Revista EPTIC abre chamada sobre “territórios demarcados pelo mercado das Comunicações”

reveptic

A REVISTA EPTIC, produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação (OBSCOM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), informa que está aberta até o dia 15 de maio a chamada de trabalhos para a edição de setembro-dezembro, vol.18, n.3 que terá como tema de seu dossiê temático “Global, Regional, Local: territórios demarcados pelo mercado das Comunicações”.

Ementa

Pensar a estruturação das indústrias culturais através das relações estabelecidas em suas dimensões territoriais é o propósito do próximo dossiê temático da Revista EPTIC. Trata-se de uma compreensão que permite múltiplos atravessamentos: interações entre os vários níveis e setores, atuação empresarial em níveis simultâneos, além de suas implicações na composição dos mercados, bem como na incidência destes em relação ao Estado.

Aspectos econômicos, políticos e culturais podem ser compreendidos a partir do enfoque na problemática territorial, relacionada ao atual estágio do capitalismo e da estruturação do setor das Comunicações, abrangendo reflexões em torno de normatizações multilaterais que orientam legislações nacionais no setor; concentração da mídia e suas implicações em mercados distintos; limites à regionalização, à independência e a diversidade da produção na radiodifusão; limitações e diferenciações regulatórias no âmbito global, em relação ao regional e ao local, entre outros.

Ao compreender uma perspectiva crítica no campo da economia política a partir do viés territorial, pretende-se aglutinar um conjunto de pesquisas que permitam tecer um campo abrangente de reflexões, capaz de dialogar com textos referenciais, ao mesmo tempo em que inspirar futuras contribuições sobre o campo da Comunicação que incorporem o viés territorial em suas diferentes matizes, oferecendo novos enfoques para compreender as transformações em curso no setor.

Revista

Além do dossiê, o periódico, avaliado como B1 pelo Qualis Capes (Área CSA1), segue recebendo contribuições para as suas outras sessões. A Revista Eptic  recebe colaborações, na área de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, em forma de Artigos, Ensaios, Relatos de Pesquisa, Entrevistas e Resenhas inéditos em periódicos nacionais, que poderão ser redigidos em português, espanhol, francês ou inglês.

Exige-se dos autores das seções ARTIGOS E ENSAIOS e DOSSIÊ TEMÁTICO a titulação mínima de mestre e que os mesmos sejam resultantes de estudos teóricos e/ou pesquisa. A seção INVESTIGAÇÃO aceita artigos, fruto de pesquisa em desenvolvimento ou concluída, também de mestrandos e doutorandos, que também podem enviar resenhas de livros para publicação.

Coordenadores do Dossiê  Temático: Profª Drª Eula T. Cabral e Prof. Dr. Adilson Cabral

Prazo para submissão de artigos: 15/05/2016

Mais informações: www.revistaeptic.ufs.br

Ver TV debate a qualidade dos programas televisivos e a regulação do meio

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A partir das 23h deste domingo, o Ver TV, programa da TV Brasil, debate a qualidade dos programas televisivos e a regulação do meio. O último programa especial em comemoração aos dez anos do programa tratará de dois assuntos centrais na vida da televisão brasileira: a qualidade do conteúdo exibido e a ausência de uma regulação moderna para o setor, semelhante as que já existem em vários países.

O apresentador Lalo Leal conversa com a professora Ivonete Lopes, da Universidade Federal de Viçosa e autora do livro TV Brasil e a construção da Rede Nacional de Televisão Pública; com a advogada Veridiana Alimonti, integrante da coordenação executiva do Intervozes; com a professora de comunicação Gabriela Borges, da Universidade Federal de Juiz de Fora e coautora do livro Discursos e práticas e qualidade na televisão;

A jornalista Renata Noiar, que tem participado do Ver TV desde o início, destaca características da TV e aponta caminhos que poderiam ser seguidos.

Sobre mudanças na regulação dos meios audiovisuais, ocorreram avanços na América Latina, lembrados pelo professor Venício Lima, da Universidade de Brasília.

O professor Gilberto Maringoni, professor da Universidade Federal do ABC, em São Paulo, lembra os avanços legais ocorridos na América Latina e comenta algumas das características do telejornalismo brasileiro.

O programa terá reprises nas madrugadas de quarta para quinta, 02h30, e estará disponível de forma integral no site http://tvbrasil.ebc.com.br/vertv.

CNDH e Conanda realizam painel sobre classificação indicativa em Brasília

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Em parceria com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e organizações da sociedade civil, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e o Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes (Conanda) realizam, no próximo dia 9 de março, o Painel Classificação Indicativa: a ação no STF e os riscos para a proteção de crianças e adolescentes.

A atividade acontece em um momento delicado para a infância brasileira, no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2404, movida pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que pretende acabar com os mecanismos de sanção contra as emissoras que veicularem conteúdos considerados inapropriados a meninos e meninas fora do horário recomendado pela classificação indicativa. A atual política de classificação vigora no país desde 2006, sob administração do Ministério da Justiça.

O Painel contará com a presença do Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos; do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Rios; de integrantes do CNDH e do Conanda; e da advogada Ekaterine Karageorgiadis, do Instituto Alana, uma das organizações da sociedade civil que figura como amicus curiae no processo no STF.

Na avaliação de organizações da sociedade civil defensoras dos direitos humanos e que integram o processo no STF como amicus curiae, a política pública que regula a classificação indicativa no Brasil é fundamental e deve ser mantida. Elas acreditam que, caso o Supremo derrube o art. 254 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as emissoras passarão a ignorar o horário indicado para veiculação dos conteúdos violentos e de teor erótico, causando sérios danos ao desenvolvimento psicossocial de meninos e meninas em todo o país.

Durante o evento, será lançada pelas organizações da sociedade civil a Campanha “Programa adulto em horário adulto”. Interessados em participar do debate devem confirmar presença pelo e-mail cndh@sdh.gov.br até o dia 07 de março.

Serviço
O quê: Painel Classificação Indicativa: a ação no STF e os riscos para a proteção de crianças e adolescentes

Quando: Dia 9 de março (quarta-feira), às 14h

Onde: PGR – Procuradoria Geral da República, Memorial do Ministério Público Federal (SAF Sul Quadra 4, Conjunto C, Bloco B, Cobertura)

Realização: Conselho Nacional de Direitos Humanos e Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes
Parceria: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, ANDI – Comunicação e Direitos, Artigo 19, Instituto Alana e Intervozes.

Mais informações:
Instituto Alana – Myrian Vallone (11) 3030-9401
Intervozes – Bia Barbosa (61) 9951-4846
CNDH – Helena Martins (85) 99608-0031

Chamada de trabalho para dossiê “Estudos de Cultura e Políticas Públicas”

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A Políticas Culturais em Revista, publicação eletrônica da Rede de Estudos em Políticas Culturais está com chamada de trabalhos aberta até o dia 30 de maio para a primeira edição de 2016 que, além de artigos científicos e resenhas sobre Política Cultural e temáticas correlatas, contará com o seguinte dossiê temático: ORGANIZAÇÃO, POLÍTICA E CULTURA.

Os coordenadores do dossiê são: Eloise Helena Livramento Dellagnelo (Universidade Federal de Santa Catarina), José Marcio Barros (Universidade do Estado de Minas Gerais/Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) e Rosimeri Carvalho da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Ementa

Não foram poucas as transformações ocorridas na última década no campo político, institucional e organizacional da cultura, tanto no contexto internacional quanto nacional. Podemos destacar a importância crescente da cultura nas economias nacionais e nas trocas internacionais; a emergência da economia criativa e financiamentos colaborativos; a reafirmação da importância da cultura na construção de modelos de desenvolvimento includentes e que contribuam para o enfrentamento das desigualdades; o reconhecimento da diversidade cultural e a necessidade de sua proteção e promoção, dentre outras.

No Brasil, deve-se acrescentar também os processos de institucionalização das políticas culturais, com a criação do Sistema Nacional de Cultura; o reconhecimento de grupos socioculturais antes ausentes das políticas públicas; e a consolidação de práticas de participação social. Tais transformações no campo da cultura, impactaram a sua organização em diversos sentidos: os cenários, os ambientes institucionais, os atores sociais, e, consequentemente, as práticas e sentidos políticos e organizacionais também foram afetados.

Este dossiê pretende reunir análises que reflitam sobre política, organização e cultura. Nossas principais inquietações residem nas relações que se estabelecem a partir destas interpelações políticas e econômicas no campo da cultura, tais como: De que modo são dinamizadas as relações de poder? Que espaços são conquistados por novos agentes? Que participação é construída frente a estas novas dinâmicas, espaços e agentes? Que disputas são travadas no campo da cultura? Como elas interferem nas relações entre agentes, grupos, organizações e instituições? De que modo as modificações inseridas no campo por estes interesses recentemente despertados tem interferido nessas relações políticas? Como se organizam as disputas e que práticas de organização tem construído? Esperamos contribuições que se relacionem com estes questionamentos, mas não se limitem a eles e, que abordem a relação entre política, organização e cultura a partir de diferentes abordagens teóricas e epistemológicas. 

Recebimento de artigos: até 30 de maio de 2016, exclusivamente pelo sistema da Revista. As normas para submissão encontram-se em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/pculturais/about/submissions#onlineSubmissions

Chamada da LOGOS sobre “Mídia, esporte e cultura”

logos

A Revista Logos, do PPPGCom da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avaliada como B1, está com chamada aberta até dia 03 de abril para sua próxima edição, 2016.1, cujo dossiê é “Mídia, esporte e cultura”.

EMENTA

Com a proximidade dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, esperamos contribuições que, entre outras, envolvam:

– relações entre esporte e cidade;

– problemas de relações internacionais considerando a mídia e as competições esportivas;

– marketing esportivo e gestão de comunicação voltada para o esporte;

– jornalismo esportivo;

– cobertura jornalística de eventos esportivos;

– corpo, imagem e performance.

A Logos recebe também artigos livres em fluxo contínuo. As submissões devem ser feitas exclusivamente pelo sistema: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/logos/index

Chamada de trabalhos JRE-Online: Memória, Comunicação, Mídia e Educação

jreA revista JRE Online, parceria entre a Journalism Research & Education Section da IAMCR e a Associação Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo – SBPJor, está aberta até o dia 30 de abril para submissões para a sua edição de 2016. Este ano, o tema da edição é “Memória, Comunicação, Mídia e Educação”.

Ementa

A memória individual e coletiva é um conceito importante no esforço para entender as sociedade contemporâneas. Elas não são apenas responsáveis para que o indivíduo e a sociedade possam compreender o seu passado, mas também na forma como eles vão lidar com eventos relevantes do presente e formular suas noções de futuro. Isso é particularmente visível em tempos de instabilidade socioeconômica real ou percebida, quando as narrativas se tornam peças poderosas para analisar as mobilizações individuais e públicas e as respostas das sociedades aos desafios. A JRE Online está aberta a contribuições que busquem associar este tema às pesquisas em Jornalismo.

JRE Online

A JRE Online também aceita artigos que discutam pesquisas sobre a prática e o ensino de jornalismo em seus múltiplos aspectos.

Os originais devem ser enviados até 30 de abril de 2016. Submissões devem ter, no máximo, 7 mil palavras incluindo resumo, referências e notas; e podem ser submetidos em quatro idiomas: inglês, francês, português e espanhol, mas é obrigatório o envio de uma versão estendida do abstract em inglês.

A revista está aberta a diferentes abordagens metodológicas, desde que estejam bem descritas no corpo do artigo. Todas as submissões devem seguir as normas da American Psychological Association (APA). Embora nenhuma formatação especial seja exigida durante o envio do artigo, após o aceite os autores devem formatá-lo de acordo com o template da revista a ser enviado durante a divulgação do resultado da avaliação.

Nesta primeira edição, os artigos devem ser enviados diretamente ao email dos Editores: jreonlineeditors@gmail.com

A JRE Online é uma parceria entre a Journalism Research & Education Section da IAMCR e a Associação Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo – SBPJor. O objetivo é publicar uma edição anual com foco na temática do congresso da IAMCR. JRE Online é um periódico de livre acesso e avaliado pelos pares e está disponível no endereço: http://jre.sbpjor.org.br/

Prazos
Envio do artigo completo: 30 de abril de 2016
Aceites: 30 de maio de 2016.
Publicação: julho de 2016

Chamada de trabalhos – Revista QUANTA – Comunicação e Cultura (v.2, n.1)

quanta

A equipe editorial da Revista QUANTA – Comunicação e Cultura, convida pesquisadores para envio de trabalhos para a edição Janeiro/Junho de 2016 (v.2, n.1), com chamada aberta até 30 de Abril.

A revista está aberta a contribuições de pesquisadores da área da Comunicação e afins e tem como linha editorial a abordagem de temas relevantes sobre Estudos em Linguagem, Comunicação, Cultura e Mercado, especialmente aqueles que  compreendem a comunicação como processo e prática sociocultural complexa, focados na comunicação contemporânea e suas implicações sociais, culturais e tecnológicas.

A publicação aceita textos de doutores, mestres e doutorandos. Os textos devem ser originais e inéditos. Mestrandos e graduados podem publicar desde que em co-autoria com mestres ou doutores. Os textos podem ser enviados em português, espanhol ou inglês.

Por seu caráter interdisciplinar, a revista também aceita trabalhos oriundos de pesquisas inseridas na grande área de Ciências Sociais Aplicadas, além da área de Linguística, Letras e Artes, desde que privilegiem a dimensão comunicacional.

Publicação semestral, em formato eletrônico, da Associação Educacional Dom Bosco (AEDB), de Resende/RJ, a revista tem por objetivo ser um fórum de divulgação e discussão de pesquisas que ofereçam contribuições práticas e/ou reflexivas inovadoras, realizadas no Brasil e/ou em outros países.As Políticas Editorais e normas para formatação dos trabalhos estão disponíveis em: http://www.aedb.br/publicacoes/index.php/comunicacao/about/editorialPolicies

Prorrogado prazo para submissão de artigos para o Encontro da Compós

compos

A COMPÓS (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação) anunciou  prorrogação do prazo de submissão de artigos para o encontro anual da entidade, que vai agora até às 18h do dia 24 de fevereiro. O Encontro Compós 2016 de 07 a 10 de junho na Universidade Federal de Goiás.

Além da mudança de data, foi suspenso o uso do template criado pelo evento, devido à instabilidade, substituído por um mais simples, disponível na área de inscrição. Assim, será necessário gerar dois arquivos em PDF: um com indicação de autoria e outro sem autoria, para o processo de seleção. Quem conseguiu submeter o artigo com o template anterior, não precisa fazê-lo novamente, a não ser que queira modificar o conteúdo do arquivo.

Outras informações

O texto integral submetido à Compós deve ter, no máximo, 55.000 caracteres com espaços (incluindo títulos, resumo, abstract, notas de rodapé, referências bibliográficas). A formatação deve seguir o modelo de padronização da Compós. Deve ser digitado em fonte Times New Roman, corpo 12, em espaço 1,5. Para quantificar-se o número de caracteres do trabalho, pode-se utilizar o menu “Ferramentas>Contar palavras>Caracteres (com espaço)” no Microsoft Word.

São 17 os GTs em atuação na Compós: Comunicação e cibercultura; Comunicação e cultura; Comunicação e política; Comunicação e sociabilidade; Cultura das mídias; Epistemologia da comunicação; Estudos de jornalismo; Estudos e cinema, fotografia e audiovisual; Recepção: processos de interpretação, uso e consumos midiáticos; Comunicação e cidadania; Comunicação e experiência estética; Estudos de televisão; Imagem e imaginários midiáticos; Práticas interacionais e linguagens na comunicação; Memória nas mídias; Estudos de som e música; e Consumos e processos de comunicação.

Mais informações no site da entidade: http://www.compos.org.br/

Chamada para dossiê “Práticas Jornalísticas” da Revista Parágrafo

parágrafo

A Revista Parágrafo (Qualis B4-CSA1), periódico do Mestrado Profissional em Jornalismo do FIAM-FAAM – Centro Universitário, está com chamada aberta até o dia 16 de maio para artigos que possam compor o dossiê sobre “Práticas Jornalísticas”.

Ementa

O dossiê “Práticas Jornalísticas”, também título da área de concentração do Mestrado Profissional em Jornalismo do FIAM-FAAM – Centro Universitário, a ser publicado na oitava edição da Revista Parágrafo, contemplará artigos de doutores ou doutorandos que busquem pensar o campo jornalístico a partir de suas práticas profissionais.

Sugere-se como possíveis temáticas: a) transformações no mundo do trabalho dos jornalistas envolvendo processos produtivos e, por consequência, tecnológicos; b) interfaces das ações jornalísticas com instituições e agentes sociais; c) reflexões sobre ética e (novos) métodos de captação e tratamento de informações; d) implicações discursivas, narrativas e linguageiras no âmbito do jornalismo; e) espaços emergentes de atuação dos jornalistas.

Submissão dos artigos e mais informações no site do periódico: http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/index

 

2016 de debates, desafios e enfrentamentos

colunacepos

Por Anderson David Gomes dos Santos*

Talvez a principal coisa que me levou a optar pela Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC) como base teórico-metodológica para estudos é a possibilidade de análise crítica da sociedade, destacando a importância das indústrias culturais e da cultura nela, de maneira a poder pensar, propor e de alguma forma participar na construção de políticas públicas realmente inclusivas e de transformações sociais radicais.

Trato disto porque neste texto tenho a missão, enquanto responsável pela Coluna CEPOS nesta fase aqui no Portal EPTIC, de mostrar o que pode nos aguardar enquanto pesquisadores da EPC e sujeitos preocupados em uma formatação coletiva de uma sociedade justa, livre e igualitária.

Olhando o que foi publicado neste espaço no ano passado, temos algumas problemáticas mais gerais, que dão força ao perfil do subcampo comentado nos parágrafos anteriores: políticas públicas de cultura, democratização da comunicação, necessidade de pluralidade de vozes nos meios informativos, políticas de educomunicação, diversidade cultural, trabalho cultural, representatividade popular, etc.

Análises que tiveram como objetos: o cinema em países periféricos, museus sergipanos, a concorrência na TV por assinatura em Moçambique, o jornalismo econômico, as TVs universitárias argentinas e brasileiras, os megaeventos esportivos, a judicialização do jornalismo brasileiro, a pauta da democratização no governo brasileiro, a representação dos negros na TV, problematizações sobre o Esquenta!, dentre tantos outros.

Tanto nas problemáticas gerais quanto nos temas mais específicos, a preocupação em trazer para análise objetos do cotidiano, que conformam as pesquisas dos investigadores que fazem parte do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS (UFS), e tomam como base a Crítica à Economia Política, com a demonstração de algumas das contradições do sistema capitalista que marcam o entorno cultural.

2016 continuará com essa marca, especialmente no caso brasileiro em que a conjuntura política demonstra desde o ano passado que lutar e tratar de questões como as acima apontadas só deve aparecer em curto prazo a partir da organização dos movimentos sociais contra hegemônicos. Isto já ficou claro com o primeiro artigo do ano, de Helena Martins, que tratou das afrontas constantes aos direitos humanos nos programas policialescos.

Sobre o Governo federal, a mensagem da presidenta Dilma Rousseff ao Congresso Nacional trouxe uma frase que gerou diferentes interpretações: “Encaminharemos ainda um novo Marco Regulatório das Telecomunicações, ajustando esse setor ao novo cenário de convergência tecnológica”. De um lado, algumas pessoas que acreditam que isso se trata de uma renovação da regulamentação sobre a radiodifusão gratuita; de outro, quem acredita que se trata do processo iniciado em janeiro de 2015, com consulta popular eletrônica, que modifica a Lei Geral de Telecomunicações.

Confesso estar com quem opta pela segunda opção. É um processo em andamento e que precisa ser aprovado ainda este ano para permitir um resgate da Oi no mercado, retirando as obrigações com infraestrutura e abrindo ainda mais o setor para o caminhar livre da iniciativa privada. Vale lembrar que durante a campanha de reeleição a presidenta usou “regulação econômica” para tratar da radiodifusão. Além disso, vide a pressão atual – que vai muito além da renovação das principais concessão do Grupo Globo na TV aberta em 2018 –, e a escolha político-partidária do ministro das Comunicações na primeira reforma ministerial do segundo governo, parece-me seguir sendo, já há mais de 13 anos, uma briga que o Governo não quer buscar.

Outro campo de disputas é a comunicação público-estatal. A saída de Américo Martins do cargo de diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por uma interferência superior, com suposta ordem vinda da Secretaria de Comunicação Social para a transmissão de um jogo do Campeonato Paulista da Série A3 num domingo, demonstra a fragilidade normativa que rege a EBC – algo que foi apontado no Seminário de Modelo Institucional promovido pelo Conselho Curador no ano passado, inclusive, em texto coletivo produzido pelo OBSCOM/CEPOS.
Por outro lado, o anúncio do uso da multiprogramação a partir do sinal da TV Brasil no Rio de Janeiro, que será acompanhado pela NBR, Canal Saúde e TV Escola, ainda que tardia e restrita, é uma prática que demonstra que uma das potencialidades da digitalização da TV aberta pode ser aplicada. Restrita por poder ocorrer apenas no campo público de comunicação, mas que abre possibilidades para mais espaços deste espectro na TV brasileira.

TV Digital, por sinal, que se encaminha para a confirmação do abandono do Ginga e da interatividade, a maior das possibilidades esperadas com esse processo. Com a opção do canal de retorno se dar a partir de TVs conectadas, e não do middleware – inclusive no que o Governo dará aos beneficiários de programas sociais –, o mercado (aqui, também de produção dos aparelhos televisivos) mostra mais uma vez o quanto sua voz é mais escutada na hora das tensões e disputas.

Por fim, é necessário acompanhar o desenrolar do Governo Macri na Argentina, com práticas demonstradas desde o início de mandato de destruição da Ley de Medios, marco para a regulamentação da radiodifusão na América Latina e que costumeiramente usamos como exemplo para como deve ser feito o processo no Brasil. Fatos assim fazem parte da democracia representativa que marca nossos países e demonstram a necessidade de fortalecimento da participação popular e de movimentos sociais na construção sociopolítica cotidiana mesmo sob governos ditos de centro-esquerda e esquerda.

Tem um conjunto de outros objetos de estudo que devem passar por esta coluna em 2016. Aproveitamos, inclusive, para encerrar este texto com um convite aos pesquisadores que investigam a partir da EPC. O Portal EPTIC, em todas as suas seções, mas especialmente esta Coluna CEPOS, é aberto a artigos opinativos para além de quem faz parte do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS. Basta entrar em contato conosco no perfil do Facebook do Portal EPTIC.

* Anderson Santos é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), jornalista graduado em Comunicação Social pela UFAL e mestre em Ciências da Comunicação pela UNISINOS, membro do grupo de pesquisa OBSCOM/CEPOS.