheiros, antes que ele fosse iniciado.

A partir das contribuições recolhidas, formatou-se um edital que buscou garantir a representação de jovens, indígenas e pessoas com deficiência, a equidade de gênero e a reserva de 40% de vagas para negros (as), do total das 15 cadeiras da sociedade civil no órgão. Além disso, o documento assinalava a necessidade de admissão de profissionais das áreas de educação, artes e produção audiovisual, entre outras (saiba mais aqui). O processo se encerrou na posse de Enderson Araújo de Jesus Santos, Isaías Dias, Joel Zito Almeida de Araújo, Letícia Luiza Yawanawá e Venício Artur de Lima como conselheiros.

Serviço

Audiência Pública para debater “Modelo de escolha dos novos e novas integrantes do Conselho”

Dia 27/01/16, às 14h

Local: Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP, Rua Genebra, 25, Bela Vista, São Paulo/SP

Inscrições: conselho.curador@ebc.com.br

Para acompanhar ao vivo: conselhocurador.ebc.com.br/transmissaoaovivo

César Bolaño lança livro sobre crítica da Epistemologia da Comunicação

lançamento

Na próxima sexta-feira (22), a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e a Editora do Diário oficial de Sergipe – Edise, orgão suplementar da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe – Segrase, lançam cinco livros no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda, às 17h30, em Aracaju. Dentre eles está “Campo Aberto: para a crítica da Epistemologia da Comunicação”, de César Bolaño.

A obra ‘Campo Aberto – Para a crítica da epistemologia da comunicação’, de César Ricardo Siqueira Bolãno, retoma e desenvolve a Teoria da Comunicação de corte marxista proposta pelo autor em seus trabalhos anteriores, com foco no debate epistemológico sobre o campo da Comunicação, recuperando ainda, de forma consciente e explícita, a influência de Celso Furtado. Com isso, reafirma a sua inserção no pensamento brasileiro e latino-americano, tendo como ponto de partida o subcampo da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura.

A programação do lançamento começa com apresentação do saxofonista Meko do Sax, segue com a abertura do evento e às 18h30 tem o discurso dos cinco autores, encerrando com coquetel e sessão de autógrafos.

Livros

Os cinco livros que serão lançados são: Homicídios no Brasil e em Sergipe: uma análise sob a Ótica da Economia do Crime, de Mário Antônio Jorge; Campo Aberto: para a crítica da Epistemologia da Comunicação, de César Ricardo Siqueira Bolaño; Telenovela Brasileiras e Portuguesas: Padrões de audiência, de Raquel Marques Carriço Ferreira; Entre Papéis e Lembranças: o Centro de  Educação e Memória do Atheneu Sergipense e as contribuições para a história da educação, de Eva Maria Siqueira Alves; Estudo Teórico e Computacional do Mecanismo da Ferroeletricidade ManganitaExagonalMultiferroica LuMn03, de Adilmo Francisco de Lima e Afrânio Manoel de Sousa.

As obras estão sendo publicadas por meio do edital de Apoio à Publicação de Livros, que tem por objetivo estimular a divulgação científica com apoio à publicação e circulação de livros científicos.

A SEGRASE conta com uma livraria virtual, onde provavelmente os livros lançados estarão à disposição: https://segrase.se.gov.br/livraria_grade.htm

FNDC lança sistema de filiação e recadastramento on line

fndc

Desde o dia 11/1, entidades da sociedade civil que apoiam a luta pela democratização da comunicação, mas ainda não são filiadas ao FNDC, podem se filiar diretamente ao Fórum pela internet, sem burocracia, por meio do novo sistema de filiação on-line. Criado para facilitar a aproximação com novas entidades nacionais e regionais, o novo sistema também será usado para o recadastramento de todas as organizações que já integram o FNDC e assim facilitará a gestão financeira do Fórum, entidade civil sem fins lucrativos mantida por doações e contribuições das organizações filiadas.

Por meio do novo sistema é possível alterar dados cadastrais e emitir boleto bancário para pagamento a contribuição mensal em poucos segundos. Para filiar ou recadastrar sua entidade, o responsável deve preencher o formulário disponibilizado no site fndc.org.br. Rosane Bertotti, coordenadora-geral do FNDC, afirma que o novo sistema é uma conquista e foi fruto de debates nas duas últimas reuniões ampliadas do Conselho Deliberativo da entidade, realizadas nos dias 17 e 18 de julho e 28 de novembro, em São Paulo. Para ela, mais do que uma simples ferramenta de gerenciamento, o sistema pode ser considerado um marco para o fortalecimento do Fórum, que completa 25 anos agora em 2016.

“A luta pelo direito à comunicação enfrenta monopólios e oligopólios midiáticos que se concentram em defender interesses privados, distorcendo qualquer tentativa de debate público sobre a regulação democrática e socialmente referenciada do setor de comunicação social no país. Mesmo assim, nossa luta tem crescido e se fortalecido graças à persistência de ativistas, militantes e dirigentes de movimentos e organizações sociais, que compreendem o direito à comunicação como intrínseco ao próprio conceito de democracia. Fortalecer o FNDC é fortalecer essa luta, e o novo sistema nos ajudará muito nisso”, afirma Rosane.

Atualmente, cerca de 320 entidades nacionais e regionais compõem o FNDC, mas menos de 50 contribuem com regularidade para a sustentabilidade do FNDC. “O apoio político dá legitimidade a qualquer organização, mas o apoio financeiro garante não somente sua continuidade, como também o seu fortalecimento e sua independência”, observa Rosane.

Filiação para participação na Plenária Nacional

Entidades interessadas em participar da XIX Plenária Nacional do FNDC, que acontece de 21 a 23 de abril deste ano, devem se recadastrar ou se filiar ao Fórum até o dia 21 de fevereiro para poder participar com delegados/as do evento, tendo direito a voz e voto na plenária. O encontro elegerá a próxima gestão da Executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal do FNDC.

>> Clique aqui para recadastrar sua entidade ou se filiar ao FNDC: http://sistema.fndc.org.br/cadastro/

Fonte: FNDC.

Chamada de trabalhos para a revista Rádio-Leituras

rádio leituras

A Revista Rádio-Leituras está com chamadas abertas para as duas edições de 2016 da revista, ambas com temas livres, com os seguintes prazos de submissão: 05 de abril e 01 de setembro.

As diretrizes para autores, assim como as edições anteriores estão disponíveis no endereço http://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/radio-leituras. Podem ser submetidos originais em português, inglês ou espanhol. As submissões podem ser realizadas pelo sistema e informações podem ser obtidas pelo e-mail radioleituras@gmail.com.

Rádio-Leituras é publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto e pelo Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo e conta com apoio do GP de Rádio e Mídia Sonora da Intercom.

Globalização concentrou a exibição cinematográfica na América Latina

simis

Por José Tadeu Arantes (Agência FAPESP)

Argentina, Brasil e México, os três países com maior tradição cinematográfica da América Latina, chegaram ao fundo do poço em número de filmes produzidos em meados da década de 1990. Foi a primeira vez que as curvas que registram as produções argentinas, brasileiras e mexicanas se cruzaram. E se cruzaram em um patamar extremamente baixo. Esse ponto de mínimo coincidiu com o forte enquadramento das três economias no processo de globalização.

“Foi um tsunami que submergiu a produção cinematográfica dos três países latino-americanos. E a retomada que se seguiu ocorreu em bases bastante diferentes das anteriores”, disse Anita Simis, professora livre-docente do Departamento de Sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus de Araraquara. Com atuação na área de sociologia da comunicação, ela concluiu recentemente o projeto de pesquisa Políticas para o audiovisual: Argentina, Brasil e México, que recebeu apoio da FAPESP.

Ela resumiu os principais resultados no artigo “Economia política do cinema: Argentina, Brasil e México”, publicado na revista Versión – Estudios de Comunicación y Política, da Universidad Autónoma Metropolitana, do México .

“É comum encontrarmos análises que enfatizam a produção, mas a minha pesquisa levou-me a olhar o fenômeno a partir do ângulo da exibição”, afirmou. “A reorganização pós-tsunami caracterizou-se pela forte concentração e internacionalização do capital das empresas exibidoras e a introdução do modelo multiplex, em que um mesmo espaço, na maioria das vezes localizado em shopping center, abriga várias salas de cinema.”

“O cinema deixou de ser entretenimento de massa e se tornou entretenimento de um segmento social com poder aquisitivo para pagar o bilhete de entrada acrescido do custo do consumo ao redor, desde os alimentos oferecidos pela própria sala até os produtos expostos nas vitrines das lojas dos shopping centers. Descartou-se a exploração comercial em profundidade, que caracterizava o modelo anterior, com a exibição primeiro nas salas de cinema das metrópoles do Primeiro Mundo; depois, no centro das grandes cidades dos países periféricos; e, por último, nos bairros e cidades do interior. E passamos a ter a exploração em extensão, com a exibição em um grande número de salas simultaneamente e uma acirrada publicidade, que dificulta a inserção do filme local, cujo marketing se resume, muitas vezes, ao boca a boca”, discorreu a pesquisadora.

Segundo Simis, três grupos exibidores – Cinemark, Cinépolis e GSR – controlam atualmente 35,9% das salas de cinema do Brasil. “Eles possuem 1.017 salas de um total de 2.833 e atraíram 45,9% do público em 2014”, informou.

Fundada em 1984 nos Estados Unidos, a Cinemark é a segunda maior rede mundial em número de salas e a primeira em venda de ingressos. Além dos Estados Unidos, está presente em outros 12 países. E, no Brasil, onde foi a introdutora do modelo multiplex, possui 585 salas, em 18 estados.

A Cinépolis, que é propriedade da Organización Ramírez, com sede no México, mas possui conexões com a Coca-Cola, o Medcom Group e a Imax Corporation, é a quarta maior operadora de cinemas do mundo e a maior da América Latina. Possui, atualmente, mais de 3.300 salas em 11 países. E expandiu-se com uma média de 200 novos cinemas por ano, nos últimos cinco anos.

O GSR (Grupo Severiano Ribeiro), que também atua sob a marca Kinoplex, é uma empresa brasileira que detém 250 salas em 11 unidades da federação: 188 com controle exclusivo e 62 em joint venture com a United Cinemas International.

Controle dos processos de distribuição e exibição

“No setor cinematográfico, a globalização se traduziu em um forte controle dos processos de distribuição e exibição. Na produção, pode até haver descentralização, como no México, onde existe uma forte associação das empresas locais com o capital estrangeiro, ou mesmo no Brasil e na Argentina, cuja produção local, depois de testada, pode ser distribuída por empresas norte-americanas. Mas são a distribuição e a exibição que constituem os elos privilegiados na cadeia de acumulação do capital”, analisou Simis.

Segundo a pesquisadora, a concentração e a internacionalização do processo de exibição foram impulsionadas pelo grande aumento do custo de produção dos filmes de Hollywood, que alcançou, nos anos 1990, o patamar dos US$ 60 milhões. Conforme estudo citado por ela [Cinema, Desenvolvimento e Mercado, de Paulo Sérgio Almeida e Pedro Butcher, Rio de Janeiro, Editora Aeroplano, 2003], em 1986 Hollywood dependia, em média, de 75% de receita doméstica e 25% da receita estrangeira para pagar seus custos de produção. Mas, já em 1998, a receita estrangeira havia superado a receita doméstica, na proporção de 55% para 45%.

“Como afirmou o próprio Jack Valenti, líder da MPAA (The Motion Picture Association of America – associação que representa os seis maiores estúdios de Hollywood) –, somente dois de cada dez filmes norte-americanos recuperavam o investimento por meio da exibição doméstica nas salas de cinema. Os demais dependiam da televisão, da TV a cabo, do vídeo e, mais do que tudo, do mercado internacional”, acrescentou Simis.

Isso explica por que o controle dos circuitos mundiais da distribuição e da exibição tornou-se uma peça-chave para o êxito dos negócios dos grandes estúdios. E por que as estratégias e táticas de exibição passaram a ser definidas globalmente. “O valor dos ingressos não é fixado pelo poder aquisitivo local onde se encontram as salas, mas, ao contrário, se abrem salas de exibição onde possa existir um público capaz de pagar o valor médio fixado em escala global”, explicou a pesquisadora.

“Aos nacionais restam os claros que não foram preenchidos pelos blockbusters estrangeiros”, continuou Simis. “Os filmes não chegam diretamente às telas para que o público determine se os consome, mas passam antes pelo crivo de distribuidores e exibidores que se valem de estratégias agressivas de publicidade, impedindo uma concorrência equilibrada com os produtos nacionais. O novo aqui é que o investimento nestas estratégias é cada vez maior.”

Como as empresas distribuidoras e as empresas exibidoras fazem parte, muitas vezes, dos mesmos grupos midiáticos, a concentração torna-se quase absoluta, restringindo o espaço para a diversidade cultural a algumas poucas salas das grandes metrópoles. Uma das estratégias que decorrem dessa alta concentração é o lançamento simultâneo em diversas salas do mundo, com um grande número de cópias disponíveis.

“Enquanto um produtor latino-americano coloca uma cópia de seu filme no mercado, um estúdio norte-americano lança simultaneamente 50 cópias. Como afirmou o veterano diretor de cinema argentino Octavio Getino, não houve uma crise na produção, mas uma reorganização da comercialização das obras a partir da crise nos modos tradicionais de circulação e recepção de filmes”, concluiu a pesquisadora.

Jornalista acredita que futuro da TV em 2016 é um campo aberto

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O Ver TV, da TV Brasil, exibiu no dia 10/01 (com reedição às 2h30 do dia 14) um debate sobre as perspectivas da televisão para 2016. Dentre os entrevistados, Paulo Victor Melo. Jornalista, membro do grupo OBSCOM/CEPOS e doutorando em comunicação na Universidade Federal da Bahia, Paulo Victor não comenta apenas as perspectivas para 2016, mas lembra o que de melhor e de pior ocorreu na TV no ano que passou.

A televisão em 2016 é um campo aberto, segundo o jornalista e mestre em Comunicação Paulo Victor Melo. “Se do ponto de vista tecnológico a televisão todo dia tem uma novidade, do ponto de vista regulatório, legal, pouca coisa mudou desde os anos 60”, comenta Paulo.

Para o jornalista, caberá ao Estado em 2016 decidir se encampará uma reforma regulatória dos meios de comunicação ou se a TV continuará sendo “um espaço de lucro para poucos”. Sobre as mudanças no conteúdo, Paulo destaca as alterações que já estão ocorrendo nos programas de TV graças aos avanços tecnológicos como a participação de espectadores com mensagens publicadas em redes sociais. Porém, faz a ressalva de que a participação popular deveria ser muito maior e mais relevante.

O jornalista encerra criticando a falta de investimento nas TVs públicas, tanto por parte dos governos estaduais quanto do governo federal, e não vê um futuro promissor para elas em 2016. “Esse pouco investimento é reflexo de algo maior que é uma compreensão da comunicação pública como algo secundário”, analisa Paulo.

Veja a entrevista completa em: http://tvbrasil.ebc.com.br/vertv/post/jornalista-acredita-que-futuro-da-tv-em-2016-e-um-campo-aberto